Na Filosofia e na doutrina Maçônica
Por Irm.´. Luis Genaro Ladereche Fígoli (Moshe)
Nos conceitos de Conhecimento e Sabedoria encontramos uma dicotomia, nem sempre muito esclarecida nas hostes de nossa Instituição, nas Instruções ou em trabalhos realizados pelos nossos IIrm.´. e, frequentemente, uma confundida com a outra como se sinônimos fossem.
Um Maçom deve ter Conhecimento ou Sabedoria??? Qual a diferença entre as duas?? O que é mais importante??? Podemos ter Sabedoria, sem Conhecimento?? E vice-versa??.
Eis o que pretendemos perscrutar com este Artigo.
Em princípio, conhecimento e sabedoria, conhecer e saber, são noções que podem ser confundidos. Com efeito, conceitualmente falando, ter o conhecimento é ter noção, informação, saber. Por outro lado, ter sabedoria é ter grande conhecimento, erudição, prudência, moderação, temperança, sensatez, reflexão (conceitos dados pelo “Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa”, 2ª ed., Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, pág. 454 e 1.530/1.531).
Ainda na Wikipédia, conceitua-se Conhecimento como o ato ou efeito de abstrair ideia ou noção de alguma coisa, como por exemplo: conhecimento das leis; conhecimento de um fato (obter informação); saber, instrução ou cabedal científico (homem com grande conhecimento). O tema "conhecimento" inclui, mas não está limitado a, descrições, hipóteses, conceitos, teorias, princípios e procedimentos que são ou úteis ou verdadeiros. O estudo do conhecimento é a Gnoseologia(1). Hoje existem vários conceitos para esta palavra e é de ampla compreensão que conhecimento é aquilo que se sabe de algo ou alguém. Isso em um conceito menos específico. Contudo, para falar deste tema é indispensável abordar dado e informação.
Também é importante definir Dado e Informação.
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Dado é um emaranhado de códigos decifráveis ou não. Em bruto são um conjunto de números, caracteres, imagens ou outros dispositivos de saídas para converter quantidades físicas em símbolos, num sentido muito extenso.
Informação é o resultado do processamento, manipulação e organização de dados, de tal forma que represente uma modificação (quantitativa ou qualitativa) no conhecimento do sistema (pessoa, animal ou máquina) que a recebe. Informação vem do latim “informatio onis”, ("delinear, conceber idéia"), ou seja, dar forma ou moldar na mente, como em educação, instrução ou treinamento. Enquanto conceito, carrega uma diversidade de significados, do uso cotidiano ao técnico. Genericamente, o conceito de informação está intimamente ligado às noções de restrição, comunicação, controle, dados, forma, instrução, conhecimento, significado, estímulo, padrão, percepção e representação de conhecimento.
Então, informação seria aquilo que se tem através da decodificação de dados, não podendo existir sem um processo de comunicação. Essas informações adquiridas servem de base para a construção do conhecimento. Segundo esta afirmação, o conhecimento deriva das informações absorvidas. Constroem-se conhecimentos nas interações com outras pessoas, com o meio físico e natural. Assim Conhecimento é aquilo que se admite a partir da captação sensitiva, sendo acumulável à mente humana. Ou seja, é aquilo que o homem absorve de alguma maneira, através de informações que de alguma forma lhe são apresentadas, para um determinado fim ou não. O conhecimento distingue-se da mera informação porque está associado a uma intencionalidade. Tanto os conhecimentos como a informação consistem de declarações verdadeiras, mas o conhecimento pode ser considerado informação com um propósito ou uma utilidade.
Associamos Informação à semântica (2) . Conhecimento está associado com pragmática (3) , isto é, relaciona-se com alguma coisa existente no "mundo real" do qual temos uma experiência directa.
Como vimos Informação não pode existir sem um Processo de Comunicação.
Por sua vez, podemos conceituar a Comunicação como o trabalho de formação de uma consciência por meio da utilização de meios acessíveis à percepção sensorial (4) . Os modelos de comunicação podem se diferenciar de acordo com os participantes, que podem possuir consciência individual ou coletiva, ou os conteúdos a serem comunicados e a duração da comunicação(5). O riso e o choro são, por exemplo, formas de comunicação ópticas que nascem com os indivíduos, sendo uma expressão visível no rostro, não necessáriamente aprendidas. Quanto a outros gestos, aparentam serem símbolos culturais, cuja utilização passa a ser adquirida no trasncorrer da vida.
A língua é um sistema de sistemas acústicos e a escrita um sistema de sinais ópticos que reproduz um sistema de sinais acústicos. A linguagem humana, escrita ou falada, é formada de valores simbólicos, imagens, idéias, emoções, sonoridades, grafismos, servindo de expressão de pensamentos e sentimentos. É a maneira utilizada pelos homens para se comunicarem entre si e com a divindade. Simboliza o Verbo, a Inteligência e a Vontade Divina da Criação, pos o mundo é o resultado da Palavra Divina.
"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai".
João 1:1,2,3,14
A linguagem (fundamental no Processo de Comunicação e no Conhecimento) é o símbolo da vontade Criadora de Deus, da revelação primordial do Conhecimento e da Sabedoria, o que leva o ser humano a buscar a palavra perdida (6) , ou a primeira revelação feita com a língua primordial que, segundo a tradição muçulmana, seria a língua siríaca ou solar.
O Conhecimento pode ainda ser aprendido como um processo ou como um produto. Quando nos referimos a uma acumulação de teorias, idéias e conceitos o conhecimento surge como um produto resultante dessas aprendizagens, mas como todo produto é indissociável de um processo, podemos então olhar o conhecimento como uma atividade intelectual através da qual é feita a apreensão de algo exterior à pessoa.
A definição clássica de conhecimento, originada em Platão (7) , diz que ele consiste de crença verdadeira e justificada. Aristóteles (8) divide o conhecimento em três áreas: científica, prática e técnica.
Segundo o modelo de Platão, o homem teria um conjunto de Crenças (dogmas) que se cotejadas com a Verdade, é àquelas que fossem verdadeiras, representariam as “Crenças Verdadeiras” entre as quais estariam as “Justificadas” das quais derivariam o Conhecimento.
