quinta-feira, 2 de novembro de 2023

A BUSCA PELA FELICIDADE: UMA REFLEXÃO FILOSÓFICA E MAÇÔNICA

 

A BUSCA PELA FELICIDADE: UMA REFLEXÃO FILOSÓFICA E MAÇÔNICA

"A felicidade é a aceitação corajosa da vida,

 com todas as suas tristezas, surpresas e prazeres."

 Viktor Frankl[1]

 

Por M.´.I.´. Luis Genaro L. Fígoli (Moshe)

Grau 33° REAA

 


 Introdução

Desde os primórdios da humanidade, a busca pela felicidade tem sido um objetivo central na vida das pessoas. No entanto, o conceito de felicidade é multifacetado e complexo, variando ao longo das diferentes épocas e culturas. Desde a Grécia Antiga até os dias atuais, muitos pensadores têm se dedicado a refletir sobre o que é a felicidade, como alcançá-la e como mantê-la. Neste artigo, iremos explorar a noção de felicidade sob a ótica dos filósofos clássicos e modernos, analisando suas perspectivas e contribuições para a compreensão desse tema tão relevante.

 

1. A Visão Clássica da Felicidade

Os filósofos clássicos gregos tiveram um papel fundamental na discussão sobre a felicidade. Para Sócrates, por exemplo, a verdadeira felicidade estava intimamente ligada à virtude. Ele afirmava que apenas aqueles que viviam uma vida virtuosa poderiam alcançar uma verdadeira sensação de bem-estar.

Platão expandiu essa ideia ao defender que a felicidade era alcançada através do conhecimento das formas ideais e da contemplação do Bem em si mesmo. Aristóteles concordou com Platão quanto à importância da virtude, mas argumentou que ela deveria ser praticada como um hábito diário para se obter a felicidade. O filósofo grego Aristóteles considerava a felicidade como o fim último da vida humana. Para ele, a busca pela felicidade envolve o desenvolvimento das virtudes morais e intelectuais. Através do exercício dessas virtudes, uma pessoa pode alcançar a sua plenitude e realizar-se como ser humano.

Na antiguidade, Epicuro[2] propôs uma visão diferente sobre a felicidade. Para ele, a chave para alcançar a felicidade está na busca pelo prazer moderado e na ausência de dor e sofrimento. Segundo Epicuro, devemos evitar os excessos e buscar uma vida tranquila e equilibrada.

 

2. A Abordagem Moderna da Felicidade

No período moderno, muitos filósofos trouxeram novas perspectivas sobre o conceito de felicidade. Descartes[3] defendeu que a verdadeira felicidade residia na paz interior proveniente do conhecimento próprio e da busca pela verdade. Já Spinoza[4] acreditava que alcançar a felicidade era possível por meio do entendimento das leis que regem o universo e da aceitação de nossa natureza como parte integrante dele.

Outro filósofo importante dessa época foi Kant[5], cuja concepção de felicidade estava relacionada à realização plena dos deveres morais. Para ele, ser feliz significava agir de acordo com a razão prática e cumprir com as obrigações impostas pelo imperativo categórico.

 

3. Perspectivas Contemporâneas sobre a Felicidade

Na contemporaneidade, diversos filósofos continuam a discutir o tema da felicidade, trazendo novas abordagens para sua compreensão. Um exemplo é John Stuart Mill[6], que defendia a ideia de que a felicidade consiste na busca do prazer e na minimização do sofrimento tanto para si mesmo quanto para os outros. Mill, filósofo inglês do século XIX, desenvolveu uma teoria ética conhecida como utilitarismo. Segundo essa perspectiva, a felicidade consiste em maximizar o bem-estar geral da sociedade. Para alcançar a felicidade, devemos agir de forma a produzir o maior benefício possível para o maior número de pessoas.

