domingo, 30 de novembro de 2008

Autoconhecimento - O Caminho da Verdade

PEÇA DE ARQUITETURA


Por Irm:. Luis Genaro Ladereche Figoli (Moshe)

"Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses."

A mensagem acima foi escrita há muito tempo em um Templo consagrado ao deus Apolo, em Delfos, na Grécia. É atribuído ao sábio filósofo Sócrates. Encerra uma grande verdade conhecida pelos mestres hermetistas. A verdade de que somos uma expressão individualizada e limitada do Universal, encerrando em nosso íntimo uma parcela da natureza de Deus. Como um microcosmo, refletimos em proporção limitada aos nossos pensamentos e sentimentos, o poder Criador Dele.
Esse é o princípio em que se baseia a maioria dos pesquisadores dos segredos da alma humana.

Podemos traduzir a mensagem acima a uma linguagem mais atual nos seguintes termos:
Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os segredos do universo e a maneira de agir de Deus.

Quem alcançar um determinado grau de evolução espiritual, correspondente ao domínio e conhecimento de si mesmo entenderá o sentido profundo e maravilhoso destas palavras.

"Buscai e encontrareis".

A busca por sabedoria, evolução e conhecimento acabam sempre levando o homem em um determinado momento ao centro de tudo: seu próprio eu.

Conseqüentemente, inicia-se uma busca por um tipo de conhecimento cujo domínio e Compreensão, podem trazer luz e direção à nossa vida. Trata-se do autoconhecimento; ou seja: o conhecimento de si mesmo. A partir do momento em que o homem desperta para a necessidade dessa busca interior, inicia-se uma verdadeira jornada em sentido vertical rumo à evolução do seu ser. A conseqüência disso se traduz em uma melhoria consistente em sua vida como um todo. Melhora-se a auto-estima e tende-se valorizar a vida. Isso, no entanto, pode ser prejudicado se o caminho escolhido é limitado por algum tipo de sectarismo místico-religioso radical que tira a liberdade de escolha do iniciante. Por isso, frisamos que o primeiro passo para a aquisição de uma consciência de si mesmo mais evoluída e livre de incisões ideológicas impostas por terceiros, consiste em uma busca assídua por conhecimento, através do estudo da experiência humana em todos os tempos sem se deixar levar pelos preconceitos de natureza filosófica, mística ou religiosa.

A busca por autoconhecimento, assim como todas as coisas em nosso caminho, jamais será em vão. Pode começar de muitas formas, mas ao final nos encontraremos em um local onde a verdade se manifesta em plenitude.

Acreditamos que todo ser humano é um eterno aprendiz mergulhado nos infindáveis mistérios da criação. Ninguém é dono da verdade. Por isso; a prática do autoconhecimento não pode jamais estar vinculada, unilateralmente a uma determinada corrente de pensamento; seja esta de fundo místico, ideológico ou religioso.

O aprendiz deve ser crítico e estar disposto a separar com sabedoria o joio do trigo, com muito cuidado. Somente através da busca constante da sabedoria, somos capazes de penetrar no mais secreto e oculto de todos os mundos - nosso eu interior –e descobrir o maior de todos os tesouros escondidos debaixo dos céus. Trata-se da centelha divina que trazemos dentro de nós que nos torna capazes de refletir aqui na terra, uma pequena fração do poder e da glória do Grande Criador do Universo e transformar nossa personalidade para melhor mediante o desenvolvimento da espiritualidade. E aprender que, mudando a nossa personalidade para melhor, tudo à nossa volta se torna também melhor, exatamente como os velhos sábios ensinaram em escritos antigos de alquimia. Diziam ter descoberto a pedra filosofal com a qual se pode transformar qualquer metal em ouro.

Porque quando se lapida a alma com todo labor e persistência, eliminam-se as escórias de nossa personalidade, representadas simbolicamente pelos metais inferiores e surge polido e purificado o ouro espiritual ou a pedra filosofal dos antigos alquimistas; ou ainda a pedra angular descrita na Bíblia, já que ambos significam a mesma coisa.

