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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A Escada de Jacó na Maçonaria e o Círculo misterioso

PEÇA DE ARQUITETURA

Por Irm:. Luis Genaro Ladereche Figoli (Moshe)

INTRODUÇÃO

A Escada de Jacó ou Jacob, existente no Painel da Loj:. de Apr;., é uma importante alegoria que a maçonaria, como fiel guardiã de antigas tradições, adotou como ligação do plano material em que vivemos com o plano superior que aspiramos.

Mas antes de nos adentrarmos na interpretação da simbologia da Escada de Jacó, precisamos conhecer as origens desta simbologia e o porquê está presente na maçonaria, sendo uma passagem Bíblica, ligada às tradições judaico-cristãs.

A maçonaria não é religião. Isso está claro em sua filosofia e ritualística. Não é religião porque entendemos que as religiões são estágios decadentes de filosofias superiores, são dogmatizações a serviço do poder temporal, é caricaturas de algo esotérico vulgarizado no mundo exotérico . É certo que o vulgo não pode entender verdades transcendentes e as religiões são um freio social e uma evasão, coisas infelizmente necessárias para as massas incapazes de aprender uma Filosofia mais profunda só ao alcance de uns poucos iniciados.

Quanto mais se estuda a origem e evolução da Humanidade, com base a ciências como a antropologia, a arqueologia, a lingüística, etc., mais o período histórico recua, desnorteando a chamada ciência oficial.

Na maçonaria acontece o mesmo. Embora alguns lhe dêem uma idade muito recente (no século XVIII) precisamente na Inglaterra, é evidente que neste tempo houve apenas uma reorganização para adaptar-se à realidade moderna. É mais do que óbvio que a idade da maçonaria se perde na noite dos tempos. A semelhança dos símbolos e da filosofia, entre a maçonaria e antigas ordens existentes no Egito, Grécia, Roma, Mesopotâmia, China, Índia e civilizações pré-colombianas não é mera coincidência.
Ninguém poderá duvidar (e o iniciado muito menos) de que o fio da tradição espiritual tem continuado a exercer sua função construtiva ao longo da História humana, ora em períodos de clandestinidade lutando contra forças opressoras, ora em períodos de liberdade, mas ainda mantendo alguns aspectos secretos da herança ancestral.

Assim como existem várias teorias sobre o surgimento do homem (da criação direta e especial de Deus chamada de Criacionismo, da evolução casual e sem finalidade chamada de Evolucionismo, e da evolução planejada e dirigida por uma Inteligência Superior ´Deus` chamado de Esoterismo), também a Maçonaria contêm várias teorias sobre sua criação e evolução. Leadbeater afirma que escrever sobre a história da Maçonaria seria um empreendimento colossal, pois seriam necessários conhecimentos enciclopédicos e muitos anos de pesquisas. Por outro lado, grande parte dos conhecimentos, segredos e filosofia hoje presentes na Ordem nos foram legados por tradição oral, devido ser uma Instituição secreta e reservada que fora perseguida na maior parte de sua existência.

As grandes filosofias esotéricas, de tradição milenar, (das quais a Maçonaria é no mínimo herdeira) aceitam a evolução como um grande drama da Natureza, planejado e dirigido pelo Criador até se chagar ao Homem; por sua vez, a História é um drama de povos em conflito, obedecendo a um Plano já determinado, mas o Criador intervém quando alguém provoca desvios desse Plano. Assim foi que Ele fez através dos Iluminados Moises, Abrahão, Noé, Jacob, Jesus, etc., como nos contam as Escrituras. Nesse Plano, o Homem tem como missão evoluir da matéria ao espírito, do corpo à essência. Nosso caminho é a volta ao Criador, através da ascensão espiritual. E a ascensão espiritual se dá através da prática da Virtude e da Moral, como abordaremos mais tarde.