Por outro lado, Arthur Schopenhauer[7] argumentou que a felicidade era inalcançável devido à existência constante do desejo insaciável humano. Ele propôs uma perspectiva pessimista em relação à busca pela felicidade, afirmando que apenas através da renúncia aos desejos poderíamos encontrar algum tipo de satisfação.

No século XX, o filósofo francês Jean-Paul Sartre[8] trouxe uma abordagem existencialista à questão da felicidade. Para ele, não existe uma essência pré-determinada para o ser humano; cada indivíduo é livre para criar o seu próprio significado e propósito na vida. Assim, a felicidade está ligada à autenticidade e à liberdade de escolha.

 

4. A Abordagem Hedonista

O hedonismo é uma visão que coloca o prazer como o principal objetivo da vida humana. Filósofos como Jeremy Bentham e John Locke defendiam que a busca pela felicidade envolve a maximização dos prazeres sensoriais e emocionais. No entanto, críticos argumentam que essa abordagem pode levar ao egoísmo e à falta de consideração pelos outros.

 

5. Síntese Filosófica: A Busca Pela Felicidade

Após explorar as diferentes visões filosóficas sobre a felicidade ao longo dos séculos, percebemos que há um consenso em relação à importância da virtude e da realização pessoal para alcançá-la. Os filósofos clássicos destacam a necessidade da prática virtuosa e da contemplação do Bem, enquanto os modernos enfatizam a busca pelo conhecimento próprio e pela realização dos deveres morais.

Além disso, as perspectivas contemporâneas destacam a importância do prazer e do entendimento das limitações humanas na busca pela felicidade. Essas diferentes abordagens nos mostram que o conceito de felicidade é complexo e multifacetado, variando de acordo com as experiências individuais e culturais.

 

6. Na Maçonaria

Precisamos lembrar, que o primado da Maçonaria (além da construção do edifício interior – ver artigo publicado por mim no Blog Espaço do Maçom sob o título “A Busca Interior: O Caminho da Verdade”  https://espacodomacom.blogspot.com/2023/10/a-busca-interior-o-caminho-da-verdade.html ) , temos a obrigação de construir o “edifício exterior”, qual seja “fazer feliz a humanidade”. Em cada abertura de Loj.´., o Mestre Chanc.´. é perguntado sobre o que é a Maçonaria:

“É uma instituição que tem objetivo fazer feliz a Humanidade, pelo

amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela

igualdade e pelo respeito à autoridade e à religião”

Esta resposta traria todos os elementos necessários para atingirmos a felicidade, como indivíduo e como sociedade, senão vejamos:

a)    É um objetivo: significa o fim que se deseja atingir, a meta que se pretende alcançar ou o que é relativo ao objeto, que é concreto e existe independentemente do pensamento. Um objetivo é o que move o indivíduo para tomar alguma decisão ou correr atrás de suas aspirações. Ou seja, todos nossos esforços devem ser voltados a esta meta, aplicando toda nossa existência na busca do mesmo. A vida não é fácil. Existem obstáculos maiores ou menores, que via de regra, nos amolecem o espírito e tentam nos retirar do caminho traçado em busca do objetivo. Mas se o mesmo é claro e está incorporado em nossa existência, logo retomamos o caminho ora abandonado em direção ao que traçamos. Os objetivos desempenham um papel fundamental em nossas vidas, orientando nossas ações e decisões em direção ao que desejamos alcançar. Seja na esfera pessoal ou profissional, a definição de metas claras e alcançáveis é a chave para alcançar o sucesso.  Ter objetivos claros fornece motivação e direção. Quando sabemos o que queremos alcançar, é mais provável que nos esforcemos para atingir nossas metas. Os objetivos nos ajudam a manter o foco, concentrando nossa energia em ações que nos aproximam do sucesso. Eles nos impedem de nós perdermos em distrações e nos incentivam a superar obstáculos e desafios.

