sexta-feira, 21 de abril de 2023

DEUS SEGUNDO A FILOSOFIA E A MAÇONARIA

 


DEUS SEGUNDO A FILOSOFIA E A MAÇONARIA

 Por M.´.I.´. Luis Genaro Ladereche Fígoli (Moshe)

33°

 INTRODUÇÃO:

A crença em divindades tem sido uma parte essencial da vida humana desde tempos imemoriais. Ao longo da história, diferentes culturas e civilizações têm adorado uma variedade de deuses e deusas, cada um com características e propósitos únicos. Na filosofia e na maçonaria, os deuses também são um tema importante e significativo. Neste artigo, exploraremos as perspectivas sobre os deuses na filosofia e na maçonaria, suas crenças e concepções.

OS DEUSES NA FILOSOFIA:

Na filosofia, a crença em deuses é um tema complexo e variado. A maioria das tradições filosóficas[1] considera os deuses como entidades sobrenaturais que possuem poder e agência sobre a natureza e os seres humanos. No entanto, a interpretação exata do que é um deus pode variar dependendo da tradição filosófica.

Na filosofia ocidental[2], por exemplo, a crença em deuses é frequentemente associada ao teísmo, que é a ideia de que há um Deus único e todo-poderoso que criou o universo e governa o mundo. O teísmo é uma posição comum em religiões abrahâmicas, como o cristianismo, o judaísmo e o islamismo.

Por outro lado, a filosofia oriental[3], como o hinduísmo e o budismo, apresenta concepções diferentes sobre os deuses. No hinduísmo, por exemplo, os deuses são vistos como manifestações do divino supremo, Brahman. Já no budismo, os deuses são seres que habitam em planos superiores de existência e são considerados parte da roda do samsara, o ciclo de nascimento e morte.

Na filosofia, a concepção dos deuses pode variar amplamente de acordo com as diferentes tradições. Além das tradições mencionadas anteriormente, como a filosofia ocidental e oriental, há outras que apresentam suas próprias concepções sobre os deuses. Por exemplo, na filosofia africana, os deuses são frequentemente vistos como entidades pessoais que interagem com os seres humanos e influenciam suas vidas.

A filosofia também tem se concentrado na questão da existência de deuses e na possibilidade de conhecê-los. O debate sobre a existência de Deus é conhecido como a questão da teodiceia[4]. Filósofos como Santo Agostinho e Tomás de Aquino argumentam a favor da existência de Deus por meio da observação da natureza e da razão. Por outro lado, filósofos como Friedrich Nietzsche e Jean-Paul Sartre argumentam contra a existência de Deus e propõem uma visão mais secular do mundo.

Os deuses também são um tema importante na arte, literatura e mitologia de diferentes culturas e civilizações. Na mitologia grega, por exemplo, os deuses são apresentados como entidades com personalidades complexas e humanas, com poderes sobre a natureza e os seres humanos. Na mitologia egípcia, os deuses são frequentemente associados a animais e representados em hieróglifos e obras de arte.

O surgimento do Monoteísmo:

A crença em um Deus único e supremo é uma característica presente em várias religiões e tradições espirituais em todo o mundo. No entanto, a origem exata dessa crença é um assunto debatido entre estudiosos e pode variar de acordo com a perspectiva cultural, religiosa e histórica.

Algumas teorias sugerem que a crença em um Deus único e supremo pode ter se originado em sociedades primitivas que adoravam deidades locais e antepassados, mas que gradualmente passaram a reconhecer a existência de um poder divino maior que governava todas as coisas. Outras teorias apontam para a influência de grandes líderes religiosos, como Moisés, Buda e Maomé, que pregaram a existência de um único Deus e fundaram tradições religiosas que se expandiram por todo o mundo.

Uma das primeiras referências históricas à crença em um Deus único vem do antigo Egito, onde o faraó Amenófis IV[5] promoveu uma reforma religiosa no século XIV a.C., na qual instituiu o culto ao deus solar Aton como única divindade. No entanto, a religião egípcia não se tornou monoteísta de forma duradoura.

Já no judaísmo, a crença em um Deus único e supremo remonta à figura de Abraão, que é considerado o pai fundador da tradição. Segundo a narrativa bíblica, Deus teria se revelado a Abraão como o único Deus verdadeiro e teria feito uma aliança com ele e com seu povo.

De forma geral, a crença em um Deus único e supremo se consolidou em várias tradições religiosas em todo o mundo ao longo dos séculos, e é considerada uma das características fundamentais dessas tradições.

DEUS EXISTE?

A questão da existência de Deus é um tema complexo e controverso que tem sido objeto de debate ao longo da história da humanidade. Existem diferentes perspectivas filosóficas, religiosas e científicas sobre a existência de Deus, e cada uma delas tem argumentos e evidências que podem ser considerados. Cada indivíduo deve decidir por si mesmo se acredita ou não na existência de Deus (Fé), com base em suas próprias convicções, experiências e conhecimentos

Do ponto de vista religioso, a crença em Deus é muitas vezes baseada na fé e na revelação divina. Para os seguidores de muitas religiões, Deus é considerado uma entidade real e transcendente, que governa o universo e guia a vida dos seres humanos. A existência de Deus é vista como uma verdade fundamental que não pode ser provada ou refutada através de argumentos lógicos ou evidências empíricas.

Sob o ponto de vista filosófico, a questão da existência de Deus é frequentemente abordada através de argumentos ontológicos[6], cosmológicos[7] e teleológicos[8]. Por exemplo, o argumento ontológico parte da ideia de que a existência de Deus é necessária para explicar a existência do universo, enquanto o argumento cosmológico se baseia na ideia de que Deus é a causa primeira e não-causada do universo. Já o argumento teleológico parte da ideia de que a complexidade e ordem do universo são evidências da existência de um designer inteligente.

Ainda, do ponto de vista científico, a questão da existência de Deus tem sido abordada de diferentes maneiras. Algumas correntes científicas, como o criacionismo (ver capítulo próprio) e o “design inteligente”[9], defendem a existência de Deus como a causa última do universo e da vida. No entanto, outras correntes científicas, como o naturalismo[10] e o materialismo[11], argumentam que não há evidências empíricas ou lógicas que suportem a existência de um poder divino.

A Bíblia, por exemplo, é uma fonte importante de ensinamentos sobre a existência de Deus para muitos cristãos. O livro do Gênesis, por exemplo, afirma que Deus criou o universo em seis dias e que a humanidade foi criada à sua imagem e semelhança (Gênesis 1-2). Além disso, muitos salmos e profecias do Antigo Testamento enfatizam a soberania e o poder de Deus, bem como sua presença constante na vida dos crentes.

Por exemplo:

·       Salmo 139:7-10 - "Para onde poderia eu escapar do teu Espírito? Para onde poderia fugir da tua presença? Se eu subisse aos céus, lá estarias; se eu descesse ao mundo dos mortos, lá estarias também. Se eu voasse para o oriente ou fosse morar nos lugares mais distantes do ocidente, ainda lá a tua mão me guiará, e a tua direita me susterá."

