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sexta-feira, 3 de novembro de 2023

A VOLTA DO MESTRE – Conversa com o Aprendiz

 

A VOLTA DO MESTRE – Conversa com o Aprendiz

 

Por M.´.I.´. Luis Genaro L. Figoli (Moshe)

Grau 33° REAA

 

No Templo:

Mestre: Bem-vindo, meu jovem. Hoje, vamos explorar juntos alguns dos conceitos mais profundos da existência humana. Vamos começar pela natureza da vida. O que você acha que é a vida, meu aprendiz?

Aprendiz: Mestre, a vida, em sua essência, é um presente. É a capacidade de experimentar, aprender, crescer e evoluir. É a manifestação da energia e da consciência em um corpo físico.

 Mestre: Excelente observação. A vida é, de fato, um presente precioso. Mas também é efêmera. Cada ser vivo, incluindo nós, tem um tempo limitado neste mundo. E é essa finitude que nos leva a refletir sobre a justiça e a moral. O que você pensa sobre a justiça, meu aprendiz?

Aprendiz: Justiça é o princípio que visa a equidade e a imparcialidade. Envolve dar a cada um o que é devido, baseado em regras e valores estabelecidos. É a busca por um equilíbrio entre o certo e o errado.

 Mestre: Você está certo. A justiça é a base da sociedade. Ela assegura que as pessoas sejam tratadas com dignidade e respeito. No entanto, a moral desempenha um papel igualmente importante. Qual a sua compreensão da moral, meu aprendiz?

Aprendiz: A moral é o conjunto de princípios e valores que guia nosso comportamento. Ela determina o que é certo e errado, muitas vezes baseada em normas culturais e éticas pessoais. A moral nos ajuda a fazer escolhas que são consistentes com nossas crenças e valores.

Mestre: Exatamente, a moral é uma bússola interna que nos ajuda a navegar pelas complexidades da vida. É importante notar que a moral varia de pessoa para pessoa e de cultura para cultura. E isso nos leva a uma questão crucial: como podemos discernir o que é verdadeiramente sábio em meio a tantas perspectivas diferentes?

Aprendiz: Mestre, a sabedoria parece ser a capacidade de aplicar um discernimento profundo e uma compreensão clara para tomar decisões que beneficiem a nós mesmos e aos outros. A sabedoria nos ajuda a encontrar o equilíbrio entre a justiça e a moral, considerando a complexidade da vida.

 Mestre: Você está no caminho certo. A sabedoria é o resultado de uma busca constante pelo conhecimento e pela compreensão, aliada à experiência. É a capacidade de ver a imagem maior, de compreender a interconexão de todas as coisas, e de agir de maneira que promova o bem-estar não apenas no curto prazo, mas a longo prazo.

Aprendiz: Então, mestre, a busca pela sabedoria é a chave para encontrar a justiça e a moral em nossas vidas, mesmo diante das diferenças culturais e individuais?

 Mestre: Sim, meu jovem. A sabedoria nos ajuda a reconciliar as complexidades da vida e a tomar decisões justas e morais, independentemente das circunstâncias. É uma jornada longa e desafiadora, mas é uma jornada que vale a pena. Aprender e crescer juntos é a essência da vida, da justiça, da moral e da sabedoria.

Aprendiz: Mestre, enquanto exploramos a natureza da vida, da justiça, da moral e da sabedoria, surgem questões mais profundas. O que fazemos aqui neste mundo? De onde viemos? Existe um destino predeterminado para cada um de nós?

 Mestre: Excelentes questionamentos, meu aprendiz. A questão do propósito da vida é uma das mais antigas e complexas. Alguns acreditam que nosso propósito é moldado por nossas ações, escolhas e experiências ao longo da vida. Outros pensam que somos parte de um plano divino maior. O que você acredita?

Aprendiz: Mestre, eu acredito que nosso propósito pode ser tanto individual quanto coletivo. Acredito que cada um de nós tem a oportunidade de contribuir para o bem do mundo, deixando um legado positivo. Quanto ao destino, acredito que embora tenhamos escolhas, também somos influenciados por eventos que estão além do nosso controle.

 Mestre: Sua visão é ponderada, meu aprendiz. A ideia de destino versus livre arbítrio é um dilema antigo. Alguns acreditam que estamos predestinados a um caminho específico, enquanto outros afirmam que temos o poder de moldar nosso próprio destino. A verdade pode estar em algum lugar no meio, onde nossas escolhas individuais interagem com as forças do universo.