b)   Fazendo feliz a Humanidade pelo Amor: Aqui, quando falamos no Amor, não estamos nos referindo nem ao Amor “Eros” (amor apaixonado e romântico), nem ao “Philia” (amizade íntima e autêntica), nem ao “Ludus” (amor lúdico e sedutor), nem ao “Storge” (amor familiar incondicional), nem ao “Philautia” (amor-próprio), nem ao “Pragma” (amor comprometido e companheiro). Quando os Gregos Clássicos se referiam ao Amor Maior, chamavam de “Agápe” que é o amor empático e universal. O Amor desinteressado, fraterno (de “fratellis”) o Amor que de forma egoísta, independe se é correspondido ou não. É o Amor pela humanidade. O Mestre dos Mestres já nos ensinava com seu mandamento (que encerra todos os outros mandamentos); "Um novo mandamento dou a vocês: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros.”[9]. O amor é uma força poderosa que permeia todos os aspectos de nossas vidas. É uma emoção complexa e multifacetada, capaz de trazer alegria, conexão e satisfação a pessoas de todas as idades, culturas e origens. O amor nos ensina empatia e compreensão. Quando amamos alguém, estamos dispostos a ouvir, a nos colocar no lugar do outro e a compreender suas necessidades e desejos. Isso cria uma sociedade mais harmoniosa, pois promove a tolerância, o respeito mútuo e a aceitação das diferenças. Além de seu impacto em nível individual, o amor tem o poder de transformar comunidades e sociedades inteiras. A compaixão e a solidariedade que surgem do amor levam à busca de soluções para problemas sociais, como a pobreza, a discriminação e a desigualdade. Organizações filantrópicas e movimentos sociais (em especial a Maçonaria) muitas vezes são impulsionados pelo desejo de tornar o mundo um lugar melhor, impulsionados pelo amor pela humanidade. O amor é verdadeiramente uma fonte de felicidade universal. Ele enriquece nossas vidas, melhora nossa saúde mental e física, e promove relacionamentos saudáveis e uma sociedade mais empática. À medida que buscamos o amor em nossas vidas, é importante lembrar que ele não é apenas um sentimento, mas uma força que pode moldar nosso mundo para melhor. Portanto, cultivar o amor em nossos relacionamentos, famílias e comunidades é uma das chaves para alcançar a felicidade universal e construir um mundo mais compassivo e harmonioso.

c)  Aperfeiçoamento dos Costumes: Em um mundo em constante evolução, onde as mudanças sociais, culturais e tecnológicas são cada vez mais evidentes, surge a necessidade premente de refletirmos sobre a importância do aperfeiçoamento dos costumes para a construção de uma sociedade mais justa, fraterna e, consequentemente, mais feliz. Os costumes, que são os padrões de comportamento arraigados em nossa cultura, desempenham um papel fundamental na forma como interagimos, nos relacionamos e influenciamos o mundo ao nosso redor. Os costumes são como a cola que mantém os tecidos da sociedade unidos. Eles moldam nossos valores, crenças e a maneira como nos relacionamos com os outros. Desde as normas de cortesia básica até os princípios éticos mais profundos, os costumes desempenham um papel crucial na determinação de como vivemos e convivemos. No entanto, os costumes não são estáticos; eles evoluem com o tempo, refletindo as mudanças nas mentalidades e nas necessidades da sociedade. O aperfeiçoamento dos costumes implica em abandonar práticas discriminatórias, estereótipos prejudiciais e preconceitos enraizados. Ao adotarmos costumes que valorizam a dignidade de todos os indivíduos, independentemente de sua origem étnica, gênero, orientação sexual, religião ou status socioeconômico, estamos pavimentando o caminho para uma sociedade verdadeiramente justa. O aperfeiçoamento dos costumes também está intrinsecamente ligado à promoção da fraternidade e da empatia. Quando os costumes valorizam a compreensão, o respeito mútuo e a solidariedade, a sociedade se torna mais coesa e harmoniosa. A empatia nos permite compreender as experiências dos outros e, assim, trabalhar juntos para superar desafios e alcançar objetivos comuns. Uma sociedade cujos costumes promovem o bem-estar coletivo tende a ser mais feliz. O aperfeiçoamento dos costumes implica em direcionar o foco para a busca de soluções colaborativas em vez de competições predatórias. Isso cria um ambiente onde as pessoas se sentem mais seguras, apoiadas e capacitadas a buscar seus próprios objetivos e sonhos. A transformação dos costumes em direção a uma sociedade mais justa, fraterna e feliz requer educação e diálogo constantes. É crucial que as instituições educacionais, a mídia e as comunidades incentivem a reflexão sobre nossos costumes, questionando práticas ultrapassadas e promovendo valores positivos.

