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sexta-feira, 3 de novembro de 2023

A VOLTA DO MESTRE – Conversa com o Aprendiz

 

A VOLTA DO MESTRE – Conversa com o Aprendiz

 

Por M.´.I.´. Luis Genaro L. Figoli (Moshe)

Grau 33° REAA

 

No Templo:

Mestre: Bem-vindo, meu jovem. Hoje, vamos explorar juntos alguns dos conceitos mais profundos da existência humana. Vamos começar pela natureza da vida. O que você acha que é a vida, meu aprendiz?

Aprendiz: Mestre, a vida, em sua essência, é um presente. É a capacidade de experimentar, aprender, crescer e evoluir. É a manifestação da energia e da consciência em um corpo físico.

 Mestre: Excelente observação. A vida é, de fato, um presente precioso. Mas também é efêmera. Cada ser vivo, incluindo nós, tem um tempo limitado neste mundo. E é essa finitude que nos leva a refletir sobre a justiça e a moral. O que você pensa sobre a justiça, meu aprendiz?

Aprendiz: Justiça é o princípio que visa a equidade e a imparcialidade. Envolve dar a cada um o que é devido, baseado em regras e valores estabelecidos. É a busca por um equilíbrio entre o certo e o errado.

 Mestre: Você está certo. A justiça é a base da sociedade. Ela assegura que as pessoas sejam tratadas com dignidade e respeito. No entanto, a moral desempenha um papel igualmente importante. Qual a sua compreensão da moral, meu aprendiz?

Aprendiz: A moral é o conjunto de princípios e valores que guia nosso comportamento. Ela determina o que é certo e errado, muitas vezes baseada em normas culturais e éticas pessoais. A moral nos ajuda a fazer escolhas que são consistentes com nossas crenças e valores.

Mestre: Exatamente, a moral é uma bússola interna que nos ajuda a navegar pelas complexidades da vida. É importante notar que a moral varia de pessoa para pessoa e de cultura para cultura. E isso nos leva a uma questão crucial: como podemos discernir o que é verdadeiramente sábio em meio a tantas perspectivas diferentes?

Aprendiz: Mestre, a sabedoria parece ser a capacidade de aplicar um discernimento profundo e uma compreensão clara para tomar decisões que beneficiem a nós mesmos e aos outros. A sabedoria nos ajuda a encontrar o equilíbrio entre a justiça e a moral, considerando a complexidade da vida.

 Mestre: Você está no caminho certo. A sabedoria é o resultado de uma busca constante pelo conhecimento e pela compreensão, aliada à experiência. É a capacidade de ver a imagem maior, de compreender a interconexão de todas as coisas, e de agir de maneira que promova o bem-estar não apenas no curto prazo, mas a longo prazo.

Aprendiz: Então, mestre, a busca pela sabedoria é a chave para encontrar a justiça e a moral em nossas vidas, mesmo diante das diferenças culturais e individuais?

 Mestre: Sim, meu jovem. A sabedoria nos ajuda a reconciliar as complexidades da vida e a tomar decisões justas e morais, independentemente das circunstâncias. É uma jornada longa e desafiadora, mas é uma jornada que vale a pena. Aprender e crescer juntos é a essência da vida, da justiça, da moral e da sabedoria.

Aprendiz: Mestre, enquanto exploramos a natureza da vida, da justiça, da moral e da sabedoria, surgem questões mais profundas. O que fazemos aqui neste mundo? De onde viemos? Existe um destino predeterminado para cada um de nós?

 Mestre: Excelentes questionamentos, meu aprendiz. A questão do propósito da vida é uma das mais antigas e complexas. Alguns acreditam que nosso propósito é moldado por nossas ações, escolhas e experiências ao longo da vida. Outros pensam que somos parte de um plano divino maior. O que você acredita?

Aprendiz: Mestre, eu acredito que nosso propósito pode ser tanto individual quanto coletivo. Acredito que cada um de nós tem a oportunidade de contribuir para o bem do mundo, deixando um legado positivo. Quanto ao destino, acredito que embora tenhamos escolhas, também somos influenciados por eventos que estão além do nosso controle.