Aprendiz: Mestre, em meio a todas essas incertezas, o que é a fé? Como ela se encaixa nesse grande quebra-cabeça da existência humana?

 Mestre: A fé, meu jovem, é uma crença profunda e inabalável, muitas vezes transcendendo a razão e a lógica. Ela pode ser direcionada para uma divindade, um conjunto de princípios ou até mesmo na humanidade. A fé nos dá esperança e força em momentos de adversidade e incerteza, permitindo-nos encontrar significado em meio ao desconhecido.

Aprendiz: Então, mestre, a fé pode ser uma força que nos guia em nossa busca por sabedoria, justiça, moral e propósito?

 Mestre: Sem dúvida, meu aprendiz. A fé pode ser um farol que nos ilumina durante nossas jornadas em direção à compreensão mais profunda da vida e à busca por um propósito significativo. No entanto, lembre-se de que a fé é uma questão pessoal e pode variar significativamente de pessoa para pessoa. O importante é que ela nos inspire a buscar o bem e a verdade, independentemente de nossas crenças individuais.

Aprendiz: Obrigado, mestre, por compartilhar sua sabedoria. Essas conversas profundas nos ajudam a navegar pelo labirinto da existência com mais clareza e compreensão.

Mestre: Com certeza, meu aprendiz. Para enriquecer ainda mais nossa conversa, vamos abordar a resiliência, a caridade, o amor ao próximo, o espírito e a quinta essência.

Resiliência, meu jovem, é a capacidade de superar desafios, adversidades e experiências difíceis, mantendo a integridade e a determinação. Ela é um atributo fundamental que nos permite crescer e evoluir, não importa as circunstâncias.

Caridade, por sua vez, é o ato de dar, ajudar e apoiar os outros desinteressadamente. É a expressão do amor e da compaixão em ação, estendendo a mão para aliviar o sofrimento daqueles que precisam.

O amor ao próximo é um princípio que nos lembra da importância de cuidar uns dos outros. É a base da comunidade, do respeito mútuo e da solidariedade. Amar o próximo nos conecta e nos torna mais humanos.

O espírito, meu aprendiz, é a dimensão não material da existência. Envolve a busca por significado, conexão espiritual, e a compreensão do transcendente. Muitas pessoas encontram no espírito um caminho para explorar questões mais profundas da vida.

E finalmente, a quinta essência, ou o quinto elemento, é frequentemente associada ao éter, àquilo que está além dos quatro elementos tradicionais da natureza (terra, água, fogo e ar). A quinta essência representa o aspecto espiritual, etéreo e divino que permeia a existência.

Agora, meu aprendiz, com essas ideias adicionadas à nossa conversa, como você vê a interação entre resiliência, caridade, amor ao próximo, o espírito, e a quinta essência no contexto de nossa busca por sabedoria, justiça, moral e propósito?

Aprendiz: Mestre, com todas essas dimensões adicionadas, vejo que a resiliência é essencial para enfrentar os desafios que encontramos ao longo de nossa jornada em busca da sabedoria, justiça, moral e propósito. A capacidade de superar obstáculos nos ajuda a crescer e aprender com nossas experiências.

A caridade e o amor ao próximo são fundamentais para construir uma sociedade justa e moral. Ao estender a mão aos outros de maneira desinteressada, criamos um ambiente de apoio e compaixão que beneficia a todos.

O espírito, como a dimensão não material da existência, nos leva a explorar questões mais profundas e a buscar um significado mais elevado em nossa jornada. Ele pode nos guiar na direção da sabedoria e da compreensão do transcendente.

Quanto à quinta essência, ela representa a conexão com algo maior, algo divino. É a busca pela verdade absoluta e pela essência mais profunda da existência, que muitas vezes transcende as limitações da compreensão humana.

Portanto, esses elementos se entrelaçam e se complementam em nossa busca por compreender a natureza da vida, a justiça, a moral e a sabedoria. Eles nos lembram da importância de buscar um equilíbrio entre as dimensões materiais e espirituais de nossa existência, enquanto nos esforçamos para viver de acordo com os princípios que consideramos mais significativos.



