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domingo, 9 de julho de 2023

Moral e Ética: Reflexões na Filosofia e na Maçonaria diante da Erosão do Paradigma Moral

Por:

M.´. I.´. Luis Genaro Ladereche Fígoli

G.´. 33°


Resumo: A moral e a ética são conceitos fundamentais na filosofia e na Maçonaria, desempenhando papéis essenciais na busca pela construção de sociedades justas e virtuosas. No entanto, nos tempos atuais, esses paradigmas morais têm enfrentado desafios significativos, enfrentando uma erosão gradual. Este artigo explora a natureza da moral e da ética, investiga a erosão do paradigma moral em nossa sociedade contemporânea e destaca a abordagem da Maçonaria na promoção da moralidade e da ética.

 

INTRODUÇÃO

A moral e a ética são conceitos intrinsecamente ligados à natureza humana e têm sido objeto de investigação e reflexão na filosofia há séculos. Ambos se referem a um conjunto de princípios e valores que guiam as ações humanas, buscando estabelecer padrões de conduta e comportamento moralmente aceitáveis. A Maçonaria, por sua vez, é uma antiga fraternidade que enfatiza a importância da moralidade e da ética em suas práticas e ensinamentos. No entanto, atualmente, observamos uma erosão gradual desses paradigmas morais em nossa sociedade contemporânea.

A NATUREZA DA MORAL E DA ÉTICA

Para compreendermos a erosão do paradigma moral, é fundamental explorar a natureza da moral e da ética. A moralidade refere-se a um conjunto de valores e princípios que determinam o que é considerado certo e errado em uma determinada cultura ou sociedade. Já a ética é um campo filosófico que busca fundamentar a moralidade, analisando e refletindo sobre as bases racionais que justificam nossos julgamentos morais.

Na filosofia clássica, a ética não se limita a hábitos ou costumes socialmente definidos, comuns, mas busca uma base teórica para encontrar a melhor forma de vida e convivência, ou seja, na vida privada e privada. publicamente; em público. A ética inclui a maioria das áreas do conhecimento não cobertas pela física, metafísica, estética, lógica, dialética ou mesmo retórica. A ética, portanto, abrange os campos atualmente conhecidos como antropologia, psicologia, sociologia, economia, pedagogia e, às vezes, até ciência política, e até mesmo esportes e dietética. Em suma, esses campos direta ou indiretamente relacionados a fatores que afetam o estilo de vida ou o estilo de vida. estilo de vida. Um exemplo dessa visão clássica da ética pode ser encontrado na Ética de Spinoza. Os filósofos tendem a dividir a teoria ética em três áreas: metaética, ética normativa e ética aplicada.

No entanto, com a crescente especialização e especialização do conhecimento após a Revolução Industrial, a maioria dos campos que eram assuntos filosóficos, especialmente a ética, foram estabelecidos como disciplinas científicas independentes. Assim, a ética hoje é geralmente definida como "o campo da filosofia que estuda as normas morais da sociedade humana” e tenta explicar e justificar os costumes de grupos particulares de humanos. Subsídios estão disponíveis para resolver seus problemas mais comuns. Nesse sentido, a ética pode ser definida como a ciência que estuda o comportamento humano, enquanto a moralidade é o julgamento da qualidade desse comportamento em termos de bem e mal.


A ética preocupa-se essencialmente com a definição da moralidade, com o questionamento e julgamento de bons e maus valores nas relações humanas (axiologia), uma vez que o seu campo de estudo é esclarecer o que pode ou deve ser um comportamento normativo, se é que existe uma definição possível. Embora a moralidade tenha conotações negativas associadas à observância de costumes e costumes, sua definição essencial é a mesma que moralidade e, ao contrário, visa estabelecer racionalmente uma base para o comportamento moral. Embora a lei seja frequentemente baseada em princípios morais, a moralidade não deve ser confundida com a lei. Ao contrário da lei, nenhum indivíduo pode ser compelido pelo Estado ou por outros indivíduos a obedecer ao código de ética, nem deve ser sujeito a qualquer sanção por violar o código de ética; por outro lado, a lei pode ser omissa sobre questões que se enquadram na esfera da moralidade.

No sentido mais amplo, a palavra "ética" conota o exame dos hábitos humanos e suas características gerais, incluindo até mesmo a descrição ou história dos hábitos humanos em sociedades particulares e em diferentes períodos de tempo. Tal campo de estudo é obviamente muito grande para ser estudado com qualquer ciência ou filosofia em particular. Além disso, se considerarmos o pensamento e a realização artística como hábitos humanos normais e elementos de caráter, então parte desse campo foi ocupado pela história, antropologia e certas ciências naturais particulares, como fisiologia, anatomia e biologia. . A própria ética, no entanto, é limitada a áreas específicas do caráter e do comportamento humano, uma vez que se relacionam com certos princípios - muitas vezes chamados de "princípios morais". As pessoas costumam usar adjetivos como "bom", "ruim", "certo" e "errado" para descrever seu próprio comportamento e o de outras pessoas. A ética estuda precisamente a relação desses adjetivos com o comportamento humano e o significado e alcance de seus significados fundamentais e absolutos.

Erosão do paradigma moral

Nos últimos anos, temos testemunhado uma erosão gradual dos valores e princípios morais em diversas esferas da sociedade. A globalização, os avanços tecnológicos e as transformações culturais têm desafiado os fundamentos morais tradicionais, levando a uma diversidade de visões éticas e morais. Além disso, o individualismo exacerbado, a relativização moral e a influência da mídia também têm contribuído para essa erosão.

Fontes da moralidade

Diante da erosão do paradigma moral, é necessário buscar fontes sólidas para fundamentar a moralidade e a ética. Na filosofia, diferentes teorias éticas oferecem fundamentos morais, como o utilitarismo, o deontologismo e a ética das virtudes. Na Maçonaria, os princípios morais são extraídos de seus rituais, símbolos e ensinamentos, que visam promover a virtude, a fraternidade e a busca pelo aperfeiçoamento individual.

