Mostrando postagens com marcador Hermetismo e Maçonaria. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Hermetismo e Maçonaria. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Conexões entre as Leis do Hermetismo, Maçonaria e a Filosofia Moderna - Uma Introdução


Por: Luis Genaro Ladereche Fígoli (Mestre Moshe 33°)

Introdução

O Hermetismo, uma tradição espiritual e filosófica que remonta ao Egito antigo, é baseado nos ensinamentos atribuídos a Hermes Trismegisto[1]. As suas sete leis herméticas, que discutem a natureza da realidade e a interconexão do cosmos, encontram ressonância na filosofia moderna, especialmente em áreas como a física quântica, a psicologia e a filosofia da mente. É um conjunto de textos iniciáticos, datados provavelmente do século I ao século III,que representaram a fonte de inspiração do pensamento hermético e neoplatônico renascentista. Na época, acreditava-se que a obra remontasse à antiguidade egípcia, anterior a Moisés, e que nela estivesse contido também o prenúncio do cristianismo. Na Maçonaria, os seus ensinamentos formam incorporados à Moral Maçônica e fazem parte da “coluna vertebral” do ensinamento iniciático, sendo estudado em vários Graus, inclusive no de Apr.´..

 Este artigo explora essas conexões, destacando como os princípios herméticos podem enriquecer a compreensão contemporânea da realidade. Impressiona a conexão de conceitos formulados a milhares de anos, com os conceitos desenvolvidos pela ciência hoje, como a física quântica, a neurociência, a astrofísica, entre outros.

 As Sete Leis do Hermetismo

As sete leis do Hermetismo são:

  1. Mentalismo: O universo é mental; tudo é mente.
  2. Correspondência: "Como acima, assim abaixo; como abaixo, assim acima."
  3. Vibração: Tudo no universo está em constante movimento e vibração.
  4. Polaridade: Tudo possui dois polos; tudo é dual.
  5. Ritmo: Tudo flui e reflui; há um ritmo em todas as coisas.
  6. Causa e Efeito: Cada causa tem seu efeito; cada efeito tem sua causa.
  7. Gênero: O gênero se manifesta em todas as coisas; masculino e feminino são princípios universais.

 Conexões com a Filosofia Moderna

1. Mentalismo e Teorias Quânticas

A primeira lei do Hermetismo, o mentalismo, reflete princípios da física quântica, onde a observação do observador influencia a realidade. O trabalho de físicos como Niels Bohr e Werner Heisenberg sugere que a consciência desempenha um papel crucial na formação do universo. Este conceito é explorado no livro "A Física da Imortalidade" de Fred Alan Wolf, onde ele argumenta que a mente molda a realidade física.

2. Correspondência e Interconexão

A lei da correspondência, refletida na frase "como acima, assim abaixo", ressoa com a ideia de interconexão presente em várias filosofias modernas, incluindo a teoria dos sistemas e a ecologia profunda, que enfatizam a interdependência de todos os seres. Fritjof Capra, em "A Teia da Vida", discute como a vida se manifesta em redes complexas de interações, semelhante à visão hermética.

3. Vibração e Psicologia

A terceira lei, que trata da vibração, pode ser relacionada à psicologia moderna, especialmente às teorias de Carl Jung sobre arquétipos e o inconsciente coletivo. Jung sugere que os padrões de pensamento e comportamento humano ressoam em níveis profundos, refletindo as vibrações descritas no Hermetismo.

 4. Polaridade e Dualidade

A polaridade, como descrita na quarta lei, é uma ideia que encontra paralelo na filosofia moderna, especialmente em dialética hegeliana e teorias de yin e yang na filosofia oriental. A compreensão de que opostos são interdependentes é central para muitas tradições filosóficas contemporâneas.

5. Causa e Efeito e a Nova Física

A lei de causa e efeito se alinha com os princípios da causalidade na física moderna e os conceitos de causação em filosofia. O filósofo David Hume debateu a natureza da causalidade, questionando a relação entre eventos e suas causas, um tema que ecoa as complexidades das relações herméticas.

Conclusão

As Leis do Hermetismo oferecem uma perspectiva rica e profunda que dialoga com a filosofia moderna. À medida que a ciência avança e novas descobertas são feitas, a intersecção entre o Hermetismo e a filosofia contemporânea se torna um campo fértil para exploração e reflexão. O estudo dessas conexões não só enriquece a compreensão das realidades espirituais e materiais, mas também promove uma visão holística do universo e da existência.

Bibliografia

  1. Wolf, Fred Alan. A Física da Imortalidade. Editora XYZ, 1999.
  2. Capra, Fritjof. A Teia da Vida: Uma Nova Visão da Natureza Humana. Editora ABC, 1996.
  3. Hume, David. Um Tratado da Natureza Humana. Editora DEF, 1739.
  4. Jung, Carl. O Homem e Seus Símbolos. Editora GHI, 1964.

Essas conexões entre o Hermetismo e a filosofia moderna oferecem um espaço para reflexão sobre a natureza da realidade e o papel da consciência na criação do mundo que habitamos.



[1] Hermes Trismegisto (em latim: Hermes Trismegistus "Hermes, o três vezes grande") é uma figura mítica de origem sincrética. Essa figura mítica indica o deus Thoth dos antigos egípcios, considerado o inventor das letras do alfabeto e da escritura, escrita dos deuses, e portanto, revelador, profeta e intérprete da divina sapiência e do divino logos. Quando os gregos tiveram conhecimento desse deus egípcio, descobriram que apresentava muitas analogias com seu deus Hermes, intérprete e mensageiro dos deuses, e o qualificaram com o adjetivo “Trismegisto” que significa “três vezes grandíssimo”. Na antiguidade tardia, especialmente nos primeiros séculos da era imperial (sobretudo nos séculos II e III depois de Cristo), alguns teólogos e filósofos pagãos, em contraposição ao cristianismo galopante, produziram uma série de escritos, conhecidos como literatura hermética, apresentando-os sob o nome desse deus, com a evidente intenção de opor às Escrituras divinamente inspiradas dos cristãos, como outras escrituras difundidas como divinas “revelações”. A literatura hermética hoje em dia está quase perdida. As pesquisas modernas já acordaram, sem sombra de dúvida, que sob a máscara do deus egípcio se escondem autores diversos, e que os elementos “egípcios” são exíguos. Na realidade, trata-se de uma das últimas tentativas de resgate do paganismo, amplamente fundado em doutrinas do platonismo da época (o médio platonismo).

Clique para ler mais...

segunda-feira, 31 de julho de 2023

Destino, Casualidade e Causalidade: Uma Exploração Filosófica e na Maçonaria

 



Por M.´. I.´. Luis Genaro Ladereche Fígoli
Mestre Moshe
33°

Introdução

Desde os primórdios da humanidade, o homem busca entender o universo e seu lugar nele. Questões sobre o destino, casualidade e causalidade sempre estiveram presentes nas reflexões filosóficas, religiosas e científicas. Neste artigo, pretendemos realizar uma análise profunda desses conceitos, suas inter-relações e implicações, utilizando fontes bibliográficas para embasar nossas discussões.