E quanto à caracterização filosófica da Sabedoria?
Sabedoria (em grego "sofía") é o que detém o "sábio" (em grego "sofós"). Desta palavra derivam várias outras, como por exemplo, "amor à sabedoria" (filos/sofia). Há também o termo “Phronesis” - usado por Aristóteles na obra Ética a Nicômaco para descrever a “sabedoria prática”, ou a habilidade para agir de maneira acertada.
É um conceito diferente de "inteligência" ou de "esperteza".
Inteligência (9)(do Latim intellectus, de intelligere = inteligir, entender, compreender. Composto de íntus = dentro e lègere = recolher, escolher, ler) pode ser definida como a capacidade mental de raciocinar, planejar, resolver problemas, abstrair ideias, compreender ideias e linguagens e aprender. Embora pessoas leigas geralmente percebam o conceito de inteligência sob um escopo muito maior, na Psicologia, o estudo da inteligência geralmente entende que este conceito não compreende a criatividade, o caráter ou a sabedoria. Conforme a definição que se tome, pode ser considerado um dos aspectos da personalidade.
Já Esperteza pode ser definida como agudeza ou sutileza nas ações.
Mesmo para "Sophia" há conceitos diferentes: muitos fazem distinção entre a "sabedoria humana" e a "sabedoria divina" (Teosofia (10)).
Sabedoria humana seria a capacidade que ajuda o homem a identificar seus erros e os da sociedade e corrigi-los. Sabedoria divina seria provavelmente a capacidade de aprofundar os conhecimentos humanos e elaborar as versões do Divino e questões semelhantes.
Sabedoria é a utilização do conhecimento na construção da felicidade.
Na Bíblia Sagrada pode-se encontrar, dentre muitos outros, os seguintes versículos referentes à sabedoria:
"Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada." (Tiago 1:5)
"Feliz é o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire entendimento; pois melhor é o lucro que ela dá do que o lucro da prata, e a sua renda do que o ouro". (Prov. 3:13-14)
“Quem é como o sábio? e quem sabe a interpretação das coisas? A sabedoria do homem faz brilhar o seu rosto, e com ela a dureza do seu rosto se transforma.” (Eclesiastes 8:1)
Pois bem, claramente percebem-se semelhanças no conceito dessas palavras, o que acarreta no emprego indiscriminado de ambas sem a distinção do conceito intrínseco de cada uma. Porém, existe uma distinção entre elas que muda totalmente o sentido da frase onde são colocadas.
Conhecimento é ter informação, noção ciência de algo ou alguma coisa. É conhecer alguma técnica ou ciência, diferencia-la de outras técnicas ou ciência, ser versado por essa técnica ou ciência. No entanto, o simples fato de conhecer uma dada informação não implica em ser aquilo que se conhece. É ter acesso àquele dado, e até mesmo procurar aplicá-lo, mas sem se tornar aquele conhecimento. Em síntese, o Conhecimento não está dentro do conhecedor, mas é apenas algo que pode ser acessa empregado, usado por ele.
Por outro lado, a Sabedoria é igualmente ter grande conhecimento, erudição, prudência, moderação, temperança, sensatez, reflexão, mas com uma característica diferente. A Sabedoria pressupõe não só ter o Conhecimento, mas também saber como utilizar esse conhecimento, não só em ocasiões especiais, mas em todos os fatos da vida. Ou seja, Saber não é apenas ter conhecimento, mas é SER o Conhecimento. E aqui reside a diferença entre Conhecimento e Sabedoria, pois a Sabedoria pressupõe não só o Conhecimento, mas a transformação daquele que conhece na própria imagem da Sabedoria, a representação desse Saber.
E é aplicando esses conceitos na vida que poderemos distinguir se a pessoa tem conhecimento ou é a sabedoria. É evidente que conhecer algo é importante, pois se pode aplicar esse conhecimento em determinado campo de saber humano. No entanto, o mais importante é saber, ou seja, é tornar-se esse conhecimento, é transformar a sua vida a imagem da própria sabedoria.
E o que fazemos com as lições que a vida nos oferece? Apenas tomamos conhecimento dela e seguimos ou passamos a reconhecê-la, aplicá-la e vivê-la?
Na Maçonaria aprendemos que o Maçom tem, como glorioso papel, o de Construtor Social. Somos recebidos como Pedra Bruta para que em nosso ser moral, façamos o desbaste das arestas e das asperezas que sobrevivam à Iniciação, para que nos tornemos elementos úteis à construção do edifício social que à Maçonaria compete erigir. Uma Moral em Ação como nós é instruída, com o fim de “dominar os corações mais rebeldes e mais inclinados para ao mal; moral que dá a cada um na proporção de seus direitos e de seus deveres”. Sendo Maçom conhecemos o Templo Simbólico e somos sabedores que ela não se constrói com pedras e madeiras, mas com Virtude, Sabedoria, Força, Prudência, Glória e Beleza.
Ainda, nos ensinam nossas Instruções, que o trabalho de um Maçom é “ conhecer-se e aperfeiçoar-se, a fim de que, livre dos preconceitos e vícios do mundo, possa aspirar o estudo da tradição e da história maçônica, cujos ensinamentos tem iluminado o Mundo”. Só então, “compreendereis à custa de quantas vidas se construiu o Edifício Moral da Maçonaria”.
Primeiro, conhecer-se, depois aplicar o conhecimento, com Sabedoria. Nesse mesmo diapasão, os filósofos Gregos ensinavam a necessidade do autoconhecimento para a sublimação:
"...Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses", estava inscrito no Templo em homenagem a Apolo em Delfos (11).
A nossa Filosofia se baseia na Sabedoria, que é, em suma, o Amor ao próximo.
É nesse sentido que somos Construtores Sociais, a nós próprios através do aperfeiçoamento moral, e ao próximo praticando a Tolerância e a Fraternidade, pilares do Amor incondicional ao ser humano, assim como o Mestre Jesus nos mostrou.