A ABORDAGEM DA MAÇONARIA

A Maçonaria, como uma instituição que busca aprimorar seus membros moralmente, desempenha um papel significativo na preservação dos valores éticos e morais em meio à erosão do paradigma moral contemporâneo. Através de seus rituais iniciáticos, a Maçonaria busca instigar a reflexão sobre os princípios éticos e morais, incentivando seus membros a viverem de acordo com esses ideais.

I. Valores Maçônicos:

A Maçonaria é baseada em uma série de valores essenciais, como a liberdade, a igualdade, a fraternidade e a busca pela verdade. Esses valores fornecem a base moral para as ações dos maçons e são incorporados em suas práticas rituais e em suas interações no mundo profano.

II. Ensinos Morais e Éticos:

A Maçonaria utiliza rituais, símbolos e lições para transmitir ensinamentos morais e éticos aos seus membros. Por meio de cerimônias iniciáticas e graus maçônicos, a fraternidade busca despertar a consciência moral dos indivíduos, incentivando a reflexão sobre questões de virtude, justiça e integridade.

III. Filosofia Moral Maçônica:

A filosofia moral da Maçonaria é baseada em princípios universais, como a prática da caridade, a busca pelo conhecimento e a aplicação da sabedoria no agir. A fraternidade incentiva a virtude e a retidão de caráter, procurando moldar seus membros em indivíduos éticos e responsáveis.

IV. Ética na Ação Maçônica:

Além de transmitir ensinamentos morais e éticos, a Maçonaria procura praticar a ética em suas ações. Através de projetos filantrópicos, a fraternidade busca promover o bem-estar social, ajudando aqueles em necessidade e contribuindo para o progresso da sociedade.

V. Ética Maçônica na Vida Profana:

A Maçonaria incentiva seus membros a aplicarem os princípios morais e éticos aprendidos em suas vidas profanas. A fraternidade enfatiza a importância de ser um exemplo de conduta moral e ética em todas as esferas da vida, promovendo a integração desses valores na vida cotidiana.

Conclusão

A Maçonaria desempenha um papel significativo na promoção dos valores morais e éticos em seus membros, bem como na sociedade como um todo. Através de seus ensinamentos, rituais e práticas, a fraternidade busca despertar a consciência moral e incentivar a prática da ética em todas as esferas da vida. Aprofundar o entendimento sobre os conceitos de moral e ética na Maçonaria pode fornecer insights valiosos sobre como a fraternidade contribui para a construção de uma sociedade mais justa e virtuosa.

Fontes de Consulta

Aqui estão algumas fontes que você pode consultar para obter mais informações sobre moral e ética na filosofia e na Maçonaria:

Livros acadêmicos:

"Ética", de Baruch Spinoza

"Fundamentação da Metafísica dos Costumes", de Immanuel Kant

"Ética a Nicômaco", de Aristóteles

"Moral e Metafísica na Maçonaria", de Reginaldo Rodrigues

Artigos acadêmicos:

"Moral e Ética: Uma Perspectiva Filosófica", de Roger Wertheimer

"Ética e Maçonaria: Uma Investigação Filosófica", de David Stevenson








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sábado, 18 de fevereiro de 2023

A PEDRA BRUTA E A PEDRA POLIDA NA MAÇONARIA

Por M.'.I.'. Luis Genaro Ladereche Figoli 33°

Na Maçonaria, a pedra bruta e a pedra polida são simbólicas e representam diferentes estágios de desenvolvimento pessoal e espiritual.

A pedra bruta é o estado inicial do indivíduo, que representa sua natureza humana e imperfeita. Essa pedra é áspera, irregular e sem forma definida, e representa a ignorância, os vícios, as fraquezas e as limitações do ser humano. A pedra bruta é, portanto, um símbolo da matéria-prima que precisa ser trabalhada para se tornar uma obra-prima.

A pedra bruta é o estado primordial do ser humano, simbolizando a ignorância, os vícios e as limitações que devem ser superados para se alcançar a sabedoria, a virtude e a excelência. É uma referência à matéria-prima que, por meio do trabalho, pode ser transformada em algo útil, belo e valioso.

Na Maçonaria, a pedra bruta representa a jornada do aprendiz maçom, que busca lapidar sua própria natureza, superando seus defeitos e desenvolvendo suas qualidades. A pedra bruta é um convite para o trabalho interior, o autoconhecimento e o aprimoramento constante, que levam o indivíduo a evoluir, aperfeiçoar-se e a alcançar a pedra polida.

Já a pedra polida é o estado final do indivíduo, que representa sua natureza divina e perfeita. Essa pedra é lisa, simétrica e com forma definida, e representa a sabedoria, a virtude, a força e as habilidades desenvolvidas pelo ser humano ao longo de sua vida. A pedra polida é, portanto, um símbolo da obra-prima que foi construída a partir da matéria-prima da pedra bruta.

A pedra polida, por sua vez, representa a transformação da pedra bruta em uma obra-prima. É o estado final da jornada do aprendiz maçom, onde se alcança a excelência, a sabedoria, a virtude e a fraternidade. A pedra polida simboliza o trabalho bem-sucedido, a construção de uma personalidade forte, equilibrada e harmoniosa, e a contribuição para o bem-estar da humanidade.

A Maçonaria utiliza o simbolismo da pedra bruta e da pedra polida como um meio para transmitir lições filosóficas e morais que visam aprimorar o indivíduo e a sociedade. Esses símbolos nos convidam a refletir sobre nossas próprias limitações e desafios, e a buscar constantemente o aprimoramento pessoal e o bem comum.

Na Maçonaria, o processo de transformação da pedra bruta em pedra polida é simbolizado pela jornada do aprendiz maçom, que busca aprimorar suas habilidades, virtudes e conhecimentos para alcançar seu pleno potencial como ser humano e como membro da sociedade. A pedra polida também representa a construção de um mundo melhor, baseado na fraternidade, na igualdade e na liberdade.