d)   A Igualdade: A igualdade e a equidade são princípios fundamentais que devem nortear o funcionamento de uma sociedade justa e humanitária. Promover a igualdade significa tratar todas as pessoas com respeito, dignidade e justiça, independentemente de suas diferenças. A equidade, por sua vez, implica em proporcionar a cada indivíduo as oportunidades e recursos necessários para alcançar seu potencial máximo. Um dos principais argumentos a favor da promoção da igualdade e da equidade é a redução das disparidades sociais. Em sociedades onde esses princípios são negligenciados, vemos um aumento na desigualdade de renda, educação, acesso a cuidados de saúde e oportunidades econômicas. Isso leva a uma divisão entre os privilegiados e os menos privilegiados, prejudicando o tecido social e gerando tensões e conflitos. Promover a igualdade e a equidade significa garantir que todos tenham acesso igual a oportunidades. Isso implica em eliminar barreiras que prejudicam o acesso a educação de qualidade, emprego digno e cuidados de saúde. Quando todos têm chances iguais de desenvolver seu potencial, a sociedade como um todo se beneficia com um aumento na inovação, na produtividade e na criatividade. A igualdade e a equidade são a base da justiça social. Uma sociedade que valoriza esses princípios busca corrigir desigualdades históricas e estruturais, promovendo a inclusão de grupos marginalizados, como minorias étnicas, LGBTQ+ e pessoas com deficiências. A justiça social não apenas melhora as condições de vida desses grupos, mas também fortalece a coesão social e a estabilidade. Quando a igualdade e a equidade são priorizadas, as sociedades se tornam mais diversas e inclusivas. Isso cria um ambiente onde todas as vozes são ouvidas e valorizadas, independentemente de sua origem, gênero, orientação sexual ou status socioeconômico. A diversidade de perspectivas e experiências enriquece a cultura, impulsiona a criatividade e fortalece a capacidade de resolução de problemas. A promoção da igualdade e da equidade está diretamente ligada ao bem-estar e à felicidade da sociedade como um todo. Quando as pessoas têm igualdade de oportunidades e são tratadas com justiça, elas se sentem mais seguras, valorizadas e realizadas. Isso contribui para uma sociedade mais pacífica, saudável e satisfeita. Enfim, a igualdade e a equidade são os pilares de uma sociedade justa, fraterna e próspera. Promover esses princípios não é apenas um imperativo moral, mas também uma estratégia sensata para o desenvolvimento de qualquer nação. À medida que trabalhamos juntos para eliminar as desigualdades e garantir oportunidades justas para todos, construímos um mundo onde cada indivíduo pode alcançar seu pleno potencial. Esse é o caminho para uma sociedade mais justa, equitativa e verdadeiramente feliz.