Como conhecimentos históricos e científicos progrediram na área da pesquisa humana, e especialmente no espírito crítico das Escrituras, ao estudo da Maçonaria os métodos científicos foram gradualmente aplicados e por isso hoje se conta com um vasto cabedal de informações mais interessantes e exatas sobre a história da Ordem. Em conseqüência disto e de outras linhas de investigação, existem quatro escolas ou correntes principais do pensamento maçônico, organizadas não como escolas, mas como quatro segmentos importantes de conhecimento. Cada uma delas aproxima-se da Maçonaria de uma forma peculiar. Cada uma delas tem seu cânone de interpretação dos símbolos e cerimônias maçônicas, e cada escritor moderno é influenciado particularmente por uma delas. Por isso na Maçonaria há tantas divergências interpretativas.

Não é objetivo deste trabalho, fazer uma análise da história da Maçonaria, nem aprofundar-se na interpretação das chamadas escolas de pensamento filosófico que a norteiam. Mas de forma resumida (e para fundamentar o que vamos tratar a seguir) apresentaremos as referias Escolas ou linhas de pensamento:

Escola Autêntica ou Histórica – Por este pensamento, as antigas tradições da Ordem foram minuciosamente examinadas à luz de registros autênticos ao alcance do historiador, principalmente sobre atas de Lojas e documentos legais e todos os registros acessíveis. Como os registros escritos sobre Maçonaria especulativa, antecedem pouco ao seu renascimento em 1717, ao passo que as atas mais primitivas subsistentes de qualquer Loja operativa, pertencem ao ano de 1598 , os defensores desta Escola, apontam como origem da Maçonaria as Lojas e Corporações da Idade Média, e supor que os elementos especulativos (símbolos, alegorias, etc.) foram exertados posteriormente ao tronco operativo. A escola admite que se aceitarmos o fato de que o simbolismo e cerimonial da Maçonaria é anterior a 1717, não há, praticamente , nenhum limite quanto a idade a que se lhe atribuir. Por isso esta Escola não busca a origem dos Mistérios além dos construtores medievais;

Escola Antropológica ou Primitiva - Esta Escola de pensamento está aplicando as descobertas antropológicas num estudo da história da Maçonaria e com notáveis resultados. Os atropologistas reuniram uma vasta soma de informações sobre costumes religiosos e iniciáticos de muitos povos, antigos e modernos, e os estudiosos maçônicos tem encontrado neste campo uma série de sinais e símbolos, tanto dos graus especulativos como dos operativos, em pinturas murais, esculturas, gravuras e edifícios das principais raças do mundo. Inclusive semelhanças de culturas e cultos em civilizações que não haveriam de ter tido contato físico. Neste sentido, esta escola de pensamento, confere Maçonaria muito maior antiguidade do que a atribuída aos históricos, bem como fazem analogias com os antigos Mistérios de muitas nações com cerimônias análogas às empregadas nas atuais Lojas Maçonicas. Das investigações antropológicas resulta bem claro que, quaisquer que sejam os elos na cadeia de descendentes, nós, maçons somos os herdeiros de uma antiqüíssima tradição que, por incontáveis tradições, tem estado associada com os mais sagrados mistérios do culto religioso.

Escola Mística ou Teológica - Esta terceira Escola do pensamento maçônico, perquire os mistérios da Ordem de um ponto de vista do plano para o despertar espiritual e o desenvolvimento interior do homem. Os pensadores desta filosofia, analisando suas próprias experiências espirituais, declaram que os graus da Ordem são símbolos de certos estados de consciência, que tem que ser despertados ao iniciado de forma individual se ele espera atingir e conquistar os tesouros do espírito. Eles dão testemunho de outra natureza muito mais elevada acerca da validade de nossos ritos maçônicos, testemunho que pertence antes à religião do que à ciência. O objetivo do misticismo é a união consciente com Deus e a Oficina visa retratar a senda para esse objetivo, oferecendo o roteiro que oriente a marcha do buscado do Supremo. Tais seguidores estão mais interessados na interpretação do que na pesquisa histórica. O objetivo é viver a vida indicada pelos Símbolos da Ordem para poderem atingir a realidade espiritual de que esses símbolos são sombras. O método místico busca a união estática com o Supremo, através da oração e da prece.