·       Isaías 40:28 - "Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento."

·       Salmo 33:6-9 - "Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e pelo sopro da sua boca, todo o exército deles. Ele ajunta em montões as águas do mar; ele põe em tesouros os abismos. Que todo o mundo tema o Senhor; que todos os habitantes do mundo o temam. Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo surgiu."

·       Jeremias 32:17 - "Ah, Soberano Senhor! Tu fizeste os céus e a terra com o teu grande poder e com o teu braço estendido. Nada é impossível para ti."

·       Salmo 147:4-5 - "Ele conta o número das estrelas e a todas elas chama pelos nomes. Grande é o nosso Senhor, e grande é o seu poder; a sua sabedoria é infinita."

Esses são apenas alguns exemplos de como o Antigo Testamento enfatiza a soberania, o poder e a presença constante de Deus na vida dos crentes.

Voltando ao ponto de vista filosófico, muitos argumentos clássicos para a existência de Deus têm sido propostos ao longo da história, desde os argumentos ontológicos de Santo Anselmo e René Descartes, até os argumentos cosmológicos de Tomás de Aquino e Leibniz, e os argumentos teleológicos de William Paley e outros. A obra "Suma Teológica"[12] de Tomás de Aquino é considerada uma das principais obras da filosofia medieval, na qual o autor apresenta vários argumentos a favor da existência de Deus, incluindo o argumento cosmológico e o argumento teleológico.

 

O “DEUS DA LACUNA”:

O termo "Deus da lacuna" se refere à ideia de que Deus é utilizado para preencher lacunas no nosso conhecimento científico. Ou seja, quando não entendemos algo, atribuímos a existência ou ação de Deus como uma explicação para o que não conseguimos compreender. Essa ideia tem sido criticada por muitos filósofos e cientistas, pois implica que Deus só é necessário como uma explicação quando a ciência não pode oferecer uma.

Na filosofia da religião, essa ideia é considerada uma falácia, conhecida como argumento da ignorância. O argumento da ignorância afirma que algo é verdadeiro porque não foi provado ser falso, ou vice-versa. Ou seja, a falta de conhecimento ou evidência não é uma justificativa para assumir a existência ou ação de Deus.

Para muitos filósofos, o conceito de Deus não deve ser visto como uma explicação alternativa para lacunas em nosso conhecimento científico, mas como uma questão de fé e crença pessoal. Assim, a existência ou não existência de Deus não pode ser provada ou refutada cientificamente, mas é uma questão de interpretação pessoal e filosófica.

A ideia do "Deus da lacuna" é frequentemente rejeitada por filósofos e cientistas, que argumentam que a falta de conhecimento científico não deve ser uma justificativa para assumir a existência ou ação de Deus. A questão da existência ou não de Deus é uma questão de crença pessoal e filosófica, e não pode ser provada ou refutada cientificamente.

 A NATUREZA DE DEUS:

A natureza de Deus tem sido objeto de reflexão e debate por filósofos, teólogos e estudiosos de várias religiões ao longo da história. Algumas das características comumente associadas à natureza de Deus incluem:

  1. Onipotência: a crença de que Deus é todo-poderoso e capaz de fazer qualquer coisa que esteja de acordo com a sua vontade.
  2. Onisciência: a crença de que Deus é todo-conhecedor e tem conhecimento total de todas as coisas que já aconteceram e que ainda vão acontecer.
  3. Onipresença: a crença de que Deus está presente em todos os lugares ao mesmo tempo.
  4. Eternidade: a crença de que Deus sempre existiu e sempre existirá.
  5. Amor: a crença de que Deus é amoroso e se preocupa com a humanidade.
  6. Justiça: a crença de que Deus é justo e recompensa as pessoas de acordo com suas ações.
  7. Misericórdia: a crença de que Deus é misericordioso e perdoa as pessoas que se arrependem de seus erros.

8.    Transcendência: a crença de que Deus transcende o mundo físico e está além da compreensão humana.

9.    Imutabilidade: a crença de que Deus é imutável e não muda com o tempo.

10.  Santidade: a crença de que Deus é santo e puro.

11. Criatividade: a crença de que Deus é o criador de todas as coisas e é responsável pela existência e sustento do universo.

  1. Graça: a crença de que Deus oferece sua graça, ou favor imerecido, aos seres humanos, apesar de suas falhas e pecados.
  2. Sabedoria: a crença de que Deus é sábio e conhece o melhor caminho para a humanidade seguir.
  3. Liberdade: a crença de que Deus concedeu aos seres humanos o livre arbítrio para fazer escolhas e decidir seus próprios destinos.
  4. Bondade: a crença de que Deus é bom e tem boas intenções para a humanidade.
  5. Trindade: a crença de que Deus é uma entidade tripartite, consistindo do Pai, do Filho (Jesus Cristo) e do Espírito Santo.
  6. Providência: a crença de que Deus guia e dirige a história humana e intercede em eventos para trazer um bem maior.
  7. Infinitude: a crença de que Deus é infinito em todas as suas características, incluindo amor, poder e sabedoria.
  8. Transparência: a crença de que Deus se comunica com a humanidade através da revelação divina, como textos sagrados, profetas ou experiências pessoais.
  9. Humildade: a crença de que Deus é humilde e desceu para a terra em forma humana, como Jesus Cristo, para experimentar a vida como ser humano e oferecer salvação aos pecadores.

Essas são apenas algumas das muitas crenças sobre a natureza de Deus. As diferentes tradições religiosas e filosóficas oferecem várias perspectivas sobre a natureza de Deus e essas crenças podem ser influenciadas por fatores como cultura, história e experiência pessoal.

Em outras religiões a natureza de Deus pode ser entendida de forma diferente:

  1. Hinduísmo: O hinduísmo é uma religião politeísta, mas acredita em um Deus supremo, chamado Brahman[13]. Brahman é visto como a fonte de todas as coisas e é entendido como uma força impessoal que permeia todo o universo.
  2. Budismo: O budismo não acredita em um Deus criador, mas sim em um estado de iluminação alcançado pelos seres humanos, conhecido como Buda. Os budistas podem se referir a uma força cósmica, mas não acreditam em um Deus pessoal.
  3. Judaísmo: O judaísmo é uma religião monoteísta que acredita em um Deus pessoal, que criou o mundo e é todo-poderoso e justo. Deus é visto como o legislador da lei judaica, que é vista como um guia para a vida moral.
  4. Islamismo: O islamismo é uma religião monoteísta que acredita em um Deus único e onipotente, chamado Alá[14]. Alá é visto como um Deus pessoal que criou o universo e julgará as pessoas no Dia do Juízo Final.
  5. Xintoísmo: O xintoísmo é uma religião politeísta que acredita em muitos deuses e espíritos. Os deuses são vistos como seres que habitam o mundo natural e são honrados em cerimônias e rituais.
  6. Sikhismo: O sikhismo é uma religião monoteísta que acredita em um Deus único, chamado Waheguru[15]. Deus é visto como um ser pessoal que criou o universo e é todo-poderoso e justo.