e)   Respeito à autoridade: O respeito à autoridade desempenha um papel fundamental na manutenção da ordem e da estabilidade em uma sociedade. Enquanto muitas vezes enfatizamos a importância da igualdade e dos direitos individuais, é igualmente crucial reconhecer que o respeito à autoridade desempenha um papel vital na criação de um ambiente de respeito mútuo, colaboração e harmonia. A autoridade desempenha um papel essencial na manutenção da ordem social. Sem um respeito básico pela autoridade, a sociedade pode cair no caos, com conflitos e desordem se tornando a norma. A autoridade é necessária para estabelecer leis, regulamentos e normas que garantam a segurança, a justiça e a proteção dos direitos de todos os cidadãos. O respeito à autoridade está intrinsecamente ligado à promoção da justiça. As instituições e figuras de autoridade, como o sistema judiciário e o governo, têm a responsabilidade de garantir que a justiça seja aplicada de maneira imparcial e equitativa. Respeitar a autoridade é um reconhecimento de que essas instituições desempenham um papel vital na proteção dos direitos e liberdades individuais. A autoridade desempenha um papel crucial na manutenção da segurança e da proteção dos cidadãos. Isso inclui a aplicação da lei para prevenir crimes e a proteção contra ameaças internas e externas. O respeito à autoridade é fundamental para a cooperação da sociedade na aplicação das leis e políticas que visam proteger a todos. O respeito à autoridade também contribui para a construção de uma sociedade mais justa, onde os direitos e deveres são equitativamente distribuídos. Ao seguir as leis e regulamentos estabelecidos pelas autoridades competentes, os cidadãos contribuem para a igualdade perante a lei e a promoção da justiça. Uma sociedade que respeita a autoridade tende a ser mais estável e, por consequência, mais feliz. A estabilidade é um elemento-chave para a felicidade, pois permite que as pessoas vivam suas vidas com confiança e previsibilidade. Isso cria um ambiente propício para o crescimento econômico, a educação e a busca de objetivos pessoais. O respeito à autoridade também promove um ambiente de respeito mútuo e colaboração. Quando os cidadãos respeitam as autoridades, as autoridades são mais propensas a ouvir e responder às preocupações e necessidades da sociedade. Isso cria um ciclo virtuoso de comunicação e colaboração que beneficia a todos.

f)    Respeito à Religião: A religião desempenha um papel significativo na vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Independentemente das crenças religiosas individuais, é fundamental reconhecer a importância de respeitar a religião como um meio de construir uma sociedade mais justa e feliz. A religião muitas vezes fornece a base para os valores morais que orientam a conduta das pessoas. Os princípios éticos e morais derivados da religião podem ajudar a orientar as ações individuais e coletivas em direção a um comportamento justo e compassivo. Respeitar a religião é reconhecer a importância desses valores na construção de uma sociedade justa. Respeitar a religião é fundamental para promover a tolerância e a diversidade em uma sociedade. O respeito pela fé e pelas crenças dos outros cria um ambiente onde pessoas de diferentes origens religiosas podem coexistir pacificamente. Ao abraçar essa diversidade, as sociedades têm a oportunidade de aprender com as experiências e perspectivas únicas de cada grupo religioso. Muitos conflitos ao redor do mundo têm raízes religiosas, e, por isso, é ainda mais importante promover o respeito às diferentes religiões. Ao fazer isso, podemos contribuir para a promoção da paz e da unidade. O diálogo inter-religioso e o respeito mútuo podem ajudar a resolver conflitos e a construir uma sociedade mais harmoniosa. A religião frequentemente motiva a solidariedade e a ação social. Muitas instituições religiosas desempenham um papel crucial na prestação de assistência a comunidades carentes e na promoção do bem-estar. Respeitar a religião, como faz a Maçonaria, é reconhecer essas contribuições valiosas e apoiar esforços para ajudar os menos privilegiados. A religião muitas vezes fornece um sentido de propósito e significado na vida das pessoas. A busca espiritual e a conexão com uma fé podem contribuir para o bem-estar emocional e a felicidade. O respeito à religião envolve reconhecer a importância dessa busca espiritual na vida das pessoas e apoiar seu direito de praticar sua religião livremente.

 

Conclusão

A busca pela felicidade é um tema central na filosofia ao longo dos séculos. Através das reflexões dos filósofos clássicos e modernos, compreendemos que a felicidade está relacionada à virtude, ao conhecimento de si mesmo, à realização pessoal e ao cumprimento dos deveres morais.