Como ensina João Francisco Guimarães, “Nesse panorama presente, como no passado, para que o gênero humano mantenha, no futuro, os preceitos do livre-arbítrio e crescimento, em seu próprio foro social e pessoal, bem como manter-se transformador e arquiteto de seu próprio destino – em um novo Humanismo redivivo, consentâneo com a realidade do tempo – a doutrina Maçônica aponta para a plena aderência aos seus preceitos milenares, conformada pela busca incessante do conhecimento”(12)
Prossegue “as cláusulas pétreas, tais como Tradição e Regularidade, são fontes perenes de Conhecimento e Sabedoria, conceitos abstratos que são capazes de resgatar e fortalecer os vínculos da atuação moderna da Ordem com os elementos mais puros que conformam sua gênese”(13).
O grande Irm.´. Walnyr Goulart Jacques em sua obra “Uma Loja Simbólica – Rito Escocês Antigo e Aceito” (14)nos apresenta uma fábula, de um encontro entre um Sábio e um Neófito, que dialoga muito com àquilo que elaboramos neste Artigo e que apresentamos como encerramento:
- “Filho, que vês diante de teus olhos?”.
- “Vejo o campo e as árvores”, respondeu.
- “Mas só isso, que está tão perto?” arguiu o Sábio.
- “Bem, vejo mais além, o mar e os montes” disse o Neófito.
- “Só isso, filho?”
- “Vejo também, as nuvens e o Céu” respondeu.
- “Nada mais consegues ver?” insistiu o Sábio.
- “Nada, Senhor”.
- “Meu Filho, se consegues ver só o que os teus olhos (conhecimento) alcançam, jamais conseguirás sentir o que é belo e que no se vê materialmente; precisarás de tempo e dedicação para, gradualmente, com observação, estudo e meditação, conseguires ver (Sabedoria) mais além do que teus olhos alcanças...aí estarás apto.”(15)
Referências:
1 - Gnoseologia - Gnosiologia (também chamada Gnoseologia) é o ramo da filosofia que se preocupa com a validade do conhecimento em função do sujeito cognoscente, ou seja, daquele que conhece o objeto. Este (o objeto), por sua vez, é questionado pela Ontologia que é o ramo da filosofia que se preocupa com o ser. Fazem-se necessárias algumas observações para se evitar confusões. A Gnoseologia não pode ser confundida com Epistemologia, termo empregado para referir-se ao estudo do conhecimento relativo ao campo de pesquisa, em cada ramo das ciências. A Metafísica também não pode ser confundida com Ontologia, ambas se preocupam com o ser, porém a metafísica põe em questão a própria essência e existência do ser. Em outras palavras, a grosso modo, a Ontologia insere-se na teoria geral do conhecimento, ou Ontognoseologia, que preocupa-se com a validade do pensamento e das condições do objeto e sua relação o sujeito Cognoscente, enquanto que a Metafísica procura a verdadeira essência e condições de existência do ser.
2 - A semântica (do grego derivado de sema, sinal) refere-se ao estudo do significado, em todos os sentidos do termo. A semântica opõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo é expresso (por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica cognitiva, por exemplo, estudam o mesmo fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes;
3 - Pragmática: é o ramo da linguística que estuda a linguagem no contexto de seu uso na comunicação. As palavras, em sua significação comum, assumem muitas vezes outros significados distintos no uso da língua e, mais recentemente, o campo de estudo da pragmática passou a englobar o estudo da linguagem comum e o uso concreto da linguagem, enquanto a semântica e a sintaxe constituem a construção teórica. A pragmática, portanto, estuda os significados linguísticos determinados não exclusivamente pela semântica proposicional ou frásica, mas aqueles que se deduzem a partir de um contexto extralinguístico: discursivo, situacional, etc;
4 - Queiroz, Álvaro de – Os Símbolos da Maçonaria – Editora Madras – Pág. 30;
5 - Idem;
6 - - Palavra Perdida é um dos mistérios da Maçonaria. A busca da Palavra Perdida é uma das missões de cada Maçom, conjuntamente com a alquimista V.I.T.R.I.O.L.;
7 - Platão (em grego "amplo") Atenas, 428/347 a.C. - Foi um filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental. Juntamente com seu mentor, Sócrates, e seu pupilo, Aristóteles, Platão ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental. Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles; Platão era um apelido que, provavelmente, fazia referência à sua característica física, tal como o porte atlético ou os ombros largos, ou ainda a sua ampla capacidade intelectual de tratar de diferentes temas, entre eles a ética, a política, a metafísica e a teoria do conhecimento;
8 - Aristóteles (Estagira, Calcídica, 384 a.C. - 322 a.C.) foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande, considerado um dos maiores pensadores de todos os tempos e criador do pensamento lógico. Aristóteles figura entre os mais influentes filósofos gregos, ao lado de Sócrates e Platão, que transformaram a filosofia pré-socrática, construindo um dos principais fundamentos da filosofia ocidental. Aristóteles prestou contribuições fundantes em diversas áreas do conhecimento humano, destacando-se: ética, política, física, metafísica, lógica, psicologia, poesia, retórica, zoologia, biologia, história natural.É considerado por muitos o filósofo que mais influenciou o pensamento ocidental;
9 - De acordo com a Maçonaria é a faculdade que a alma tem de formar ideias gerais, após tê-las criticado e distinguido por meio do juízo; mais concretamente, "modo de entender". Da Camino;
10 - Teosofia - é um corpo de conhecimento que sintetiza Filosofia, Religião e Ciência. Tanto hoje como na antiguidade, a Teosofia se constitui na sabedoria universal e eterna presente nas grandes religiões, filosofias e nas principais ciências da humanidade, e pode ser encontrada na raiz ou origem, em maior ou menor grau, dos diversos sistemas de crenças ao longo da história. A teosofia foi apresentada ao mundo moderno por Helena Blavatsky, no final do século XIX, e desde então vem sendo divulgada por teosofistas em diversos países. Com seu caráter interdisciplinar, a teosofia proporciona uma ponte entre as diversas culturas e tradições religiosas. Segundo Blavatsky, “Teosofia é conhecimento divino ou ciência divina.”;
11 - é um aforismo grego que segundo a tradição estaria inscrito nos pórticos do Templo de Apolo em Delfos, na Antiga Grécia. É uma pedra-angular da filosofia de Sócrates e do seu método, a maiêutica, e é muito citado pelo filósofo nos relatos de Platão (Alcibíades, 128d-129) e Xenofonte (Memoráveis, IV, II, 26). O oráculo do templo teria proclamado Sócrates o homem mais sábio na Grécia, ao que Sócrates terá respondido com a célebre frase: "Só sei que nada sei";
12 - Guimarães, João Francisco – Aprendiz: Conhecimento Básicos da Maçonaria – Editora Madras, Pág. 34;
13 - Idem;
14 - Goulart Jaques, Walnyr – Uma Loja Simbólica – REAA – Pág. 178 e 179;
15 - Grifo nosso
Fontes de Consulta:
- Guimarães, João Francisco – Aprendiz: Conhecimentos Básicos da Maçonaria – Editora Madras;
- Goulart Jaques, Walnyr – Uma Loja Simbólica: REAA – Editora Pontho Virtual;
- Anatalino, João – Conhecendo a Arte Real: Maçonaria e suas Influências Históricas e Filosóficas – Editora Madras;
- Rodrigues da Silva, Robson – Reflexos da Senda Maçônica – Editora Madras;
- Da Camino, Rizzardo – Maçonaria Mística – Editora Aurora;
- Queiroz, Álvaro de – Os Símbolos Maçônicos: REAA – Editora Madras;
- Ritual do REAA;
- Wikipédia;
- Artigos diversos na Internet.