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segunda-feira, 31 de julho de 2023

Destino, Casualidade e Causalidade: Uma Exploração Filosófica e na Maçonaria

 



Por M.´. I.´. Luis Genaro Ladereche Fígoli
Mestre Moshe
33°

Introdução

Desde os primórdios da humanidade, o homem busca entender o universo e seu lugar nele. Questões sobre o destino, casualidade e causalidade sempre estiveram presentes nas reflexões filosóficas, religiosas e científicas. Neste artigo, pretendemos realizar uma análise profunda desses conceitos, suas inter-relações e implicações, utilizando fontes bibliográficas para embasar nossas discussões.

Nascemos com um destino pré-determinado? Nosso DNA traz todas as informações para traçar a linha de nossa vida, desde a hora que nascemos, nossa cor de pele, cabelo, nossa altura, peso, as doenças que vamos ter, que profissões vamos exercer e a hora de nossa morte? Somos predestinados?

Por outro lado, se somos poeiras de estrelas (como afirma a nova Astrobiologia), apenas um arranjo conveniente de átomos, células e moléculas: por que nós?

E se formos uma escultura de um Deus onipresente e onisciente. Vemos na Bíblia este relato:

Em Gênesis 2:7 podemos começar a observar três aspectos no homem:

1º Corpo: “Formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra”
Deus pegou do pó da terra e formou um corpo, porém não era um homem ainda, apenas um boneco. Deus deu ao homem um corpo, pois havia criado um planeta físico para ser governado. Em hebraico, a palavra “terra” (adamah) é parecida com “ser humano” (adam). E a palavra formou, no original é diferente do verbo criar ou fazer, ele é usado especificamente para descrever o que um oleiro faz com o barro.

2º Espírito: “E lhe soprou as narinas o fôlego de vida”
Deus pega aquele boneco e sopra algo dentro dele, concedendo vida, uma vida que saiu de dentro do próprio Senhor. A palavra “fôlego” no hebraico é “neshamah”, a mesma palavra usada para “espírito”, ela significa vento, fôlego vital, inspiração divina, espírito.
“Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”. João 4:24.

3º Alma: “E o homem passou a ser alma vivente”.
Quando o Espírito de Deus tocou aquele boneco de terra, foi manifesta a vida na alma e no corpo do homem. O que manifesta a vida no homem é a alma, a sua personalidade. Muitos confundem alma e espírito, mas se tratam de coisas distintas.

Muito bem explicado e conveniente.

Mas e se formos tudo isso junto, ou seja, somos poeiras de estrelas, com consciência (alma e espírito), predestinados “a priori”, mas com livre arbítrio, o que nos leva a sermos resultado de nossas ações, decisões e caminhos que escolhemos?

Não teremos a resposta definitiva, por certo, mas vamos fazer um exercício de investigar a Verdade que é o que nos resta.

 

1. Destino: Uma Força Inexorável?

O destino, frequentemente associado à ideia de predestinação, é um conceito que remonta à antiguidade. A crença em um destino pré-determinado tem raízes em várias culturas e religiões. Muitas vezes, é encarado como uma força inexorável que guia o curso da vida humana e determina o futuro de cada indivíduo.

1.1. Perspectivas Históricas sobre o Destino

Desde os antigos gregos até as filosofias orientais, o destino tem sido objeto de reflexão. Platão, por exemplo, defendia a ideia de que a alma humana está destinada a retornar ao mundo das ideias após a morte. Já na tradição chinesa, o conceito de "Tao" sugere uma ordem cósmica que governa o destino de todas as coisas.

1.2. O Papel da Religião no Conceito de Destino

Em muitas religiões, o destino está intrinsecamente ligado à vontade divina. O debate entre livre-arbítrio e predestinação tem sido um ponto central de divergência entre diferentes doutrinas. Exploraremos as perspectivas de diferentes religiões sobre esse assunto e como elas influenciam a visão de mundo de seus seguidores.

1.3 O Destino como Vontade Divina

Em muitas tradições religiosas, o destino é visto como a vontade de uma entidade superior, seja Deus, deuses ou forças cósmicas. Essa perspectiva sugere que o curso da vida e os eventos futuros são predeterminados, e os seres humanos são meros participantes nesse grande plano divino.

1.4 O Conceito de Destino como Autodeterminação

Por outro lado, algumas correntes filosóficas e espirituais defendem a ideia de que o destino é, em parte, moldado pelas escolhas e ações de cada indivíduo. Essa visão implica no livre-arbítrio, onde as pessoas têm a capacidade de influenciar o curso de suas vidas.