 Mestre: Sua visão é ponderada, meu aprendiz. A ideia de destino versus livre arbítrio é um dilema antigo. Alguns acreditam que estamos predestinados a um caminho específico, enquanto outros afirmam que temos o poder de moldar nosso próprio destino. A verdade pode estar em algum lugar no meio, onde nossas escolhas individuais interagem com as forças do universo.

Aprendiz: Mestre, em meio a todas essas incertezas, o que é a fé? Como ela se encaixa nesse grande quebra-cabeça da existência humana?

 Mestre: A fé, meu jovem, é uma crença profunda e inabalável, muitas vezes transcendendo a razão e a lógica. Ela pode ser direcionada para uma divindade, um conjunto de princípios ou até mesmo na humanidade. A fé nos dá esperança e força em momentos de adversidade e incerteza, permitindo-nos encontrar significado em meio ao desconhecido.

Aprendiz: Então, mestre, a fé pode ser uma força que nos guia em nossa busca por sabedoria, justiça, moral e propósito?

 Mestre: Sem dúvida, meu aprendiz. A fé pode ser um farol que nos ilumina durante nossas jornadas em direção à compreensão mais profunda da vida e à busca por um propósito significativo. No entanto, lembre-se de que a fé é uma questão pessoal e pode variar significativamente de pessoa para pessoa. O importante é que ela nos inspire a buscar o bem e a verdade, independentemente de nossas crenças individuais.

Aprendiz: Obrigado, mestre, por compartilhar sua sabedoria. Essas conversas profundas nos ajudam a navegar pelo labirinto da existência com mais clareza e compreensão.

Mestre: Com certeza, meu aprendiz. Para enriquecer ainda mais nossa conversa, vamos abordar a resiliência, a caridade, o amor ao próximo, o espírito e a quinta essência.

Resiliência, meu jovem, é a capacidade de superar desafios, adversidades e experiências difíceis, mantendo a integridade e a determinação. Ela é um atributo fundamental que nos permite crescer e evoluir, não importa as circunstâncias.

Caridade, por sua vez, é o ato de dar, ajudar e apoiar os outros desinteressadamente. É a expressão do amor e da compaixão em ação, estendendo a mão para aliviar o sofrimento daqueles que precisam.

O amor ao próximo é um princípio que nos lembra da importância de cuidar uns dos outros. É a base da comunidade, do respeito mútuo e da solidariedade. Amar o próximo nos conecta e nos torna mais humanos.

O espírito, meu aprendiz, é a dimensão não material da existência. Envolve a busca por significado, conexão espiritual, e a compreensão do transcendente. Muitas pessoas encontram no espírito um caminho para explorar questões mais profundas da vida.

E finalmente, a quinta essência, ou o quinto elemento, é frequentemente associada ao éter, àquilo que está além dos quatro elementos tradicionais da natureza (terra, água, fogo e ar). A quinta essência representa o aspecto espiritual, etéreo e divino que permeia a existência.

Agora, meu aprendiz, com essas ideias adicionadas à nossa conversa, como você vê a interação entre resiliência, caridade, amor ao próximo, o espírito, e a quinta essência no contexto de nossa busca por sabedoria, justiça, moral e propósito?

Aprendiz: Mestre, com todas essas dimensões adicionadas, vejo que a resiliência é essencial para enfrentar os desafios que encontramos ao longo de nossa jornada em busca da sabedoria, justiça, moral e propósito. A capacidade de superar obstáculos nos ajuda a crescer e aprender com nossas experiências.

A caridade e o amor ao próximo são fundamentais para construir uma sociedade justa e moral. Ao estender a mão aos outros de maneira desinteressada, criamos um ambiente de apoio e compaixão que beneficia a todos.

O espírito, como a dimensão não material da existência, nos leva a explorar questões mais profundas e a buscar um significado mais elevado em nossa jornada. Ele pode nos guiar na direção da sabedoria e da compreensão do transcendente.

Quanto à quinta essência, ela representa a conexão com algo maior, algo divino. É a busca pela verdade absoluta e pela essência mais profunda da existência, que muitas vezes transcende as limitações da compreensão humana.

Portanto, esses elementos se entrelaçam e se complementam em nossa busca por compreender a natureza da vida, a justiça, a moral e a sabedoria. Eles nos lembram da importância de buscar um equilíbrio entre as dimensões materiais e espirituais de nossa existência, enquanto nos esforçamos para viver de acordo com os princípios que consideramos mais significativos.