Escola Oculta ou Esotérica – O principal e distintivo postulado é a eficácia sacramental do cerimonial maçônico, quando devida e regularmente executado. Assim talvez possamos chamá-la de escola sacramental ou oculta. Pode ser definido como o estudo e conhecimento do lado oculto da natureza, por meio dos poderes existentes em todos os homens, mas ainda adormecidos na maioria da humanidade. Esses poderes podem ser acordados e treinados no estudante oculto por longa e cuidadosa disciplina e meditação. O escopo do ocultista é alcançar a união com Deus por meio do conhecimento e da vontade, treinar toda a natureza, física, emocional e mental, até que se torne uma perfeita expressão do divino espírito interno, e possa ser empregado como um instrumento eficiente no grande Plano que Deus criou para a evolução da espécie humana, que está representado pela Maçonaria pela construção do Santo Templo. Para o ocultista é de grande importância a exata observância de uma forma, e pela utilização da magia cerimonial ele cria um veículo através do qual possa a luz divina baixar e difundir-se em auxílio do mundo, invocando, para isso, a ajuda dos Anjos, espíritos da natureza e outros habitantes dos mundos invisíveis.

Continua....

A ESCADA DE JACÓ E SUA APLICAÇÃO NA MAÇONARIA

A Escada de Jacó (ou Jacob), como vimos, encontra-se presente no Painel da Loj:. de Apr:. M:. tendo um lugar de destaque, não apenas na representação deste Painel, como em toda a mística maçônica.

A menção da Escada de Jacó encontra-se no Antigo Testamento, em Gênesis 28 10:22:

“ Jacé deixou Bersabéia e partiu para Harã. “Chegou a certo lugar e resolveu passar a noite aí, porque o Sol já se havia posto.Jacó pegou a pedra do lugar, colocou-a sob a cabeça, e dormiu. “ Teve então um sonho: Uma escada se erguia da terra e chegava até o céu, e anjos subiam e desciam por ela. “Javé estava de pé, no alto da escada, e disse a Jacó: “Eu sou Javé, o Deus de seu pai Abraão e o Deus de Isaac. A terra sobre a qual você dorme, eu a entrego a você e sua descendência. Sua descendência será numerosa como a poeira do chão, e você ocupará o oriente e o ocidente, o norte e o sul. E todas as nações da terra serão abençoadas por meio de você e de sua descendência. Eu estou com você e o protegerei em qualquer lugar onde você for. Depois o farei voltar a esta terra, pois nunca o abandonarei, ate cumprir o que prometer”. Ao despertar, Jacó disse: “De fato Javé está neste lugar e eu não sabia disso”. Ficou com medo, e disse: “Este lugar é terrível. Não é nada menos que a Casa de Deus e a Porta do Céu”.

Noutra passagem Bíblica em João 1 51, Jesus conversando com Natanael, disse-lhe:

“Eu lhes garanto: vocês verão o céu aberto, e os anjos subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.

São várias outras passagens que na Bíblia à referência da Escada de Jacó, que seria o elo físico entre o nosso reino e o reino dos céus, por onde os Anjos e enviados de Deus, transitam para dar luz à humanidade.

Mas cabem algumas reflexões antes de nos voltarmos à interpretação propriamente dita.

Por que a Maçonaria, sendo não religiosa, adota alguns símbolos principalmente do Cristianismo em seu Templo é lhes dá tamanha relevância em sua ritualística, como é o caso do Livro da Lei (representado pela Bíblia Cristã), a Escada de Jacó, os padroeiros São João Batista e São João Evangelista, o próprio Templo de Jerusalém que é ícone do Judaísmo, etc.

Obviamente que voltando no tempo, vamos encontrar a Maçonaria operativa adotando simbologias cristãs que era a religião preponderante, dominante e representativa do Estado. Seria lógico, que estas corporações utilizassem o cerimonial, os símbolos, as alegorias e a própria Bíblia como instrumentos de trabalho, pois dogmaticamente, acreditavam no Deus do Cristianismo. Posteriormente, na fase especulativa, a Maçonaria não abandonou esses símbolos já que incorporados à tradição da Ordem, em que pese houve um movimento no final do século XVII e início do século XIX para que fossem abolidas todas as referências ao Cristianismo, inclusive esta, da Escada de Jacó.