1.5 O Destino como Combinação de Fatores

Uma perspectiva intermediária sugere que o destino é uma combinação complexa de fatores, incluindo eventos aleatórios, decisões pessoais e influências externas. Nessa abordagem, o destino não é totalmente predefinido nem completamente autodeterminado, mas uma teia intrincada de circunstâncias interconectadas.

 

2. Casualidade e Acaso: O Jogo dos Eventos Aleatórios

A casualidade e o acaso são conceitos que desafiam a noção de destino preestabelecido. Essas ideias sugerem que certos eventos ocorrem de forma aleatória, sem qualquer plano ou propósito por trás deles.

2.1. A Relação entre Casualidade e Probabilidade

A teoria da probabilidade desempenha um papel fundamental na compreensão da casualidade. Devemos explorar como a noção de probabilidade se desenvolveu ao longo do tempo e como ela se aplica a eventos aleatórios em diferentes contextos.

2.2. Casualidade e Determinismo Científico

Na ciência, o determinismo é frequentemente discutido em relação aos eventos naturais e ao comportamento humano. A causalidade é uma peça-chave nessa discussão, e devemos abordar como a física e outras disciplinas científicas lidam com a ideia de causalidade em seus estudos.

2.3 A Natureza Probabilística dos Eventos Aleatórios

A ciência moderna reconhece que existem fenômenos em que a casualidade é governada pela probabilidade. A mecânica quântica, por exemplo, lida com eventos subatômicos imprevisíveis, e a teoria do caos descreve sistemas complexos altamente sensíveis às condições iniciais.

2.4 A Relação entre Casualidade e Determinismo

O determinismo é a ideia de que, dadas as condições iniciais do universo, todos os eventos futuros são fixos e previsíveis. Explorar, por exemplo, como a casualidade se relaciona com o determinismo e como a física e a filosofia lidam com essa interação.

3. Causalidade e Relação de Causa e Efeito

Analisaremos as diferentes teorias sobre a causalidade e como elas moldam nossa compreensão do mundo. A casualidade refere-se à relação de causa e efeito, onde a ocorrência de um evento é resultado direto de outro. No entanto, a questão do acaso, ou seja, eventos que ocorrem sem uma causa determinante, desafia a visão causal do universo.

3.1. A Teoria de Hume sobre Causação

O filósofo escocês David Hume trouxe uma perspectiva única sobre a causalidade. Discutir sua teoria sobre impressões e ideias, bem como sua visão sobre a constância da natureza e a indução causal.

3.2. O Problema da Indução

A indução, que envolve extrapolar conclusões gerais a partir de observações específicas, é uma questão importante na análise da causalidade. Abordar o problema da indução e como ele está relacionado à nossa compreensão do mundo causal.

3.3 O Método Científico e a Causalidade

O método científico é construído sobre a premissa de que as relações de causa e efeito podem ser identificadas e testadas empiricamente. Discutir como a causalidade é essencial na formulação de hipóteses, experimentos e conclusões científicas.

3.4 A Causalidade nas Ciências Sociais

A aplicação da causalidade não se limita apenas às ciências naturais, mas também é relevante nas ciências sociais. Verificar por exemplo como a sociologia, a psicologia e a economia utilizam o conceito de causa e efeito para entender comportamentos e fenômenos humanos.

 

4. Interações Complexas: Como Destino, Casualidade e Causalidade se Entrelaçam – Um roteiro para aprofundamento no estudo.

Embora destinos aparentemente traçados e casualidades aleatórias possam parecer conceitos opostos, há uma interação complexa entre eles. Explorar como essas ideias se entrelaçam e como diferentes perspectivas filosóficas tentam conciliar esses conceitos aparentemente contraditórios.

4.1. Determinismo e Livre-Arbítrio

O debate entre determinismo e livre-arbítrio tem implicações significativas em nossa compreensão do destino e da causalidade. Investigar como diferentes filósofos abordaram esse debate e como ele afeta nossa concepção de responsabilidade moral.

4.2. O Papel do Acaso na Causalidade

A causalidade nem sempre é uma sequência linear e previsível de eventos. Examinar como o acaso pode desempenhar um papel fundamental na causalidade, especialmente em sistemas complexos.

4.1. O Papel da Percepção Humana na Compreensão do Destino

A forma como percebemos o destino é influenciada pela causalidade e pela interpretação dos eventos ao nosso redor. Abordar como as pessoas tendem a atribuir significado a eventos aleatórios e como isso afeta a visão que têm sobre seu destino pessoal.