As religiões afro também possuem suas próprias concepções sobre a natureza de Deus:

  1. Candomblé: O candomblé é uma religião que cultua orixás, que são deuses e deusas da natureza. Os orixás são vistos como seres que têm poder sobre diferentes aspectos da vida e são honrados em cerimônias e rituais.
  2. Umbanda: A umbanda é uma religião que mistura elementos do candomblé, do espiritismo e do catolicismo. Ela acredita em um Deus único e onipotente, que é visto como uma energia divina que permeia todo o universo.
  3. Batuque: O batuque é uma religião afro-brasileira que cultua orixás, assim como o candomblé. Os orixás são vistos como seres divinos que têm o poder de influenciar a vida das pessoas e são honrados em cerimônias e rituais.
  4. Santeria: A santeria é uma religião afro-cubana que mistura elementos do catolicismo com as crenças africanas. Ela acredita em orixás, que são vistos como seres divinos que governam diferentes aspectos da vida, como o amor, a fertilidade e a saúde.

Cada religião afro possui suas próprias tradições e crenças sobre a natureza de Deus e sua relação com o mundo natural. Essas crenças são geralmente transmitidas oralmente e podem variar de acordo com a região e as influências culturais e religiosas locais.

Por outro lado, vários filósofos se dedicaram a tentar explicar a natureza de Deus. Vejamos:

  1. Platão[16]: Platão acreditava em um Deus único e supremo, que criou o universo e é a fonte de todo o bem e da verdade. Ele também acreditava que a alma humana tem uma natureza divina e busca retornar ao mundo de Deus.
  2. Aristóteles[17]: Aristóteles acreditava em um Deus como um ser necessário e eterno que era a causa do movimento e mudança no universo. Ele também acreditava que Deus era perfeito, imutável e imperturbável.
  3. Santo Agostinho[18]: Agostinho, um filósofo cristão, acreditava em um Deus único e supremo que criou o universo e é a fonte do bem e da verdade. Ele também acreditava que a natureza humana é corrupta devido ao pecado original e que a salvação só pode ser alcançada através da graça divina.
  4. Tomás de Aquino[19]: Tomás de Aquino, um filósofo e teólogo cristão, acreditava em um Deus único e supremo que é a causa primeira de todas as coisas e é a fonte do bem e da verdade. Ele também argumentou que a existência de Deus pode ser provada através da razão e da observação do mundo natural.
  5. Baruch Spinoza[20]: Spinoza, um filósofo holandês, acreditava em um Deus que era idêntico ao universo e que tudo o que existe é uma manifestação de Deus. Ele também acreditava que a natureza é governada por leis naturais e que não há livre-arbítrio.
  6. Immanuel Kant[21]: Kant, um filósofo alemão, argumentou que a existência de Deus não pode ser provada através da razão, mas deve ser aceita como uma questão de fé. Ele também acreditava que Deus é o fundamento da moralidade e que a razão humana é limitada em sua compreensão de Deus.

Esses são apenas alguns dos muitos filósofos que ofereceram visões sobre a natureza de Deus. As visões filosóficas sobre Deus podem ser influenciadas pela religião, cultura, história e experiência pessoal do filósofo.

DEUS E O MAL:Parte superior do formulário

A pergunta fundamental que muitas pessoas fazem é: se Deus é onipotente, onisciente e totalmente benevolente, então por que ele permite que o mal exista?

Antes de explorar essa questão, é importante entender algumas definições básicas. Em primeiro lugar, Deus é geralmente definido como um ser supremo que criou o universo e tem controle absoluto sobre ele. Ele é considerado onipotente, o que significa que ele tem todo o poder e é capaz de fazer qualquer coisa que seja possível. Ele também é onisciente, o que significa que ele sabe tudo o que acontece em todo o universo. Finalmente, ele é considerado benevolente, o que significa que ele é completamente amoroso e compassivo em relação a todos os seres vivos.

O mal, por outro lado, é geralmente definido como qualquer coisa que cause sofrimento, dor ou dano a seres vivos. Isso pode incluir ações violentas, doenças, desastres naturais e outros eventos negativos.

Então, voltando à questão principal: se Deus é onipotente, onisciente e benevolente, por que ele permite que o mal exista? Existem várias respostas possíveis para essa pergunta, dependendo da perspectiva filosófica ou religiosa adotada.

Uma resposta possível é que Deus permite o mal como uma consequência inevitável do livre-arbítrio humano. Isso significa que Deus nos deu liberdade para escolher nossas próprias ações, incluindo as más. Ele não interfere em nossas escolhas, mesmo quando elas causam sofrimento a outras pessoas. Essa visão é comum em muitas tradições religiosas, como o cristianismo, o judaísmo e o islamismo.

Outra resposta possível é que o mal é necessário para o desenvolvimento humano. Algumas pessoas argumentam que, sem o sofrimento e a dor causados pelo mal, nunca teríamos a oportunidade de crescer e amadurecer como seres humanos. Essa visão é muitas vezes associada à filosofia estoica[22].

Outra resposta é que o mal não é real, mas sim uma ilusão. Alguns filósofos e teólogos argumentam que o mal é apenas a ausência de bem, assim como a escuridão é apenas a ausência de luz. Nessa visão, Deus é a fonte de todo o bem, mas o mal é simplesmente a falta dele. Essa visão é comum em muitas tradições religiosas orientais, como o hinduísmo e o budismo. Essa afirmação pode ser vista de diversas maneiras, dependendo do contexto e das crenças de cada indivíduo. Em termos filosóficos e espirituais, há diversas correntes de pensamento que defendem que o mal é uma ilusão, mas é importante ressaltar que isso não significa que o sofrimento e a dor não são reais.

Uma das correntes que defendem essa ideia é o Advaita Vedanta[23], uma tradição filosófica do hinduísmo que ensina que a realidade última é a não-dualidade, ou seja, tudo é uma expressão da consciência divina, e não há separação entre o sujeito e o objeto. Nesse sentido, o bem e o mal são conceitos relativos, que só existem na mente humana, e não têm uma realidade objetiva.

Outra corrente que defende essa ideia é o budismo, que ensina que o sofrimento é causado pelo apego e pela ignorância, e que a ilusão do eu separado é a raiz de todos os problemas. Para o budismo, o mal é uma construção mental que surge da dualidade sujeito-objeto, e a iluminação consiste em transcender essa dualidade e perceber a natureza verdadeira da realidade.

Alguns filósofos ocidentais também defenderam a ideia de que o mal é uma ilusão. Por exemplo, Baruch Spinoza, filósofo holandês do século XVII, argumentou que o bem e o mal são apenas modos diferentes de ver as coisas, e que tudo o que existe é uma manifestação da substância divina.

No entanto, é importante lembrar que essa visão não significa que o sofrimento não seja real ou que devamos ignorar a injustiça e a violência no mundo. Na verdade, muitos defensores dessa visão argumentam que a compaixão e o amor são as únicas respostas verdadeiras ao sofrimento humano, e que devemos trabalhar para reduzir o mal no mundo por meio da compaixão e do serviço aos outros.