Mais tarde, as antigas tradições foram retomadas e mesmo um símbolo Cristão, foi adotado dentro de outra simbologia. Não é mais através da oração e da prece católica que o indivíduo sobe a Escada de Jacó, mas sim, simbolicamente pela prática da Virtude e da elevação moral.

Inicialmente a Escada de Jacó era representada por 3 degraus, correspondente aos 3 graus da Maçonaria Simbólica. Posteriormente por 7 degraus (como os há no Templo) representando as 7 Virtudes necessárias para atingir o grau de perfeição moral. Atualmente é representada por um número não especificado de degraus, demonstrando que o caminho é longo, pesado e infinito.

INTERPRETAÇÃO SIMBÓLICA DA ESCADA DE JACÓ

Assim que às escuras nuvens da ira Divina se dissiparam e abriu-se o Céu, passamos a desfrutar de um raio de Sua Glória na “Abóbada Celestial da Loja”. E, mais do que isso, o mesmo ser Divino nos ensinou a conseguir chegar ao topo do mesmo, pelos meios emblemáticos ilustrados por uma Escada composta de três principais lances que levam ás três virtudes teológicas: Fé, Esperança e Caridade. Assim, simbolicamente, um canal é aberto quando abrimos o L:. da L:., para comunicação entre a criatura e seu Criador, com o cativante objetivo de restaurar ao homem a felicidade suprema da qual foi privado pelo pecado original.

O objetivo maior da maçonaria pode parecer utópico. Mas essa escada representa um rumo certo, um caminho a seguir.

O questionamento que permanece é se seria ou não uma pretensão desarrazoada subir os degraus da escada.

A reposta está nos símbolos que estão inseridos entre os degraus e o topo da escada: se o ponto mais alto parece algo inatingível, os símbolos da fé, esperança e caridade, lembram a importância desse caminhar - a forma e o meio.

O ensinamento contido nesses degraus - vinculando a subida rumo ao aperfeiçoamento, à prática da fé, esperança e caridade - é claro no sentido de que a forma com que se pretende alcançar o objetivo maior de aperfeiçoamento é fundamental.

Falta aos homens à busca pelo sonho, o anseio eterno da utopia. Mas se o alto da escada nos parece algo intangível, os primeiros degraus estão próximos. Já seria um enorme progresso humano se fossem dados os primeiros passos.

Essa lição serve para guiar nossa conduta pessoal, na família, na sociedade e entre IIrm:..

No alto da escada, encontramos a Estrela Flamigera ou Estrela de Sete Pontas, irradiando sua energia na forma de raios de luz e calor. Como não se trata de emblema deste Grau, não farei análise mais aprofundada da mesma. Apenas direi que a Estrela guia-nos com sua luz pela Escada ao caminho do Divino.

A Escada vê-se apoiada no L:. da L:., significando, claramente que não há como iniciar a sua ascensão sem passar por ele, ou seja, pelos ensinamentos e normas que ele contem e que segundo a tradição foi por inspiração de Deus. Mais, numa interpretação mais aprofundada e livre, se mesmo iniciada sua marcha na ascensão da Escada, falharmos na observância do L:. da L:. faltará a base e fatalmente cairemos no abismo do erro e do vício, tendo que reencontrar o caminho.

O L:. da L:., por sua vez, encontra-se no topo do circulo com um ponto dentro, ladeados por duas paralelas, uma ao Norte e outra ao Sul. Deste Círculo vamos nos ocupar mais tarde.

Para galgarmos os degraus (ou graus??) da Escada, encontramos três emblemas, representados pelas figuras de uma CRUZ, uma ÂNCORA e um CÁLICE com uma MÃO. São grandes as simbologias destas alegorias.

A CRUZ – A cruz é um dos símbolos humanos mais antigos e é usada por diversas religiões, principalmente a cristã, embora nem todos os cristãos a usem como símbolo. Ela normalmente representa uma divisão do mundo em quatro elementos (ou pontos cardeais), ou então a união dos conceitos de divino, na linha vertical, e mundano, na linha horizontal. Na Maçonaria e no Painel, representa o símbolo da Fé. A fé renovadora que é a Sabedoria do espírito, sem a qual o homem não levará nada a termo. Também simboliza a Morte. A morte para o mundo profano, sem o qual não poderá almejar ascender ao mundo espiritual que a Maçonaria propicia a seus iniciados.

