quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

JUSTIÇA IGUAL PARA TODOS, O TRIBUNAL DO GRAU 7 NO R.´.E.´.A.´.A.´.

 


O simbolismo no Grau 7º 

Preboste e Juiz

1 - A Lenda do Grau

Prosseguindo a Lenda de Hiram Abi, a parte do sétimo Grau informa que após a morte de Hiram, o rei Salomão tomou os 3.600 Inspetores (II Crônicas 2:2)[1] e instituiu um Tribunal, dirigido por sete Prebostes a Juízes, chefiados por Tito que era o depositário da Urna onde estavam guardadas as atas das reclamações.[2]

A finalidade do Tribunal era a de que a Justiça continuasse a ser distribuída aos Obreiros, de vez que cessara o trabalho da grande construção.

A Justiça deveria ser igual para todos, e Salomão dera eloqüente exemplo disso, como se lê no Livro I Reis 2:16-27[3] quando julgou a causa de duas mulheres.

O desejo de conhecer e de saber revelado no Grau 6, transforma-se, no Grau 7, no empenho de espargir Justiça entre os Irmãos.

É a consagração de um direito natural, o respeito à Lei o julgamento daqueles que a desrespeitam; são atitudes tão homogêneas que o fazer Justiça torna-se como uma segunda Natureza tão importante como a original.

"Preboste" diz respeito a uma Justiça Militar e "Juiz", a uma Justiça civil.

Dentre os 3.600 Inspetores, partes constituíam exército, porque a manutenção da disciplina, considerando serem 150.000 os trabalhadores, era tarefa que exigia o poder da força.

Inspetores eram os que orientavam, administrativamente, e os que zelavam pela disciplina.

O conceito de Justiça é amplo. O Antigo brocardo latino é expressivo: "Justitia est constantes perpetua voluntas jus suum cuique tribuendi" (A Justiça é a vontade constante a perpétua de dar a cada o que é seu). Ou o segundo: "Justitia porro eta virtus est quae sua cuique tributi" (Pois a Justiça é aquela virtude que dá a cada um o que é seu).

 O rei Salomão, inicialmente, tomara como modelo jurídico toda a legislação deixada por Moisés ampliando-a caso a caso, de conformidade com o seu conceito pessoal, já que era mercê a graça divina, um homem pleno de sabedoria.

 O Grau 7, indubitavelmente, inspirou-se na primitiva organização do Tribunal composto de Prebostes e Juízes, que além de aplicarem o direito, legislavam.

 Resta lermos o Livro dos Juízes, para termos uma ideia do conceito salomônico de Justiça.

 Porém, o Grau 7º, nos dá uma informação mais segura, quando diz que o Tribunal estudava as sentenças prolatadas pelos Tribunais inferiores, de onde se conclui que Salomão ocupou os 3.600 Inspetores para organizar um complexo judiciário a ponto de distribuir, equitativamente, a Justiça, tanto aos hebreus como aos fenícios.

 No entanto, o conceito moderno de Justiça das diversas nações não se iguala ao conceito antigo de Justiças se nos detivermos a ler as Sagradas Escrituras, tanto o Velho como o Novo Testamento, encontraremos decisões totalmente divorciadas do conceito moderno.

 Lemos no Salmo 11: "Porque o Senhor é Justo e ama a Justiça; o seu rosto está voltado para os retos".

 O conceito de Justiça hebreu é um conceito religioso, sendo o alicerce da Justiça, que é o Direito, a própria "pessoa" de Jeová.

 O conceito cristão do juízo é bem diverso, segundo o que lemos em Mateus 7:1-5:

 

"Não julgueis, para que não sejais julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.

 

E por que reparas tu no argueiro que está nos olhos de teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?

 

Ou como dirás a teu irmão: deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?

 

“Hipócrita, tira primeira a trave do teu olho, e então, cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão”.

 O conceito de Justiça, para o Maçom, também difere do conceito comum.

 Fazer Justiça não será, apenas, dar a cada um o que é seu; a Justiça Maçônica excede a Justiça profana, porque será dado a cada um, não, tão somente o que já lhe pertence, mas sim, de sobejo, para que enriquecido, possa ele por sua vez, dividir em igual medida.

 O direito de defesa, de apelo, consideração e, sobretudo de perdão, constituem linhas mestras que jamais poderão ser desprezadas.

 O direito de expectativa, por sua vez, pode ser violado; não basta o direito da posse, da liberdade, do alimento, ou da educação; existem direitos dentro das profissões, como os possuíam os Aprendizes que aspiravam passar a Companheiros e sucessivamente, a Mestres.

 Os três assassinos, os Jubelos, não tinham o direito de se apossar das Palavras de Passe e Sagrada, para auferir maior remuneração e posição, porém, tinham o direito de aspirar a posições superiores. O caminho que seguiam para aquela conquista, contudo, foi inadequado e pagaram com a própria vida.