Nascemos com um destino pré-determinado? Nosso DNA traz todas as informações para traçar a linha de nossa vida, desde a hora que nascemos, nossa cor de pele, cabelo, nossa altura, peso, as doenças que vamos ter, que profissões vamos exercer e a hora de nossa morte? Somos predestinados?

Por outro lado, se somos poeiras de estrelas (como afirma a nova Astrobiologia), apenas um arranjo conveniente de átomos, células e moléculas: por que nós?

E se formos uma escultura de um Deus onipresente e onisciente. Vemos na Bíblia este relato:

Em Gênesis 2:7 podemos começar a observar três aspectos no homem:

1º Corpo: “Formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra”
Deus pegou do pó da terra e formou um corpo, porém não era um homem ainda, apenas um boneco. Deus deu ao homem um corpo, pois havia criado um planeta físico para ser governado. Em hebraico, a palavra “terra” (adamah) é parecida com “ser humano” (adam). E a palavra formou, no original é diferente do verbo criar ou fazer, ele é usado especificamente para descrever o que um oleiro faz com o barro.

2º Espírito: “E lhe soprou as narinas o fôlego de vida”
Deus pega aquele boneco e sopra algo dentro dele, concedendo vida, uma vida que saiu de dentro do próprio Senhor. A palavra “fôlego” no hebraico é “neshamah”, a mesma palavra usada para “espírito”, ela significa vento, fôlego vital, inspiração divina, espírito.
“Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”. João 4:24.

3º Alma: “E o homem passou a ser alma vivente”.
Quando o Espírito de Deus tocou aquele boneco de terra, foi manifesta a vida na alma e no corpo do homem. O que manifesta a vida no homem é a alma, a sua personalidade. Muitos confundem alma e espírito, mas se tratam de coisas distintas.

Muito bem explicado e conveniente.

Mas e se formos tudo isso junto, ou seja, somos poeiras de estrelas, com consciência (alma e espírito), predestinados “a priori”, mas com livre arbítrio, o que nos leva a sermos resultado de nossas ações, decisões e caminhos que escolhemos?

Não teremos a resposta definitiva, por certo, mas vamos fazer um exercício de investigar a Verdade que é o que nos resta.

 

1. Destino: Uma Força Inexorável?

O destino, frequentemente associado à ideia de predestinação, é um conceito que remonta à antiguidade. A crença em um destino pré-determinado tem raízes em várias culturas e religiões. Muitas vezes, é encarado como uma força inexorável que guia o curso da vida humana e determina o futuro de cada indivíduo.

1.1. Perspectivas Históricas sobre o Destino

Desde os antigos gregos até as filosofias orientais, o destino tem sido objeto de reflexão. Platão, por exemplo, defendia a ideia de que a alma humana está destinada a retornar ao mundo das ideias após a morte. Já na tradição chinesa, o conceito de "Tao" sugere uma ordem cósmica que governa o destino de todas as coisas.

1.2. O Papel da Religião no Conceito de Destino

Em muitas religiões, o destino está intrinsecamente ligado à vontade divina. O debate entre livre-arbítrio e predestinação tem sido um ponto central de divergência entre diferentes doutrinas. Exploraremos as perspectivas de diferentes religiões sobre esse assunto e como elas influenciam a visão de mundo de seus seguidores.

1.3 O Destino como Vontade Divina

Em muitas tradições religiosas, o destino é visto como a vontade de uma entidade superior, seja Deus, deuses ou forças cósmicas. Essa perspectiva sugere que o curso da vida e os eventos futuros são predeterminados, e os seres humanos são meros participantes nesse grande plano divino.

1.4 O Conceito de Destino como Autodeterminação

Por outro lado, algumas correntes filosóficas e espirituais defendem a ideia de que o destino é, em parte, moldado pelas escolhas e ações de cada indivíduo. Essa visão implica no livre-arbítrio, onde as pessoas têm a capacidade de influenciar o curso de suas vidas.

1.5 O Destino como Combinação de Fatores

Uma perspectiva intermediária sugere que o destino é uma combinação complexa de fatores, incluindo eventos aleatórios, decisões pessoais e influências externas. Nessa abordagem, o destino não é totalmente predefinido nem completamente autodeterminado, mas uma teia intrincada de circunstâncias interconectadas.

 

2. Casualidade e Acaso: O Jogo dos Eventos Aleatórios

A casualidade e o acaso são conceitos que desafiam a noção de destino preestabelecido. Essas ideias sugerem que certos eventos ocorrem de forma aleatória, sem qualquer plano ou propósito por trás deles.

2.1. A Relação entre Casualidade e Probabilidade

A teoria da probabilidade desempenha um papel fundamental na compreensão da casualidade. Devemos explorar como a noção de probabilidade se desenvolveu ao longo do tempo e como ela se aplica a eventos aleatórios em diferentes contextos.

2.2. Casualidade e Determinismo Científico

Na ciência, o determinismo é frequentemente discutido em relação aos eventos naturais e ao comportamento humano. A causalidade é uma peça-chave nessa discussão, e devemos abordar como a física e outras disciplinas científicas lidam com a ideia de causalidade em seus estudos.

2.3 A Natureza Probabilística dos Eventos Aleatórios

A ciência moderna reconhece que existem fenômenos em que a casualidade é governada pela probabilidade. A mecânica quântica, por exemplo, lida com eventos subatômicos imprevisíveis, e a teoria do caos descreve sistemas complexos altamente sensíveis às condições iniciais.

2.4 A Relação entre Casualidade e Determinismo

O determinismo é a ideia de que, dadas as condições iniciais do universo, todos os eventos futuros são fixos e previsíveis. Explorar, por exemplo, como a casualidade se relaciona com o determinismo e como a física e a filosofia lidam com essa interação.

3. Causalidade e Relação de Causa e Efeito

Analisaremos as diferentes teorias sobre a causalidade e como elas moldam nossa compreensão do mundo. A casualidade refere-se à relação de causa e efeito, onde a ocorrência de um evento é resultado direto de outro. No entanto, a questão do acaso, ou seja, eventos que ocorrem sem uma causa determinante, desafia a visão causal do universo.

3.1. A Teoria de Hume sobre Causação

O filósofo escocês David Hume trouxe uma perspectiva única sobre a causalidade. Discutir sua teoria sobre impressões e ideias, bem como sua visão sobre a constância da natureza e a indução causal.

3.2. O Problema da Indução

A indução, que envolve extrapolar conclusões gerais a partir de observações específicas, é uma questão importante na análise da causalidade. Abordar o problema da indução e como ele está relacionado à nossa compreensão do mundo causal.

3.3 O Método Científico e a Causalidade

O método científico é construído sobre a premissa de que as relações de causa e efeito podem ser identificadas e testadas empiricamente. Discutir como a causalidade é essencial na formulação de hipóteses, experimentos e conclusões científicas.

3.4 A Causalidade nas Ciências Sociais

A aplicação da causalidade não se limita apenas às ciências naturais, mas também é relevante nas ciências sociais. Verificar por exemplo como a sociologia, a psicologia e a economia utilizam o conceito de causa e efeito para entender comportamentos e fenômenos humanos.

 

4. Interações Complexas: Como Destino, Casualidade e Causalidade se Entrelaçam – Um roteiro para aprofundamento no estudo.