A ÂNCORA - A âncora aqui não representa tão somente a esperança, todavia sua colocação nos degraus da escada de Jacó significa o elemento que deve ser ultrapassado, pois a âncora tem a finalidade precípua de nos fixar à matéria. Também representa a Esperança no Aperfeiçoamento Moral. Também representa a força de gravidade que nos impulsiona para baixo (nossos vícios e erros) que devemos carregar e livrar-nos para poder ascender na Escada da Virtude.

O CÁLICE - O cálice representa a provação, o juízo final, transposto este obstáculo, atingimos a luz maior, a estrela de sete pontas. Mas não chegaremos a este estágio sem a CARIDADE que é a beleza que adorna o espírito e os corações bem formados, fazendo com que neles se abriguem os mais puros sentimentos humanos.
Por outro lado, continua ele, a Escada como símbolo da Moral, representando o crescimento espiritual do homem na busca da sua perfeição e do elo entre o céu e a terra, é muito antiga.

Portanto, ao vermos o Painel da Loja de Aprendiz, devemos lembrar imediatamente de duas coisas: da Escada de Jacó, símbolo do ciclo evolutivo da vida e da ascensão virtuosa que o Maçom deve almejar até a celestial plenitude, e que seus degraus representam as virtudes que o Maçom precisa adquirir para atingir a perfeição, sendo que as principais delas são a Fé, a Esperança e a Caridade, as Virtudes humanas.

CIRCULO ENTRE PARALELAS: o Mistério da 1ª Instrução do Aprendiz

Diz nosso Ritual:

“Em toda Loja Regular, Justa e Perfeita, existe um ponto dentro de um círculo pelo qual um Maçom não pode transpor. Este círculo é limitado entre o norte e o sul por duas grandes linhas paralelas, uma representando Moisés, a outra representando o Rei Salomão. Na parte superior do círculo fica o L:. da L:., que suporta a Escada de Jacó, cujo cimo toca os Céus. Caminhando dentro deste circ:., sem nunca o transpormos, limitar-nos-emos às duas linhas Paralelas e ao L:. da L:. e enquanto assim procedermos, não podemos errar.”

Atrás desta explicação escondem-se alguns mistérios e simbologias, que tentaremos humildemente decifrar a partir desta peça de arquitetura.

Se o Temp:. é a representação do Universo, e está orientado de Leste a Oeste e de Norte a Sul, podemos dizer que o eixo que vai do Ocidente (representado pelas colunas J e B) ao Oriente (representado pelo Delta), corresponde ao equador terrestre. Sua profundidade é da superfície ao centro da terra e sua altura é da Terra ao Céu.

Quando verificamos que o círculo é limitado entre norte e sul, podemos observar no Globo Terráqueo, que de fato, entre o equador e o norte e o sul, existe os trópicos de câncer (no Norte) e de Capricórnio (no sul). Assim, simbolicamente, estamos desvendando este mistério pela luz da Astronomia.

Segundo as Leis Astronômicas, o Sol na sua viagem simbólica ao redor da Terra na visão do terráqueo (na verdade quem gira em torno do Sol é a Terra), descreve uma ecliptica que nunca ultrapassa os trópicos de câncer e capricórnio e em cujos ápices, temos os solstícios de verão e inverno e quando está perfeitamente alinhado, temos os equinócios de primavera e outono.

No templo maçônico, essas datas solsticiais estão representadas num símbolo, que é o Círculo entre Paralelas Verticais e Tangenciais. Este significa que o Sol não transpõe os trópicos, o que sugere, ao maçom, que a consciência religiosa do Homem é inviolável e que na sua caminhada não deve ultrapassar os limites impostos pela Ordem assim como o Sol não ultrapassa seus próprios limites impostos pelo Criador; as paralelas representam os trópicos de Câncer e de Capricórnio e os dois S. João.
O ponto no centro representa o Ser Supremo, o Circulo denota o deslocamento anual do Sol e as paralelas assinalam os solstícios entre os quais aquele deslocamento esta limitado.