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terça-feira, 22 de agosto de 2023

ESTAMOS EM BUSCA DA "VERDADEIRA LUZ" ??


"Seeking the True Light"


Por M.´.I.´. Luis Genaro Ladereche Fígoli
33° 

Quando entramos na Maçonria dizemos que queremos "ver a luz". Eis o primeiro contato que temos com um dos mistérios mais importantes da Ordem. Aliás, Luz esta que nos acompanha em toda a jornada. Será?

Nesta revelação aos novos Maçons (aprendizes) a palavra “Luz” tem o significado de verdade, conhecimento, ciência, sabedoria, instrução e prática de todas as virtudes; e isto é corroborado pela enciclopédia da Maçonaria, quando o autor Albert G. Mackey, escreve que “A Luz é o elemento dissipador das trevas. É o sinónimo de verdade, sabedoria, liberdade, conhecimento e de redenção. Quando um candidato ao ingressar na Instituição Maçónica passa pela Iniciação e adentrando no Templo, recebe a Luz, significando que os mistérios ser-lhe-ão revelados”.

Desta forma, ao “receber a Luz”, não se refere a pura e simples “Luz Material”, mas sim, de forma figurada. É a verdadeira Luz da Maçonaria, e como dizem vários historiadores, esta Luz propaga-se ao longo da jornada Maçónica, no desenvolvimento do Irmão na Ordem.

Na própria Biblia temos a abordagem da busca e importância da Luz. Diz João:

João 1

…8 João não era a luz, mas foi enviado para testemunhar da luz. 9 A Palavra é a luz verdadeira que, vinda ao mundo, ilumina a toda a humanidade.

Também Lucas trata do assunto:

Lucas 11:36

Portanto, se todo o teu corpo estiver pleno de luz, sem ter nenhuma parte dele em trevas, então ele estará verdadeiramente iluminado, assim como quando a luz de uma forte candeia resplandece sobre vós”. Jesus condena a hipocrisia religiosa.

João volta com o tema:

 1 João 2:8

Todavia, o que vos escrevo é um mandamento novo, o qual é verdadeiro nele e em vós, pois as trevas estão se dissipando e já brilha a verdadeira luz.

Ainda, segundo a Biblia, nos traz no Genesis a Criação do Mundo, onde o primeiro ato, posterior à criação do Céu e da Terra, foi a Luz. Diz esta passagem:

Gênesis 1:3-5
³ E disse Deus: Haja luz; e houve luz.
⁴ E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.
⁵ E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro. 

A busca pela verdade e pelo conhecimento é uma jornada universal que permeia a história da humanidade. A metáfora da "Verdadeira Luz" muitas vezes simboliza a busca por conhecimento profundo, sabedoria e compreensão do mundo ao nosso redor. No entanto, essa jornada não é linear e nem todos que se encontram diante da "Verdadeira Luz" são capazes de percebê-la de imediato.

Ao longo dos séculos, filósofos, cientistas, artistas e pensadores têm se esforçado para desvendar os mistérios da existência, da natureza humana e do universo. Essa busca incessante por respostas muitas vezes leva as pessoas a enfrentar desafios e obstáculos que testam sua perseverança e capacidade de discernimento. Por vezes, mesmo quando se encontram diante das respostas que tanto procuram, alguns indivíduos podem falhar em reconhecê-las devido a barreiras pessoais, preconceitos ou limitações cognitivas.

A percepção da "Verdadeira Luz" não é apenas uma questão de intelecto, mas também de mentalidade e abertura para novas ideias. Muitas vezes, a cegueira em relação à verdade está enraizada em conceitos preestabelecidos, medos ou resistência à mudança. A aceitação da verdade muitas vezes exige humildade para reconhecer nossas próprias limitações e estar disposto a abandonar ideias antigas em favor de novos insights.

É importante destacar que a jornada em busca da "Verdadeira Luz" é contínua e multifacetada. O conhecimento humano está em constante evolução, impulsionado por novas descobertas, avanços tecnológicos e mudanças na sociedade. O que pode ser considerado a "Verdadeira Luz" em um momento, pode ser revisto e aprimorado à medida que nosso entendimento se aprofunda.