4.2. A Interseção entre Casualidade e Livre-Arbítrio

O conceito de livre-arbítrio pode coexistir com a casualidade? Discutir como a casualidade, ao mesmo tempo que permite eventos aleatórios, também pode ser vista como parte de um grande padrão causal que envolve nossas escolhas e decisões.

 

5. E NA MAÇONARIA

Não é um tema central no estudo de desenvolvimento na Maçonaria. Na verdade, os temas relacionados a destino, casualidade e causalidade são tocados de forma transversal em diversas Instruções nos mais diversos Gr.´. da Ord.´.

Como um dos principais atributos do maçom é o livre arbítrio, atribuído por Deus (seria o Grande Arquiteto do Universo?) quando expulsa Adão e Eva do Paraíso, aparentemente o GADU teria retirado do Homem a possibilidade de ter um destino predeterminado, pois manda ele “trabalhar” para ganhar a vida e o sustento seu e da sua família:

Diz o Genesis 3 17:19

E ao homem declarou:
17 "Visto que você deu ouvidos à sua mulher
e comeu do fruto da árvore
da qual ordenei a você
que não comesse,
maldita é a terra por sua causa;
com sofrimento você
se alimentará dela
todos os dias da sua vida.

18Ela lhe dará espinhos e ervas daninhas,
e você terá que alimentar-se
das plantas do campo.

19Com o suor do seu rosto
você comerá o seu pão,
até que volte à terra,
visto que dela foi tirado;
porque você é pó,
e ao pó voltará".

 Mas o estranho, é que o Homem já havia sido constituído para o trabalho, como diz Genesis 2 15: “Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo.” Independentemente desta aparente contradição (não o é, mas não vou tratar disto aqui), o fato que a partir de sua expulsão do Paraíso, além do trabalho, foi dado ao homem o livre arbítrio. Talvez, na minha conclusão, neste momento passa de uma situação de predeterminismo (bastava não provar da árvore do bem e do mal), para uma situação de causalidade, ou seja, passamos a ser fruto de nossas ações e as suas consequências.

Inegável que o Iluminismo influenciou decisivamente a Maçonaria. Aliás, talvez tenha sido a sua grande impulsionadora como filosofia. A separação da Religião e do Estado, os princípios Universais do Homem, a queda da Monarquia Absolutista como legado de “deus” (minúsculo propositalmente), a democracia, a moral, a ética, o resgate da filosofia antiga e sua modernização: foram fenômenos que além de ter varrido o mundo, forjaram uma nova sociedade (ocidental) que conhecemos até hoje. A Maçonaria renasceu, cresceu e se reproduzir na esteira destes primados do Iluminismo e absorveu, em sua filosofia, não apenas seus princípios como os adaptou às antigas tradições de civilizações que não mais existiam.

Albert Pike, no século XIX, foi uns dois grandes reformadores da moderna maçonaria. No livro "Morals and Dogma", Albert Pike discute várias questões filosóficas, mas não há uma seção específica ou citação direta que aborde o livre-arbítrio de forma exclusiva. No entanto, é possível inferir suas visões sobre o assunto com base em suas crenças maçônicas e suas reflexões sobre a natureza humana. O tema principal naquele momento histórico era a liberdade humana e o viver moral e ético. E foi nisto que ele baseou toda sua obra.

A Maçonaria, em geral, enfatiza o livre-arbítrio como um princípio fundamental, permitindo que seus membros tenham a liberdade de escolher suas crenças, ações e caminhos em busca da virtude e do aprimoramento pessoal. Pike provavelmente apoiaria essa ideia, considerando a importância da liberdade individual na busca do autoaperfeiçoamento e do conhecimento.

Por outro lado, há referência nas “Leis Herméticas”[1], num total de sete (colecionadas entre os séculos I a III da nossa era), há a chamada Lei de Causa e Efeito: "Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa, existem muitos planos de causalidade mas nada escapa à Lei", lembrando-nos, claramente, que os antigos já imaginavam que éramos fruto de um processo de desenvolvimento de causa/efeito. Hoje somos o que somos, não porque o destino estabeleceu, ou porque Deus nos abençoou ou nos puniu (até também), mas porque tomamos decisões que nos levaram até aqui.