A ideia de que o mal é uma ilusão tem uma base filosófica e espiritual sólida, mas é importante lembrar que isso não significa que o sofrimento humano não seja real ou que devemos ignorar a injustiça no mundo. Pelo contrário, essa visão pode ser uma inspiração para trabalharmos pela justiça e pela compaixão em nossas vidas.

Outra resposta é que Deus tem um propósito maior que está além da nossa compreensão. Alguns teólogos argumentam que não podemos entender completamente os planos de Deus e que o mal pode ser parte de um plano maior que acabará por resultar em um bem maior. Essa visão é comum em algumas tradições cristãs, como o catolicismo.

Finalmente, alguns filósofos argumentam que a questão do mal é simplesmente um mistério que não podemos resolver. Eles argumentam que é impossível conciliar a existência do mal com a ideia de um Deus onipotente e benevolente, mas também afirmam que a limitação do nosso conhecimento e compreensão nos impede de entender completamente os caminhos de Deus. Esses filósofos, como o filósofo cristão Søren Kierkegaard[24] e o filósofo judeu Franz Rosenzweig[25], sugerem que a nossa resposta diante do mal deve ser a fé em Deus, apesar da aparente contradição.

Outros filósofos, como o filósofo francês Emmanuel Levinas[26], argumentam que a questão do mal não deve ser vista como um problema a ser resolvido intelectualmente, mas como uma questão ética que nos chama a responder com responsabilidade diante da dor e sofrimento dos outros. Para Levinas, a existência do mal é uma chamada para o cuidado com o outro, para a solidariedade e para a justiça.

Parte superior do formulário

Ao longo da história, muitos filósofos e teólogos exploraram a questão de Deus e a existência do mal. Aqui estão alguns dos mais influentes:

  1. Santo Agostinho - um teólogo cristão que viveu no século IV e V. Agostinho argumentou que o mal é uma consequência do livre-arbítrio humano e que Deus permite o mal para que possamos exercer nossa liberdade de escolha.
  2. Tomás de Aquino - um teólogo e filósofo cristão do século XIII. Aquino argumentou que o mal é uma consequência da imperfeição do mundo material e que Deus permite o mal para que possamos alcançar a perfeição espiritual.
  3. Gottfried Leibniz - um filósofo alemão do século XVII. Leibniz argumentou que Deus criou o melhor mundo possível e que o mal é uma consequência necessária da liberdade humana e da natureza imperfeita do mundo.
  4. Immanuel Kant - um filósofo alemão do século XVIII. Kant argumentou que o problema do mal é insolúvel e que é impossível conciliar a existência do mal com a ideia de um Deus benevolente.
  5. Friedrich Nietzsche - um filósofo alemão do século XIX. Nietzsche argumentou que a ideia de Deus é uma invenção humana e que o mal é uma consequência inevitável da existência humana.
  6. John Hick - um teólogo britânico do século XX. Hick argumentou que o mal é uma consequência necessária da liberdade humana e que Deus permite o mal para que possamos crescer e amadurecer como seres humanos.
  7. Alvin Plantinga - um filósofo americano do século XX. Plantinga argumentou que a existência do mal não é incompatível com a existência de um Deus benevolente, pois Deus pode ter razões desconhecidas para permitir o mal.

A questão de Deus e a existência do mal tem gerado respostas que variam de acordo com as diferentes tradições e perspectivas, mas a questão permanece como uma das mais profundas e inquietantes para a humanidade.

DEUS É AMOR?Parte superior do formulário

A ideia de que Deus é a essência do amor tem sido explorada por diversas religiões e filósofos ao longo da história. No Cristianismo, essa ideia é central para a fé. A Bíblia, que é a fonte primária do Cristianismo, afirma que "Deus é amor" (1 João 4:8) e que "aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor" (1 João 4:7). A doutrina cristã ensina que Deus ama a humanidade incondicionalmente, independentemente das suas ações ou comportamentos.

Além disso, muitos filósofos também têm explorado a ideia de que Deus é a essência do amor. Por exemplo, o filósofo cristão Agostinho de Hipona argumentou que Deus é o amor supremo e que a nossa busca pelo amor e pela felicidade é uma busca por Deus. O filósofo judaico Martin Buber[27] afirmou que a nossa relação com Deus é baseada em um "Eu-Tu" amoroso, no qual nós encontramos Deus na interação com o outro.

Outras tradições religiosas também exploram a ideia de que Deus é a essência do amor. No Hinduísmo, por exemplo, o conceito de bhakti[28], ou devoção amorosa a Deus, é central. Na tradição Sufi do Islã[29], o amor divino é enfatizado como a forma mais elevada de amor e devoção.

No entanto, é importante lembrar que a compreensão de Deus como a essência do amor pode variar entre diferentes tradições religiosas e filosóficas. Algumas podem enfatizar outras características de Deus, como a justiça, a sabedoria ou a compaixão. Além disso, a compreensão de Deus é uma questão complexa que não pode ser completamente compreendida por uma única característica ou conceito.

DEUS: UMA NECESSIDADE?Parte superior do formulário

A ideia de que a crença em Deus surge de uma necessidade humana devido à finitude e limitação da existência humana é uma das ideias centrais da filosofia da religião. Essa perspectiva argumenta que a crença em Deus surge como uma resposta à consciência humana da sua própria mortalidade e das limitações da sua compreensão do mundo.

Um dos filósofos mais conhecidos por defender essa perspectiva foi o alemão Friedrich Nietzsche, que afirmou que a crença em Deus surge da necessidade humana de encontrar um sentido na vida, mesmo diante da inevitabilidade da morte e da ausência de sentido na vida. Ele argumentou que a crença em Deus é uma forma de autoengano que as pessoas usam para lidar com a realidade da existência humana.

Friedrich Nietzsche argumentou que a crença em Deus é uma forma de autoengano que as pessoas usam para lidar com a realidade da existência humana. Em sua obra "Assim falou Zaratustra", ele afirmou que "a religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, assim como é o espírito de uma época sem espírito". Nietzsche acreditava que a crença em Deus é uma forma de escapismo que as pessoas usam para se afastar da realidade da existência humana, que é caracterizada pela falta de sentido e pela inevitabilidade da morte.

Jean-Paul Sartre também explorou essa ideia em sua filosofia existencialista. Para Sartre, a crença em Deus surge da necessidade humana de encontrar um sentido e uma finalidade na vida. Em sua obra "O Ser e o Nada", ele afirmou que "o homem está condenado a ser livre". Para Sartre, a crença em Deus é uma forma de escapismo da realidade da existência humana, na qual somos livres, mas também responsáveis por criar nossas próprias vidas e dar sentido às nossas escolhas.

Por sua vez, Karl Marx[30] é conhecido por ser um crítico do conceito de Deus e da religião em geral. Em sua visão, a religião é uma forma de alienação que mantém as pessoas presas a uma ideologia que beneficia os poderosos e justifica a opressão.

No entanto, é importante ressaltar que o conceito de Marx sobre Deus foi ampliado e desenvolvido por outros filósofos e pensadores marxistas ao longo do tempo.