As duas paralelas, também representam o binário (o bem e o mal, a noite e o dia, a virtude e o erro, o masculino e o feminino, aqueles pares opostos que limitam todo o círculo da existência. Daí aos deslocarmos em redor do círculo, somos levados a tocar esses dois pólos e, assim, obtermos pela experiência dolorosa e amarga aquela educação da alma que é a razão central de nosso nascimento nesse mundo material.

Devemos considerar o espírito iniciando sua jornada a partir do leste, seguindo a circunferência, passando pelo ensolarado lado da vida, passando pela coluna da luz ao Sul, passando pelo ocaso a oeste, até chegar à coluna da total escuridão, não apenas na escuridão da Terra, mas muito maior escuridão espiritual advinda da absoluta desilusão que acomete o peregrino ao descobri que todas as Instituições humanas lhe falharam, e na palavra do maior de todos os Mestres, ele diz:” Ó Senhor, meu Deus, por que me abandonastes??”. Porém a coluna do norte apenas toca o círculo e, assim o peregrino ao completar a circunferência, chega a alvorada de seu segundo nascimento e vê a escuridão ser engolida pelo fulgor de uma Luz muito mais resplandecente do que aquela que lhe faltara, pois finalmente sua Jornada está finda e já pode retornar ao lugar de onde veio. O compasso cria uma ponte entre o aparente intransponível abismo que separa a o ponto central e a circunferência. Se fossemos apenas um ponto girando para sempre ao redor da circunferência do destino, nossa perspectiva seria desesperadora. Porém, cada um de nós é um compasso, e o ponto que esta no centro do círculo é a Centelha Divina que está dentro de nós, e assim, a partir deste centro jamais poderá errar .

M:.M:.

Membro da Loj:. Simb:. Palmares do Sul nro 213 RS

G:.L:.R:.G:.S:.

Fontes Consultadas:
Ø Ritual do Aprendiz Maçom (REAA) GLRGS
Ø D´elia Junior, Raymundo – Maçonaria 100 Instruções de Aprendiz;
Ø Autor Desconhecido – Manual do Aprendiz Maçom;
Ø Da Camino, Rizzardo – Maçonaria Mística;
Ø Da Camino, Rizzardo – O Maçom e a Intuição;
Ø Adum, Jorge – Grau do Aprendiz Maçom e seus Mistérios;
Ø Dyer, Colin – O Simbolismo na Maçonaria

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terça-feira, 3 de junho de 2008

PRANCHA: CIRCULO ENTRE PARALELAS: o Mistério da 2ª Instrução do Aprendiz

PEÇA DE ARQUITETURA
Diz nosso Ritual:

Em toda Loja Regular, Justa e Perfeita , existe um ponto dentro de um círculo pelo qual um Maçom não pode transpor. Este círculo é limitado entre o norte e o sul por duas grandes linhas paralelas, uma representando Moisés, a outra representando o Rei Salomão. Na parte superior do círculo fica o L:. da L:., que suporta a Escada de Jacó, cujo cimo toca os Céus. Caminhando dentro deste circ:., sem nunca o transpormos, limitar-nos-emos às duas linhas Paralelas e ao L:. da L:. e enquanto assim procedermos, não podemos errar.

Atrás desta explicação escondem-se alguns mistérios e simbologias, que tentaremos humildemente decifrar a partir desta peça de arquitetura.

Se o Temp:. é a representação do Universo, e está orientado de Leste a Oeste e de Norte a Sul, podemos dizer que o eixo que vai do Ocidente (representado pelas colunas J e B) ao Oriente (representado pelo Delta), corresponde ao equador terrestre. Sua profundidade é da superfície ao centro da terra e sua altura é da Terra ao Céu.

Quando verificamos que o círculo é limitado entre norte e sul, podemos observar no Globo Terráqueo, que de fato, entre o equador e o norte e o sul, existe os trópicos de câncer (no Norte) e de Capricórnio (no sul). Assim, simbolicamente, estamos desvendando este mistério pela luz da Astronomia.

Algumas explicações astronômicas se fazem necessárias para entender melhor esta simbologia oculta.