Conclusão

Em suma, o destino, a casualidade e a causalidade são conceitos complexos que têm desafiado a mente humana ao longo da história. Enquanto o destino pode ser visto como uma força que guia nossas vidas, a casualidade traz imprevisibilidade e surpresa. A causalidade, por sua vez, é o fio condutor que conecta esses conceitos e nos permite dar sentido ao mundo em que vivemos.

Embora cada conceito seja importante em sua própria medida, é a interação entre eles que nos possibilita explorar a natureza da existência humana e sua relação com o universo. À medida que continuamos a investigar esses temas, somos lembrados de que o conhecimento humano é uma jornada constante em busca de compreensão e significado.

Ao longo deste artigo, exploramos profundamente os conceitos de destino, casualidade e causalidade, desde suas origens históricas até suas implicações filosóficas e científicas. Nossa jornada nos levou a compreender que esses conceitos aparentemente díspares estão intrinsecamente relacionados e moldam nossa visão do mundo e nosso lugar nele.

O destino, em sua predestinação aparente, interage com o acaso, criando uma trama complexa de eventos. Enquanto isso, a causalidade, como a linha que conecta os pontos, nos ajuda a dar sentido a essas interações e a encontrar padrões em meio ao aparente caos.

No entanto, mesmo com todo o conhecimento adquirido, muitas questões permanecem sem respostas definitivas. O mistério do destino, a imprevisibilidade do acaso e a complexidade da causalidade são elementos essenciais que nos impulsionam a continuar buscando compreender o universo e nossas vidas dentro dele.Parte superior do formulário

 

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[1] Hermes Trismegisto (em latim: Hermes Trismegistus; "Hermes, o três vezes grande") é uma figura mítica de origem sincrética. Essa figura mítica indica o deus Thoth dos antigos egípcios, considerado o inventor das letras do alfabeto e da escritura, escrita dos deuses, e portanto, revelador, profeta e intérprete da divina sapiência e do divino logos. Quando os gregos tiveram conhecimento desse deus egípcio, descobriram que apresentava muitas analogias com seu deus Hermes, intérprete e mensageiro dos deuses, e o qualificaram com o adjetivo “Trismegisto” que significa “três vezes grandíssimo”.


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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

MAÇONARIA: O Sentido da Vida. Uma Jornada para a Felicidade



Vida é um tesouro precioso que a vontade Divina nos oferece.

A maneira como pensamos a vida é a condição primeira para que possamos traçar o rumo da nossa evolução, da nossa felicidade e da nossa paz, a famosa jornada para a felicidade.

O caminho é a felicidade. Felicidade não é o destino. Jesus não disse eu sou o destino, ele disse “eu sou o caminho, a verdade e a vida”. São os degraus de nossa evolução, para chegarmos a nosso objetivo.

Para medir a nossa evolução, precisamos saber:
  •  De onde saímos;
  •  Qual o caminho;
  •   Aonde queremos chegar.

Hoje, de maneira muito simples, vamos cuidar do primeiro passo. De onde saímos. 

Como uma árvore poderá ter inúmeros ramos, mas tem um tronco e uma raiz. Não queremos o fruto, queremos é a raiz, de onde viemos porque aonde vamos vai depender de cada um de nos.

Se verificarmos, a mais de 2400 anos, um pensador chamado Tales de Mileto[1] diz que a base da vida é a água. O planeta terra, nós mesmos, temos como composição celular 75% de água. De certa forma este pensador estava certo, pois a base da vida é a água.

Outro pensador Anaximandro[2] (+2400 anos atrás) dizia que a base da vida não é a água, é o ilimitado. Por quê? Muitas coisas têm limite, a altura das pessoas, o tamanho das coisas, etc. O amor tem limite?? Pode ser medido??

Seu discípulo Anaxímenes[3] dizia que a base da vida é o ar. O ar é tão importante para a conservação da vida humana que ninguém consegue se matar prendendo a própria respiração. O instinto de conservação vai falar mais forte e obrigar a respirar.

Outro pensador vai dizer que a base da vida é a Terra. Mergulhe no mais profundo do oceano, vai encontrar a terra. Onde você vive é a Terra. Já Empédocles[4] vai dizer que a base da vida é o fogo. “do Fogo viemos e ao fogo voltaremos”.

Encontramos assim os quatro elementos da natureza: Agua, Ar, Terra e Fogo, tão importantes na antiguidade e tão importante no entendimento dos fundamentos da maçonaria (vide Iniciação).