Por exemplo, alguns marxistas argumentam que a ideia de Deus é uma projeção da alienação humana, e que a verdadeira liberdade e felicidade só podem ser alcançadas por meio da superação dessa alienação. Outros afirmam que a crença em Deus é uma resposta natural a uma sociedade injusta e opressiva, e que a verdadeira solução para os problemas humanos só pode ser encontrada na transformação dessa sociedade.

No entanto, é importante lembrar que nem todas as tradições religiosas ou filosóficas compartilham dessa perspectiva. Para muitas pessoas, a crença em Deus é baseada em experiências espirituais ou em evidências empíricas, e não em uma necessidade psicológica ou emocional. Por exemplo, o filósofo e teólogo americano William Lane Craig[31] argumenta que a crença em Deus é racional e justificada com base em evidências empíricas e argumentos filosóficos.

Parte superior do formulário

No entanto, é importante lembrar que essa perspectiva não é compartilhada por todas as tradições religiosas ou filosóficas. Muitas pessoas acreditam que a crença em Deus é baseada em experiências espirituais ou em evidências empíricas, e não em uma necessidade psicológica ou emocional.Parte superior do formulário

CRIACIONISMO E EVOLUCIONISMO:

Há diferentes visões sobre como conciliar criacionismo e evolucionismo. Alguns grupos religiosos acreditam que a criação do universo e da vida aconteceu exatamente como descrito em seus textos sagrados, rejeitando a evolução biológica e geológica.

Por outro lado, muitos cientistas religiosos aceitam a teoria da evolução como uma descrição precisa dos processos naturais que levaram ao desenvolvimento da vida na Terra, mas acreditam que a evolução foi iniciada e guiada por Deus ou um criador inteligente.

Essa visão é conhecida como "evolucionismo teísta" ou "criacionismo evolutivo", que sustenta que a evolução é um processo natural que Deus usou para criar a vida e que a evolução biológica não contradiz as crenças religiosas.

No entanto, outras pessoas argumentam que as duas teorias são incompatíveis e não podem ser reconciliadas. O criacionismo literal, por exemplo, rejeita a teoria da evolução porque acredita que as espécies foram criadas separadamente por Deus em um período de tempo relativamente curto, enquanto a evolução sugere que as espécies evoluíram ao longo de milhões de anos.

Assim, há diferentes pontos de vista sobre como conciliar criacionismo e evolucionismo, mas muitos cientistas religiosos aceitam a teoria da evolução como compatível com a crença em Deus ou um criador inteligente.

Parte superior do formulário

DEUS E A CIÊNCIA:

A ciência, como método de investigação empírica, não pode fornecer evidências diretas para a existência ou inexistência de Deus. A ciência não tem ferramentas para estudar ou testar entidades sobrenaturais ou metafísicas.

No entanto, a ciência pode ser usada para investigar e entender o mundo natural e suas leis, e muitos cientistas acreditam que a ciência pode coexistir com a religião ou a crença em Deus.

Alguns argumentos que já foram levantados por cientistas e filósofos que tentam conciliar ciência e religião incluem a ideia de que a complexidade do universo e da vida são evidências da existência de um criador ou designer inteligente, e que a matemática e as leis físicas do universo parecem indicar um projeto deliberado.

No entanto, outros cientistas e filósofos argumentam que a ciência não pode ser usada para provar a existência de Deus, já que esses argumentos são baseados em suposições metafísicas e não têm evidências empíricas suficientes para suportá-los. Além disso, algumas pessoas argumentam que a crença em Deus é uma questão de fé pessoal, e não pode ser comprovada ou refutada pela ciência.

A ciência não pode fornecer evidências conclusivas para a existência ou inexistência de Deus. Cada pessoa deve decidir por si mesma se acredita ou não na existência de Deus, com base em suas próprias crenças e valores pessoais.

DEUS NA MAÇONARIA:

Na maçonaria, a crença em um Deus criador é um princípio fundamental. A maçonaria é uma organização fraternal que se concentra no desenvolvimento moral e espiritual de seus membros. A organização exige que seus membros acreditem em um poder superior e incentiva a busca pela verdade e pelo conhecimento espiritual.

No entanto, a maçonaria não é uma religião e não exige que seus membros sigam uma religião específica. Em vez disso, a organização enfatiza a tolerância religiosa e o respeito pelas crenças dos outros. A maçonaria acredita que os ensinamentos espirituais podem ser encontrados em todas as religiões e incentiva seus membros a buscar a verdade e a sabedoria por si mesmos.

Na maçonaria, a crença em um Deus criador é um princípio fundamental, mas a organização não é uma religião e não exige que seus membros sigam uma religião específica. A maçonaria valoriza a busca pela verdade e pelo conhecimento espiritual, e acredita que a sabedoria pode ser encontrada em todas as religiões. Além disso, a organização incentiva a tolerância religiosa e o respeito pelas crenças dos outros.

A concepção dos deuses na filosofia e na maçonaria pode variar amplamente de acordo com as diferentes tradições e contextos culturais. No entanto, a crença em um poder superior e a busca pela verdade e pelo conhecimento espiritual são valores comuns em muitas dessas tradições.

A introdução do conceito de Deus na Maçonaria é um tema complexo e multifacetado, que pode variar de acordo com a perspectiva histórica, cultural e filosófica.

De forma geral, a Maçonaria é uma tradição espiritual que busca incentivar seus membros a refletir sobre as questões fundamentais da existência humana, como a natureza do universo, a moralidade e a espiritualidade. Nesse sentido, a crença em um poder divino é vista como uma das bases fundamentais da tradição maçônica.

A forma como o conceito de Deus foi introduzida na Maçonaria pode variar de acordo com a perspectiva histórica e cultural. Alguns estudiosos apontam que a Maçonaria moderna se originou na Europa Ocidental durante o século XVII, em um contexto de intensas mudanças sociais e políticas. Nesse período, a crença em um poder divino era vista como um valor fundamental na sociedade ocidental, o que pode ter influenciado a forma como a Maçonaria incorporou essa crença em seus princípios.

Por outro lado, a Maçonaria também se inspirou em tradições espirituais mais antigas, como o gnosticismo, o hermetismo e o neoplatonismo, que enfatizavam a busca pela verdade espiritual como um caminho para a evolução pessoal. Essas tradições muitas vezes incorporavam conceitos de divindades e poderes divinos em sua cosmologia e prática espiritual, o que pode ter influenciado a forma como a Maçonaria entende e incorpora a crença em Deus em seus rituais e ensinamentos.

Assim o conceito de Deus na Maçonaria é visto como um princípio fundamental da tradição, que incentiva seus membros a refletir sobre questões espirituais e morais importantes. A forma como esse conceito foi introduzido na Maçonaria pode variar de acordo com a perspectiva histórica, cultural e filosófica, mas em geral reflete a busca da tradição pela verdade espiritual e evolução pessoal.

Parte superior do formulário

 O DEUS CRISTÃO SERIA O GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO?