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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

O "LIVRO DA LEI" NA MAÇONARIA (Law Book in Freemason)

 


O livro da lei é uma das peças mais sagradas e importantes da Maçonaria. É considerado o guia moral e espiritual dos Maçons, e seu uso é obrigatório em todas as cerimônias e reuniões.

A Maçonaria é uma organização filosófica e fraternal que tem como objetivo o desenvolvimento moral, intelectual e espiritual dos seus membros. A partir disso, o livro da lei é uma das fontes principais de inspiração para os Maçons, pois contém os princípios e valores que devem ser seguidos pelos membros da organização.

O livro da lei é composto por diversos textos sagrados, incluindo a Bíblia, o Corão, o Bhagavad-Gita, entre outros. Cada texto é escolhido com base nas crenças e tradições dos membros da Maçonaria, e todos são considerados sagrados para a organização. Além disso, o livro da lei contém regras e regulamentos que devem ser seguidos pelos Maçons, incluindo a ética profissional, a moral e os valores que devem ser praticados na vida pessoal e profissional.

A importância do livro da lei na Maçonaria é evidente na forma como é utilizado em cerimônias e reuniões. Ele é sempre colocado em um lugar de destaque, e os Maçons são incentivados a consultá-lo frequentemente para melhorar sua conduta e desenvolver suas habilidades como seres humanos. Além disso, o livro da lei é usado como um guia para ajudar os Maçons a tomar decisões éticas e morais em situações difíceis.

Em resumo, o livro da lei é uma peça fundamental para a Maçonaria. É considerado sagrado e é usado como fonte de inspiração e orientação para os membros da organização. Além disso, o livro da lei é um importante meio de desenvolvimento moral, intelectual e espiritual dos Maçons, e é fundamental para a preservação dos valores e princípios da organização.

Por M.´. I.´. Luis Genaro Ladereche Fígoli
G.´.33°

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sábado, 1 de agosto de 2015

AMOR E FELICIDADE NA MAÇONARIA – Concepções Filosóficas


AMOR E FELICIDADE NA MAÇONARIA – Concepções Filosóficas

Irm.`. Luis Genaro Ladereche Fígoli (Moshe)*
M.´. I.`.

Toda filosofia natural trabalha em função de duas dimensões, a curiosidade e a miopia

Toda a existência humana (de aproximadamente 200.000 anos) está marcada pela evolução desta espécie, a partir dessas duas premissas. A curiosidade, que nos leva a fazer as perguntas básicas de nossa existência: O que é a vida, de onde viemos, para onde vamos e o que fazemos aqui?; bem como a noção clara (inicialmente da filosofia natural – precursora da ciência – e da própria ciência atual) de que o que nos olhos “enxergam” e nossos sentidos “sentem” são meros reflexos de uma realidade maior. Na maçonaria, entendemos essa realidade maior, como a Verdade, ou a busca da Verdade.
É o que chamamos de Realidade visível. Os cinco sentidos são integrados no cérebro e criam uma sensação de realidade. A realidade “vista” é ínfima em relação ao que está acontecendo em torno de nós. Somos os únicos seres multicelulares, que têm a noção da existência. Evoluímos de estruturas simples (uni moleculares) que permearam durante mais de 3 bilhões de anos na terra. Num determinado momento, como veremos a seguir, por algum motivo, iniciou-se o processo de agregação molecular que resultou em seres mais complexos, chegando até nós. Se colocarmos a existência da terra (os 3,5 bilhões de anos) numa escala de 24 horas, a humanidade teria aparecido no último segundo do dia 31 de dezembro. Somos muito, mas muito novos na ocupação deste planeta!!!  Como já disse, somos os únicos seres com vida que têm noção da existência, que tem consciência e que são cognitivamente inteligentes.

Mas o que é a vida? Qual a energia que move nossa vida?

Entendo que a energia que move a vida é a alegria ou a felicidade. E a felicidade é um estado determinado pelo amor.

É muito comum sermos avaliados através de números: Assim salários, metas, resultados, fatias de mercado, servem como parâmetro de indicar se vivemos bem ou não. Mas vida que vale a pena é muito mais que isso.

A vida vale a pena se você consegue sorrir. A vida valeu a pena pelos abraços, pelos apertos de mão, pelos gestos de carinho, pelas sensações boas que você tenha tido ao longo do dia. Nada disso se presta para mensuração numérica.

As boas sensações têm sido reunidas AO LONGO DA HISTÓRIA DO PENSAMENTO, por detrás da palavra AMOR.

Assim, parece verdadeiro que a vida vivida com AMOR tem mais graça. Sem amor a vida e arrastada, cinza, em preto e branco. E é precisa esperar a semana inteira para que um novo entediante final de semana, separe a desgraça da semana anterior com a nova semana.

Amor nada tem a ver com a vontade. Amor foge de nosso controle. O Amor não é uma questão moral. Sim, porque moral é INTELIGÊNCIA À SERVIÇO DA VIDA. Existe MORAL toda vez que decidimos uma alternativa, toda vez que descartamos uma possibilidade de vida que decidimos não viver.

MORAL É ESCOLHA, é DECISÃO RACIONAL.

O AMOR não, o amor é SENTIMENTO. Fenômeno de nosso corpo que se presta à contemplação. Surge sem que tenhamos decidido e vai embora sem que nada possamos fazer.

AMOR e MORAL não tem nada a ver. No entanto, é fácil perceber que na hora de utilizarmos a inteligência para escolher a vida o amor é a grande referência. Já que não ama, faz como se amasse. A Moral é uma imitação do comportamento de quem ama.

AMAR é diferente de GENEROSIDADE. Quem ama se doa. Generosidade é uma imitação do amor. O generoso é aquele que dá sem amar. Somos todos generosos um dia. Mas quem ama dá por amor, sem precisar pensar, sem precisar escolher, assim é o comportamento amoroso.

Também, FIDELIDADE é uma espécie de imitação do comportamento amoroso. Quem ama é fiel. Não precisa de uma regra MORAL para não trair a confiança do ser amado. Quem ama não trai.

Mas de que AMOR estamos falando?