Além de girar em torno de seu eixo, a Terra desloca-se no espaço, com um movimento de translação em torno do Sol, quando descreve uma elipse, de acordo com as leis de Kepler. Para o observador situado na Terra, todavia, é como se esta fosse fixa e o Sol se movesse em torno dela, seguindo um caminho, que, como já foi visto, é chamado de eclíptica.

Em sua marcha em torno do Sol, a Terra, descrevendo uma elipse, ficará mais próxima, ou mais afastada do astro da luz. O ponto mais próximo --- 147 milhões de quilômetros --- é o periélio; o mais afastado --- 152 milhões de quilômetros --- é o afélio. Se a Terra, no movimento de translação, girasse sobre um eixo vertical em relação ao plano da órbita, as suas diferentes regiões receberiam iluminação sempre sob o mesmo ângulo e a temperatura seria sempre constante, em cada uma delas. Mas, como o eixo é inclinado, em relação à órbita, essa inclinação faz com que os raios solares incidam sobre a Terra segundo um ângulo diferente, a cada dia que passa. E, assim, vão se sucedendo as estações: verão, outono, inverno e primavera.

Como os planos do equador terrestre e da eclíptica não coincidem, tendo uma inclinação, um em relação ao outro, de 23 graus e 27 minutos, eles se cortam ao longo de uma linha, que toca a eclíptica em dois pontos: são os equinócios. O Sol, em sua órbita aparente, cruza esses pontos, ao passar de um hemisfério celeste para outro; a passagem de Sul a Norte, marca o início da primavera no hemisfério Norte e do outono no hemisfério Sul; a passagem do Norte para o Sul, marca o início do outono no hemisfério Norte e da primavera no hemisfério Sul. Esses são os equinócios de primavera e de outono.

Por outro lado, nos momentos em que o Sol atinge sua maior distância angular do equador terrestre, ou seja, quando é máximo o valor de sua declinação, ocorrem os solstícios. Os dois solstícios ocorrem a 21 de junho e a 21 de dezembro; a primeira data marca a passagem do Sol pelo primeiro ponto do trópico de Câncer, enquanto que a segunda é a passagem do Sol pelo primeiro ponto do trópico de Capricórnio. No primeiro caso, o Sol está em afélio e é solstício de verão no hemisfério Norte e de inverno no hemisfério Sul; no segundo, o Sol está em periélio e é solstício de inverno no hemisfério Norte e de verão no hemisfério Sul. Portanto, o solstício de verão no hemisfério Norte e de inverno no hemisfério Sul, ocorre quando o Sol está em sua posição mais boreal (Norte), enquanto que o solstício de verão no hemisfério Sul e de inverno no hemisfério Norte, ocorre quando o Sol está em sua posição mais austral (Sul).

Por herança recebida dos membros das organizações de ofício, que, tradicionalmente, costumavam comemorar os solstícios, essa prática chegou à Maçonaria moderna, mas já temperada pela influência da Igreja sobre as corporações operativas. Como as datas dos solstícios são 21 de junho e 21 de dezembro, muito próximas das datas comemorativas de São João Batista --- 24 de junho --- e de São João Evangelista --- 27 de dezembro --- elas acabaram por se confundir com estas, entre os operativos, chegando à atualidade. Hoje, a posse dos Grão-Mestres das Obediências e dos Veneráveis Mestres das Lojas realiza-se a 24 de junho, ou em data bem próxima; e não se pode esquecer que a primeira Obediência maçônica do mundo, como já foi visto, foi fundada em 1717, no dia de São João Batista.

Graças a isso, muitas corporações, embora houvesse um santo protetor para cada um desses grupos profissionais, acabaram adotando os dois São João como padroeiros, fazendo chegar esse hábito à moderna Maçonaria, onde existem, segundo a maioria dos ritos, as Lojas de São João, que abrem os seus trabalhos “à glória do Grande Arquiteto do Universo (Deus) e em honra a S. João, nosso padroeiro”, englobando, aí, os dois santos.

No templo maçônico, essas datas solsticiais estão representadas num símbolo, que é o Círculo entre Paralelas Verticais e Tangenciais. Este significa que o Sol não transpõe os trópicos, o que sugere, ao maçom, que a consciência religiosa do Homem é inviolável; as paralelas representam os trópicos de Câncer e de Capricórnio e os dois S. João.