O conhecimento da Arte Real pode ser estudado, mas não pode ser assimilado sem que seja devidamente incorporado à personalidade através de uma prática metódica e constante.

A partir de então, conscientizei-me de que a fé é um poder tremendo que qualquer pessoa pode utilizar para a realização dos seus propósitos, independente da sua religião ou crença.

Pode ser utilizado tanto para edificar a espiritualidade, objetivo maior da vida humana, como para atingir objetivos puramente materiais.

Entretanto, aqui está a diferença entre o profano e o iniciado: Quem utilizar esse imenso poder original de Deus para coisas mesquinhas ou negativas pode descer aos abismos infernais de acordo com a lei universal de ação e reação porque não a usou com sabedoria. Quem usar o Poder Divino com cuidado e sabedoria, pode ascender aos céus inefáveis da consciência espiritual.

Utilizar os segredos da 'Ciência Incomunicável' com sabedoria consiste simplesmente em utilizar o nosso poder criador para desenvolver os nossos dons inatos e para a realização de nossos ideais sublimes na vida.

Todos têm um nobre ideal na vida. Cada um possui dons que lhe são inerentes. Estes são os modos pelos quais se manifesta a grandeza e a vontade de Deus entre os homens.
O poder criador é a centelha divina que trazemos dentro de nós que nos torna capazes de refletir aqui na terra uma pequena fração da força e da glória do Grande Arquiteto do Universo.

Utilize-o!

Multiplique os seus dons. Exatamente como nos ensina a Parábola dos Talentos proferida pelo divino Mestre Jesus. (Evangelho de Mateus cap. 25 vers. 14-29).

M:.M:.

Membro da Loj:. Simb:. Palmares do Sul nro 213 RS

G:.L:.R:.G:.S:.


Fonte:
Ferreira, Francisco – “Alquimista por Acaso”
“Segredos Herméticos Desvelados”
“Manual de Alquimia”
Bardon, Franz – “Iniciação ao Hermetismo”

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Teísmo, Deísmo a Ateísmo.

PEÇA DE ARQUITETURA


Por Irm:. Luis Genaro Ladereche Figoli (Moshe)*

CRENÇAS

ATEÍSMO – é a filosofia que professa a inexistência de um poder Criador; O ateísmo ou ateía (não confundir com atéia, feminino de ateu[1]) em um sentido lato, refere-se à descrença em qualquer Deus, deuses ou entidades divinas. Os ateus podem, contudo, incluir-se em várias modalidades de pensamento, sendo o pensamento ateísta dividido em duas categorias específicas: o ateísmo fraco e o ateísmo forte.Alguns autores defendem um uso mais restrito do termo, reservando-o apenas para determinados grupos. Assim, não poderiam ser englobadas na categoria dos ateus todas as pessoas indecisas quanto a qualquer crença religiosa (agnósticos), o que excluiria do conceito e sua definição aqueles que são designados como ateus fracos. Contudo, é freqüente, em discursos orientados por uma religião e cultura específicas, que se considere como ateu todo aquele que não partilhe as mesmas crenças religiosas. Por exemplo, era freqüente que os antigos romanos acusassem os antigos cristãos de ateísmo, justificando assim a sua perseguição. Os textos cristãos, por seu lado, usavam o mesmo termo para classificar os seus perseguidores. Este tipo de discurso ainda é freqüente atualmente.