Embora destinos aparentemente traçados e casualidades aleatórias possam parecer conceitos opostos, há uma interação complexa entre eles. Explorar como essas ideias se entrelaçam e como diferentes perspectivas filosóficas tentam conciliar esses conceitos aparentemente contraditórios.

4.1. Determinismo e Livre-Arbítrio

O debate entre determinismo e livre-arbítrio tem implicações significativas em nossa compreensão do destino e da causalidade. Investigar como diferentes filósofos abordaram esse debate e como ele afeta nossa concepção de responsabilidade moral.

4.2. O Papel do Acaso na Causalidade

A causalidade nem sempre é uma sequência linear e previsível de eventos. Examinar como o acaso pode desempenhar um papel fundamental na causalidade, especialmente em sistemas complexos.

4.1. O Papel da Percepção Humana na Compreensão do Destino

A forma como percebemos o destino é influenciada pela causalidade e pela interpretação dos eventos ao nosso redor. Abordar como as pessoas tendem a atribuir significado a eventos aleatórios e como isso afeta a visão que têm sobre seu destino pessoal.

4.2. A Interseção entre Casualidade e Livre-Arbítrio

O conceito de livre-arbítrio pode coexistir com a casualidade? Discutir como a casualidade, ao mesmo tempo que permite eventos aleatórios, também pode ser vista como parte de um grande padrão causal que envolve nossas escolhas e decisões.

 

5. E NA MAÇONARIA

Não é um tema central no estudo de desenvolvimento na Maçonaria. Na verdade, os temas relacionados a destino, casualidade e causalidade são tocados de forma transversal em diversas Instruções nos mais diversos Gr.´. da Ord.´.

Como um dos principais atributos do maçom é o livre arbítrio, atribuído por Deus (seria o Grande Arquiteto do Universo?) quando expulsa Adão e Eva do Paraíso, aparentemente o GADU teria retirado do Homem a possibilidade de ter um destino predeterminado, pois manda ele “trabalhar” para ganhar a vida e o sustento seu e da sua família:

Diz o Genesis 3 17:19

E ao homem declarou:
17 "Visto que você deu ouvidos à sua mulher
e comeu do fruto da árvore
da qual ordenei a você
que não comesse,
maldita é a terra por sua causa;
com sofrimento você
se alimentará dela
todos os dias da sua vida.

18Ela lhe dará espinhos e ervas daninhas,
e você terá que alimentar-se
das plantas do campo.

19Com o suor do seu rosto
você comerá o seu pão,
até que volte à terra,
visto que dela foi tirado;
porque você é pó,
e ao pó voltará".

 Mas o estranho, é que o Homem já havia sido constituído para o trabalho, como diz Genesis 2 15: “Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo.” Independentemente desta aparente contradição (não o é, mas não vou tratar disto aqui), o fato que a partir de sua expulsão do Paraíso, além do trabalho, foi dado ao homem o livre arbítrio. Talvez, na minha conclusão, neste momento passa de uma situação de predeterminismo (bastava não provar da árvore do bem e do mal), para uma situação de causalidade, ou seja, passamos a ser fruto de nossas ações e as suas consequências.

Inegável que o Iluminismo influenciou decisivamente a Maçonaria. Aliás, talvez tenha sido a sua grande impulsionadora como filosofia. A separação da Religião e do Estado, os princípios Universais do Homem, a queda da Monarquia Absolutista como legado de “deus” (minúsculo propositalmente), a democracia, a moral, a ética, o resgate da filosofia antiga e sua modernização: foram fenômenos que além de ter varrido o mundo, forjaram uma nova sociedade (ocidental) que conhecemos até hoje. A Maçonaria renasceu, cresceu e se reproduzir na esteira destes primados do Iluminismo e absorveu, em sua filosofia, não apenas seus princípios como os adaptou às antigas tradições de civilizações que não mais existiam.

Albert Pike, no século XIX, foi uns dois grandes reformadores da moderna maçonaria. No livro "Morals and Dogma", Albert Pike discute várias questões filosóficas, mas não há uma seção específica ou citação direta que aborde o livre-arbítrio de forma exclusiva. No entanto, é possível inferir suas visões sobre o assunto com base em suas crenças maçônicas e suas reflexões sobre a natureza humana. O tema principal naquele momento histórico era a liberdade humana e o viver moral e ético. E foi nisto que ele baseou toda sua obra.

A Maçonaria, em geral, enfatiza o livre-arbítrio como um princípio fundamental, permitindo que seus membros tenham a liberdade de escolher suas crenças, ações e caminhos em busca da virtude e do aprimoramento pessoal. Pike provavelmente apoiaria essa ideia, considerando a importância da liberdade individual na busca do autoaperfeiçoamento e do conhecimento.

Por outro lado, há referência nas “Leis Herméticas”[1], num total de sete (colecionadas entre os séculos I a III da nossa era), há a chamada Lei de Causa e Efeito: "Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa, existem muitos planos de causalidade mas nada escapa à Lei", lembrando-nos, claramente, que os antigos já imaginavam que éramos fruto de um processo de desenvolvimento de causa/efeito. Hoje somos o que somos, não porque o destino estabeleceu, ou porque Deus nos abençoou ou nos puniu (até também), mas porque tomamos decisões que nos levaram até aqui.

Conclusão

Em suma, o destino, a casualidade e a causalidade são conceitos complexos que têm desafiado a mente humana ao longo da história. Enquanto o destino pode ser visto como uma força que guia nossas vidas, a casualidade traz imprevisibilidade e surpresa. A causalidade, por sua vez, é o fio condutor que conecta esses conceitos e nos permite dar sentido ao mundo em que vivemos.

Embora cada conceito seja importante em sua própria medida, é a interação entre eles que nos possibilita explorar a natureza da existência humana e sua relação com o universo. À medida que continuamos a investigar esses temas, somos lembrados de que o conhecimento humano é uma jornada constante em busca de compreensão e significado.

Ao longo deste artigo, exploramos profundamente os conceitos de destino, casualidade e causalidade, desde suas origens históricas até suas implicações filosóficas e científicas. Nossa jornada nos levou a compreender que esses conceitos aparentemente díspares estão intrinsecamente relacionados e moldam nossa visão do mundo e nosso lugar nele.

O destino, em sua predestinação aparente, interage com o acaso, criando uma trama complexa de eventos. Enquanto isso, a causalidade, como a linha que conecta os pontos, nos ajuda a dar sentido a essas interações e a encontrar padrões em meio ao aparente caos.

No entanto, mesmo com todo o conhecimento adquirido, muitas questões permanecem sem respostas definitivas. O mistério do destino, a imprevisibilidade do acaso e a complexidade da causalidade são elementos essenciais que nos impulsionam a continuar buscando compreender o universo e nossas vidas dentro dele.Parte superior do formulário

 

*

*          *

 

[1] Hermes Trismegisto (em latim: Hermes Trismegistus; "Hermes, o três vezes grande") é uma figura mítica de origem sincrética. Essa figura mítica indica o deus Thoth dos antigos egípcios, considerado o inventor das letras do alfabeto e da escritura, escrita dos deuses, e portanto, revelador, profeta e intérprete da divina sapiência e do divino logos. Quando os gregos tiveram conhecimento desse deus egípcio, descobriram que apresentava muitas analogias com seu deus Hermes, intérprete e mensageiro dos deuses, e o qualificaram com o adjetivo “Trismegisto” que significa “três vezes grandíssimo”.