 Hoje, temos, embora palidamente, casos semelhantes quando, por capricho de poucos, muitos são impedidos de evoluírem no conhecimento e alcançarem Graus mais elevados.

 O direito à evolução em todo o campo, hoje é negado no mundo profano; poucos privilegiados encontram os meios para ascenderem a uma vida sonhada de plena realização.

 Maçonicamente, a atitude dos que detêm um poder, é semelhante; obstaculizam aqueles que buscam o seu direito de ascensão.

 Infelizmente, não temos um Tribunal a que possam os Maçons recorrer para a conquista dos seus direitos.

 Apesar da antiguidade e sabedoria de nossa Instituição, falta esse detalhe: a distribuição total de Justiça. (E a sugestão para a criação de um Tribunal de Justiça Maçônica do Supremo Conselho.)

 Assim, a moral do Grau 7º é a "Justiça igual para todos".











 2. Decoração da Loja

 A decoração é vermelha e o Templo é iluminado por cinco luzes, sendo uma em cada canto e uma no centro do Templo.

 O Presidente é Tito e representa o Príncipe dos Harodins.

 A Idade é de quatorze anos; Bateria quatro golpes mais um.

 O questionário é simples:

 

"P. Sois vós Proboste ou Juiz?

R. Distribuo Justiça a todos os operários sem prevenção

ou parcialidade.

P. Para que trabalhais?

R. Para aperfeiçoar o túmulo de Hiram

P. Quando trabalhais?

R. Sempre.

P. Por quê?

R. Porque devo estar sempre pronto para distribuir Justiça.

P. Onde está vosso Mestre?

R. Onde houver necessidade de fazer Justiça."

 Sob o Dossel do Trono há um quadro representando uma Urna de Ébano, símbolo da que continha as atas do Tribunal de Prebostes e Juízes.

 A cor vermelha, sempre, foi símbolo do Direito e da Justiça; o Triângulo Eqüilátero representa a igualdade; as Espadas cruzadas, a presença dos Prebostes e as Chaves douradas, os Juízes comuns; os Iniciados, serão os futuros Juízes; serão Prebostes, quando recebidos cargos de mando.

 BIBLIOGRAFIA:

 Da Camino, Rizzardo – Os Graus Inefáveis 4° ao 14º;

 Pacheco, Walter Jr. – Uma Visão Global dos 33º Graus do REAA

 Da Camino, Rizzardo – Loja de Perfeição do 1º ao 33º

 Da Camino, Rizzardo - Preboste e Juiz - Grau 7o

 Artigos da Internet


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[1]

- E designou Salomão setenta mil homens de carga, e oitenta mil, que talhavam pedras na montanha e três mil e seiscentos inspetores sobre eles;

 [2]  - Da Camino, Rizzardo – Os Graus Inefáveis  4° ao 14° REAA;

[3]-

16 Então vieram duas mulheres prostitutas ao rei, e se puseram perante ele.

    17 E disse-lhe uma das mulheres: Ah! senhor meu, eu e esta mulher moramos numa casa; e tive um filho, estando com ela naquela casa.

    18 E sucedeu que, ao terceiro dia, depois do meu parto, teve um filho também esta mulher; estávamos juntas; nenhum estranho estava conosco na casa; somente nós duas naquela casa.

    19 E de noite morreu o filho desta mulher, porquanto se deitara sobre ele.

    20 E levantou-se à meia noite, e tirou o meu filho do meu lado, enquanto dormia a tua serva, e o deitou no seu seio; e a seu filho morto deitou no meu seio.

    21 E, levantando-me eu pela manhã, para dar de mamar a meu filho, eis que estava morto; mas, atentando pela manhã para ele, eis que não era meu filho, que eu havia tido.

    22 Então disse à outra mulher: Não, mas o vivo é meu filho, e teu filho o morto. Porém esta disse: Não, por certo, o morto é teu filho, e meu filho o vivo. Assim falaram perante o rei.

    23 Então disse o rei: Esta diz: Este que vive é meu filho, e teu filho o morto; e esta outra diz: Não, por certo, o morto é teu filho e meu filho o vivo.

    24 Disseram mais o rei: Trazei-me uma espada. E trouxeram uma espada diante do rei.

    25 E disse o rei: Dividi em duas partes o menino vivo; e dai metade a uma, e metade a outra.

    26 Mas a mulher, cujo filho era o vivo, falou ao rei (porque as suas entranhas se lhe enterneceram por seu filho), e disse: Ah! senhor meu, dai-lhe o menino vivo, e de modo nenhum o mateis. Porém a outra dizia: Nem teu nem meu seja; dividi-o.

    27 Então respondeu o rei, e disse: Dai a esta o menino vivo, e de maneira nenhuma o mateis, porque esta é sua mãe.

    28 E todo o Israel ouviu o juízo que havia dado o rei, e temeu ao rei; porque viram que havia nele a sabedoria de Deus, para fazer justiça.

 

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