Qual é o AMOR a que se refere nos Ritual, quando pergunta o VM: O que é Maçonaria Irm.´. Chanceler?., e este responde: “É uma Instituição que tem por objetivo fazer FELIZ a humanidade, pelo AMOR....”

Vejamos:
1 -     Fazer FELIZ a Humanidade;
2- O instrumento é o AMOR.

   Muitos pensadores se dedicaram a decifrar esse enigma que existe apenas nos seres humanos. Somente nós somos dotados deste sentimento do amor. Os animais agem por instinto, os vegetais por uma programação genética que os faz nascer, crescer, se reproduzir e morrer.

    Três grandes Mestres se dedicaram a nos decifrar o AMOR, de maneira diferente ao longo do tempo:

O primeiro é PLATÃO (428 a 347 a.C) que foi um filósofo da Grécia Clássica, pai fundador da nossa maneira de pensar. Platão definiu AMOR como EROS. Quem vaia apresentar e definir esse amor é Sócrates, personagem principal do Platonismo. Enquanto Platão escrevia os Diálogos, era Sócrates que apresenta a versão que considera correta. Esta definição se encontra no mais famoso dos “diálogos”, chamado “O Banquete”, que traz a genialidade irritantemente simples de Platão:
“AMAR é DESEJAR

Nos amamos o que desejamos. Amamos enquanto e na intensidade que desejamos. A má notícia é que se o desejo acabou e porque o amor acabou também. Amor e desejo são a mesma coisa. Então cabe uma indagação: Se Eros é desejo, desejo é o que??
Desejo é a FALTA. Desejo é a busca do que faz falta, é a energia que opera a buscar o que não temos, o que não somos, do que não conseguimos fazer ainda. Agora na definição Platônica completa:

Você ama o que deseja e deseja o que não têm”. E quando tem, não deseja mais, então, não ama mais.

Na Maçonaria é EROS está presente. Digo que sim. A estruturação do Rito em graus é uma forma de fomentar o DESEJO de crescimento na escala até chegar ao topo da pirâmide. Desejamos o próximo nível, dispendemos energia para isso, amamos o nosso trabalho para chegar a ele. Uma vez que lá estamos, deixamos de ter desejo por esse nível, e nos interessa o próximo, e assim sucessivamente. O DESEJO é uma forma de traçar objetivos, que alcançados, deixam de ser interessantes, para efeitos de dispender energia nele. Desejo é a Falta.

A vida erótica, essa mesma que você passa o tempo inteiro perseguindo coisas que não têm, não é vida que vale a pena, pelo menos do ponto de vista de ser isso sozinho. Esta vida parece ser um saco sem fundo, sempre desejaremos o que não temos, vivendo numa busca indefinida e eterna na frustração.

O segundo pensador foi ARISTÓTELES (384 a 322 a.C.), discípulo de Platão e fundador do Liceu, professor de Alexandre O Grande, pai fundador da ciência, não concorda com Eros. O Amor não pode ser só isso, não pode ser só desejo. A vida desejante é infeliz.

O amor de Aristóteles é pelo que você já tem, pelo que você já conseguiu, pela performance que você já consegue ter, pela vida que você consegue ter. O amor é pelo mundo que está exatamente diante de cada um de nós, quando o mundo alegra.

Ele chama de Philia é o amor ALEGRIA. Amor pelo que já se tem e nos faz bem.

ALEGRIA é a passagem para um estado mais potente do próprio ser”.

Definido por ESPINOZA (1632), alegria seria um estado de potência de agir. É uma energia que te anima, e esta energia oscila. Esta energia também foi caracterizada por outros pensadores: Nietzsche de “Vontade de Potência”, Bergson de “Elã Vital”, Freud de “Libido”.

Para vivermos com ALEGRIA, precisamos nos encantar com o que fazemos. Somos indivisíveis de nós mesmos. Precisaremos conviver conosco mesmo durante toda a nossa existência, portanto, precisamos nos entender, nos compreender, nos encantar. 

Não podemos nos divorciar de nós mesmos. Quem mais nos acompanha durante a vida, somos nós mesmos. É o que filosofia se chama “A TRANSCENDÊNCIA DO EGO”. Nós somos dois: Nós mesmos e a consciência que temos de nós. Nós somos o espetáculo mais frequente para nós mesmos. Para que a vida tenha alguma chance de valer a pena, é muito importante que você consiga se encantar com o que faz, afinal de contas, o que você mesmo faz é a atividade com a que você mais convive. Se detestarmos o que fazemos, é muito provável que a nossa vida seja a maior parte de tempo TRISTE, e tristeza é quando nossa “potência de agir” estiver em baixa. No grau zero, significa a morte.

Por isso Aristóteles, quando perguntado sobre qual seria a fórmula para atingir a felicidade (ALEGRIA) ele respondeu:

Conhece-te a ti mesmo

Para finalizar, o terceiro grande Mestre foi Jesus de Nazareno (3 a.C. a 30 d.C.). O Amor de Cristo é mais sofisticado, porque não é nem o desejo, nem a alegria de quem ama. Por isso Jesus chamará de “Ágape”. Ágape é amor ao próximo. É o amor pela humanidade. Se o amor de Jesus é por qualquer um, não pode ser a alegria de quem ama, pois nem todos nos alegram, aliás o mundo tende a nos aborrecer. Também não pode ser EROS, porque não desejamos qualquer um.

Em Ágape o que importa é o amado. E o amante fará de tudo pela alegria do amado, reduzir o sofrimento do próximo.

Na Maçonaria, tenho certeza, que cada um de vocês estará recordando situações em que perceberam que poderiam proporcionar alegria para alguém, e não economizaram esforços, foram além dos protocolos, foram além do que era esperado para diminuir a tristeza, para diminuir o sofrimento, para proporcionar um sorriso a pessoas que muitas vezes você não sabia sequer o nome.