Clique para ler mais...

domingo, 19 de fevereiro de 2023

AS SETE LEIS DO HERMETISMO - Natureza e Espiritualidade


Por M.'.I.'. Luis Genaro Ladereche Figoli

G.'.33°

O Hermetismo é uma tradição espiritual que tem suas raízes na filosofia e na mitologia egípcia, e que foi desenvolvida na Grécia Antiga. Suas leis, também conhecidas como "Princípios Herméticos", são geralmente consideradas como um conjunto de ensinamentos que guiam aqueles que buscam compreender e aplicar as leis universais do cosmos.

Estas Leis são atribuídas a Hermes Trimegisto "Hermes, o três vezes grande") que é uma figura mítica de origem sincrética. Essa figura mítica indica o deus Thoth dos antigos egípcios, considerado o inventor das letras do alfabeto e da escritura, escrita dos deuses, e portanto, revelador, profeta e intérprete da divina sapiência e do divino logos. Quando os gregos tiveram conhecimento desse deus egípcio, descobriram que apresentava muitas analogias com seu deus Hermes, intérprete e mensageiro dos deuses, e o qualificaram com o adjetivo “Trismegisto” que significa “três vezes grandíssimo”.

Na antiguidade tardia, especialmente nos primeiros séculos da era imperial (sobretudo no séculos II e III depois de Cristo), alguns teólogos e filósofos pagãos, em contraposição ao cristianismo galopante, produziram uma série de escritos, conhecidos como literatura hermética, apresentando-os sob o nome desse deus, com a evidente intenção de opor às Escrituras divinamente inspiradas dos cristãos, como outras escrituras difundidas como divinas “revelações”. A literatura hermética hoje em dia está quase perdida.

As pesquisas modernas já acordaram, sem sombra de dúvida, que sob a máscara do deus egípcio se escondem autores diversos, e que os elementos “egípcios” são exíguos. Na realidade, trata-se de uma das últimas tentativas de resgate do paganismo, amplamente fundado em doutrinas do platonismo da época (o médio platonismo).

Pela diversidade de temas, é pouco provável que todos esses livros tenham sido escritos por uma única pessoa, mas representam o saber acumulado pelos egípcios ao longo do tempo.

Alguns autores figuristas consideravam Hermes Trismegisto, bem como outros personagens lendários antigos, como sendo a mesma pessoa do patriarca bíblico Enoque.

As sete leis do Hermetismo são:

1. Princípio de Mentalismo: "O Todo é mente; o universo é mental". Este princípio ensina que tudo no universo é mental e que a mente é a causa primária de toda a criação.

2. Princípio de Correspondência: "Como é em cima, é embaixo; como é dentro, é fora". Este princípio ensina que existem correspondências entre as leis e fenômenos dos planos físico, mental e espiritual.

3. Princípio de Vibração: "Nada está parado; tudo se move; tudo vibra". Este princípio ensina que tudo no universo está em constante movimento e vibração.

4. Princípio de Polaridade: "Tudo é duplo; tudo tem polos; tudo tem o seu oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau". Este princípio ensina que tudo tem seu oposto e que esses opostos são complementares.

5. Princípio de Ritmo: "Tudo tem fluxo e refluxo; tudo tem suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta por oscilações compensadas; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação". Este princípio ensina que tudo no universo tem um ritmo e um movimento, e que esses movimentos são equilibrados e compensados.

6. Princípio de Causa e Efeito: "Toda causa tem seu efeito; todo efeito tem sua causa; tudo acontece de acordo com a lei; o acaso é simplesmente um nome dado a uma lei não reconhecida; há muitos planos de causalidade, mas nada escapa à lei". Este princípio ensina que toda ação tem uma reação correspondente e que tudo o que acontece tem uma causa e uma explicação.

7. Princípio de Gênero: "O gênero está em tudo; tudo tem seu princípio masculino e feminino; o gênero se manifesta em todos os planos da criação". Este princípio ensina que tudo no universo tem um princípio masculino e feminino e que esses princípios são necessários para a criação e a manifestação da vida.

Essas leis são consideradas fundamentais para a compreensão da natureza do universo e para a evolução espiritual e pessoal.

Fonte:
Wikipedia
Pike, Albert - Moral e Dogma
Adum, Jorge - As Chaves do Reino Interno

Ajude-nos a manter o Blog; PIX 51995835070
Clique para ler mais...

sábado, 14 de abril de 2018

A Ciência Moderna e a Maçonaria - A Busca de uma Consciência Superior.



Por:
Irm.'. Luis Genaro Ladereche Figoli
M.'.I.'. Grau 32°

Heine, poeta e filósofo alemão, dizia que "não existe plágio na filosofia", é claro se não houver cópia literal do pensamento de outrem e apor nossa assinatura. Num nível mais alto e sutil, muito além do pragmatismo da vida cotidiana, sabemos que as ideias fundamentais da filosofia "pairam na atmosfera", reclamando somente uma atenção maior, um poder de percepção mais aguçado e, sobretudo, o raro dom de síntese a fim de serem sistematizadas, trazidas até o nosso mundo das idéias e dos ideais. Todos os conceitos expressos neste artigo já são conhecidos. Estão disponíveis na mídia mundial, em livros recentemente escritos, com as novas descobertas científicas. Também se encontram em nossos escritos maçônicos, com mais de duzentos anos, alguns com vários milenios, como vamos ver. O nosso propósito foi traçar um paralelo entre estas informações dispersas e aparentemente desconexas, entre a ciência moderna e nossa filosofia como forma de demonstrar que há, por traz de tudo isso, um conceito maior, que talvez esteja em nossa frente e não o consigamos perceber. Esta é minha tentativa de modesta contribuição. Tentar unir as pontas aparentemente desligadas e, em alguns casos, contraditórias.

Na física:

Somos feitos de vazios!!!. Pois bem, não estou me referindo a vazios existenciais, mas de vazios físicos mesmo. Explico: em nosso corpo existem 7 octilhões de átomos, os quais existem de 14,7 bilhões (o hidrogênio por exemplo) a 11 bilhões de anos (o carbono por exemplo). Somos assim, poeira das estrelas, mas esse não é o papo. O mais impressionante é que os átomos são compostos de grandes espaços “vazios”. Noventa e nove por cento, segundo a física quântica. A sua estrutura é similar à do sistema solar: uma parte central concentra a massa (núcleo/sol) e partículas giram ao seu redor (elétrons/planetas). Os elétrons, porém, se movimentam como ondas. Sua trajetória não é determinada por uma órbita regular, mas por um cálculo de probabilidades. Exemplificando, se pudéssemos amplificar um próton de um átomo de hidrogênio,  ao tamanho de nosso Sol, o elétron que órbita em torno dele, estaria distante a incríveis 47 bilhões de quilômetros, ou seja oito vezes mais distantes do que a distância do Sol a Plutão. Outro comparativo: se este próton tivesse o tamanho de uma bola de gude, o elétron de encontraria a 2.000 quilômetros de distância. Entre eles, vazio. Se um átomo tivesse um centímetro de raio, seu núcleo teria 800 bilhões de quilogramas, ou seja, sua massa seria semelhante à de um arranha-céus. A densidade, então, seria aproximadamente 1,91x1013 kg/m3. Em suma, cada um de nós, além de pertencer ao Universo (e ser sua consciência existencial) somos compostos por um gigantesco universo interno, com mais de 99% de vazios ou de matéria ou energia escura que até hoje não sabemos o que é!!!!