No entanto, apesar das diferentes visões apresentadas pelos filósofos ao longo da história, percebemos que todos concordam sobre a importância de uma vida bem vivida para alcançar a verdadeira felicidade. Portanto, cabe a cada indivíduo refletir sobre suas próprias experiências e escolhas para buscar sua própria definição de felicidade.

 

Referências:

Aristóteles. Ética a Nicômaco.

Epicuro. Carta a Meneceu.

Sartre, Jean-Paul. O Existencialismo é um Humanismo.

Mill, John Stuart. Utilitarianism.

Bentham, Jeremy. Introduction to the Principles of Morals and Legislation



[1] Viktor Emil Frankl (Viena, 26 de março de 1905 — Viena, 2 de setembro de 1997) foi um neuropsiquiatra austríaco e fundador da terceira escola vienense de psicoterapia, a Logoterapia e Análise Existencial. O doutor Frankl ficou mundialmente conhecido depois de descrever a sua experiência dramática em quatro campos de concentração nazistas, em seu best-seller internacional: Em Busca de Sentido.

[2] Epicuro de Samos (em grego clássico: Ἐπίκουρος, Epikouros, "aliado, camarada"; 341 a.C., Samos — 271 ou 270 a.C., Atenas) foi um filósofo grego do período helenístico. Seu pensamento foi muito difundido em numerosos centros epicuristas que se desenvolveram na Jônia, no Egito e, a partir do século I, em Roma, onde Lucrécio foi seu maior divulgador.

[3] René Descartes (La Haye en Touraine, 31 de março de 1596 – Estocolmo, 11 de fevereiro de 1650) foi um filósofo, físico e matemático francês.[1] Durante a Idade Moderna, também era conhecido por seu nome latino Renatus Cartesius. Notabilizou-se sobretudo por seu trabalho revolucionário na filosofia e na ciência, mas também obteve reconhecimento matemático por sugerir a fusão da álgebra com a geometria - fato que gerou a geometria analítica e o sistema de coordenadas que hoje leva o seu nome. Por fim, foi também uma das figuras-chave na Revolução Científica. Descartes, por vezes chamado de "o fundador da filosofia moderna" e o "pai da matemática moderna", é considerado um dos pensadores mais importantes e influentes da História do Pensamento Ocidental. Inspirou contemporâneos e várias gerações de filósofos posteriores; boa parte da filosofia escrita a partir de então foi uma reação às suas obras ou a autores supostamente influenciados por ele. Muitos especialistas afirmam que, a partir de Descartes, inaugurou-se o racionalismo da Idade Moderna.[2] Décadas mais tarde, surgiria nas Ilhas Britânicas um movimento filosófico que, de certa forma, seria o seu oposto - o empirismo, com John Locke e David Hume.

[4] Baruch de Spinoza: mais tarde assinou como autor e correspondente Benedictus de Spinoza (Amsterdam, 24 de novembro de 1632 – Haia, 21 de fevereiro de 1677 foi um filósofo de origem judaico-portuguesa, nascido nos Países Baixos, filho de refugiados na Sinagoga Portuguesa de Amsterdam que tinham fugido da inquisição lusitana. Um dos primeiros pensadores do Iluminismo e da crítica bíblica moderna, incluindo das modernas concepções de si mesmo e do universo, ele veio a ser considerado um dos grandes racionalistas da filosofia do século XVII. Inspirado pelas ideias inovadoras de René Descartes, Spinoza se tornou uma figura filosófica importante da Idade de Ouro Holandesa. O nome de batismo de Spinoza, que significa "Bem-aventurado", varia entre as diferentes línguas. Em hebraico, seu nome completo é escrito ברוך שפינוזה. Na Holanda ele usou o nome português Bento. Em suas obras em latim e holandês, ele usou a forma em latim.