Portanto, a busca pela "Verdadeira Luz" é um chamado universal para a exploração, a reflexão e a abertura para novas perspectivas. Enquanto alguns podem permanecer cegos diante dela, é fundamental perseverar na jornada do conhecimento, com a esperança de que, eventualmente, mais e mais indivíduos possam perceber e abraçar a verdade que sempre esteve diante deles.


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domingo, 14 de maio de 2017

Da Série "O Mestre": Ep 3 "Sabedoria"


No Templo:


- Mestre, é importante ser sábio??

- Mais importante do que ser sábio é como vais usar essa sabedoria. Use-a para fazer o bem, construir pontes e ser um indivíduo que agrega, não que dispersa...Pensamentos sãos, Palavras boas e coração sereno....

O Mestre é Sábio!!!!

Por Irm.´. Luis Genaro Ladereche Fígoli (Moshe)*

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quarta-feira, 12 de maio de 2010

CONHECIMENTO E SABEDORIA

Na Filosofia e na doutrina Maçônica


Por Irm.´. Luis Genaro Ladereche Fígoli (Moshe)

Nos conceitos de Conhecimento e Sabedoria encontramos uma dicotomia, nem sempre muito esclarecida nas hostes de nossa Instituição, nas Instruções ou em trabalhos realizados pelos nossos IIrm.´. e, frequentemente, uma confundida com a outra como se sinônimos fossem.

Um Maçom deve ter Conhecimento ou Sabedoria??? Qual a diferença entre as duas?? O que é mais importante??? Podemos ter Sabedoria, sem Conhecimento?? E vice-versa??.
Eis o que pretendemos perscrutar com este Artigo.

Em princípio, conhecimento e sabedoria, conhecer e saber, são noções que podem ser confundidos. Com efeito, conceitualmente falando, ter o conhecimento é ter noção, informação, saber. Por outro lado, ter sabedoria é ter grande conhecimento, erudição, prudência, moderação, temperança, sensatez, reflexão (conceitos dados pelo “Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa”, 2ª ed., Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, pág. 454 e 1.530/1.531).

Ainda na Wikipédia, conceitua-se Conhecimento como o ato ou efeito de abstrair ideia ou noção de alguma coisa, como por exemplo: conhecimento das leis; conhecimento de um fato (obter informação); saber, instrução ou cabedal científico (homem com grande conhecimento). O tema "conhecimento" inclui, mas não está limitado a, descrições, hipóteses, conceitos, teorias, princípios e procedimentos que são ou úteis ou verdadeiros. O estudo do conhecimento é a Gnoseologia(1). Hoje existem vários conceitos para esta palavra e é de ampla compreensão que conhecimento é aquilo que se sabe de algo ou alguém. Isso em um conceito menos específico. Contudo, para falar deste tema é indispensável abordar dado e informação.

Também é importante definir Dado e Informação.

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Dado é um emaranhado de códigos decifráveis ou não. Em bruto são um conjunto de números, caracteres, imagens ou outros dispositivos de saídas para converter quantidades físicas em símbolos, num sentido muito extenso.

Informação é o resultado do processamento, manipulação e organização de dados, de tal forma que represente uma modificação (quantitativa ou qualitativa) no conhecimento do sistema (pessoa, animal ou máquina) que a recebe. Informação vem do latim “informatio onis”, ("delinear, conceber idéia"), ou seja, dar forma ou moldar na mente, como em educação, instrução ou treinamento. Enquanto conceito, carrega uma diversidade de significados, do uso cotidiano ao técnico. Genericamente, o conceito de informação está intimamente ligado às noções de restrição, comunicação, controle, dados, forma, instrução, conhecimento, significado, estímulo, padrão, percepção e representação de conhecimento.

Então, informação seria aquilo que se tem através da decodificação de dados, não podendo existir sem um processo de comunicação. Essas informações adquiridas servem de base para a construção do conhecimento. Segundo esta afirmação, o conhecimento deriva das informações absorvidas. Constroem-se conhecimentos nas interações com outras pessoas, com o meio físico e natural. Assim Conhecimento é aquilo que se admite a partir da captação sensitiva, sendo acumulável à mente humana. Ou seja, é aquilo que o homem absorve de alguma maneira, através de informações que de alguma forma lhe são apresentadas, para um determinado fim ou não. O conhecimento distingue-se da mera informação porque está associado a uma intencionalidade. Tanto os conhecimentos como a informação consistem de declarações verdadeiras, mas o conhecimento pode ser considerado informação com um propósito ou uma utilidade.