Por isso, a fórmula Maçônica de felicidade pode ser:

“Deseje demais o que te faz falta, porque a vida não vai ser boa na derrota e na frustração. Mas perceba que o desejo não basta. Permita-se a alegria. Consiga-se alegrar com o que você já tem, e sobretudo perceba, que depois de uma conquista alegradora, se você não tiver com quem se alegrar, a sua alegria durará muito pouco, morrerá pela solidão. Por isso, preocupe-se em proporcionar a alegria de que está em volta, para que a sua própria alegria e felicidade possa durar um pouco mais.

Fonte:
- Inspirado na Palestra do Prof. CLOVIS DE BARROS FILHO, Youtube;
- Wikipédia;
- “O Banquete” Platão;

- Princípios de Filosofia – Diversos Autores

* Mestre Instalado, Gr.`. 25, obreiro da B.´.A.´.R.´.L.´.S.´. Rosa dos Ventos n° 76, Or.´. de Osório/RS, juridionado à G.´.L.´.R.´.G.´.S.´.
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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A Importância da Maçonaria e do Maçom em nossa Sociedade

PEÇA DE ARQUITETURA

Por Irm:. Luis Genaro Ladereche Fígoli (Moshe)

Uma das características mais grandiosas da Maçonaria é que sua filosofia não mudou com o passar dos séculos. Ela é atemporal.

Pouco foi alterado nos rituais e na própria filosofia, como podemos atestar, em relação ao pronunciamento transcrito abaixo, realizado por ocasião da posse como Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil em 24 de Junho de 1901, ao assumir o elevado cargo Maçônico.

Este Irm:. era Quintino Bocaiuva (1). Vejam a atualidade do discurso:


"Pelas tradições gloriosas da nossa Ordem, pela pureza das nossas doutrinas, pela majestade dos símbolos dos nossos ritos, pelo influxo dos sentimentos honestos e piedosos que são a essência da nossa moral maçônica; pela vastidão dos domínios onde impera a autoridade da nossa soberania; pelos vínculos fraternais que enlaçam a todos os maçons na superfície de nosso planeta; pelo esplendor dos Templos aonde se reúnem nas diversas partes da terra habitada todos os homens de boa vontade que rendem culto a Religião do amor e do Bem, pela força que resulta da nossa própria união; pela comunhão sagrada e misteriosa em que virtualmente nos encontramos unidos pela mesma aspiração do Ideal; pela influencia benéfica e salutar desta Escola em perpetua. e assídua função onde fazemos a aprendizagem das virtudes que, únicas, podem enobrecer o homem e aonde reciprocamente nos educamos sob as austeras regras do Dever, qualquer que seja a esfera aonde exerçam a nossa atividade; pela ação até aqui potente e irresistível dos nossos princípios maçônicos de Tolerância, Fraternidade e Justiça, somos no seio Sociedade Profana um Poder cuja autoridade se exerce pela influencia moral, cem vezes mais forte e eficiente do que a força que possa ser representada por todos os exércitos do mundo.

"Esse Poder estriba-se em duas colunas inabaláveis: a UNIVERSALIDADE E A UNIDADE.

"Onde quer que haja um Templo Maçônico ai esta a nossa Religião; onde quer que haja um grupo de obreiros trabalhando pelo Bem da Humanidade, ai ternos o nosso lugar.

"Somos um só Povo no meio de todos os Povos; falamos urna língua no meio da diversidade de todos os idiomas; SOMOS CIDADAOS COM IGUALDADE DE DIREITOS NO SEIO DE TODAS AS NACIONALIDADES. O Continente Maçônico abrange os continentes terráqueos, nas devesas dos mais sombrios e desolados desertos podemos encontrar um irmão ou ainda na solidão melancólica dos oceanos, flutuando à mercê das vagas, ou quietas ou revoltadas podemos com outros irmãos entoar o hino da nossa gratidão ao Supremo Arquiteto do Universo e, aportando ao primeiro porto achar mão amiga que por um dos sinais simbólicos nos faça sentir que estamos, senão em terra da nossa Pátria, pelo menos em uma terra amiga.

"Tal é a concepção mais elevada e justa da nossa Instituição; tal é a eficácia e a solidez dos vínculos que devem ligar a todos os Maçons espalhados pela superfície da Terra.

"Como todas as instituições humanas, a nossa tem atravessado séculos de existência acompanhando as vicissitudes dos tempos e conformando-se com elas, lutando, agindo, criando, resistindo, vencendo, em todas as épocas em todas as latitudes, em todos os climas, em todas as nações, mantendo sempre a luz do dia ou nas criptas dos subterrâneos sóbrios, erguido e majestoso, o Lábaro da Fé, - o estandarte impoluto da nossa crença maçônica, o pendão glorioso sobre o qual se esculpiu o Triangulo simbólico que e a estrela guiadora que nos conduz a conquista do nosso Ideal, - a posse definitiva da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade entre os homens.

"Fundindo no seio da nossa Sociedade Maçônica todos os elementos sãos da Sociedade Profana, amalgamando-os e depurando-os no cadinho da nossa Fe; purificando-os ao fogo das caçoilas aonde fazemos arder a mirra perfumosa que em espirais de fumo, se evola, como uma invocação ao Grande Arquiteto do Universo, nós nos habilitamos a influir sobre os destinos dos povos, infiltrando no seu seio as nossas doutrinas, a nossa moral, as nossas idéias, os nossos princípios, procurando modelar as agremiações humanas pela feição da nossa Sociedade e procurando transfundir no seu seio o vigor e a energia; a virilidade a discriminação, o desprendimento, o altruísmo, enfim, que e a resultante da depuraçaõ a que nos próprios nos sujeitamos de boa mente afim de alcançarmos para as nossas consciências a satisfação de havermos praticado o Bem e para o nosso próximo os benefícios da paz e o estimulo do aperfeiçoamento, progressão moral, sucessiva e ascendente, por meio da qual nos aprimoramos lenta mas continuamente, do nosso Criador Onipotente - foco eterno da Luz, fonte perene do Bem, da Justiça e do Amor.

"É essa, meus prezados irmãos, a face política da missão histórica desempenhada pela Maçonaria em todos os tempos e em todos os países.

"Na nossa Pátria não registra a Historia um só cometimento social e político de grande alcance a que não esteja ligada a influencia da Maçonaria.

