sábado, 9 de junho de 2012
A Coluna da Harmonia Na Maçonaria - A Música e suas influências simbólicas e filosóficas - PARTE II
segunda-feira, 21 de maio de 2012
A Coluna da Harmonia na Maçonaria - A música e suas influências simbólicas e filosóficas. PARTE I
A criação, o desempenho, o significado e até mesmo a definição de música variam de acordo com a cultura e o contexto social. A música vai desde composições fortemente organizadas (e a sua recriação no desempenho), música improvisada até formas aleatórias.
A música pode ser dividida em gêneros e subgêneros, contudo as linhas divisórias e as relações entre gêneros musicais são muitas vezes sutis, algumas vezes abertas à interpretação individual e ocasionalmente controversas. Dentro das "artes", a música pode ser classificada como uma arte de representação, uma arte sublime, uma arte de espetáculo.
Há evidências de que a música é conhecida e praticada desde a pré-história.
A Mitologia Grega nos ensina que as Musas (de onde provêm a palavra música), deusas protetoras das Artes e das Ciências, eram nove irmãs. A mais bela, porém, era Euterpe[4] inspiradora das Artes Sonoras. Na tradição Cristã, a Padroeira dos músicos é Santa Cecília[5].
Está historicamente mais do que claro (constam nas Escrituras), que no Templo de Salomão e, anteriormente, na Tenda do Rei Davi, para as cerimônias de Louvor, eram tocados vários instrumentos e, por determinação de Davi, o cântico, seja isolado ou em coral, era acompanhado de música[9]. Ainda alude São Paulo sobre um instrumento musical confeccionado em bronze; é de se supor que esse instrumento seria equiparado a um “sino”, instrumento de percussão de fácil manejo. Também é de se supor que esses sinos se contavam às dezenas, se não milhares[10].
domingo, 26 de outubro de 2008
Coluna da Harmonia

Esta é a única Coluna de uma Loja Maçônica constituída por um só Irmão, o Mestre de Harmonia. No passado, a Coluna da Harmonia era composta pelo conjunto dos Irmãos músicos que contribuíam para o brilhantismo dos rituais e dos festejos maçônicos. Com o avanço tecnológico, os músicos foram substituídos pelos aparelhos eletrônicos, operados pelo Mestre de Harmonia.
Em seu sentido mais amplo, a Harmonia é a ciência da combinação dos sons, formando os acordes musicais. A palavra grega MOUSIKE significa não apenas música, mas também todas as formas de expressão que tenham por finalidade a criação da Beleza.Pitágoras usava a música para fortalecer a união entre os seus discípulos, por entender que a música instruía e purificava a sua mente. Em sua Escola, a música era entendida como disciplina moral por atuar como freio aos ímpetos agressivos dos seres humanos.
O aprendizado empírico, revelado através dos sentidos, pode ser conseguido não só pela contemplação das belas formas e da beleza das figuras que nos rodeiam, mas também pela audição de ritmos e de melodias que acalmam os ímpetos e as paixões. Deste modo, angústia, anseios frustrados, agressões verbais, stress mental, podem ser eliminados pela audição de músicas suaves e agradáveis.
Em uma reunião maçônica deve-se tocar a música que melhor traduza os sentimentos dos Irmãos em cada momento do ritual.
Muitos compositores, nossos Irmãos, produziram belas músicas que merecem - e devem - ser ouvidas em nossos Templos. Entre essa plêiade, podemos citar: Mozart, Beethoven, Haendel, Sibelius, Franz Lizt, John Philipp Souza (de ascendência portuguesa), Luigi Cherubini, Antonio Salieri, Carlos Gomes (brasileiro), etc.
As primeiras composições maçônicas datam de 1723 e foram publicadas junto com a primeira Constituição de Grande Loja de Londres; São elas:
A Canção dos Aprendizes - Matthew Birkhead
A Canção dos Companheiros - Charles Delafaye
A Canção do Vigilante - James Anderson
A Canção do Mestre - James Anderson
Esta última, publicada em 1738 juntamente com a segunda edição das Constituições de Anderson.
No Brasil, foram compostas as seguintes obras:
Hymno do REAA - M.A . Silveira Neto e Jeronimo Pires Missel
Hino Maçons Avante - Jorge Buarque Lira e Mário Vicente Lima
Hino Maçônico - D. Pedro I (D. Pedro IV de Portugal)
Canto Ritualístico Maçônico - Francisco Sabetta e José Bento Abatayguara
Hino Maçonico para Abertura e Fechamento dos Trabalhos - Otaviano Bastos
A Acácia Amarela - Luiz Gonzaga (o rei do baião)
Além destas, existem também composições maçônicas para os Rituais de Iniciação, de Elevação e de Exaltação, de Reconhecimento Conjugal e de Pompas Fúnebres.