Pitágoras era um gênio da matemática. Vai morar no Egito e cria uma nova doutrina e torna-se o principal sacerdote, colocando a base da vida como sendo o número, ou a matemática. Ele, por exemplo, descobre a quinta e a sétima nota musical através de cálculos matemáticos. Ele descobriu a oitava que a primeira nota que se repete após a sétima num tom maior. Ele é o autor do Teorema de Pitágoras. Ele vai dizer que ´”AMOR É MATEMÁTICO”. Os mais novos devem lembrar o filme Matrix era uma somatória de  combinações matemáticas. O universo é matemático.

Outro pensador Heráclito[5] vai dizer que a base da vida é algo chamado “mudança”. Ninguém tomará banho de novo no mesmo rio. As águas serão outras. O universo está em movimento. Pegue um livro, leia-o duas vezes. Verá que percebe coisas diferentes. Um filme, igual. A base da vida é a mudança, é o movimento é o que faz a lei do progresso. É a base hoje melhor do que ontem e amanha melhor do que ontem....São os degraus da escada de nossa divina ascensão.

Heráclito foi pai de um filósofo e médico Hipócrates, do juramento da medicina. Para Hipócrates a base da vida é a saúde.

Talvez o melhor pensador de todos os tempos tenha sido Sócrates[6]. Tão importante fora, que a filosofia clássica se divide em antes e depois dele. Sócrates vai dizer que uma vida só vale a pena ser vivida se for pensada. Senão nós não vivemos, sobrevivemos. Pensar sobre a vida é muito importante. Dizem que ele era um homem com uma esposa muito problemática, por isso talvez tenha se dedicado com tanta ênfase a pensar.... Vamos dizer que não era uma acácia, era um cactos. Um homem tem uma luz interior, dizia Sócrates. Só que existe um véu embaçando a luz, e esse véu é a causa de todos os males da humanidade. Esse véu tem nome: a IGNORÂNCIA

Logo qual é o objetivo da filosofia? Arrancar o véu e fazer brilhar a sua luz!!!!! 

Essa frase tem mais de 2300 anos. É nosso segundo parto e talvez o maior e mais importante, a sensação que você vai ter arrancando o véu da ignorância, é o sofrimento, é a dor, dá trabalho. Mas a primeira experiência que você vai ter brilhando a tua luz, e conquistando a sabedoria, é uma felicidade que você nunca experimentou: Conhece-te a ti mesmo, foi a frase que Sócrates viu no Santuário de Delfus que deflagrou toda sua filosofia. O chamado AUTOCONHECIMENTO. 

Luz para os gregos é o que há de mais importante para o homem. Socrates vai falar que a luz não está mais com os Deuses, a luz está com você. Tanto que foi condenado a morte por sua filosofia. Ou seja, se seu destino pertencia aos Deuses, a partir daí passa a pertencer ao homem.

Estes sábios que citamos muito rapidamente servem para demonstrar que essa busca é antiga, importante e decisiva, para que nos consigamos cumprir nosso propósito de existência na terra que é ser feliz. Se não for feliz de nada adiantou nossa existência.

Para que dinheiro, por exemplo, se não traz felicidade. Dinheiro não compra amigos, compra companheiros de farra. Para conhecer os amigos, fique doente ou pobre, daí conhecerá o verdadeiro amigo. Dinheiro não compra saúde, compra tratamento.

Quando começamos a pensar nossa vida diferente, vamos pensando de uma maneira para que possamos estruturar a felicidade verdadeira e vivermos uma vida verdadeiramente feliz, sem as mesmices que vivemos no mundo. Desde criança somos ensinados a esperar a derrota. Quando algo da certo ficamos desconfiados. Pense e verá que é verdadeiro. Reflita.

Nosso papel é pensar positivamente a vida, é questão de opção escolher o caminho a seguir. Na vida tudo vai ser sempre opção. Vivemos decidindo a cada minuto, a cada segundo. Sempre teremos uma escolha. Ser feliz é uma escolha. Ninguém se torna infeliz da noite para o dia. Somos o somatório das decisões que adotamos. Somos não o que realmente somos, mas o que acharmos que somos. Se você acha que consegue vai à luta, e até se não conseguir, aprende com ele e faz do seu sucesso amanhã.