E na Maçonaria:

Como sabemos, nossa filosofia, repositório dos antigos mistérios das mais diversas civilizações, desde que o homo sapiens sofreu a revolução cognitiva à aproximadamente 70 mil anos atrás, construiu suas teses a partir da contemplação e, fundamentalmente, da inspiração fruto da meditação e do contato com uma consciência ampliada e superior, que chamamos de Verdade.

Desde cedo, na Ordem, aprendemos que nosso Templo é uma representação do Universo. Mas também aprendemos que temos o Templo Exterior e o Interior. E o que o nosso Templo Interior também é um Universo. 

Sabemos também que a busca é interior, pois "tudo que tem encima, tem embaixo, e o que esta dentro é como o que está fora". Esta é uma das Leis do Hermetismo, que é um conjunto de princípios atribuídos a Hermes Trimegisto que formam uma filosofia que ficou conhecida como Hermetismo.

Hermes Trimegisto viveu, segundo se especula, por volta de 1.300 a.C..A literatura Hermética hoje em dia foi quase perdida. Estima-se que Hermes Trismegisto fora a inspiração para diversos pensadores da Antiguidade que o sucederam, como Sócrates, Platão e Aristóteles.
Seus conhecimentos encontrariam particular força na Idade Média, quando os Alquimistas estudavam os princípios Herméticos sob o pretexto de transformar chumbo em ouro. Todavia, a escusa utilizada pelos Alquimistas não passava de um pretexto. Seu verdadeiro objetivo era estudar o processo de transformação do ser humano. Como o ouro, o objetivo era transformar a essência humana imune à desintegração.
Através da contemplação e da cognição, talvez, com acesso a uma consciência superior (ou outra dimensão da nossa própria consciência), os filósofos e as civilizações antigas "intuíram" o que hoje estamos "descobrindo" através da ciência. E a Maçonaria, como repositório destas antigas civilizações e seus mistérios, traduz hoje em dia para cada um de nós, este conhecimento (Kabbalah) na forma de pilulas sobre a Verdade.
Nossa filosofia e a ciência não se chocam, se complementam. Nossa realidade sensitiva (fruto dos estímulos de nossos cinco sentidos no ambiente) é uma pequena porção da realidade. Somos mais do que corpo material, com cognição e inteligência. A ciência ainda não consegue explicar (e talvez nunca consiga) qual a  verdadeira dimensão da realidade. Pesquisas recentes buscam demostrar que poderemos co-existir em várias dimensões de realidade, ou em diversos Universos chamados de Mulltiversos (e já há modelos matemáticos que conseguem se aproximar desta tese). Assim, o que enxergamos, ouvimos, cheiramos, tocamos e sentimos o gosto, pode ser apenas uma "ilusão" da nossa mente. "O Todo é Mente; o Universo é mental", dizia Trimegisto à mais de 3.000 anos atrás.
Damos demasiada importância a este ciclo de nossa existência, que sequer sabemos se ela é real ou não. Descuidamos do essencial, preocupados no aparente. Precisamos prestar atenção nos ensinamentos que a nossa filosofia nos traz, nesta escalada que se nos apresenta (simbolicamente representada pela Escada de Jacó) que, muito além do que a religação ao Divino, se propõe a buscar a Luz, que pode ser a nossa Verdadeira Consciência Superior. E o caminho que se propõe é através da prática continuada da Virtude, cujas expressões máximas não: Fé, Esperança e o Amor Fraternal.
Somos matéria em 99% de vazios incongnisíveis!!!! Pretendemos ser a consciência do Universo, quando estamos limitados a cinco sentidos primários, e sequer sabemos como chegamos até aqui, e para onde devemos ir!!!! Precisamos atingir níveis mais elevados de nossa consciência, níveis mais situis, que nos permitam (através da meditação), buscar a Verdade oculta. Esta é a grande tarefa da Maçonaria e de nós Maçons. E esta poderá ser a grande contribuição que daremos à humanidade. 

*
*    *
Clique para ler mais...

segunda-feira, 8 de maio de 2017

O ápice da escada filosófica na Maçonaria, o Cav.´. Kadosh, reedificando o Templo Interior.


Por Irm.´. Luis Genaro Ladereche Fígoli (Moshe)*

O Simbolismo no 30º Gr.´. da Maçonaria

Introdução - História e Lenda

O Grau 30 do REAA, representa o último Grau Filosófico, com profundos ensinamentos morais e esotéricos, como de depreenderá neste trabalho.
Denominado Kadosh, que significa santo, em hebraico. É também a expressão utilizada para designar o nome de Deus dos judeus. Kadosh significa também algo sagrado, ou um indivíduo que foi consagrado perante outras pessoas. Kadosh também aparece na Bíblia, no Antigo e no Novo Testamento e no Torá[1], sempre em oração para exaltar Deus. Daí vemos uma profunda vinculação com a tradição hebraica-judia deste Grau.
Não há consenso sobre a verdadeira origem do Grau, mas poderia advir das Cruzadas, tendo surgido a partir da Ordem de Cavalaria filiada aos Cavaleiros Teutônicos, a Ordem dos Irmãos Hospitaleiros de Santa Maria[2]. Outros autores, no entanto, referenciam como um Grau de vingança templária, dedicado a vingar, simbolicamente, a morte do último grão-mestre da Ordem do Templo, Jacques De Molay. A influência templária aparece claramente no ritual na parte em que é exposta a história da Ordem do Templo[3].

Diz o Ritual sobre e lenda do Grau:

Sabeis como, em 1118 dois companheiros de armas e Godofredo de Bouillon, na Palestina, Hugo de Payens e o flamengo Godofredo de Saint-Omer dedicaram-se, com sete outros CCav.´., à proteção dos peregrinos que visitam os lugares Santos. Tendo fixado seu quartel em uma casa vizinha ao Templo de Salomão, denominavam-se ‘Nobres Soldados do Templo’. Dez anos após, constituíram-se definitivamente em Ordem Militar e Religiosa. Ainda não se findara o século e eles já possuíam, na Palestina, um verdadeiro exército e cobriam a Europa com seus mosteiros e suas capelas. Resta-me dizei-vos, agora, como no seio da Ordem, constituíram um Colégio de Kadoschs....Deveis suspeitar que os CCv.´. do Templo não percorreram impunemente o velho Oriente onde florescia outrora a árvore da ciência do bem e do mal[4]. De seu contato com as escolas mais vizinhas do berço das tradições cristãs, mais impregnadas da cultura antiga e mais adiantadas nos domínios da Gnose[5], eles colheram ensinamentos cuja transmissão quiseram assegurar fundando, entre eles, um Colégio de CCv.´. Kadosh, que pretendia dar aos antigos símbolos uma interpretação complementar e final.”[6]