AGNOSTICISMO – é a crença que a existência ou não de um poder Criador nunca será resolvida (Immanuel Kant). As bases filosóficas do agnosticismo foram assentadas no século XVIII por Immanuel Kant e David Hume, porém só no século XIX é que o termo agnosticismo seria formulado. Seu autor foi o biólogo britânico Thomas Henry Huxley numa reunião da Sociedade Metafísica, em 1876. Ele definiu o agnóstico como alguém que acredita que a questão da existência ou não de um poder superior (Deus) não foi nem nunca será resolvida. Nas palavras de Huxley, sobre a reunião da Sociedade Metafísica, "eles estavam seguros de ter alcançado uma certa gnose — tinham resolvido de forma mais ou menos bem sucedida o problema da existência, enquanto eu estava bem certo de que não tinham, e estava bastante convicto de que o problema era insolúvel."Desde essa época o termo "agnóstico" também tem sido usado para descrever aquele que não acredita que essa questão seja intrinsecamente incognoscível, mas por outro lado crê que as evidências pró e contra Deus não são ainda conclusivas, ficando pragmático sobre o assunto.

TEÍSMO – é a crença num princípio Criador, incriado;

Continua....


TEÍSMO - Conceito

O Teísmo (do grego Theós, "deus") sustenta a crença em deus, opondo-se ao ateísmo. Trata-se de um conceito introduzido em 1678, por Ralph Cudworth.

Ralph Cudworth (1617-1688):
Filósofo e Teólogo Inglês, membro da escola filosófica denominada “Platonistas de Cambridge”

TEÍSMO - Divisão

Podemos dividir Teísmo em:
Monoteísmo: Crença em um só Deus;
Politeísmo: Crença em vários Deuses;
Henoteísmo: Crença em um só Deus, mas não nega a existência de outros

TEÍSMO - Formas

O Teísmo pode ser:

Teísmo Cristão - O teísmo cristão é a crença na existência de um Deus único - monoteísmo - como causa primária e transcendental do universo e relativo ao cristianismo, sendo cristão o que recebeu o batismo e professa a religião cristã. O termo cristianismo pode ser entendido como o conjunto de religiões cristãs, ou seja, que se baseiam nos ensinamentos, na vivência e nas idéias de Jesus Cristo

Teísmo Monismo - Chama-se de monismo (do grego monos, "um") às teorias filosóficas que defendem a unidade da realidade como um todo (em metafísica) ou a identidade entre mente e corpo (em filosofia da mente) por oposição ao dualismo ou ao pluralismo, à diversidade da realidade em geral. No monismo um oposto se reduz ao outro, em detrimento de uma unidade maior e absoluta. As raízes do monismo na filosofia ocidental estão nos filósofos pré-socráticos, como Zenão de Eléia, Parmênides de Eléia. Spinoza é o filósofo monista por excelência, pois defende que se deve considerar a existência de uma única coisa, a substância, da qual tudo o mais são modos. Hegel defende um monismo semelhante, dentro de um contexto de absolutismo racionalista.Em filosofia da mente, monismo é, no mais das vezes, materialismo sobre a natureza da mente.Algumas religiões pagãs, como é o caso da Wicca, utilizam o conceito de monismo para explicar a crença de que tudo o que há foi criado por uma única divindade, neste caso, a figura de uma Deusa-Mãe como entidade cósmica primordial. Essa crença se baseia no fato de que, na natureza, os únicos seres capazes de gerar vida, de criar, são as fêmeas. Esta era a concepção dos povos antigos em seus cultos, e só depois de muito tempo é que surgiu a figura do Deus, que passou a dividir espaço com a Antiga Deusa através do dualismo.

Teísmo Aberto - Teísmo Aberto é a teologia que nega a onipresença, a onipotência e a onisciência de Deus. Seus defensores apresentam outra definição onde afirmam pretender uma reavaliação do conceito da onisciência de Deus, na qual se afirma que Deus não conhece o futuro completamente, e pode mudar de idéia conforme as circunstâncias. Afirmam também, alguns defensores, que o termo “Todo-poderoso” não pode ser extraído do contexto bíblico pois, segundo eles, a tradução original da palavra do qual é traduzida tal expressão havia se perdido ao longo dos séculos. O Teísmo Aberto tem origem na Teologia do Processo. Surgido na década de 30, a Teologia do Processo, tendo como principais representantes Charles Hartshorne, Alfred North Whitehead e John Cobb, é uma tendência filosófico-teológica chamada panenteísmo, que consiste na aproximação do pensamento teísta e panteísta; herdando as características de tais inovações mais filosóficas que teológicas, surgindo a seguir o Teísmo Aberto.