Nos conceitos de Conhecimento e Sabedoria encontramos uma dicotomia, nem sempre muito esclarecida nas hostes de nossa Instituição, nas Instruções ou em trabalhos realizados pelos nossos IIrm.´. e, frequentemente, uma confundida com a outra como se sinônimos fossem.
Um Maçom deve ter Conhecimento ou Sabedoria??? Qual a diferença entre as duas?? O que é mais importante??? Podemos ter Sabedoria, sem Conhecimento?? E vice-versa??.
Eis o que pretendemos perscrutar com este Artigo.
Em princípio, conhecimento e sabedoria, conhecer e saber, são noções que podem ser confundidos. Com efeito, conceitualmente falando, ter o conhecimento é ter noção, informação, saber. Por outro lado, ter sabedoria é ter grande conhecimento, erudição, prudência, moderação, temperança, sensatez, reflexão (conceitos dados pelo “Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa”, 2ª ed., Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, pág. 454 e 1.530/1.531).
Ainda na Wikipédia, conceitua-se Conhecimento como o ato ou efeito de abstrair ideia ou noção de alguma coisa, como por exemplo: conhecimento das leis; conhecimento de um fato (obter informação); saber, instrução ou cabedal científico (homem com grande conhecimento). O tema "conhecimento" inclui, mas não está limitado a, descrições, hipóteses, conceitos, teorias, princípios e procedimentos que são ou úteis ou verdadeiros. O estudo do conhecimento é a Gnoseologia(1). Hoje existem vários conceitos para esta palavra e é de ampla compreensão que conhecimento é aquilo que se sabe de algo ou alguém. Isso em um conceito menos específico. Contudo, para falar deste tema é indispensável abordar dado e informação.
Também é importante definir Dado e Informação.
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Dado é um emaranhado de códigos decifráveis ou não. Em bruto são um conjunto de números, caracteres, imagens ou outros dispositivos de saídas para converter quantidades físicas em símbolos, num sentido muito extenso.
Informação é o resultado do processamento, manipulação e organização de dados, de tal forma que represente uma modificação (quantitativa ou qualitativa) no conhecimento do sistema (pessoa, animal ou máquina) que a recebe. Informação vem do latim “informatio onis”, ("delinear, conceber idéia"), ou seja, dar forma ou moldar na mente, como em educação, instrução ou treinamento. Enquanto conceito, carrega uma diversidade de significados, do uso cotidiano ao técnico. Genericamente, o conceito de informação está intimamente ligado às noções de restrição, comunicação, controle, dados, forma, instrução, conhecimento, significado, estímulo, padrão, percepção e representação de conhecimento.
Então, informação seria aquilo que se tem através da decodificação de dados, não podendo existir sem um processo de comunicação. Essas informações adquiridas servem de base para a construção do conhecimento. Segundo esta afirmação, o conhecimento deriva das informações absorvidas. Constroem-se conhecimentos nas interações com outras pessoas, com o meio físico e natural. Assim Conhecimento é aquilo que se admite a partir da captação sensitiva, sendo acumulável à mente humana. Ou seja, é aquilo que o homem absorve de alguma maneira, através de informações que de alguma forma lhe são apresentadas, para um determinado fim ou não. O conhecimento distingue-se da mera informação porque está associado a uma intencionalidade. Tanto os conhecimentos como a informação consistem de declarações verdadeiras, mas o conhecimento pode ser considerado informação com um propósito ou uma utilidade.
Associamos Informação à semântica (2) . Conhecimento está associado com pragmática (3) , isto é, relaciona-se com alguma coisa existente no "mundo real" do qual temos uma experiência directa.
Como vimos Informação não pode existir sem um Processo de Comunicação.
Por sua vez, podemos conceituar a Comunicação como o trabalho de formação de uma consciência por meio da utilização de meios acessíveis à percepção sensorial (4) . Os modelos de comunicação podem se diferenciar de acordo com os participantes, que podem possuir consciência individual ou coletiva, ou os conteúdos a serem comunicados e a duração da comunicação(5). O riso e o choro são, por exemplo, formas de comunicação ópticas que nascem com os indivíduos, sendo uma expressão visível no rostro, não necessáriamente aprendidas. Quanto a outros gestos, aparentam serem símbolos culturais, cuja utilização passa a ser adquirida no trasncorrer da vida.
A língua é um sistema de sistemas acústicos e a escrita um sistema de sinais ópticos que reproduz um sistema de sinais acústicos. A linguagem humana, escrita ou falada, é formada de valores simbólicos, imagens, idéias, emoções, sonoridades, grafismos, servindo de expressão de pensamentos e sentimentos. É a maneira utilizada pelos homens para se comunicarem entre si e com a divindade. Simboliza o Verbo, a Inteligência e a Vontade Divina da Criação, pos o mundo é o resultado da Palavra Divina.