Associamos Informação à semântica (2) . Conhecimento está associado com pragmática (3) , isto é, relaciona-se com alguma coisa existente no "mundo real" do qual temos uma experiência directa.

Como vimos Informação não pode existir sem um Processo de Comunicação.

Por sua vez, podemos conceituar a Comunicação como o trabalho de formação de uma consciência por meio da utilização de meios acessíveis à percepção sensorial (4) . Os modelos de comunicação podem se diferenciar de acordo com os participantes, que podem possuir consciência individual ou coletiva, ou os conteúdos a serem comunicados e a duração da comunicação(5). O riso e o choro são, por exemplo, formas de comunicação ópticas que nascem com os indivíduos, sendo uma expressão visível no rostro, não necessáriamente aprendidas. Quanto a outros gestos, aparentam serem símbolos culturais, cuja utilização passa a ser adquirida no trasncorrer da vida.

A língua é um sistema de sistemas acústicos e a escrita um sistema de sinais ópticos que reproduz um sistema de sinais acústicos. A linguagem humana, escrita ou falada, é formada de valores simbólicos, imagens, idéias, emoções, sonoridades, grafismos, servindo de expressão de pensamentos e sentimentos. É a maneira utilizada pelos homens para se comunicarem entre si e com a divindade. Simboliza o Verbo, a Inteligência e a Vontade Divina da Criação, pos o mundo é o resultado da Palavra Divina.

"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

Ele estava no princípio com Deus.

Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.

E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai".
João 1:1,2,3,14


A linguagem (fundamental no Processo de Comunicação e no Conhecimento) é o símbolo da vontade Criadora de Deus, da revelação primordial do Conhecimento e da Sabedoria, o que leva o ser humano a buscar a palavra perdida (6) , ou a primeira revelação feita com a língua primordial que, segundo a tradição muçulmana, seria a língua siríaca ou solar.

O Conhecimento pode ainda ser aprendido como um processo ou como um produto. Quando nos referimos a uma acumulação de teorias, idéias e conceitos o conhecimento surge como um produto resultante dessas aprendizagens, mas como todo produto é indissociável de um processo, podemos então olhar o conhecimento como uma atividade intelectual através da qual é feita a apreensão de algo exterior à pessoa.

A definição clássica de conhecimento, originada em Platão (7) , diz que ele consiste de crença verdadeira e justificada. Aristóteles (8) divide o conhecimento em três áreas: científica, prática e técnica.

Segundo o modelo de Platão, o homem teria um conjunto de Crenças (dogmas) que se cotejadas com a Verdade, é àquelas que fossem verdadeiras, representariam as “Crenças Verdadeiras” entre as quais estariam as “Justificadas” das quais derivariam o Conhecimento.

E quanto à caracterização filosófica da Sabedoria?

Sabedoria (em grego "sofía") é o que detém o "sábio" (em grego "sofós"). Desta palavra derivam várias outras, como por exemplo, "amor à sabedoria" (filos/sofia). Há também o termo “Phronesis” - usado por Aristóteles na obra Ética a Nicômaco para descrever a “sabedoria prática”, ou a habilidade para agir de maneira acertada.

É um conceito diferente de "inteligência" ou de "esperteza".

Inteligência (9)(do Latim intellectus, de intelligere = inteligir, entender, compreender. Composto de íntus = dentro e lègere = recolher, escolher, ler) pode ser definida como a capacidade mental de raciocinar, planejar, resolver problemas, abstrair ideias, compreender ideias e linguagens e aprender. Embora pessoas leigas geralmente percebam o conceito de inteligência sob um escopo muito maior, na Psicologia, o estudo da inteligência geralmente entende que este conceito não compreende a criatividade, o caráter ou a sabedoria. Conforme a definição que se tome, pode ser considerado um dos aspectos da personalidade.