Mais adiante, a Lenda continua passando para a C.´. revestida de Preto, em sinal de dor e luto, por um crime praticado:

“...Um traidor nos vendeu. Encontramos nosso Judas sob a viseira de um Cav.´., nosso Herodes sob a coroa de um rei, nosso Pilatos sob a tiara de um Papa. A 13 de outubro de 1307, todos os Templários da França, por denúncia de Squim de Floriam, foram presos por ordem de um Príncipe que ambicionava seus bens, despojados de suas terras, atirados em cárceres e submetidos à tortura. Já vinte e cinco dos nossos haviam morrido nas torturas e sessenta tinham sido queimados. Clemente V, cúmplice de Felipe, o Belo, estendeu essas medidas a toda a Cristandade e ilegalmente decretou a supressão da Ordem. Enfim, nosso Eminentíssimo G.´.M.´. Jacques De Molay foi condenado a se ter recusado a confissões arrancadas pela fraude....”[7]

Na hora da morte do Grão-Mestre, este jogou uma profecia contra o rei e o Papa, que, segundo a lenda, teria se cumprido:

O Túmulo de Clemente V foi violado em 1577, pelos Calvinistas; o de Felipe, o Belo, em 1793, pelos Jacobinos; os despojos foram queimados ou lançados ao monturo[8], ao passo que Jaques De Molay, reabilitado pela posteridade, recebeu as homenagens ao seu heroísmo em face da morte[9].

Organizando um pouco a lenda contada pela Maçonaria, em relação à verdadeira história, vemos algumas incorreções que não modificam em nada o contexto, e principalmente, a mensagem que se pretende passar. Por exemplo, Godofredo de Bouillon[10] fora um líder da Primeira Cruzada e morreu em 1100, ou seja, antes da fundação da Ordem do Templo que ocorreu em 1118. De fato, a Ordem dos Templários foi fundada por Hugo de Payens, com o apoio de mais 8 cavaleiros (entre os quais se encontrava Godofredo de Saint-Omer) e do rei Balduíno II de Jerusalém, após a Primeira Cruzada, com a finalidade de proteger os peregrinos que se dirigiam a Jerusalém, vítimas de ladrões em todo o percurso e, já na Terra Santa, dos ataques que os muçulmanos faziam aos reinos cristãos que as Cruzadas haviam fundado no Oriente.
Com o passar do tempo, a Ordem do Templo ficou riquíssima e muito poderosa: receberam várias doações de terras na Europa, ganharam enorme poder político, militar e econômico, o que acabou permitindo estabelecer uma rede de grande influência no continente. As derrotas sofridas pela ordem reforçaram a ideia, nos altos escalões do clero, de que os templários já não cumpriam sua missão de liberar e proteger os caminhos para Jerusalém. A principal derrota aconteceu em 1291, quando os muçulmanos conquistaram São João de Acre, a última cidade cristã na Terra Santa. Antes de tal ocorrido, o rei Filipe, o Belo havia solicitado sua entrada na ordem, porém, não foi aceito por se recusar a abdicar de suas riquezas e poderes, a partir desse momento começou sua perseguição à Ordem do Templo. Na noite de 18 de março de 1314, o rei Filipe, o Belo e o papa Clemente V mandaram Jacques De Molay (último grão-mestre dos templários) e Guy D'Auvergnuie (seu preceptor) à fogueira.
Coincidência ou não com a profecia de Jaques De Molay, o Papa Clemente V morreu um mês depois do sacrifício do Grão-Mestre à 20 de abril de 1314, e o rei Felipe, O belo, à 29 de novembro do mesmo ano.

 A moral e o significado da Lenda do Grau
O Templo
Este Grau identifica influência, também, da civilização Grega Antiga, quando denomina o Templo onde se desenvolvem os trabalhos de “Areópago”. O Areópago era o tribunal ateniense encarregado do julgamento daqueles que cometiam crimes contra o estado. Os acusados submetidos ao julgamento do Areópago não tinham direito á apelação. Essa espécie de conselho foi copiada também pelos cavaleiros medievais, que realizavam suas ordálias em um local semelhante ao Areópago grego.
Em tempos de paz o areópago funcionava como tribunal responsável pelos julgamentos dos crimes contra a vida e contra o Estado. Os membros do Areópago eram aristocratas escolhidos nas melhores famílias atenienses, razão pela qual formavam um grupo de “eleitos”, supostamente os cidadãos mais virtuosos da comunidade. Daí a sua analogia com a Maçonaria, dado o seu caráter de Assembleia elitista e corporativista.
Os trabalhos do Grau são desenvolvidos em duas salas: Uma Vermelha (o Cons ou Areópago) e uma Preta (Cam ). Há uma clara influência da tradição hermética denunciada na constituição das C. No magistério de Hermes Trismegisto também se fala das duas fases pelas quais deve passar a matéria prima da Grande Obra, identicamente à adotada pela Maçonaria. Provavelmente, os autores do Grau, trouxeram os conceitos do Hermetismo para o mesmo. As cores, tanto a vermelha e preta, quanto a preta e branca (da águia bicéfala), relembram os mistérios herméticos, como também, os conceitos da dualidade (bem e mal) que são estudados desde o primeiro grau da Maçonaria.
A Águia Bicéfala
Um símbolo importante no Grau é a águia branca e preta, de duas cabeças (bicéfala). Este símbolo aparece na iconografia e heráldica de várias culturas indo-europeias e mesoamericanas. Na Europa, procede da águia bicéfala hitita, chegando à Idade Média ocidental através do Império Bizantino. Muitos estados, como o Império Bizantino ou o Império Russo usaram-na em bandeiras, estandartes e escudos. As cabeças da águia mirando para lados opostos representavam o poder e a nobreza exercidos tanto sobre o Oriente quanto sobre o Ocidente, como foi o caso de Impérios intercontinentais, tal qual Bizâncio e a Rússia. Ainda segundo Anatalino (2011) o uso da águia bicéfala denuncia a influência da Maçonaria prussiana sobre o desenvolvimento do ritual, pois tal símbolo era o distintivo que ornava os estandartes do reino da Prússia no reinado de Frederico II.
A Cruz Teutônica
Verifica-se também, como símbolo do Grau, a Cruz Teutônica, que aparece nos estandartes do Corpo, e no avental do Grau, com o número 30 inscrito ao centro.
 A Cruz Teutônica tem o formato de uma cruz latina, porem como as quatro extremidades alongadas. Esta Cruz surgiu da A Ordem dos Cavaleiros Teutônicos de Santa Maria de Jerusalém, conhecida apenas Ordem Teutônica (em latim: Ordo Domus Sanctæ Mariæ Theutonicorum) foi uma ordem militar cruzada, vinculada à Igreja Católica por votos religiosos pelo Papa Clemente III. Tendo sido formada em São João de Acre, em Israel, na época das Cruzadas, no final do século XII. Os seus membros usavam sobrevestes brancas com uma cruz negra. Tiveram a sua sede em Montfort, uma fortaleza construída nos tempos do Reino de Jerusalém (1099-1291), durante as Cruzadas, cujos vestígios se conservam no norte de Israel.
A Ordem Teutónica foi uma das mais poderosas e influentes da Europa. A maioria dos seus membros pertencia à nobreza, inclusive a família real prussiana e outros nobres germânicos. Os soberanos e a nobreza dos estados antecessores à atual Alemanha eram membros da ordem.
Em 1809, quando Napoleão Bonaparte determinou a sua extinção, a Ordem perdeu as suas últimas propriedades seculares, mas logrou sobreviver até o presente. O decreto papal emitido por Pio XI, a 21 de novembro de 1929, transformava os cavaleiros teutônicos numa ordem clerical composta por sacerdotes, padres e freiras. Atualmente, tem a sua sede em Viena, Áustria, e trabalha primordialmente com objetivos assistenciais.