"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai".
João 1:1,2,3,14
A linguagem (fundamental no Processo de Comunicação e no Conhecimento) é o símbolo da vontade Criadora de Deus, da revelação primordial do Conhecimento e da Sabedoria, o que leva o ser humano a buscar a palavra perdida (6) , ou a primeira revelação feita com a língua primordial que, segundo a tradição muçulmana, seria a língua siríaca ou solar.
O Conhecimento pode ainda ser aprendido como um processo ou como um produto. Quando nos referimos a uma acumulação de teorias, idéias e conceitos o conhecimento surge como um produto resultante dessas aprendizagens, mas como todo produto é indissociável de um processo, podemos então olhar o conhecimento como uma atividade intelectual através da qual é feita a apreensão de algo exterior à pessoa.
A definição clássica de conhecimento, originada em Platão (7) , diz que ele consiste de crença verdadeira e justificada. Aristóteles (8) divide o conhecimento em três áreas: científica, prática e técnica.
Segundo o modelo de Platão, o homem teria um conjunto de Crenças (dogmas) que se cotejadas com a Verdade, é àquelas que fossem verdadeiras, representariam as “Crenças Verdadeiras” entre as quais estariam as “Justificadas” das quais derivariam o Conhecimento.
E quanto à caracterização filosófica da Sabedoria?
Sabedoria (em grego "sofía") é o que detém o "sábio" (em grego "sofós"). Desta palavra derivam várias outras, como por exemplo, "amor à sabedoria" (filos/sofia). Há também o termo “Phronesis” - usado por Aristóteles na obra Ética a Nicômaco para descrever a “sabedoria prática”, ou a habilidade para agir de maneira acertada.
É um conceito diferente de "inteligência" ou de "esperteza".
Inteligência (9)(do Latim intellectus, de intelligere = inteligir, entender, compreender. Composto de íntus = dentro e lègere = recolher, escolher, ler) pode ser definida como a capacidade mental de raciocinar, planejar, resolver problemas, abstrair ideias, compreender ideias e linguagens e aprender. Embora pessoas leigas geralmente percebam o conceito de inteligência sob um escopo muito maior, na Psicologia, o estudo da inteligência geralmente entende que este conceito não compreende a criatividade, o caráter ou a sabedoria. Conforme a definição que se tome, pode ser considerado um dos aspectos da personalidade.
Já Esperteza pode ser definida como agudeza ou sutileza nas ações.
Mesmo para "Sophia" há conceitos diferentes: muitos fazem distinção entre a "sabedoria humana" e a "sabedoria divina" (Teosofia (10)).
Sabedoria humana seria a capacidade que ajuda o homem a identificar seus erros e os da sociedade e corrigi-los. Sabedoria divina seria provavelmente a capacidade de aprofundar os conhecimentos humanos e elaborar as versões do Divino e questões semelhantes.
Sabedoria é a utilização do conhecimento na construção da felicidade.
Na Bíblia Sagrada pode-se encontrar, dentre muitos outros, os seguintes versículos referentes à sabedoria:
"Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada." (Tiago 1:5)
"Feliz é o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire entendimento; pois melhor é o lucro que ela dá do que o lucro da prata, e a sua renda do que o ouro". (Prov. 3:13-14)
“Quem é como o sábio? e quem sabe a interpretação das coisas? A sabedoria do homem faz brilhar o seu rosto, e com ela a dureza do seu rosto se transforma.” (Eclesiastes 8:1)
Pois bem, claramente percebem-se semelhanças no conceito dessas palavras, o que acarreta no emprego indiscriminado de ambas sem a distinção do conceito intrínseco de cada uma. Porém, existe uma distinção entre elas que muda totalmente o sentido da frase onde são colocadas.
Conhecimento é ter informação, noção ciência de algo ou alguma coisa. É conhecer alguma técnica ou ciência, diferencia-la de outras técnicas ou ciência, ser versado por essa técnica ou ciência. No entanto, o simples fato de conhecer uma dada informação não implica em ser aquilo que se conhece. É ter acesso àquele dado, e até mesmo procurar aplicá-lo, mas sem se tornar aquele conhecimento. Em síntese, o Conhecimento não está dentro do conhecedor, mas é apenas algo que pode ser acessa empregado, usado por ele.
Por outro lado, a Sabedoria é igualmente ter grande conhecimento, erudição, prudência, moderação, temperança, sensatez, reflexão, mas com uma característica diferente. A Sabedoria pressupõe não só ter o Conhecimento, mas também saber como utilizar esse conhecimento, não só em ocasiões especiais, mas em todos os fatos da vida. Ou seja, Saber não é apenas ter conhecimento, mas é SER o Conhecimento. E aqui reside a diferença entre Conhecimento e Sabedoria, pois a Sabedoria pressupõe não só o Conhecimento, mas a transformação daquele que conhece na própria imagem da Sabedoria, a representação desse Saber.
E é aplicando esses conceitos na vida que poderemos distinguir se a pessoa tem conhecimento ou é a sabedoria. É evidente que conhecer algo é importante, pois se pode aplicar esse conhecimento em determinado campo de saber humano. No entanto, o mais importante é saber, ou seja, é tornar-se esse conhecimento, é transformar a sua vida a imagem da própria sabedoria.
E o que fazemos com as lições que a vida nos oferece? Apenas tomamos conhecimento dela e seguimos ou passamos a reconhecê-la, aplicá-la e vivê-la?
Na Maçonaria aprendemos que o Maçom tem, como glorioso papel, o de Construtor Social. Somos recebidos como Pedra Bruta para que em nosso ser moral, façamos o desbaste das arestas e das asperezas que sobrevivam à Iniciação, para que nos tornemos elementos úteis à construção do edifício social que à Maçonaria compete erigir. Uma Moral em Ação como nós é instruída, com o fim de “dominar os corações mais rebeldes e mais inclinados para ao mal; moral que dá a cada um na proporção de seus direitos e de seus deveres”. Sendo Maçom conhecemos o Templo Simbólico e somos sabedores que ela não se constrói com pedras e madeiras, mas com Virtude, Sabedoria, Força, Prudência, Glória e Beleza.