DEÍSMO - Conceito

O deísmo é uma postura filosófico-religiosa que admite a existência de um Deus criador, mas questiona a idéia de revelação divina.
É uma doutrina que considera a razão como uma via capaz de nos assegurar da existência de Deus, desconsiderando, para tal fim, a prática de alguma religião (Voltaire 1694-1778).
Deus se revela através da ciência e as leis da natureza.
O deísmo pretende enfrentar a questão da existência de Deus, através da razão, em lugar dos elementos comuns das religiões teístas tais como a "revelação divina", os dogmas e a tradição. Os deístas, geralmente, questionam as religiões denominacionais e seus deus(es) dito(s) “revelado(s)”, argumentando que Deus é o criador do mundo, mas que não intervém, diretamente, nos afazeres do mesmo, embora esta posição não seja estritamente parte da filosofia deísta. Para os deístas, Deus se revela através da ciência e as leis da natureza.
É interessante dizer, que o conceito deísta de divindade não corresponde, necessariamente, ao que comumente a sociedade entende ser "deus". Ou seja, existem várias formas de se compreender aquilo que é, supostamente, transcendente ou sobrenatural. Então, Deus pode ser compreendido como o princípio vital, a energia criadora ou a força motriz do Universo. Todavia, não propriamente como um ser antropomórfico. Tal representação é específica das religiões fundamentalistas, os quais o deísta não considera como sendo a verdade.
O deísta não necessariamente nega que alguém possa receber uma revelação divina, mas essa revelação será válida apenas para a pessoa que a recebeu (se realmente a recebeu). Isto implica a possibilidade de estar aberto às diferentes religiões como manifestações diversas de uma mesma realidade divina, embora não crendo que nenhuma delas seja a “verdade” absoluta.
Muitos deístas podem ser definidos como agnósticos teístas, pois consideram que no dia-a-dia as ações humanas devem ser orientadas pelo pensamento racional .


*M:.M:.
Membro da Loj:. Simb:. Palmares do Sul nro 213 RS
G:.L:.R:.G:.S:.

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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A Importância da Maçonaria e do Maçom em nossa Sociedade

PEÇA DE ARQUITETURA

Por Irm:. Luis Genaro Ladereche Fígoli (Moshe)

Uma das características mais grandiosas da Maçonaria é que sua filosofia não mudou com o passar dos séculos. Ela é atemporal.

Pouco foi alterado nos rituais e na própria filosofia, como podemos atestar, em relação ao pronunciamento transcrito abaixo, realizado por ocasião da posse como Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil em 24 de Junho de 1901, ao assumir o elevado cargo Maçônico.

Este Irm:. era Quintino Bocaiuva (1). Vejam a atualidade do discurso:


"Pelas tradições gloriosas da nossa Ordem, pela pureza das nossas doutrinas, pela majestade dos símbolos dos nossos ritos, pelo influxo dos sentimentos honestos e piedosos que são a essência da nossa moral maçônica; pela vastidão dos domínios onde impera a autoridade da nossa soberania; pelos vínculos fraternais que enlaçam a todos os maçons na superfície de nosso planeta; pelo esplendor dos Templos aonde se reúnem nas diversas partes da terra habitada todos os homens de boa vontade que rendem culto a Religião do amor e do Bem, pela força que resulta da nossa própria união; pela comunhão sagrada e misteriosa em que virtualmente nos encontramos unidos pela mesma aspiração do Ideal; pela influencia benéfica e salutar desta Escola em perpetua. e assídua função onde fazemos a aprendizagem das virtudes que, únicas, podem enobrecer o homem e aonde reciprocamente nos educamos sob as austeras regras do Dever, qualquer que seja a esfera aonde exerçam a nossa atividade; pela ação até aqui potente e irresistível dos nossos princípios maçônicos de Tolerância, Fraternidade e Justiça, somos no seio Sociedade Profana um Poder cuja autoridade se exerce pela influencia moral, cem vezes mais forte e eficiente do que a força que possa ser representada por todos os exércitos do mundo.