A Escada Místeriosa
Da filosofia gnóstica e outras, recebemos o conceito dos “sete céus”. Em religiões como Hermetismo, Gnosticismo, Judaísmo e Islamismo, existe uma tradição de que o universo pode ser categorizado em Sete Céus ou Reinos. O número sete simbolicamente representa a completude perfeita em referências bíblicas, como nos sete dias da semana, os sete olhos e chifres do Cordeiro de Deus no Apocalipse, a sétima geração de Adão, Lamech, que era completamente perverso e Enoque que andou com Deus[11].
Precisamos lembrar que há uma referência a estes “sete céus”, na figura dos sete planetas ou “esferas” conhecidos pela antiguidade, e que foram objeto de análise no Grau 28°
Recordando:
De acordo com o ritual do Grau, o espírito que se encontra no Or.´. Místico, aspira descer para a Terra, para aí combater na luta do bem e o mal, dissipar o erro e vencer a iniquidade, com o fim de aperfeiçoamento do mundo.
A forma de combater o mal e praticar o bem, é uma antiga fórmula, bem como nos mistérios de Zoroastro, em conversa da Boa Mente com Zaratustra: Boas Palavras, Bons Pensamentos e Boas Ações.
Sete astros errantes circulam o caminho do céu e com eles é tecida a eternidade:
1.           O Sol com a faculdade de conhecer;
2.           A Lua com o desejo de viver;
3.           Marte com o instinto da Luta;
4.           Mercúrio com o prazer das riquezas;
5.           Júpiter com a ambição;
6.           Vênus com o prazer da mulher;
7.           Saturno com a inclinação ao repouso.
Estando armado das faculdades e atributos necessários, o espírito é advertido que a sua sorte está na dependência do uso que delas fizer, já que poderão sem empregadas para o aperfeiçoamento moral ou, se mal-empregadas, para a degradação e o enfraquecimento moral.
Daí o homem se encontra mais uma vez colocado entre as boas e más ações, entre as obras de luz ou das trevas, entre a vida e a morte. Alerta para que as más não apaguem as boas, ao final da jornada”[12].
Reencontramos este conceito, agora no Grau 30, na forma de uma “Escada Místeriosa”[13], ou a “Escada Dupla dos Sete Degraus” como mencionado no Ritual.
Existem várias referências a escadas na simbologia maçônica. A encontramos no Primeiro Grau, com o nome de “Escada de Jacó”, evocações a tradição hebraica, que sugere uma ligação mística entre a terra e o céu, por onde os “anjos sobem e descem”[14]. Na interpretação de Da Camino (2013), as “esferas de Pitágoras” ou os “Sete Planetas” (vistos no Grau 28°) representam a Escada de Jacó.


No Segundo Grau, encontramos a “Escada em Caracol” que mostra a difícil trajetória do Comp.´.. Com seus degraus em espiral ela representa a dificuldade em subir, aprender e auto aperfeiçoar-se, mostrando que a evolução não se desenvolve de uma forma constante e retilínea. Ela tem seus altos e baixos. Sua persistência em busca da luz, será a recompensa, pois atingirá o topo da escada. Se a Escada de Jacó representa a ascensão espiritual, a Escada de Caracol representa a ascensão Moral e Intelectual.
Reencontramos este conceito, agora no Grau 30, na forma de uma “Escada Místeriosa” , ou a “Escada Dupla dos Sete Degraus” como mencionado no Ritual. Ela não apenas une apenas a Terra ao Céu (como faz a Escada de Jacó) mas parte da Terra para volta à Terra.
Os sete degraus ascendentes representam a hierarquia das ciências que nos permitem conhecer o universo. Seus sete degraus ascendentes lembram as principais Virtude cuja prática nos faz cooperar para a felicidade de nossos semelhantes[15].
As duas séries (ascendentes) que se completam, representam - de acordo com a instrução – uma, a educação do espírito, outra o coração. Em nossa opinião, como se tratam de Virtudes morais, mais do que educação do coração (sentimentos e intuição), estriamos tratando de educação da razão.
Em cada segmento da escada, encontram-se as expressões hebraicas: Aheb Eloan[16], que significa “Amor a Divindade” e Aheb Kerebo, que significa “Amor à Humanidade”.
Parece razoável pensar que os autores deste Grau nos mostram que para alcançar o topo da escada, além de ser necessário o uso da ciência e da prática da Virtude (sete ciências e sete Virtudes), devemos ter por base o Amor Fraterno pelos nossos semelhantes e amor a Deus, como a filosofia Maçônica nos ensina desde o Primeiro Grau.
João Anatalino[17] diz a respeito à interpretação sobre os graus da Escada Misteriosa:
No ritual se associam a cada lance dessa escada uma das sete artes liberais, que são a Astronomia, a Música, a Geometria, a Aritmética, a Lógica, a Gramática e a Retórica. Cada uma com suas correspondências astrológicas. René Guenón[18] descreve a Escada do Kadosh como sendo uma escalada iniciática onde o neófito começa no Primeiro Céu (Tsedakah), correspondente a Justiça e termina no Sétimo Céu (Emounah), correspondente a Fé. Assim, cada degrau da Escada do Kadosh corresponde, ao mesmo tempo, a um dos sete céus da tradição gnóstica e a uma das virtudes teologais. Unem-se, dessa forma, a doutrina da Igreja Católica e as tradições gnósticas”.
Importante, como diz Da Camino, esta escada serve para subida e para descida, e ela tem um limite, que depende da sinceridade e da aplicação nos estudos. Proporciona nossa filosofia, uma escalada proveitosa, mas também a possibilidade de uma descida segura.