"Para não citar mais de quatro fatos recordarei com orgulho que podem considerar-se efeitos da ação maçônica: a Independência que nos deu a soberania da Pátria; o Sete de Abril que nos deu a primeira vitória democrática: A Abolição da Escravidão que instaurou o regime de igualdade entre os cidadãos brasileiros e, finalmente, a instalação da Republica que selou para sempre o princípio de Soberania popular.

"Em todos os movimentos sociais colaborou a nossa Ordem, não somente pela influencia das suas doutrinas, como ainda pela ação de muitos dos seus mais distintos Membros - doutrinas e homens que levaram para o campo da luta política a e inspiração da Magnanimidade e da Tolerância - a cujo influxo puderam realizar as essas Revoluções de modo incruento e atraindo para a nossa Pátria a admiração do mundo.

"No momento atual a ação da nossa Sublime Ordem pode e deve ser de salutar efeito para a sociedade Brasileira.

"A nossa missão tem o caráter de perpetuidade porque o progresso e o aperfeiçoamento humano são sucessivos e no desdobramento a vida sempre renovada das gerações que se sucedem não ha limite para o esforço humano.

"Educar, ensinar, melhorar constantemente as condições do povo, e a tarefa mais nobre e mais profunda a que podem dedicar-se os homens de boa vontade congregados, como nos, na mais forte e poderosa das agremiações sociais. Somos um organismo vivaz e poderoso pela contextura da nossa Instituição; exercemos a nossa influencia desde o lar domestico ate a praça publica; temos voz, e temos voto desde os Templos ate os comícios populares ou ate as assembléias deliberantes; a infiltração dos nossos princípios opera-se continua e ininterruptamente no seio da sociedade.

"Modelada hoje a nossa Instituição pelo mesmo molde das instituições políticas da nossa Pátria, tendo adotado para nosso regime maçônico a mesma forma federativa do regime político em que vivemos, nós representamos, contudo o principio superior e elementar da UNIDADE - base da nossa grandeza e garantia do nosso poder.

"Na aspiração comum da nossa Ordem devem se manter vivas e respeitadas as tradições veneráveis da Instituição Maçônica e, como obreiros abnegados do Bem, temos o dever de trabalhar pela felicidade da Nação em cujo seio vivemos e a qual nos prendem, com os vínculos bem mais fortes, dos interesses morais e afetivos da nossa alma. A cada geração, a sua parte no trabalho e na luta, no esforço e no sofrimento.

"Saibamos cumprir o nosso dever como souberam cumprir o seu os nossos predecessores. Leguemos aos vindouros, intacta e refulgente, a gloriosa herança dos nossos antepassados, e acrescentando e mais opulento ainda, o cabedal da sabedoria, do seu patriotismo, da sua abnegação, das suas virtudes, da sua grandeza moral, única majestade inacessível as vicissitudes e alternativas das revoluções humanas"

QUINTINO BOCAIUVA (24/06/1901)


(1) Breve Biografia:

Quintino Antônio Ferreira de Sousa Bocaiúva (Itaguaí, 4 de dezembro de 1836 — Rio de Janeiro, 11 de junho de 1912) foi um jornalista e político brasileiro, conhecido por sua atuação no processo da Proclamação da República. Como político, foi o primeiro ministro das relações exteriores da República, de 1889 a 1891, e presidente do estado do Rio de Janeiro, de 1900 a 1903. Em 1899 foi reeleito Senador, sendo subseqüentemente escolhido para o governo do Estado do Rio de Janeiro (1900-1903). De 1901 a 1904, na Maçonaria, ocupou o Grão-Mestrado do Grande Oriente do Brasil, posto mais elevado na hierarquia da Ordem. Em 1909 retornou ao Senado, tendo exercido o cargo de vice-presidente de 1909 a 1912. Nessa função, apoiou a candidatura do Marechal Hermes da Fonseca à presidência da República (1910) e, nesse mesmo ano, ocupou a presidência do Partido Republicano Conservador do caudilho gaúcho José Gomes Pinheiro Machado.Quintino Bocaiúva faleceu no bairro do Rio de Janeiro onde morava, e que hoje, em sua homenagem, leva o seu nome: Quintino Bocaiúva.
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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Reflexões sobre a Primeira Instrução do A:.M:.


A simbologia e seus ensinamentos vistos na primeira instrução resumem a moral maçônica e o labor no desbaste da P:.B:. que deve haver por parte do A:.M:.

Todavia, o painel da loja de A:.M:. e sua simbologia só pode ser revelada, ou ainda, incitada àquele que já foi iniciado, não nos parecendo lícito a ele desvelar com suas jóias e paramentos. Passo a algumas singelas considerações sobre a primeira instrução. Entendo que a simbologia inicialmente demonstrada é, antes de tudo, uma reflexão a perpétua aprendizagem, aprendizagem esta voltada para o mistério que se encerra na própria vida. Trabalha o A:.M:. em sua P:.B:. talhando-a, corrigindo imperfeições através de princípios e virtudes. Há todo um convite simbólico e ao mesmo tempo real para que ocorra um descobrir-se através do trabalho.

A teoria simbólica dos elementos apresentados é um convite ao estudo e a prática de virtudes, as quais não podem ficar represas; antes, devem ser um elemento na construção de uma sociedade mais justa e perfeita.

Novos conhecimentos são adquiridos, novos horizontes. As virtudes deixam de ser simples palavras para se tornarem, creio, materializadas. A Moral não é apenas uma necessidade, antes: é um processo de evolução do homem e por fim, da sociedade. A matéria prima é a pedra que existe em nossos corações, de nosso íntimo áspero, com seus vícios e imperfeições.

Creio que a repetição destes estudos faça com que se crie no Maçom uma internalização das virtudes, com as quais ele passará a conviver e a ser um disseminador. Há todo um processo de elevação, também simbolizado pela Escada de Jacob, elemento que aliás entendo requer uma profunda reflexão.