[5] Immanuel Kant (Königsberg, 22 de abril de 1724 – 12 de fevereiro de 1804) foi um filósofo alemão (nativo do Reino da Prússia) e um dos principais pensadores do Iluminismo. Seus abrangentes e sistemáticos trabalhos em epistemologia, metafísica, ética e estética fizeram dele uma das figuras mais influentes da filosofia ocidental moderna.

 

Em sua doutrina do idealismo transcendental, Kant argumentou que o espaço e o tempo são meras "formas de intuição" que estruturam toda a experiência e que os objetos da experiência são meras "aparências". A natureza das coisas como elas é em si mesmas é incognoscível para nós. Em uma tentativa de contrariar o ceticismo, ele escreveu a Crítica da Razão Pura (1781/1787), sua obra mais conhecida. Kant traçou um paralelo com a revolução copernicana em sua proposta de pensar os objetos dos sentidos em conformidade com nossas formas espaciais e temporais de intuição e as categorias de nosso entendimento, de modo que tenhamos conhecimento a priori desses objetos. Kant acreditava que a razão também é a fonte da moralidade e que a estética surge de uma faculdade de julgamento desinteressado. Ele foi um expoente da ideia de que a paz perpétua poderia ser assegurada por meio da democracia universal e da cooperação internacional, e que talvez este pudesse ser o estágio culminante da história mundial.

[6] John Stuart Mill (Londres, 20 de maio de 1806 – Avignon, 8 de maio de 1873) foi um filósofo, lógico e economista britânico. É considerado por muitos como o filósofo de língua inglesa mais influente do século XIX. É conhecido principalmente pelos seus trabalhos nos campos da filosofia política, ética, economia política e lógica, além de influenciar inúmeros pensadores e áreas do conhecimento. Defendeu o utilitarismo, a teoria ética proposta inicialmente por seu padrinho, Jeremy Bentham. Além disso, é um dos mais proeminentes e reconhecidos defensores do liberalismo político e do socialismo liberal, sendo seus livros fontes de discussão e inspiração sobre as liberdades individuais ainda nos tempos atuais. Mill chegou a ser membro do Parlamento Britânico, eleito em 1865, tendo defendido principalmente os direitos das mulheres, chegando a apresentar uma petição para estender o sufrágio às mulheres.

[7] Arthur Schopenhauer (Danzig, 22 de fevereiro de 1788 — Frankfurt, 21 de setembro de 1860) foi um filósofo alemão do século XIX. Ele é mais conhecido pela sua obra principal "O Mundo como Vontade e Representação" (1819), em que ele caracteriza o mundo fenomenal como o produto de uma cega, insaciável e maligna vontade metafísica. A partir do idealismo transcendental de Immanuel Kant, Schopenhauer desenvolveu um sistema metafísico ateu e ético que tem sido descrito como uma manifestação exemplar de pessimismo filosófico. Schopenhauer foi o filósofo que introduziu o pensamento indiano e alguns dos conceitos budistas na metafísica alemã.[1] Foi fortemente influenciado pela leitura das Upanishads, que foram traduzidas pela primeira vez para o latim por Abraham Hyacinthe Anquetil-Duperron, no início do século XIX.

[8] Jean-Paul Charles Aymard Sartre (Paris, 21 de junho de 1905 – Paris, 15 de abril de 1980) foi um filósofo, escritor e crítico francês, conhecido como representante do existencialismo. Acreditava que os intelectuais têm de desempenhar um papel ativo na sociedade. Era um artista militante, e apoiou causas políticas de esquerda com a sua vida e a sua obra. Repeliu as distinções e as funções problemáticas e, por estes motivos, se recusou a receber o Nobel de Literatura de 1964. Sua filosofia dizia que no caso humano (e só no caso humano) a existência precede a essência, pois o homem primeiro existe, depois se define, enquanto todas as outras coisas são o que são, sem se definir, e por isso sem ter uma "essência" que suceda à existência. Ele também é conhecido por seu relacionamento aberto que durou cerca de 51 anos (até sua morte) com a filósofa e escritora francesa Simone de Beauvoir.

[9] João 13:34



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