Tendo em vista o caráter universalista da nossa Ordem, o Mestre de Harmonia não deve programar a execução de música religiosa de nenhum tipo. Deste modo será evitado o constrangimento que um Irmão não católico poderá sentir ao ouvir, por exemplo, a Avé Maria de Gounod. Solos de música cantada também devem ser evitados. A música coral, como por exemplo o Hino Maçônico de D. Pedro I ou a Ode à Alegria, de Beethoven, poderá ser programada sem problemas, mas, na maioria das vezes, a música mais indicada é sempre a instrumental.
O Mestre de Harmonia previamente preparará o programa a ser executado, de acordo com o tipo de reunião e de acordo com o Ritual. Em uma Iniciação, no Rito Escocês Antigo e Aceito, podem ser destacados os seguintes momentos especiais, para os quais será programada uma música específica, que listamos a título de exemplo:
Entrada dos Candidatos - “A Criação” de Haydn - trechos que descrevem a passagem do Mundo do Caos para a Ordem e das Trevas para a Luz (Ordo ab Chao)
Oração ao GADU - “Cravo Bem Temperado” - Bach - Melodia que convida à concentração e à meditação
Taça Sagrada - “A Criação” - Trechos da abertura do Oratório que simbolizam a purificação e a ilusão profana
A Primeira Viagem - “Tempestade e Chuva” - Efeitos sonoros com ruídos de chuva, ventania e trovões. Coleção Action! Câmera! Music! Gravação do Reader’s Digest – Distribuição da Borges & Damasceno
A Segunda Viagem - “A Vitória de Wellington” - Beethoven - Adequada para acompanhar o toque “descompassado das espadas”.
Purificação Pela Água - “Música Aquática” - Haendel - música cujos efeitos sonoros acentuam o significado do evento
Terceira Viagem - “Romance Para Violino nº 2” - Beethoven - Melodia que transmite a suavidade emocional do evento.
Purificação pelo Fogo - “As Walquírias - Wagner - Cena do Fogo Mágico que reforça o sentido dramático do ritual.
Tronco de Beneficência - “Pannis Angelicus” - Cesar Frank - marca o profundo significado da solidariedade.
Juramento - “Prelúdio nº 1 em dó maior do Cravo Bem Temperado” - Bach - adequada para a meditação e que marca a solenidade do momento ritual.
LUZ - “Assim Falou Zaratustra” - Strauss - Parte inicial do poema sinfônico que descreve o nascer do sol e o sentimento do poder de Deus sobre o homem. Aumenta o deslumbramento do momento culminante da Iniciação
Abraço do Venerável - “Marcha Festiva” - Grieg - ( Suite Sigurd Jorsalfar - Opus 56 ).
Entrada dos Neófitos - “Glória aos Iniciados” (Coro final da Ópera a Flauta Mágica, de Mozart) - Coro de Graças a Ísis e Osíris, e de congratulações aos Iniciados, que pela sua coragem conquistaram o direito à Beleza e à Sabedoria
Proclamações - “Ode à Alegria” - Beethoven - Excerto Orquestral da Nona Sinfonia - deve ser tocada após cada uma das Proclamações. É um hino que traduz a alegria dos Irmãos ao receber os recém Iniciados.
Uma Sessão Econômica, por exemplo, não pode prescindir de dois ou três bons programas para a Harmonia, previamente programados. Isto permitirá variar as músicas executadas, evitando a monotonia da repetição.
A escolha de uma música para uma reunião maçônica exige do Mestre de Harmonia um mínimo de cultura musical, além da necessária sensibilidade para interpretar o significado de cada passagem do Ritual. Repetimos, a música deve estar em perfeita sintonia com cada momento da ritualística, induzindo nos Irmãos presentes a purificação de suas mentes, deixando-os tranqüilos e predispostos à emissão de sentimentos de amor e de fraternidade.
A música promove a exaltação das faculdades intelectuais e espirituais do ser humano. Ela atinge e aperfeiçoa a sensibilidade dos Irmãos, permitindo que eles vibrem em sintonia com os acordes da Harmonia Universal cujas leis tudo governam, e pelas quais a Maçonaria busca o aprimoramento moral e espiritual da Humanidade.
Fonte:
ANTÓNIO ROCHA FADISTAM.'.I.'., Loja Cayrú 762 GOERJ / GOB – Brasil
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