Já Esperteza pode ser definida como agudeza ou sutileza nas ações.
Mesmo para "Sophia" há conceitos diferentes: muitos fazem distinção entre a "sabedoria humana" e a "sabedoria divina" (Teosofia (10)).

Sabedoria humana seria a capacidade que ajuda o homem a identificar seus erros e os da sociedade e corrigi-los. Sabedoria divina seria provavelmente a capacidade de aprofundar os conhecimentos humanos e elaborar as versões do Divino e questões semelhantes.

Sabedoria é a utilização do conhecimento na construção da felicidade.

Na Bíblia Sagrada pode-se encontrar, dentre muitos outros, os seguintes versículos referentes à sabedoria:

"Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada." (Tiago 1:5)
"Feliz é o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire entendimento; pois melhor é o lucro que ela dá do que o lucro da prata, e a sua renda do que o ouro". (Prov. 3:13-14)
“Quem é como o sábio? e quem sabe a interpretação das coisas? A sabedoria do homem faz brilhar o seu rosto, e com ela a dureza do seu rosto se transforma.” (Eclesiastes 8:1)


Pois bem, claramente percebem-se semelhanças no conceito dessas palavras, o que acarreta no emprego indiscriminado de ambas sem a distinção do conceito intrínseco de cada uma. Porém, existe uma distinção entre elas que muda totalmente o sentido da frase onde são colocadas.

Conhecimento é ter informação, noção ciência de algo ou alguma coisa. É conhecer alguma técnica ou ciência, diferencia-la de outras técnicas ou ciência, ser versado por essa técnica ou ciência. No entanto, o simples fato de conhecer uma dada informação não implica em ser aquilo que se conhece. É ter acesso àquele dado, e até mesmo procurar aplicá-lo, mas sem se tornar aquele conhecimento. Em síntese, o Conhecimento não está dentro do conhecedor, mas é apenas algo que pode ser acessa empregado, usado por ele.

Por outro lado, a Sabedoria é igualmente ter grande conhecimento, erudição, prudência, moderação, temperança, sensatez, reflexão, mas com uma característica diferente. A Sabedoria pressupõe não só ter o Conhecimento, mas também saber como utilizar esse conhecimento, não só em ocasiões especiais, mas em todos os fatos da vida. Ou seja, Saber não é apenas ter conhecimento, mas é SER o Conhecimento. E aqui reside a diferença entre Conhecimento e Sabedoria, pois a Sabedoria pressupõe não só o Conhecimento, mas a transformação daquele que conhece na própria imagem da Sabedoria, a representação desse Saber.

E é aplicando esses conceitos na vida que poderemos distinguir se a pessoa tem conhecimento ou é a sabedoria. É evidente que conhecer algo é importante, pois se pode aplicar esse conhecimento em determinado campo de saber humano. No entanto, o mais importante é saber, ou seja, é tornar-se esse conhecimento, é transformar a sua vida a imagem da própria sabedoria.

E o que fazemos com as lições que a vida nos oferece? Apenas tomamos conhecimento dela e seguimos ou passamos a reconhecê-la, aplicá-la e vivê-la?

Na Maçonaria aprendemos que o Maçom tem, como glorioso papel, o de Construtor Social. Somos recebidos como Pedra Bruta para que em nosso ser moral, façamos o desbaste das arestas e das asperezas que sobrevivam à Iniciação, para que nos tornemos elementos úteis à construção do edifício social que à Maçonaria compete erigir. Uma Moral em Ação como nós é instruída, com o fim de “dominar os corações mais rebeldes e mais inclinados para ao mal; moral que dá a cada um na proporção de seus direitos e de seus deveres”. Sendo Maçom conhecemos o Templo Simbólico e somos sabedores que ela não se constrói com pedras e madeiras, mas com Virtude, Sabedoria, Força, Prudência, Glória e Beleza.

Ainda, nos ensinam nossas Instruções, que o trabalho de um Maçom é “ conhecer-se e aperfeiçoar-se, a fim de que, livre dos preconceitos e vícios do mundo, possa aspirar o estudo da tradição e da história maçônica, cujos ensinamentos tem iluminado o Mundo”. Só então, “compreendereis à custa de quantas vidas se construiu o Edifício Moral da Maçonaria”.

