Por:
Irm.'. Luis Genaro Ladereche Figoli
M.'.I.'. Grau 33°
O Grau 5° é um grau
intermediário, dado normalmente por comunicação, sendo considerado um
complemento do Grau antecedente.
Este Grau, como afirma Da
Camino[1], é de origem
israelito-salomônica e sua lenda refere-se à trasladação do corpo do Mestre
Hiram-Abi[2] para a sepultura
definitiva.
A trasladação do corpo do
Mestre caracteriza-se por uma cerimônia de pompa fúnebre, conforme ordenado por
Adoniram[3]. Neste funeral, todos os
Obreiros que participaram da construção do Templo de Salomão, deveriam comparecer
e participar com cânticos, choro, lágrimas, atapetando o percurso com palmas e
flores, perfumando o ambiente com essências preciosas.[4]
Os funerais, segundo a Lenda,
iniciam-se com uma procissão. Retirado o corpo decomposto de seu segundo e provisório
túmulo, o mesmo é limpo da terra que o envolveu, lavado com essências, vestido
com ricos panos e finos paramentos, colocando-se em seu peito um triângulo de
ouro onde estaria inserida a sua porção da P.∙. S.∙. que fora perdida com sua
morte. Uma vez arrumado, seu corpo foi colocado num ataúde e conduzido sobre os
ombros de nove MMest.∙. até o Gran.∙. Temp.∙..
A decoração do Templo
para os trabalhos do Grau 5, tenta reproduzir, o que teria sido o recinto onde
se encontra o mausoléu.
Segundo nosso Ritual:
"O Templo é forrado de
verde, tendo dezesseis Colunas (há Rituais em que as Colunas são, apenas,
quatro), quatro em cada ângulo, dispostas de modo a dar à Câmara o formato de
um Círculo. No centro do Templo, fica o mausoléu, em forma de Pirâmide
triangular, tendo numa face a letra "M", na outra, a "H" e
na última, "C".No solo, em frente a cada face está uma pedra tosca e
irregular, por fora da qual haverá uma cercadura baixa em forma de Círculo.
Esse Círculo simboliza Deus, o Grande Arquiteto do Universo, que não tem começo
nem fim; as pedras representam a ignorância, isso é, material imprestável à
construção.”
Segundo ensina o próprio
Ritual, a cor verde[5]
simboliza e recorda ao Maçom que ele morrera para o vício e renasce para a
Virtude. Por este sólido princípio é que o Maçom espera adquirir conhecimento
suficiente para fazer algum progresso na sublime ciência. A inspiração para
este conhecimento vêm do G.∙.A.∙.D.∙.U.∙., cuja sabedoria é infinita.
Também fazem parte deste Grau
os seguintes ensinamentos:
1.
O significado da pedra quadrada no meio do
círculo;
2.
Os círculos do avental;
3.
Para chegarmos ao Sanctus Sanctorum devemos
fazê-lo através dda pureza de costumes, a retidão do coração e o conhecimento
dos segredos que nos foram confiados.
4.
A forma de entrar no templo e fazermos a
circunvolução bem como seu significado;
5.
O significado das pirâmides[6];
6.
Que o M.∙. Perf.∙. deve ser moderado e não
esquecer a justiça e a equidade;
7.
A simbologia do Painel do Gr.∙.
O autor Da Camino[7], afirma que Hiram Abif
passou à história hebraica pelo seu exemplo e conduta somados a uma alta
especialização de artífice, ou seja, quem recebeu o encargo de
"embelezar" o Grande Templo.
A História Sagrada nos revela
que esse Grande Templo foi festivamente inaugurado e consagrado, o que vem
comprovar que Hiram Abif concluiu a sua obra.
Para nós, os Maçons, isso é
exemplo do cumprimento do dever e da colaboração.
O prêmio que Hiram recebeu foi
o de seu corpo ser sepultado dentro do Templo e sua obra descrita na Palavra
Divina, vencendo o tempo e permanecendo como Grande Artífice da casa de Deus.
[1] -Da
Camino, Rizzardo – Os Graus Inefáveis (4° ao 14°) do Rito Escocês Antigo e
Aceito Loja de Perfeição – Editora Madras, 2005
[2] - Em que
pese Da Camino e outros autores denominam o Mestre Hiram como Abif (grafia
encontrada incusive em nossos rituais) o correto é ABI que significa em
hebraico “filho de”. Assim sendo,a grafia correta é HIRAM-ABI;
[3] Adoniram
(I Reis 4:6; I Reis 5:14; em hebraico אדונירם,
transl. Adoniram, "meu Senhor exaltou"; forma alternativa Adoram,
"o Senhor exaltou"[1]), filho de Abda, é um personagem bíblico do
Velho Testamento, coletor de impostos do rei Reoboão. De acordo com o Tanakh,
estava "acima do tributo", isto é, dos impostos ou do trabalho
forçado. Foi apedrejado até a morte pelo povo de Israel, para onde fora coletar
os impostos (I Reis 12:18). Adoniram aparece em rituais da maçonaria. A Bíblia
menciona também que ele teria sido um dos oficiais de Salomão, após o mesmo ser
constituído rei, designado como superintendente dos trabalhadores braçais (I
Reis 4:6), e que foi enviado para dirigir uma equipe de trabalhadores até o
Líbano (I Reis 5:14) buscar cedro junto com os servos de Hirão, rei de Tiro (I
Reis 5:6). A madeira seria usada na construção do templo de Salomão (I Reis
5:13, 14).
[4] -
Deve-se notar que não á nenhum registro na Biblia da passagem da morte do
Mestre Hiram-Abi e de seus funerais. De todas formas, nossa Ordem mantêm a
Lenda como ela fora repassada a nós desde os primórdios de nossa organização
(acredita-se que ainda na fase operativa) e tem servido de pano de fundo para
praticamente todo o processo de aprendizagem do Grau de Mestre e posteriores.
[5]
O verde é ligado ao elemento madeira e a primavera. Representam o crescimento,
desenvolvimento, natureza e saúde.
[6]
Lembrar que as Pirâmides não te relação direta com o Judaísmo, nem com os
Hebreus. A instalação de uma pirâmide deve ser relacionada à origem de
Hiram-Abi, cujo pai estima-se fosse egípcio, e o mestre arquiteto teria
incluído alguns objetos no Templo de Salomão que lembram a sua origem, como por
exemplo, as Colunas Vestibulares.
[7]
-Da Camino, Rizzardo – Os Graus Inefáveis (4° ao 14°) do Rito Escocês Antigo e
Aceito Loja de Perfeição – Editora Madras, 2005
ESPAÇO DO MAÇOM
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