Ainda, nos ensinam nossas Instruções, que o trabalho de um Maçom é “ conhecer-se e aperfeiçoar-se, a fim de que, livre dos preconceitos e vícios do mundo, possa aspirar o estudo da tradição e da história maçônica, cujos ensinamentos tem iluminado o Mundo”. Só então, “compreendereis à custa de quantas vidas se construiu o Edifício Moral da Maçonaria”.
Primeiro, conhecer-se, depois aplicar o conhecimento, com Sabedoria. Nesse mesmo diapasão, os filósofos Gregos ensinavam a necessidade do autoconhecimento para a sublimação:
"...Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses", estava inscrito no Templo em homenagem a Apolo em Delfos (11).
A nossa Filosofia se baseia na Sabedoria, que é, em suma, o Amor ao próximo.
É nesse sentido que somos Construtores Sociais, a nós próprios através do aperfeiçoamento moral, e ao próximo praticando a Tolerância e a Fraternidade, pilares do Amor incondicional ao ser humano, assim como o Mestre Jesus nos mostrou.
Como ensina João Francisco Guimarães, “Nesse panorama presente, como no passado, para que o gênero humano mantenha, no futuro, os preceitos do livre-arbítrio e crescimento, em seu próprio foro social e pessoal, bem como manter-se transformador e arquiteto de seu próprio destino – em um novo Humanismo redivivo, consentâneo com a realidade do tempo – a doutrina Maçônica aponta para a plena aderência aos seus preceitos milenares, conformada pela busca incessante do conhecimento”(12)
Prossegue “as cláusulas pétreas, tais como Tradição e Regularidade, são fontes perenes de Conhecimento e Sabedoria, conceitos abstratos que são capazes de resgatar e fortalecer os vínculos da atuação moderna da Ordem com os elementos mais puros que conformam sua gênese”(13).
O grande Irm.´. Walnyr Goulart Jacques em sua obra “Uma Loja Simbólica – Rito Escocês Antigo e Aceito” (14)nos apresenta uma fábula, de um encontro entre um Sábio e um Neófito, que dialoga muito com àquilo que elaboramos neste Artigo e que apresentamos como encerramento:
- “Filho, que vês diante de teus olhos?”.
- “Vejo o campo e as árvores”, respondeu.
- “Mas só isso, que está tão perto?” arguiu o Sábio.
- “Bem, vejo mais além, o mar e os montes” disse o Neófito.
- “Só isso, filho?”
- “Vejo também, as nuvens e o Céu” respondeu.
- “Nada mais consegues ver?” insistiu o Sábio.
- “Nada, Senhor”.
- “Meu Filho, se consegues ver só o que os teus olhos (conhecimento) alcançam, jamais conseguirás sentir o que é belo e que no se vê materialmente; precisarás de tempo e dedicação para, gradualmente, com observação, estudo e meditação, conseguires ver (Sabedoria) mais além do que teus olhos alcanças...aí estarás apto.”(15)
Referências:
1 - Gnoseologia - Gnosiologia (também chamada Gnoseologia) é o ramo da filosofia que se preocupa com a validade do conhecimento em função do sujeito cognoscente, ou seja, daquele que conhece o objeto. Este (o objeto), por sua vez, é questionado pela Ontologia que é o ramo da filosofia que se preocupa com o ser. Fazem-se necessárias algumas observações para se evitar confusões. A Gnoseologia não pode ser confundida com Epistemologia, termo empregado para referir-se ao estudo do conhecimento relativo ao campo de pesquisa, em cada ramo das ciências. A Metafísica também não pode ser confundida com Ontologia, ambas se preocupam com o ser, porém a metafísica põe em questão a própria essência e existência do ser. Em outras palavras, a grosso modo, a Ontologia insere-se na teoria geral do conhecimento, ou Ontognoseologia, que preocupa-se com a validade do pensamento e das condições do objeto e sua relação o sujeito Cognoscente, enquanto que a Metafísica procura a verdadeira essência e condições de existência do ser.
2 - A semântica (do grego derivado de sema, sinal) refere-se ao estudo do significado, em todos os sentidos do termo. A semântica opõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo é expresso (por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica cognitiva, por exemplo, estudam o mesmo fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes;
3 - Pragmática: é o ramo da linguística que estuda a linguagem no contexto de seu uso na comunicação. As palavras, em sua significação comum, assumem muitas vezes outros significados distintos no uso da língua e, mais recentemente, o campo de estudo da pragmática passou a englobar o estudo da linguagem comum e o uso concreto da linguagem, enquanto a semântica e a sintaxe constituem a construção teórica. A pragmática, portanto, estuda os significados linguísticos determinados não exclusivamente pela semântica proposicional ou frásica, mas aqueles que se deduzem a partir de um contexto extralinguístico: discursivo, situacional, etc;
4 - Queiroz, Álvaro de – Os Símbolos da Maçonaria – Editora Madras – Pág. 30;
5 - Idem;
6 - - Palavra Perdida é um dos mistérios da Maçonaria. A busca da Palavra Perdida é uma das missões de cada Maçom, conjuntamente com a alquimista V.I.T.R.I.O.L.;
7 - Platão (em grego "amplo") Atenas, 428/347 a.C. - Foi um filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental. Juntamente com seu mentor, Sócrates, e seu pupilo, Aristóteles, Platão ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental. Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles; Platão era um apelido que, provavelmente, fazia referência à sua característica física, tal como o porte atlético ou os ombros largos, ou ainda a sua ampla capacidade intelectual de tratar de diferentes temas, entre eles a ética, a política, a metafísica e a teoria do conhecimento;