Primeiro, conhecer-se, depois aplicar o conhecimento, com Sabedoria. Nesse mesmo diapasão, os filósofos Gregos ensinavam a necessidade do autoconhecimento para a sublimação:

"...Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses", estava inscrito no Templo em homenagem a Apolo em Delfos (11).

A nossa Filosofia se baseia na Sabedoria, que é, em suma, o Amor ao próximo.

É nesse sentido que somos Construtores Sociais, a nós próprios através do aperfeiçoamento moral, e ao próximo praticando a Tolerância e a Fraternidade, pilares do Amor incondicional ao ser humano, assim como o Mestre Jesus nos mostrou.

Como ensina João Francisco Guimarães, “Nesse panorama presente, como no passado, para que o gênero humano mantenha, no futuro, os preceitos do livre-arbítrio e crescimento, em seu próprio foro social e pessoal, bem como manter-se transformador e arquiteto de seu próprio destino – em um novo Humanismo redivivo, consentâneo com a realidade do tempo – a doutrina Maçônica aponta para a plena aderência aos seus preceitos milenares, conformada pela busca incessante do conhecimento”(12)

Prossegue “as cláusulas pétreas, tais como Tradição e Regularidade, são fontes perenes de Conhecimento e Sabedoria, conceitos abstratos que são capazes de resgatar e fortalecer os vínculos da atuação moderna da Ordem com os elementos mais puros que conformam sua gênese”(13).

O grande Irm.´. Walnyr Goulart Jacques em sua obra “Uma Loja Simbólica – Rito Escocês Antigo e Aceito” (14)nos apresenta uma fábula, de um encontro entre um Sábio e um Neófito, que dialoga muito com àquilo que elaboramos neste Artigo e que apresentamos como encerramento:

- “Filho, que vês diante de teus olhos?”.
- “Vejo o campo e as árvores”, respondeu.
- “Mas só isso, que está tão perto?” arguiu o Sábio.
- “Bem, vejo mais além, o mar e os montes” disse o Neófito.
- “Só isso, filho?”
- “Vejo também, as nuvens e o Céu” respondeu.
- “Nada mais consegues ver?” insistiu o Sábio.
- “Nada, Senhor”.
- “Meu Filho, se consegues ver só o que os teus olhos (conhecimento) alcançam, jamais conseguirás sentir o que é belo e que no se vê materialmente; precisarás de tempo e dedicação para, gradualmente, com observação, estudo e meditação, conseguires ver (Sabedoria) mais além do que teus olhos alcanças...aí estarás apto.”(15)


Referências:

1 - Gnoseologia - Gnosiologia (também chamada Gnoseologia) é o ramo da filosofia que se preocupa com a validade do conhecimento em função do sujeito cognoscente, ou seja, daquele que conhece o objeto. Este (o objeto), por sua vez, é questionado pela Ontologia que é o ramo da filosofia que se preocupa com o ser. Fazem-se necessárias algumas observações para se evitar confusões. A Gnoseologia não pode ser confundida com Epistemologia, termo empregado para referir-se ao estudo do conhecimento relativo ao campo de pesquisa, em cada ramo das ciências. A Metafísica também não pode ser confundida com Ontologia, ambas se preocupam com o ser, porém a metafísica põe em questão a própria essência e existência do ser. Em outras palavras, a grosso modo, a Ontologia insere-se na teoria geral do conhecimento, ou Ontognoseologia, que preocupa-se com a validade do pensamento e das condições do objeto e sua relação o sujeito Cognoscente, enquanto que a Metafísica procura a verdadeira essência e condições de existência do ser.
2 - A semântica (do grego derivado de sema, sinal) refere-se ao estudo do significado, em todos os sentidos do termo. A semântica opõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo é expresso (por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica cognitiva, por exemplo, estudam o mesmo fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes;
3 - Pragmática: é o ramo da linguística que estuda a linguagem no contexto de seu uso na comunicação. As palavras, em sua significação comum, assumem muitas vezes outros significados distintos no uso da língua e, mais recentemente, o campo de estudo da pragmática passou a englobar o estudo da linguagem comum e o uso concreto da linguagem, enquanto a semântica e a sintaxe constituem a construção teórica. A pragmática, portanto, estuda os significados linguísticos determinados não exclusivamente pela semântica proposicional ou frásica, mas aqueles que se deduzem a partir de um contexto extralinguístico: discursivo, situacional, etc;
4 - Queiroz, Álvaro de – Os Símbolos da Maçonaria – Editora Madras – Pág. 30;
5 - Idem;
6 - - Palavra Perdida é um dos mistérios da Maçonaria. A busca da Palavra Perdida é uma das missões de cada Maçom, conjuntamente com a alquimista V.I.T.R.I.O.L.;
7 - Platão (em grego "amplo") Atenas, 428/347 a.C. - Foi um filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental. Juntamente com seu mentor, Sócrates, e seu pupilo, Aristóteles, Platão ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental. Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles; Platão era um apelido que, provavelmente, fazia referência à sua característica física, tal como o porte atlético ou os ombros largos, ou ainda a sua ampla capacidade intelectual de tratar de diferentes temas, entre eles a ética, a política, a metafísica e a teoria do conhecimento;
8 - Aristóteles (Estagira, Calcídica, 384 a.C. - 322 a.C.) foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande, considerado um dos maiores pensadores de todos os tempos e criador do pensamento lógico. Aristóteles figura entre os mais influentes filósofos gregos, ao lado de Sócrates e Platão, que transformaram a filosofia pré-socrática, construindo um dos principais fundamentos da filosofia ocidental. Aristóteles prestou contribuições fundantes em diversas áreas do conhecimento humano, destacando-se: ética, política, física, metafísica, lógica, psicologia, poesia, retórica, zoologia, biologia, história natural.É considerado por muitos o filósofo que mais influenciou o pensamento ocidental;
9 - De acordo com a Maçonaria é a faculdade que a alma tem de formar ideias gerais, após tê-las criticado e distinguido por meio do juízo; mais concretamente, "modo de entender". Da Camino;
10 - Teosofia - é um corpo de conhecimento que sintetiza Filosofia, Religião e Ciência. Tanto hoje como na antiguidade, a Teosofia se constitui na sabedoria universal e eterna presente nas grandes religiões, filosofias e nas principais ciências da humanidade, e pode ser encontrada na raiz ou origem, em maior ou menor grau, dos diversos sistemas de crenças ao longo da história. A teosofia foi apresentada ao mundo moderno por Helena Blavatsky, no final do século XIX, e desde então vem sendo divulgada por teosofistas em diversos países. Com seu caráter interdisciplinar, a teosofia proporciona uma ponte entre as diversas culturas e tradições religiosas. Segundo Blavatsky, “Teosofia é conhecimento divino ou ciência divina.”;
11 - é um aforismo grego que segundo a tradição estaria inscrito nos pórticos do Templo de Apolo em Delfos, na Antiga Grécia. É uma pedra-angular da filosofia de Sócrates e do seu método, a maiêutica, e é muito citado pelo filósofo nos relatos de Platão (Alcibíades, 128d-129) e Xenofonte (Memoráveis, IV, II, 26). O oráculo do templo teria proclamado Sócrates o homem mais sábio na Grécia, ao que Sócrates terá respondido com a célebre frase: "Só sei que nada sei";
12 - Guimarães, João Francisco – Aprendiz: Conhecimento Básicos da Maçonaria – Editora Madras, Pág. 34;
13 - Idem;
14 - Goulart Jaques, Walnyr – Uma Loja Simbólica – REAA – Pág. 178 e 179;
15 - Grifo nosso



Fontes de Consulta:
- Guimarães, João Francisco – Aprendiz: Conhecimentos Básicos da Maçonaria – Editora Madras;
- Goulart Jaques, Walnyr – Uma Loja Simbólica: REAA – Editora Pontho Virtual;
- Anatalino, João – Conhecendo a Arte Real: Maçonaria e suas Influências Históricas e Filosóficas – Editora Madras;
- Rodrigues da Silva, Robson – Reflexos da Senda Maçônica – Editora Madras;
- Da Camino, Rizzardo – Maçonaria Mística – Editora Aurora;
- Queiroz, Álvaro de – Os Símbolos Maçônicos: REAA – Editora Madras;
- Ritual do REAA;
- Wikipédia;
- Artigos diversos na Internet.
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