Em muitas tradições maçônicas, o termo "Grande Arquiteto do Universo" é utilizado como uma forma simbólica de se referir a Deus. Na maçonaria, a crença em um Ser Supremo é uma exigência fundamental, mas a fraternidade não adota qualquer dogma religioso específico, deixando aberta a possibilidade de seus membros seguirem diferentes religiões ou formas de espiritualidade.

Na tradição cristã, Deus é considerado o criador e governante do universo, o ser supremo e onipotente que criou todas as coisas. Embora a maçonaria não seja uma instituição religiosa, é possível que muitos maçons que sejam cristãos interpretem o "Grande Arquiteto do Universo" como uma referência ao Deus cristão.

No entanto, é importante lembrar que essa é uma questão de interpretação pessoal e filosófica. Cada indivíduo tem sua própria compreensão e relação com Deus, e a maçonaria respeita a liberdade de consciência e a diversidade de crenças de seus membros.

A concepção de Deus como o Grande Arquiteto do Universo é frequentemente associada à Maçonaria, mas também tem sido usada por outras tradições religiosas e filosóficas ao longo da história. Em particular, a ideia de que Deus é o criador do universo e o arquiteto do mundo tem sido uma das principais características da teologia cristã.

A imagem do Grande Arquiteto do Universo foi usada pela primeira vez no século XVIII por teólogos cristãos e foi incorporada pela Maçonaria como um dos nomes simbólicos de Deus. Nessa visão, Deus é visto como um construtor que planejou e criou o universo, estabelecendo suas leis e ordens. Essa concepção enfatiza a ideia de que Deus é tanto criador quanto governante do mundo, mantendo a ordem e a harmonia na criação.

O uso do termo Grande Arquiteto do Universo também tem sido interpretado como uma tentativa de conciliar a crença em Deus com a ciência e a razão. Segundo essa visão, Deus não é visto como um ser antropomórfico que intervém no mundo de forma arbitrária, mas como uma força racional e ordenada que governa o universo de acordo com leis estabelecidas.

No entanto, é importante ressaltar que a ideia de Deus como o Grande Arquiteto do Universo é apenas uma entre muitas concepções teológicas e filosóficas sobre a natureza de Deus

A ideia de Deus como o Grande Arquiteto do Universo não é exclusiva da Maçonaria ou do Cristianismo. Na verdade, a concepção de Deus como um construtor do universo é encontrada em muitas tradições religiosas e filosóficas, incluindo o Hinduísmo, o Taoísmo e o Gnosticismo.

No Hinduísmo, por exemplo, Deus é frequentemente retratado como um criador que projetou e construiu o universo, mantendo a ordem e a harmonia em todas as coisas. De maneira semelhante, no Taoísmo, Deus é frequentemente descrito como um arquiteto que construiu o universo a partir do caos original, mantendo a ordem e a harmonia no mundo.

Para muitos maçons, o termo "Grande Arquiteto do Universo" é uma forma simbólica de se referir a Deus, mas a maçonaria não adota qualquer dogma religioso específico e respeita a liberdade de consciência e a diversidade de crenças de seus membros. A interpretação de cada indivíduo sobre o "Grande Arquiteto do Universo" pode variar de acordo com suas próprias crenças e tradições religiosas.

Pós Texto:

Abaixo algumas referências bibliográficas que podem ser úteis para aprofundar o tema:

  • "Filosofia da Religião" de John Hick
  • "A Vida dos Deuses" de Jean-Pierre Vernant
  • "O Livro das Religiões" de Jostein Gaarder e Victor Hellern
  • "A Maçonaria" de Eduardo Magalhães
  • "Mito e Realidade" de Mircea Eliade
  • "Deus: Um Delírio" de Richard Dawkins
  • "Suma Teológica" de Santo Tomás de Aquino
  • "Assim Falou Zaratustra" de Friedrich Nietzsche
  • "O Existencialismo é um Humanismo" de Jean-Paul Sartre
  • “Moral e Dogma” de Albert Pike

Essas obras abordam diferentes perspectivas sobre a concepção dos deuses na filosofia e na maçonaria, bem como sobre a relação entre religião e conhecimento científico. É importante lembrar que essa é uma área vasta e em constante evolução, e que outras obras podem ser relevantes dependendo do enfoque ou perspectiva desejada.Parte superior do formulário


Parte superior do formulário

 

Parte inferior do formulário

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

  • FOWLER, Jeaneane D. An introduction to the philosophy and religion of Taoism: pathways to immortality. Sussex Academic Press, 2012.
  • GARDNER, Jane. The Hindu deities in Buddhist literature. Routledge, 2019.
  • HARRIS, Jason, et al. The Routledge handbook of contemporary philosophy of religion. Routledge, 2015.
  • HALL, Manly P. The secret teachings of all ages: an encyclopedic outline of Masonic, Hermetic, Qabbalistic and Rosicrucian symbolical philosophy. The Philosophical Research Society, Inc., 2003.
  • Aquino, T. de. (1265-1274). Suma Teológica.
  • Descartes, R. (1641). Meditações sobre filosofia primeira.
  • Paley, W. (1802). Natural Theology.
  • Ratzsch, D. (1996). The Battle of Beginnings: Why Neither Side is Winning the Creation-Evolution Debate. InterVarsity Press.
  • R Dawkins, R. (2006). The God Delusion. Houghton Mifflin.
  • Hawking, S. (2010). The Grand Design. Bantam Books.
  • Plantinga, A. (2011). Where the Conflict Really Lies: Science, Religion, and Naturalism. Oxford University Press.
  • Collins, F. (2006). The Language of God: A Scientist Presents Evidence for Belief. Free Press.
  •  Russell, B. (1927). Why I Am Not a Christian.
  • Collins, F. S. (2006). The Language of God: A Scientist Presents Evidence for Belief. Simon and Schuster.
  • Miller, K. R. (2007). Only a Theory: Evolution and the Battle for America's Soul. Penguin Books.
  • Haarsma, L., & Haarsma, L. (2015). Origins: Christian Perspectives on Creation, Evolution, and Intelligent Design. Faith Alive Christian Resources.
  • Pike, A. (2015). Morals and Dogma of the Ancient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry. Forgotten Books.
  • Robinson, J. A. T. (2010). God and the World of Signs: Trinity, Evolution, and the Metaphysical Semiotics of C. S. Peirce. University of Toronto Press.
  • Wikipédia

[1] Filosofia (philosophia, literalmente "amor pela sabedoria” é o estudo de questões gerais e fundamentais sobre a existência, conhecimento, valores, razão, mente e linguagem; frequentemente colocadas como problemas a se resolver. O termo provavelmente foi cunhado por Pitágoras (c. 570 – 495 a.C.).

[2] Filosofia ocidental é o pensamento filosófico e obra do mundo ocidental. Historicamente, o termo foi inventado recentemente para se referir ao pensamento filosófico da civilização ocidental, começando com a filosofia grega, na Grécia Antiga, e, eventualmente, cobrindo uma grande área do globo.