Mudar a maneira de pensar é o segredo. É o que fazemos na Maçonaria. É nisso que nos treinamos. É para isso que estamos aqui.

Cuide-se porque ser feliz é o melhor tesouro, o maior objetivo e o que dá sentido a nossa existência tornando-a verdadeira e significativa.

Pensando sobre a vida, voltando a Sócrates, que nós construiremos uma sociedade mais justa e uma vida mais feliz, que em definitivo, é o principal objetivo da Maçonaria.



[1] Tales de Mileto (em grego antigo: Θαλῆς ὁ Μιλήσιος) foi um filósofo da Grécia Antiga, o primeiro filósofo ocidental de que se tem notícia. De ascendência fenícia,[carece de fontes] nasceu em Mileto, antiga colônia grega, na Ásia Menor, atual Turquia, por volta de 624 ou 625 a.C. e faleceu aproximadamente em 556 ou 558 a.C..Tales é apontado como um dos sete sábios da Grécia Antiga. Além disso, foi o fundador da Escola Jônica. Considerava a água como sendo a origem de todas as coisas, e seus seguidores, embora discordassem quanto à “substância primordial” (que constituía a essência do universo), concordavam com ele no que dizia respeito à existência de um “princípio único" para essa natureza primordial.
[2] Anaximandro (em grego: Ἀναξίμανδρος; 610 — 547 a.C.) foi um geógrafo, matemático, astrônomo, político e filósofo pré-Socrático; discípulo de Tales, seguiu a escola jônica[1]. Os relatos doxográficos nos dão conta de que escreveu um livro intitulado "Sobre a Natureza"; contudo, essa obra se perdeu.Atribui-se a Anaximandro a confecção de um mapa do mundo habitado, a introdução na Grécia do uso do Gnômon (relógio solar) e a medição das distâncias entre as estrelas e o cálculo de sua magnitude (é o iniciador da astronomia grega).
[3] Anaxímenes de Mileto[1] (Grego: Άναξιμένης; 588-524 a.C.) foi um filósofo pré-socrático do Período Arcaico, activo na segunda metade do século VI a.C..[2][3] Foi um dos três filósofos da escola milésia, é identificado como estudante de Anaximandro.[4][5] Anaxímenes, tal como outros na sua escola de pensamento, praticou o materialismo monista.[6][5] Esta tendência para identificar uma específica realidade composta de um elemento material constitui o âmago das contribuições que deu fama a Anaxímenes.Escreveu a obra “Sobre a natureza”, em prosa. Dedicou-se especialmente à meteorologia. Foi o primeiro a afirmar que a luz da Lua é proveniente do Sol.
[4] Empédocles (em grego antigo: Ἐμπεδοκλῆς; Agrigento, 495/490 - 435/430 a.C.) foi um filósofo, médico, legislador, professor, mítico além de profeta, foi defensor da democracia e sustentava a idéia de que o mundo seria constituído por quatro princípios: água, ar, fogo e terra.
[5] Heraclito de Éfeso (Grego: Ἡράκλειτος ὁ Ἐφέσιος—Hērákleitos ho Ephésios, Éfeso, aprox. 535 a.C. - 475 a.C.) foi um filósofo pré-socrático considerado o "pai da dialética". Recebeu a alcunha de "Obscuro" principalmente em razão da obra a ele atribuída por Diógenes Laércio, Sobre a Natureza, em estilo obscuro, próximo ao das sentenças oraculares.Na vulgata filosófica, Heraclito é o pensador do "tudo flui" (panta rei) e do fogo, que seria o elemento do qual deriva tudo o que nos circunda. De seus escritos restaram poucos fragmentos (encontrados em obras posteriores), os quais geraram grande número de obras explicativas.
[6] Sócrates (em grego: Σωκράτης, AFI: [sɔːkrátɛːs], transl. Sōkrátēs; Atenas, c. 469 a.C. - Atenas, 399 a.C.)[1] foi um filósofo ateniense do período clássico da Grécia Antiga. Creditado como um dos fundadores da filosofia ocidental, é até hoje uma figura enigmática, conhecida principalmente através dos relatos em obras de escritores que viveram mais tarde, especialmente dois de seus alunos, Platão e Xenofonte, bem como as peças teatrais de seu contemporâneo Aristófanes. Muitos defendem que os diálogos de Platão seriam o relato mais abrangente de Sócrates a ter perdurado da Antiguidade aos dias de hoje.[2]
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