Moral do Grau
O Grau 30º trabalha com o conceito da reedificação do Templo. Como já sabemos, o Templo de Salomão foi destruído e reconstruído por três vezes (a última por Herodes) e definitivamente destruído pelo general Tito em 70 d.C, pelos romanos, no seguimento da Grande Revolta Judaica.
Desta vez, o Maçom sobre os transitórios destroços do Templo, agora passa a desempenhar a missão de CCav de Kad trabalhando em sua edificação sem necessitar de pedra nem de cimento, porque é o Templo do Ideal, onde se pressente a Realidade Suprema, que não é matéria nem espírito, mas de onde eles procedem.
Segundo o Ritual, depois de abordar questões metafísicas, do átomo, força, matéria e espírito; após sentir as vibrações da Energia incessante e infinita que agita a imensidade do Éter, deve o CCav de Kad colaborar na fundação daquilo que os profetas chamam de Reino de Deus, qual seja, o da Justiça revelada pela Razão e vivificada pelo Amor.
Deve assim, como Obra, o CCav de Kad recomeçar “a construção do terceiro Templo”[19] e vingar os sofrimentos dos mártires[20].
A destruição, diz Da Camino[21], não é apenas simbólica, mas importa em apagar conceitos velhos e esvaziar completamente o Templo, retirando-lhe tudo o que nele se acumulou  para dar-lhe maiores dimensões.
A luta do CCv.´. Kadosh, além da construção do seu novo Templo interior, despojado de todas os defeitos e vaidades, é “vingar a morte do Grão Mestre e de seus companheiros de martírio, investindo contra os abusos dos quais foram vítimas e que ainda existem, combatendo sem esmorecimento, o depotismo religioso ou político quer venho do alto ou do baixo, quer se encarne em um Papa ou num Monge, em um Príncipe ou em um Político, em uma aristocracia que se julgue no direito a tudo em virtude do nascimento ou da riqueza, ou em uma massa popular que desconheça os direitos do indivíduo porque ela representa o número e a força”[22].
Mas, em verdade, a vingança será a do Kadosh sobre si mesmo, a de matar o seu “eu inferior”, ou melhor, alinhá-lo, integrá-lo ao “Eu Superior”, ao mesmo tempo que ajuda na transformação social e espiritual do mundo
Diferentemente do que alguns IIr.´. ainda pensam, em relação à forma como vamos reagir e lutar em busca da liberdade (a busca primaz do livre Arbítrio), nossas armas não são mais o punhal, o cutelo ou o estilete. São a pena e a palavra. A influência que cada um possa exercer em torno de si, o exemplo do respeito pela liberdade dos outros, a mão estendida a quem estiver oprimido em sua consciência ou lesado em seus direitos.
*
*            *

Bibliografia:
Da Camino, Rizzardo: A Loja de Perfeição de 1° ao 33°;Ed. Madras, 2006.
Gervásio de Figueiredo, Joaquim – Dicionário de Maçonaria.
PACHECO JR, Walter – Uma Visão Global dos 33 Graus do REAA. Ebook
VENEZIANI COSTA, Wagner - Uma visão global dos 33 graus do R E. A. A. http://cidademaconica.blogspot.com.br/2007/07/uma-viso-global-dos-33-graus-do-r-e-a.html
ASLAN, Nicolas - Instruções para Oficinas de Conselho de Kadosch (graus 19 ao 30) — Gráfica Editora Aurora — Rio — 1984.
DA CAMINO, Rizzardo – KADOSH do 19° ao 30° - Editora Madras, São Paulo, 2013.
ANATALINO, João – O Cavalheiro Kadosh – Artigo. http://www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=2706782
Ritual do Grau;
Bíblia Sagrada
Wikipédia




[1] Torá (significando instrução, apontamento) é o nome dado aos cinco primeiros livros do Tanakh (também chamados de Hamishá Humshêi Torá, as cinco partes da Torá) e que constituem o texto central do judaísmo. Contém os relatos sobre a criação do mundo, da origem da humanidade, do pacto da Divindade com Abraão e seus filhos, e a libertação dos filhos de Israel do Egito e sua peregrinação de quarenta anos até a terra prometida. Inclui também os mandamentos e instruções que segundo o judaísmo tradicional, foram dadas a Moisés para que a entregasse e ensinasse ao povo de Israel.
[2] Segundo Rizzado Da Camino
[3] ANATALINO, João – O Cavalheiro Kadosh – Artigo. http://www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=2706782
[4] A árvore da Ciência do Bem e do Mal é citada na Bíblia, nos capítulos iniciais do livro do Gênesis, correspondendo a um importante elemento da criação segundo a crença judaico-cristã. — Gênesis 2:9; 2:16-17; 3:1-24. No Jardim do Éden, Deus utilizou duas árvores com objetivos simbólicos: a "árvore da vida" e "a árvore da Ciência do Bem e do Mal". Não respeitar o decreto de Deus referente a esta última árvore teria resultado na queda do homem.
[5] Conhecimento esotérico da verdade espiritual, combinando mística, sincretismo religioso e especulação filosófica, que diversas seitas dos primeiros séculos da era cristã, consideradas heréticas pela Igreja, acreditavam ser essencial à salvação da alma.
[6] 
[7] 
[8] lixo
[9] 
[10] Godofredo de Bulhão (Godefroy de Bouillon em francês; Bolonha-sobre-o-Mar, 1058 - Jerusalém, 18 de Julho de 1100), foi um nobre e militar franco, duque da Baixa Lorena (1087-1100), senhor de Bulhão (1076-1096), um dos líderes da Primeira Cruzada e o primeiro soberano do Reino Latino de Jerusalém, apesar de recusar o título de rei.
[11] Wikipedia
[12] Grau 28° Cav.´. do Sol. – do Autor
[13] Assim a denomina Rizzardo da Camino.
[14] “E sonhou: e eis uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela” Genesis 28:12.
[15] 
[16] Eloan ou Eloah, significa Deus em Hebraico. Deus "poderoso, forte, proeminente" (Gênesis 7:1, Isaías 9:6) - etimologicamente, El parece significar "poder", como em "Tenho o poder para prejudicá-los" (Gênesis 31:29). El é associado com outras qualidades, tais como integridade (Números 23:19), zelo (Deuteronômio 5:9) e compaixão (Neemias 9:31), mas a raiz original de ‘poder’ continua.
[17] ANATALINO, João – O Cavalheiro Kadosh – Artigo. http://www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=2706782
[18] René Guénon (Blois, 15 de novembro de 1886 — Cairo, 7 de janeiro de 1951) foi um metafísico gnóstico, esoterista e crítico social francês. Sua influente obra pode ser classificada em três vertentes: 1. Exposição da metafísica tradicional; 2. Crítica do materialismo e individualismo do mundo moderno; 3. Explicação do simbolismo tradicional das diversas civilizações tradicionais
[19] Ou seria o quarto? Há entre os autores divergências neste ponto. O original Templo de Salomão teria sido totalmente destruído por Nabucodonosor II da Babilónia, em 586 a.C., após dois anos de cerco a Jerusalém. Os seus tesouros teriam sido levados para a Babilónia e deu assim início o período que se convencionou chamar de Exílio Babilônico ou Cativeiro em Babilónia na história judaica. Décadas mais tarde, em 516 a.C., após o regresso de mais de 40.000 judeus do Cativeiro Babilónico foi iniciada a construção no mesmo local do Segundo Templo. Séculos mais tarde, à época de Jesus, o rei Herodes, o Grande, querendo agradar aos judeus, reconstruiu o templo, que foi destruído pelo general Tito em 70 d.C, pelos romanos, no seguimento da Grande Revolta Judaica.
[20] Ver Lenda do Grau
[21] Da Camino, Rizzardo: Kadosh do 19º ao 30º;Ed. Madras, 2013.
[22] 
Clique para ler mais...