[3] A filosofia oriental ou filosofia asiática inclui as várias filosofias que se originaram no Leste e na Ásia Meridional, incluindo a filosofia chinesa, a filosofia indiana (incluindo a filosofia budista, a filosofia jainista, a filosofia sique), a filosofia japonesa e a filosofia coreana que são dominantes no Leste e Sudeste Asiático.

[4] Teodiceia é um termo derivado do título da obra Ensaio de Teodiceia do filósofo alemão Leibniz, que sustenta a existência de Deus a partir da discussão do problema da existência do mal e de sua relação com a bondade de um Deus onisciente e onipotente.

[5] Aquenáton (Akhenaton: "Aquele que louva Aton", "Util a Aton" ou "Usado por Aton") conhecido antes do quinto ano de reinado como Amenófis IV ou em egípcio antigo Amenotepe IV, foi um Faraó da XVIII dinastia do Egito que reinou por dezessete anos e morreu em 1336 ou 1334 a.C. Principalmente lembrado por abandonar o tradicional politeísmo religioso egípcio e introduzir uma adoração centrada em um único deus, Aton, que é as vezes descrita como monoteísta ou henoteísta

[6] Ontologia (do grego ontos "ente" e -logia, "discurso lógico"; no conjunto, "ciência do ser") é o ramo da filosofia que estuda conceitos como existência, ser, devir e realidade. Inclui as questões de como as entidades são agrupadas em categorias básicas e quais dessas entidades existem no nível mais fundamental. A ontologia é às vezes referida como a ciência do ser e pertence ao maior ramo da filosofia conhecido como metafísica.

[7]Cosmologia (do grego "cosmos"/"ordem"/"mundo" + "discurso"/"estudo") é o ramo que estuda a origem, a estrutura e a evolução do Universo a partir da aplicação de métodos científicos.

[8] A teleologia (do grego finalidade, e -logía, estudo) é o estudo filosófico dos fins, isto é, do propósito, objetivo ou finalidade. Embora o estudo dos objetivos possa ser entendido como se referindo aos objetivos que os homens se colocam em suas ações, em seu sentido filosófico, teleologia refere-se ao estudo das finalidades do universo. Platão e Aristóteles elaboraram essa noção do ponto de vista filosófico.

[9] O desenho inteligente, design inteligente ou projeto inteligente (em inglês Intelligent Design) é uma hipótese pseudocientífica, baseada na assertiva de que certas características do universo e dos seres vivos são mais bem explicadas por uma causa inteligente, e não por um processo não-direcionado (e não estocástico) como a seleção natural; e que é possível a inferência inequívoca de projeto sem que se façam necessários conhecimentos sobre o projetista, seus objetivos ou sobre os métodos por esse empregados na execução do projeto.

[10] O naturalismo é um movimento artístico e literário conhecido por ser a radicalização do realismo, baseando-se na observação fiel da realidade e na experiência, mostrando que o indivíduo é determinado pelo ambiente e pela hereditariedade. A escola esboçou o que se pode declarar como os primeiros passos do pensamento teórico evolucionista de Charles Darwin.

[11] Materialismo é um termo abrangente e polissêmico na história da filosofia e das ciências, costuma significar uma ênfase na materialidade como base para a explicação do mundo e dos problemas filosóficos relativos ao conhecimento, à ética, à política e demais campos de problemas. O materialismo é considerado uma tradição marginal, esporádica e frequentemente vinculada à ideias heréticas na história.

[12] Suma Teológica ou Summa Theologica (por vezes Summa Theologiæ) é o título da obra básica de São Tomás de Aquino, frade, teólogo e santo da Igreja Católica, um corpo de doutrina que se constitui numa das bases da dogmática do catolicismo e considerada uma das principais obras filosóficas da escolástica. Foi escrita entre os anos de 1265 a 1273. Nesta obra Aquino trata da natureza de Deus, das questões morais e da natureza do homem.

[13] Brama, Brahma ou Bramá (sânscrito em devanāgarī: = o Absoluto) é o primeiro deus da Trimúrti, a trindade do hinduísmo (os outros deuses são Vishnu e Shiva). Brama é o deus da música e das canções, com imagem representada como um ser de muitas faces. Além disso é considerado, pelos hindus, a representação da força criadora ativa no universo. A visão de universo pelos hindus é cíclica. Depois que um universo é destruído por Shiva, Vishnu se encontra dormindo e flutuando no oceano primordial. Quando o próximo universo está para ser criado, Brama aparece montado numa flor de lótus brotada do umbigo de Vishnu e recria todo o universo.

[14] O termo Allāh é derivado de uma contração do artigo definido al- ("o") com ilāh ("divindade", "deus").

[15] Waheguru (em panjabi: Vāhigurū ) é um termo usado com mais frequência no sikhismo para se referir a Deus, o Ser Supremo ou o criador de todos. Significa "Professor Maravilhoso" na língua Punjabi, mas neste caso é usado para se referir ao Deus Sikh. Wahi significa "maravilhoso" (um empréstimo da Pérsia Média) e "Guru " é um termo que denota "professor". Waheguru também é descrito por alguns como uma experiência de êxtase que está além de todas as descrições. Cumulativamente, o nome implica admiração pela Luz Divina, eliminando as trevas espirituais. Também pode implicar: "Salve o Senhor cujo nome elimina as trevas espirituais".

[16] Platão (em grego clássico: Πλάτων, transl Plátōn, "amplo", Atenas, 428/427– Atenas, 348/347 a.C.) foi um filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental.

[17] Aristóteles (em grego clássico Aristotélēs; Estagira, 384 a.C. – Atenas, 322 a.C.) foi um filósofo e polímata da Grécia Antiga. Ao lado de Platão, de quem foi discípulo na Academia, foi um dos pensadores mais influentes da história da civilização ocidental. Aristóteles abordou quase todos os campos do conhecimento de sua época: biologia, física, metafísica, lógica, poética, política, retórica, ética e, de forma mais marginal, a economia.

[18] Agostinho de Cantuária (Roma, primeiro terço do século VI – Cantuária, provavelmente em 26 de maio de 604) foi um monge beneditino que se tornou o primeiro arcebispo de Cantuária em 597. É considerado o "Apóstolo dos ingleses" e o fundador da Igreja na Inglaterra.[1] Agostinho era prior de um mosteiro em Roma quando, em 595, foi convocado pelo papa Gregório I para liderar uma missão à Britânia com o intuito de converter o rei Etelberto e seus súditos no Reino de Câncio, que eram fiéis ao paganismo anglo-saxônico.

[19] Tomás de Aquino, em italiano Tommaso d'Aquino (Roccasecca, 1225 – Fossanova, 7 de março de 1274), foi um frade católico italiano da Ordem dos Pregadores (dominicano cujas obras tiveram enorme influência na teologia e na filosofia, principalmente na tradição conhecida como Escolástica, e que, por isso, é conhecido como "Doctor Angelicus", "Doctor Communis" e "Doctor Universalis". "Aquino" é uma referência ao condado de Aquino, uma região que foi propriedade de sua família até 1137.