Tradicionalmente, por meio da noção de porta estreita, como dificuldade de ingresso, o maçom evoca as portas solsticiais, estreitos meios de acesso ao conhecimento, simbolizados no círculo cósmico, no círculo da vida, no zodíaco, pelo eixo Capricórnio-Câncer, já que Capricórnio corresponde, ao solstício de inverno e Câncer ao de verão (no hemisfério Norte, com inversão para o Sul). A porta corresponde ao início, ou ao ponto ideal de partida, na elíptica do nosso planeta, nos calendários gregorianos e também em alguns pré-colombianos, dentro do itinerário sideral.

O homem primitivo distinguia a diferença entre duas épocas, uma de frio e uma de calor, conceito que, inicialmente, lhe serviu de base para organizar o trabalho agrícola. Graças a isso é que surgiram os cultos solares, com o Sol sendo proclamado --- como fonte de calor e de luz --- o rei dos céus e o soberano do mundo, com influência marcante sobre todas as religiões e crenças posteriores da humanidade. E, desde a época das antigas civilizações, o homem imaginou os solstícios como aberturas opostas do céu, como portas, por onde o Sol entrava e saía, ao terminar o seu curso, em cada círculo tropical.

Tradicionalmente, tanto para o mundo oriental, quanto para o ocidental, o solstício de Câncer, ou da Esperança, alusivo a São João Batista (verão no hemisfério Norte e inverno no hemisfério Sul), é a porta cruzada pelas almas mortais e, por isso, chamada de Porta dos Homens, enquanto que o solstício de Capricórnio, ou do Reconhecimento, alusivo a São João Evangelista (inverno no hemisfério Norte e verão no hemisfério Sul), é a porta cruzada pelas almas imortais e, por isso, denominada Porta dos Deuses. Para os antigos egípcios, o solstício de Câncer (Porta dos Homens) era consagrado ao deus Anúbis; os antigos gregos o consagravam ao deus Hermes. Anúbis e Hermes eram, na mitologia desses povos, os encarregados de conduzir as almas ao mundo extraterreno.

Continua, aí, a dualidade, princípio da vida: diante de Câncer, Capricórnio; diante dos dias mais longos, do verão, os dias mais curtos, do inverno; diante de São João “do inverno”, com as trevas, Capricórnio e a Porta de Deus, o São João “do verão”, com a luz, Câncer e a Porta dos Homens (vale recordar que, para os maçons, simbolicamente, as condições geográficas são, sempre, as do hemisférios Norte).
Ainda para os cabalistas que influenciaram no início da Maçonaria especulativa, as linhas paralelas simbolizam Moisés e o Rei Salomão. O Rei Salomão conforme descrição cabalística representa além da sabedoria, o arguto espírito científico, a observação minuciosa das coisas da natureza, a comparação inteligente entre a natureza e o ser humano, que dever guiar todo Iniciado. Moisés é, segundo o Zoar, um portador da Verdadeira Luz, um ser espiritualizado, pois Moisés viu a Deus, isto é, era detentor da verdadeira Gnose, do auto-conhecimento, depois de uma vida sofrida e cheia de atribulações.

O círculo, também pode ser representado por uma serpente mordendo a própria cauda, é um dos símbolos mais antigos, é um símbolo de eternidade – o universo sem começo ou fim, completo em si e totalmente sábio. O ponto no centro do círculo representa a unidade absoluta, o Centro da Criação, o princípio gerador universal, o G A D U.

Podemos ainda interpretar este símbolo da seguinte maneira: as paralelas representam as colunas B e J que dão entrada aos nossos Templos, o círculo representa a própria Loja, ou seja, o universo que ela encerra, e o ponto central é o próprio Grande Arquiteto do Universo, presidindo nossos trabalhos, distribuindo o Verdadeiro Amor a todos os Obreiros.

Elaborado por Irm:. Luis Genaro Ladereche Figoli
Loj:. Simb:. Palmares do Sul nro° 213
G:.L:.R:.G:.do S:.


Fonte de Consulta:
Prancha “São João” de Jose Castellani
Ritual do Grau do Apr:. M:.
Prancha do Irm:. Altivo Tavares de Souza Filho;
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