"Esse Poder estriba-se em duas colunas inabaláveis: a UNIVERSALIDADE E A UNIDADE.

"Onde quer que haja um Templo Maçônico ai esta a nossa Religião; onde quer que haja um grupo de obreiros trabalhando pelo Bem da Humanidade, ai ternos o nosso lugar.

"Somos um só Povo no meio de todos os Povos; falamos urna língua no meio da diversidade de todos os idiomas; SOMOS CIDADAOS COM IGUALDADE DE DIREITOS NO SEIO DE TODAS AS NACIONALIDADES. O Continente Maçônico abrange os continentes terráqueos, nas devesas dos mais sombrios e desolados desertos podemos encontrar um irmão ou ainda na solidão melancólica dos oceanos, flutuando à mercê das vagas, ou quietas ou revoltadas podemos com outros irmãos entoar o hino da nossa gratidão ao Supremo Arquiteto do Universo e, aportando ao primeiro porto achar mão amiga que por um dos sinais simbólicos nos faça sentir que estamos, senão em terra da nossa Pátria, pelo menos em uma terra amiga.

"Tal é a concepção mais elevada e justa da nossa Instituição; tal é a eficácia e a solidez dos vínculos que devem ligar a todos os Maçons espalhados pela superfície da Terra.

"Como todas as instituições humanas, a nossa tem atravessado séculos de existência acompanhando as vicissitudes dos tempos e conformando-se com elas, lutando, agindo, criando, resistindo, vencendo, em todas as épocas em todas as latitudes, em todos os climas, em todas as nações, mantendo sempre a luz do dia ou nas criptas dos subterrâneos sóbrios, erguido e majestoso, o Lábaro da Fé, - o estandarte impoluto da nossa crença maçônica, o pendão glorioso sobre o qual se esculpiu o Triangulo simbólico que e a estrela guiadora que nos conduz a conquista do nosso Ideal, - a posse definitiva da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade entre os homens.

"Fundindo no seio da nossa Sociedade Maçônica todos os elementos sãos da Sociedade Profana, amalgamando-os e depurando-os no cadinho da nossa Fe; purificando-os ao fogo das caçoilas aonde fazemos arder a mirra perfumosa que em espirais de fumo, se evola, como uma invocação ao Grande Arquiteto do Universo, nós nos habilitamos a influir sobre os destinos dos povos, infiltrando no seu seio as nossas doutrinas, a nossa moral, as nossas idéias, os nossos princípios, procurando modelar as agremiações humanas pela feição da nossa Sociedade e procurando transfundir no seu seio o vigor e a energia; a virilidade a discriminação, o desprendimento, o altruísmo, enfim, que e a resultante da depuraçaõ a que nos próprios nos sujeitamos de boa mente afim de alcançarmos para as nossas consciências a satisfação de havermos praticado o Bem e para o nosso próximo os benefícios da paz e o estimulo do aperfeiçoamento, progressão moral, sucessiva e ascendente, por meio da qual nos aprimoramos lenta mas continuamente, do nosso Criador Onipotente - foco eterno da Luz, fonte perene do Bem, da Justiça e do Amor.

"É essa, meus prezados irmãos, a face política da missão histórica desempenhada pela Maçonaria em todos os tempos e em todos os países.

"Na nossa Pátria não registra a Historia um só cometimento social e político de grande alcance a que não esteja ligada a influencia da Maçonaria.