Ora, de que adianta saber que em si há uma pedra em estado bruto, viciada, se não pode ser tocada, trabalhada, transformada em uma devida P:.P:., base do verdadeiro templo que podemos compreender ser o A:.M:., a Loja ou mesmo do templo do G:.A:.D:.U:.? As alegorias constantes na Loja nos são uma lembrança e o procedimento que nos levam a construção do templo interior. Este deve ser o trabalho incessante do Maçom, instado por todos os elementos simbólicos da Loja a se tornar justo e perfeito, para que brilhe como uma verdadeira jóia.


*Trabalho enviado pelo Irm:. André Cunha, A:. M:. da Loj:. Simb:. Palmares do Sul 213, RS.
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quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A MORAL MAÇÔNICA E OUTRAS REFLEXÕES SOBRE A 4ª INSTRUÇÃO DE A.∙. M.∙.

PEÇA DE ARQUITETURA

Por Irm:. Luis Genaro Ladereche Figoli*

A 4ª Instrução de A.∙. M.∙. se desenvolve a partir de três temas centrais, que aparentemente desconexos numa leitura superficial, apresentam-se suficientemente complementares após uma análise mais aprofundada e interpretativa de seus significados, sendo o fio condutor, a moral Maçônica:

1. Da Forma e Dimensões do Templo (no ritual Loja);
2. Da Base de Sustentação do Templo (no ritual Loja);
3. Da Moral Maçônica e suas aplicações

O TEMPLO

O Templo é o lugar onde se desenvolvem os trabalhos maçônicos e é reunida a Loja, manifestação do Logos ou Palavra que vive em cada um de seus membros e encontra em seu conjunto uma expressão harmônica e completa.

É, ao mesmo tempo, um lugar de trabalho e de adoração, uma vez que nunca cessa de construir-se enquanto for de real proveito a todos; e como esta construção simbólica necessita ser a expressão do Plano do Grande Arquiteto, no qual a atividade construtiva busca sua inspiração, este esforço constante em direção à Verdade e à Virtude é a mais efetiva e verdadeira adoração.
Etimologicamente, a palavra templo relaciona-se com o sânscrito tamas, "escuridão", de onde vem também o latim tenebrae (por temebrae), "Trevas". Significa, portanto, lugar escuro, e por conseguinte "oculto", aludindo ao antigo costume de construir os templos em grutas ou criptas subterrâneas, fora da luz exterior e ao amparo da indiscrição profana.

Isto informa-nos que todos os templos no princípio, foram antes de tudo, lugares de recolhimento e silêncio; e da mesma forma também o são os templos sucessivamente erigidos sob uma forma arquitetônica específica mas sempre caracterizados interiormente por essa penumbra mais ou menos completa que favorece à concentração do pensamento e à sua elevação para o transcendente, em direção ao que há de menos conhecido e misterioso. Também este isolamento do mundo exterior é favorecido por uma atenção mais profunda sobre os ritos e cerimônias que nesses templos - sejam religiosos ou iniciáticos - tem se sempre desenvolvido.

O Templo maçônico é um quadrilongo estendido do Oriente ao Ocidente, isto é, "em direção à Luz". Sua largura é do Norte ao Sul (desde a potencialidade latente à plenitude do manifestado), e sua altura do Zênite ao Nadir. Isto quer dizer que praticamente não tem limites e compreende todo o Universo, no qual se esparge a atividade do Princípio Construtivo, que sempre atua na direção da Luz, como pode ser observado em toda a natureza.

Quanto às três dimensões do Templo, podemos considerá-las até certo ponto equivalentes; tanto o Sul e o Zênite, como o Oriente, indicam o Mundo Divino dos Princípios ou domínio do Transcendente; enquanto o Norte, o Nadir e o Ocidente representam, de diferentes modos, o mundo manifestado ou fenomênico.

A diferença baseia-se principalmente em que a direção do Oriente ao Ocidente refere-se à Senda da vida ou Caminho do Progresso; a do Norte ao Sul, à Lei dos ciclos, que nos aproxima alternativamente do domínio das Causas e dos Efeitos; e a vertical, ao Pai e a Mãe, de quem somos igualmente filhos, ou seja, às duas gravitações, celestial e terrena, que respectivamente atraem nossa natureza espiritual e material.



DA BASE DE SUSTENTAÇÃO DE UM TEMPLO

Três grandes colunas sustentam o Templo Maçônico (distintas das duas que se encontram no Ocidente): a Sabedoria, a Força e a Beleza, ou seja, a Onisciência, a Onipotência e a Onipresença do G.∙.A.∙.D.∙.U.∙., reafirmadas como Princípios de Verdade, de Atividade e de Amor ou Harmonia. Estas três colunas representam ao Ven.∙. Mestre e ao 1º e 2º Vig. que tem assento respectivamente no Oriente, no Ocidente, e no Meio dia, onde são manifestados respectivamente aquelas três qualidades.

O Delta luminoso, com o Olho Divino no centro, brilha no Oriente por cima do assento do Ven. Mestre, símbolo do Primeiro Princípio, que é a Suprema Realidade, em seus dois lados, ou qualidades primordiais que a definem, expressas em síntese inimitável a no trinômio vedântico Sat-Chit-Ananda (Ser, Consciência e Bem-Aventurança).

Nos dois lados do Delta, que representa a verdadeira luz (a luz da Realidade transcendente), aparecem o sol e a lua, os dois luminares visíveis, manifestação direta e refletida dessa luz invisível, que ilumina nossa terra e que simbolicamente representam a Luz Intelectual e a Material.

Em resumo, a primeira, Sabedoria, corresponde ao Venerável Mestre, ou seja, a inteligência criadora que concebe e manifesta interiormente o plano do G.: A.: D.: U.:, representada pela Deusa Minerva; a Força, que corresponde ao Primeiro Vigilante, é a força volitiva que trata de realizar o que a primeira concebe, representada por Hércules e a Beleza, consignada ao Segundo Vigilante e representada por Vênus. Estas três faculdades também as encontramos dentro do mesmo homem, segundo nos diz Jorge Adoum. Recebem, também, o nome de Colunas Morais. A Sabedoria, ou pensamento que a dirige; a Força, ou Energia Moral que a executa e a Beleza, ou Harmonia das forças mentais. 