8 - Aristóteles (Estagira, Calcídica, 384 a.C. - 322 a.C.) foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande, considerado um dos maiores pensadores de todos os tempos e criador do pensamento lógico. Aristóteles figura entre os mais influentes filósofos gregos, ao lado de Sócrates e Platão, que transformaram a filosofia pré-socrática, construindo um dos principais fundamentos da filosofia ocidental. Aristóteles prestou contribuições fundantes em diversas áreas do conhecimento humano, destacando-se: ética, política, física, metafísica, lógica, psicologia, poesia, retórica, zoologia, biologia, história natural.É considerado por muitos o filósofo que mais influenciou o pensamento ocidental;
9 - De acordo com a Maçonaria é a faculdade que a alma tem de formar ideias gerais, após tê-las criticado e distinguido por meio do juízo; mais concretamente, "modo de entender". Da Camino;
10 - Teosofia - é um corpo de conhecimento que sintetiza Filosofia, Religião e Ciência. Tanto hoje como na antiguidade, a Teosofia se constitui na sabedoria universal e eterna presente nas grandes religiões, filosofias e nas principais ciências da humanidade, e pode ser encontrada na raiz ou origem, em maior ou menor grau, dos diversos sistemas de crenças ao longo da história. A teosofia foi apresentada ao mundo moderno por Helena Blavatsky, no final do século XIX, e desde então vem sendo divulgada por teosofistas em diversos países. Com seu caráter interdisciplinar, a teosofia proporciona uma ponte entre as diversas culturas e tradições religiosas. Segundo Blavatsky, “Teosofia é conhecimento divino ou ciência divina.”;
11 - é um aforismo grego que segundo a tradição estaria inscrito nos pórticos do Templo de Apolo em Delfos, na Antiga Grécia. É uma pedra-angular da filosofia de Sócrates e do seu método, a maiêutica, e é muito citado pelo filósofo nos relatos de Platão (Alcibíades, 128d-129) e Xenofonte (Memoráveis, IV, II, 26). O oráculo do templo teria proclamado Sócrates o homem mais sábio na Grécia, ao que Sócrates terá respondido com a célebre frase: "Só sei que nada sei";
12 - Guimarães, João Francisco – Aprendiz: Conhecimento Básicos da Maçonaria – Editora Madras, Pág. 34;
13 - Idem;
14 - Goulart Jaques, Walnyr – Uma Loja Simbólica – REAA – Pág. 178 e 179;
15 - Grifo nosso
Fontes de Consulta:
- Guimarães, João Francisco – Aprendiz: Conhecimentos Básicos da Maçonaria – Editora Madras;
- Goulart Jaques, Walnyr – Uma Loja Simbólica: REAA – Editora Pontho Virtual;
- Anatalino, João – Conhecendo a Arte Real: Maçonaria e suas Influências Históricas e Filosóficas – Editora Madras;
- Rodrigues da Silva, Robson – Reflexos da Senda Maçônica – Editora Madras;
- Da Camino, Rizzardo – Maçonaria Mística – Editora Aurora;
- Queiroz, Álvaro de – Os Símbolos Maçônicos: REAA – Editora Madras;
- Ritual do REAA;
- Wikipédia;
- Artigos diversos na Internet.
11 comentários:
Sabedoria e conhecimento tem que estar diretamente ligadas ao sentimento.De que adianta ser doutorado,mestrado e nunca utilizar o amor ao próximo? Dentro de um ser,a sempre uma porta sem chave,que só será aberta quando o mesmo descobrir,que nossas almas precisam da fé em Deus.Esse é o verdadeiro patamar da vida.Pense nisso...
Minha cara Célia: Ou não lestes todo o Artigo ou não o entendestes. Se for a primeria opção a falha é tua, se a segunda a falha é minha.
Escrevo que "a sabedoria é a ultilização do conhecimento na construção da felicidade". Ainda " que a nossa Filosofia se baseia na Sabedoria que é, em suma, o Amor ao próximo"..."assim como o Mestre Jesus nos mostrou". Pensa nisso...
Com certeza a falha foi minha.Quando você diz:"Ainda que a nossa filosofia se baseia na sabedoria que é,em suma,o amor ao próximo" meu comentário fica totalmente sem sentido.Embora em outras circunstâncias, esse comentário talvez até sirva para plantar o amor.Será que errei de novo?Pode me falar.Só erra quem tenta aprender.Obrigada fraternalmente
Cara Célia, confeso que não entendi o raciocionio na tua ultima frase. De todas formas acho que estamos falando da mesma coisa so que de formas diferentes. Se quiseres podemos seguir esse diálogo via msn, luisgenaro@hotmail.com. Abraços.
Se for "Só erra quem tenta aprender."Estava me referindo a mim mesma,pois,vou com tanta sede de aprender,vou com sede de mais ao pode e acabo me atrapalhando com as palavras.Eu mesma erro tentando aprender.Me desculpe se ofendi de alguma forma a ordem das coisas, e me dê um desconto,pois já era madrugada quando escrevi o comentário anterior.Obrigada por se importar.
Admirável e de grande valor este texto.
eu tive o meu entender .
q você pode ter conhecimento baseado em algo , e A sabedoria vai te ajudar A conduzir bem o seu conhecimento.
Eu leio muito do q os irmãos da ordem escreve
Admirável e de grande valor este texto.
eu tive o meu entender .
q você pode ter conhecimento baseado em algo , e A sabedoria vai te ajudar A conduzir bem o seu conhecimento.
Eu leio muito do q os irmãos da ordem escreve
Querido irmão Luis Genaro! Suas matérias são inteligentíssimas, muito boas! Pena é que você não dá direito aos seus leitores, para copiarem-nas, mesmo sem nenhum propósito de obter vantagens de ordem financeira com elas, como é o meu caso!
Agora mesmo, tive vontade de copiar uma delas: para os meus arquivos, e como sempre, não consegui! Gostaria de saber, o custo dessa matéria, para que eu possa enviar o valor referente à ela. Você é muito inteligente! Parabéns menino! Abração. (gerasouto@gmail.com
Irmão Genaro,a matéria à qual me referi na mensagem acima, é: Conhecimento e Sabedoria!
A FILOSOFIA
É, a mãe de todas as ciências, e a pesquisa racional, imparcial, sem fanatismo e abandonando os dogmas e tabus que nos são impostos, é o caminho, que sempre poderá ser facilitado com algum conhecimento científico e as atualizações tecnológicas. A filosofia busca um método racional para abordar a realidade, contudo não a fragmenta e nem o faz em função de uma finalidade, por isso se distingue da ciência. Assim como a religião, ela também busca a totalidade, contudo almeja uma explicação estritamente racional, superando a visão mítica e a da simples crença por tradição ou submissão.