[20] Baruch de Espinosa, mais tarde como autor e correspondente Benedictus de Spinoza (Amsterdão, 24 de novembro de 1632 — Haia, 21 de fevereiro de 1677[ oi um filósofo de origem judaico-portuguesa, nascido nos Países Baixos, filho de refugiados na Sinagoga Portuguesa de Amsterdão que tinham fugido da inquisição lusitana.[7][9][10] Um dos primeiros pensadores do Iluminismo[11] e da crítica bíblica moderna,[12] incluindo das modernas concepções de si mesmo e do universo,[13] ele veio a ser considerado um dos grandes racionalistas da filosofia do século XVII.[14] Inspirado pelas ideias inovadoras de René Descartes, Spinoza se tornou uma figura filosófica importante da Idade de Ouro Holandesa.

[21] Immanuel Kant (Königsberg, 22 de abril de 1724 – 12 de fevereiro de 1804) foi um filósofo alemão (nativo do Reino da Prússia) e um dos principais pensadores do Iluminismo. Seus abrangentes e sistemáticos trabalhos em epistemologia, metafísica, ética e estética fizeram dele uma das figuras mais influentes da filosofia ocidental moderna.

[22] O estoicismo é uma escola de filosofia helenística fundada por Zenão de Cítio na Grécia, em Atenas, no início do Século III a.C.. É uma filosofia de eudaimonia e virtude pessoal, baseada num sistema sustentado pela lógica e pela prática de virtudes cardinais como forma de atingir uma vida ética de acordo com a natureza. Entre as bases estoicas destacam-se o auto-controle das emoções como via para a apatheia, a indiferença ao prazer e a valorização da virtude.

[23] Advaita Vedanta é uma das três escolas de Vedanta do pensamento monista hindu. A palavra Vedanta vem de "Vedas - livros sagrados da antiga Índia" e "anta - final", ou seja, é a culminação dos Vedas, a parte final e mais avançada dos Vedas. Há ainda uma outra possibilidade de entendimento para o termo, significando a associação de textos complementares "ao final" do corpo principal dos Vedas. Os textos complementares em questão seriam as Upanishads. Advaita literalmente significa "não dois", não dual; é um sistema filosófico que sustenta a não realidade, ou ilusão, de tudo aquilo que não seja a Consciência Suprema, Eterna e Infinita (Brahman). O Vedanta caracteriza Brahman como realidade (Sat), consciência (Cit) e beatitude (Ānanda).

[24] Søren Aabye Kierkegaard (Copenhague, 5 de maio de 1813 – Copenhague, 11 de novembro de 1855) foi um filósofo, teólogo, poeta e crítico social dinamarquês, amplamente considerado o primeiro filósofo existencialista. Em meados do século XX, seu pensamento passou a exercer uma influência substancial sobre a filosofia, teologia, psicologia, antropologia, sociologia e toda a cultura ocidental.

[25] Franz Rosenzweig (Kassel, 25 de dezembro de 1886 - Frankfurt am Main, 10 de dezembro de 1929) é considerado um dos mais importantes filósofos-teólogos judeus do século XX. A Medalha Buber-Rosenzweig é concedida anualmente a pessoas que estão particularmente comprometidas com o diálogo Judaico-Cristão.

[26] Emmanuel Levinas (Kaunas, 30 de dezembro de 1905jul./ 12 de janeiro de 1906 greg. — Paris, 25 de dezembro de 1995) foi um filósofo francês nascido em uma família judaica na Lituânia.Bastante influenciado pela fenomenologia de Edmund Husserl, de quem foi tradutor, assim como pelas obras de Martin Heidegger, Franz Rosenzweig e Monsieur Chouchani, o pensamento de Levinas parte da ideia de que a Ética, e não a Ontologia, é a Filosofia primeira. É no face-a-face humano que se irrompe todo sentido. Diante do rosto do Outro, o sujeito se descobre responsável e lhe vem à ideia o Infinito.

[27] Martin Mordechai Buber ( Viena, 8 de fevereiro de 1878 – Jerusalém, 13 de junho de 1965) foi um filósofo, escritor e pedagogo, austríaco e naturalizado israelense, tendo nascido no seio de uma família judaica ortodoxa de tendência sionista. Buber era poliglota, em casa aprendeu ídiche e alemão; na escola judaica, estudou hebraico, francês e polonês/polaco. Sua formação universitária deu-se em Viena.

[28] Bhakti (em sânscrito: "devoção") é uma das três doutrinas ou caminhos básicos prescritos pelo hinduísmo para a liberação espiritual (moksha).[1] De acordo com as características pessoais de cada praticante, pode-se optar por um ou mais destes caminhos, simultânea ou separadamente e a qualquer tempo ou período de vida.

[29] O sufismo é conhecido como a corrente mística e contemplativa do Islão. Os praticantes do sufismo, conhecidos como sufis, procuram desenvolver uma relação íntima, direta e contínua com Deus, utilizando-se das práticas espirituais transmitidas pelo profeta Maomé, com destaque para o zikr (a lembrança de Deus), orações e jejuns. Também incorpora práticas, como cânticos, música e movimentos, cuja legalidade é objeto de divergência de opinião entre teólogos e jurisprudentes islâmicos, de diversos países islâmicos, na interpretação da sharia, a lei divina.

[30] Karl Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 – Londres, 14 de março de 1883) foi um filósofo, economista, historiador, sociólogo, teórico político, jornalista, e revolucionário socialista alemão. Nascido em Tréveris, Prússia, Marx estudou direito e filosofia nas universidades de Bona e Berlim. Casou-se com a crítica de teatro e ativista política alemã Jenny von Westphalen em 1843. Devido às suas publicações políticas, Marx tornou-se apátrida e viveu no exílio com a sua mulher e filhos em Londres durante décadas, onde continuou a desenvolver o seu pensamento em colaboração com o pensador alemão Friedrich Engels e a publicar os seus escritos, pesquisando na Sala de Leitura do Museu Britânico. Os seus títulos mais conhecidos são o panfleto Manifesto Comunista de 1848 e o triplo volume O Capital (1867–1883). O pensamento político e filosófico de Marx teve uma enorme influência na história intelectual, económica e política subsequente. O seu nome tem sido usado como adjetivo, substantivo e escola de teoria social.

[31] William Lane Craig (Peoria, 23 de agosto de 1949) é um filósofo e teólogo cristão estadunidense. Como filósofo, Craig se especializou em filosofia da religião, metafísica, e filosofia do tempo. Como teólogo, suas especialidades são estudos sobre o Jesus histórico e teologia filosófica. Craig fez contribuições importantes para discussões sobre o argumento cosmológico em favor da existência de Deus, a onisciência divina, teorias do tempo e eternidade e para a historicidade da ressurreição de Jesus. Sua pesquisa atual está relacionada com a auto existência de Deus (asseidade divina) e o desafio que concepções platônicas sobre objetos abstratos apresentam para esta doutrina. Craig é autor de diversos livros, o mais conhecido deles sendo Reasonable Faith. Ele disse que Alvin Plantinga é o seu filosófo de maior inspiração.


Clique para ler mais...