DA MORAL MAÇÔNICA E SUAS APLICAÇÕES

Em Loja e fora dela falamos constantemente sobre moral, ética, dever, virtude, vício, sobre o bem e o mal e conceitos afins, pressupondo que todos tenham a mesma compreensão dessas idéias. Raramente paramos para refletir, de maneira crítica, sobre tais valores, a fim de estabelecer um conhecimento mais preciso e claro sobre eles, de forma a ter validade e entendimento gerais, entre todos nós.

A primeira Constituição Maçônica, aquela de 1721, publica em Londres em 1723, no seu primeiro artigo, já estabelecia que "Um Maçom é obrigado, por sua Condição, a obedecer à Lei moral;" Portanto, esse é o primeiro dever do Maçom, dever esse que precede a todos os outros e decorre, logicamente, do pressuposto de uma Ordem Superior e Inteligente, da qual temos consciência e atribuímos à sabedoria do G.'. A.'. D.'. U.'..

Moral é algo que diz respeito exclusivamente ao homem, enquanto ser livre e inteligente e, portanto, com capacidade para escolher entre esta ou aquela conduta, e agir conforme sua vontade. Não há moral entre os seres inferiores, pois estes, quando agem, o fazem em razão de sua natureza, sem interferência de juízo de valor. O leão que abate sua presa não age moral ou imoralmente, simplesmente segue sua natureza felina, para atender a uma necessidade vital.

A idéia de Moral implica, portanto, em noções de bem e de mal, de dever, de obrigação, de responsabilidade, enfim, de valores humanos que são necessários à vida em grupo. Para alcançar a perfeição de nossa natureza, quer física, quer espiritual, será necessário desenvolver nossas virtudes físicas e espirituais, procurando afastar de nós o seu contrário, a que damos o nome de vício.

Segundo Aristóteles, há duas espécies de virtude: uma intelectual e outra moral. A primeira, via de regra, adquire-se e cresce em nós graças ao ensino. Por isso requer experiência e tempo dedicado à instrução. A virtude moral, por outro lado, é adquirida como resultado de uma prática constante, ou seja, do hábito. É interessante notar que a palavra grega "éthos", que significa "hábito", deu origem também à palavra ética, que significa moral.

E aqui nós chegamos a um ponto fundamental para compreender o valor da Maçonaria, de seus métodos de ensino e de sua Moral. Se a virtude moral não se adquire pela instrução, pelo aprendizado teórico, mas sim pela prática de atos virtuosos, todo o esforço da Ordem deve estar direcionado para criar, desenvolver, conservar e aprimorar os hábitos que conduzam a essa virtude moral.

Todos nós nascemos com aptidão para desenvolver hábitos, bons ou maus. A Maçonaria oferece ao iniciado um método apropriado para desenvolver sua auto-disciplina, a partir da reiteração ritualística constante, exaltando os valores superiores que devem guiar o homem em suas relações consigo mesmo e com os seus semelhantes.

A própria dinâmica de uma sessão maçônica acaba por desenvolver a tolerância de seus participantes, fazendo com que aprendam a ouvir e somente falar nos momentos oportunos. A prática de ações e gestos ritualísticos são exercícios simbólicos que trazem para a consciência a natureza de hábitos que, muitas vezes, não foram devidamente considerados por nós.

Para entendermos Moral Maçônica e implicações, precisamos definir claramente qual a missão do A.∙. M.∙. sendo estes conceitos aplicáveis não apenas a este grau mais a todos os maçons de todos os graus.

Para a Maçonaria, o Gr.∙. de A.∙. M.∙. é considerado como sendo o alicerce de sua Filosofia Simbólica.

A principal missão de um A.∙. M.∙. é o desbastar da pedra bruta, isto é:

• Vencer as suas paixões;
• Desvencilhar-se de seus defeitos;
• Criar sólida fundamentação para sua própria Elevação;
• Contribuir para a reestruturação moral da humanidade;

Esta missão dar-se-á inicialmente através da inteligência que é o sentimento não adulterado do homem ainda no seu estado primitivo, áspero e despolido, conservando-se neste estado ate que pelo cuidado de seus Mestres e pelo próprio esforço e perseverança adquire a educação liberal, virtuosa e indispensável para que se transforme em um homem culto e valioso, plenamente capaz de fazer parte da sociedade civilizada.

O A.∙. M.∙. deve abrir seu coração para:

• Praticar o Bem;
• Exercer a Fraternidade;
• Exercer a Caridade;
• Ser exemplo no âmbito familiar, no trabalho e no ambiente social;

Assim procedendo tornar-se-á útil para a construção do Verdadeiro Templo à Virtude.

A Maçonaria (e nós Maçons) tem como obrigação, defender:

• A liberdade dos homens e dos bons costumes;
• O reconhecimento da igualdade de todos perante a Lei Natural e perante o G:.A:.D:.U:.;
• A prática permanente da Fraternidade;
• A prática permanente da Solidariedade;
• O reconhecimento de todos como verdadeiros IIrms.∙.
E lutar contra;
• Os Vícios;
• A Ignorância;
• Os erros;
• A Intolerância;
• O Fanatismo.


Membro da Loj:. Simb:. Palmares do Sul nro 213
G:.L:.R:.G:.S:.
M:.M:.

Fontes Consultadas:
 Ritual do Aprendiz Maçom (REAA) GLRGS
 D´elia Junior, Raymundo – Maçonaria 100 Instruções de Aprendiz;
 Autor Desconhecido – Manual do Aprendiz Maçom;
 Da Camino, Rizzardo – Maçonaria Mística;
 Da Camino, Rizzardo – O Maçom e a Intuição;
 Adum, Jorge – Grau do Aprendiz Maçom e seus Mistérios;
 Dyer, Colin – O Simbolismo na Maçonaria;
 Bloes, Antonio Carlos – Peça de Arquitetura “O Dever Fundamental”

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