Como uma criança, o filósofo repete incansavelmente a mesma pergunta: por quê? Pensar por si mesmo. O pensar se aprende, nunca pensamos de maneira livre desde o início. Se quiser aprender a pensar, o filósofo tem de consultar primeiro os textos dos pensadores do passado para dialogar de alguma maneira com eles.
O questionamento socrático ajuda as pessoas a tomar um segundo olhar mais próximo sobre suas próprias crenças e a aplicar o pensamento crítico, mesmo quando menos o esperam. A função da filosofia é, sem dúvida, promover o melhoramento da qualidade cultural e intelectual do ser humano, para que a humanidade, como um todo, seja favorecida e possa caminhar a passos largos para melhores dias, deixando escrito nas páginas da história os relatos de lutas e glórias que perfazem a existência da espécie humana. Mas não cabe a ela, de modo nenhum, instrumentar-se de mentiras doces e de vãs lucubrações somente para, sentada no trono de "mãe das ciências", governar o "Reino de Utopia", de tal forma a envergonhar até mesmo o grande Thomas Morus, que provavelmente se contorceria em seu túmulo de tanto asco e revolta. A filosofia nos converte realmente em seres livres. A filosofia não pretende somente explicar como é o mundo, mas também que pensemos como queremos que ele seja.
A FILOSOFIA CRISTÃ
“Os três monoteísmos, animados por uma mesma pulsão de morte genealógica, partilham uma série de desprezos idênticos: ódio à razão e à inteligência, ódio à liberdade; ódio a todos os livros em nome de um único; ódio à vida; ódio à sexualidade, às mulheres e ao prazer; ódio ao feminino; ódio ao corpo, aos desejos, às pulsões. Em vez e no lugar de tudo isso, judaísmo, cristianismo e islã defendem: a fé e a crença, a obediência e a submissão, o gosto pela morte e a paixão pelo além, o anjo assexuado e a castidade, a virgindade e a fidelidade monogâmica, a esposa e a mãe, a alma e o espírito. Equivale a dizer a vida crucificada e o nada celebrado ...”.
(Michel Onfray).
É Will Durant que nos vai lembrar que a filosofia de Schopenhauer semelha muito os ensinamentos do Cristo (e, é claro, os de Buda).
Diz o historiador:
"O cristianismo é uma profunda filosofia do pessimismo. O poder através do qual o cristianismo conseguiu vencer primeiro o judaísmo e depois o paganismo da Grécia e de Roma está unicamente no seu pessimismo, na confissão de que nosso estado é excessivamente deplorável e pecaminoso, enquanto o judaísmo e o paganismo eram otimistas". Nós, com facilidade, podemos encontrar passagens bíblicas que levam as considerações desse tipo, mas que, vistas por um outro prisma, apresentam a morte como uma valorização da vida. Vale lembrar que, atribuídas a Jesus, o Nazareno, essas considerações em favor da morte tomam ares de inspiradora fé no significado da própria vida.
"Aquele que tentar salvar sua vida, perdê-la-á. Aquele que a perder, por minha causa, reencontra-la".
OS SABERES a respeito da natureza e do meio social sempre foram, no que tinham de mais eficaz e essencial, ocultados à maior parte da população por castas fechadas e dificilmente acessíveis. Eles sabiam do potencial revelador desses conteúdos.
A lenda bíblica da “árvore do conhecimento do bem e do mal” exemplifica bem essa mentalidade: as pessoas comuns não podem conhecer o que os poderosos conhecem, senão, lhes seriam proporcionadas as condições materiais e morais para a exigência de sua libertação e autonomia de ação e de reflexão. Assim, compreende-se que a importância de descobrir os segredos da mecânica da vida natural e humana é prover a consciência de informações que lhe permitam fazer julgamentos ponderados e empiricamente baseados e tirá-la da ignorância a respeito do que a influencia e cerca. Só se pode alcançar isso com estudos, observações e leituras muito disciplinadas e não por meio da “iluminação”, dos conteúdos prontos em nossas cabeças por pessoas ou entes superiores; afinal, o sujeito do processo de conhecimento sempre é um ser humano.
Adquirido um arcabouço intelectual básico, pode-se começar a delinear independentemente metas e motivações que sirvam de guia para a existência; afinal, a principal condição de humanidade é encontrar um porquê para a vida, já que o cérebro humano não se limita a seguir funções biológicas instintivas, mas transcende-as e, além de produzir seus próprios meios de subsistência, também procura, como animal inatamente inconformado, influir nos acontecimentos que o atingem, abstraindo-os e manipulando essas abstrações. Tal é o funcionamento da cultura e de todas as suas subdivisões, como a língua oral ou escrita, a arte, os rituais sobrenaturais, a vestimenta, a música, os preceitos de convivência e outras manifestações.
“Alguns dos temas centrais da filosofia da religião são os seguintes: A existência de Deus: a discussão dos argumentos a favor e contra a existência de Deus; os atributos de Deus: a natureza e implicações das propriedades de Deus, como a onipotência, onisciência, suma bondade, etc.; o problema do mal: a questão de saber se é possível compatibilizar a existência de Deus com a existência do mal; Epistemologia da fé religiosa: a questão de saber se é aceitável ter fé na ausência de provas da existência de Deus e a questão de saber qual é exatamente a natureza da fé.
(Aires Almeida e Desidério Murcho, Pensar com os Filósofos).
Por isso se diz que a religião tem como “função” dar um sentido ao existir. Mas, como afirmou Sartre, todas as ideologias são revolucionárias quando nascem e reacionárias quando se consolidam, e a fraternidade espiritual deu lugar ao abuso de poder e ao fim das discussões por meio da imposição dogmática.
E aí a filosofia encontra seu papel: dar orientações éticas renováveis e adaptáveis à marcha do progresso e ao surgimento de novos problemas.
Um Tríplice e Fraternal Abraço, desse Ir.: Adormecido do
Oriente de Porto alegre
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