"Para não citar mais de quatro fatos recordarei com orgulho que podem considerar-se efeitos da ação maçônica: a Independência que nos deu a soberania da Pátria; o Sete de Abril que nos deu a primeira vitória democrática: A Abolição da Escravidão que instaurou o regime de igualdade entre os cidadãos brasileiros e, finalmente, a instalação da Republica que selou para sempre o princípio de Soberania popular.

"Em todos os movimentos sociais colaborou a nossa Ordem, não somente pela influencia das suas doutrinas, como ainda pela ação de muitos dos seus mais distintos Membros - doutrinas e homens que levaram para o campo da luta política a e inspiração da Magnanimidade e da Tolerância - a cujo influxo puderam realizar as essas Revoluções de modo incruento e atraindo para a nossa Pátria a admiração do mundo.

"No momento atual a ação da nossa Sublime Ordem pode e deve ser de salutar efeito para a sociedade Brasileira.

"A nossa missão tem o caráter de perpetuidade porque o progresso e o aperfeiçoamento humano são sucessivos e no desdobramento a vida sempre renovada das gerações que se sucedem não ha limite para o esforço humano.

"Educar, ensinar, melhorar constantemente as condições do povo, e a tarefa mais nobre e mais profunda a que podem dedicar-se os homens de boa vontade congregados, como nos, na mais forte e poderosa das agremiações sociais. Somos um organismo vivaz e poderoso pela contextura da nossa Instituição; exercemos a nossa influencia desde o lar domestico ate a praça publica; temos voz, e temos voto desde os Templos ate os comícios populares ou ate as assembléias deliberantes; a infiltração dos nossos princípios opera-se continua e ininterruptamente no seio da sociedade.

"Modelada hoje a nossa Instituição pelo mesmo molde das instituições políticas da nossa Pátria, tendo adotado para nosso regime maçônico a mesma forma federativa do regime político em que vivemos, nós representamos, contudo o principio superior e elementar da UNIDADE - base da nossa grandeza e garantia do nosso poder.

"Na aspiração comum da nossa Ordem devem se manter vivas e respeitadas as tradições veneráveis da Instituição Maçônica e, como obreiros abnegados do Bem, temos o dever de trabalhar pela felicidade da Nação em cujo seio vivemos e a qual nos prendem, com os vínculos bem mais fortes, dos interesses morais e afetivos da nossa alma. A cada geração, a sua parte no trabalho e na luta, no esforço e no sofrimento.

"Saibamos cumprir o nosso dever como souberam cumprir o seu os nossos predecessores. Leguemos aos vindouros, intacta e refulgente, a gloriosa herança dos nossos antepassados, e acrescentando e mais opulento ainda, o cabedal da sabedoria, do seu patriotismo, da sua abnegação, das suas virtudes, da sua grandeza moral, única majestade inacessível as vicissitudes e alternativas das revoluções humanas"

QUINTINO BOCAIUVA (24/06/1901)


(1) Breve Biografia:

Quintino Antônio Ferreira de Sousa Bocaiúva (Itaguaí, 4 de dezembro de 1836 — Rio de Janeiro, 11 de junho de 1912) foi um jornalista e político brasileiro, conhecido por sua atuação no processo da Proclamação da República. Como político, foi o primeiro ministro das relações exteriores da República, de 1889 a 1891, e presidente do estado do Rio de Janeiro, de 1900 a 1903. Em 1899 foi reeleito Senador, sendo subseqüentemente escolhido para o governo do Estado do Rio de Janeiro (1900-1903). De 1901 a 1904, na Maçonaria, ocupou o Grão-Mestrado do Grande Oriente do Brasil, posto mais elevado na hierarquia da Ordem. Em 1909 retornou ao Senado, tendo exercido o cargo de vice-presidente de 1909 a 1912. Nessa função, apoiou a candidatura do Marechal Hermes da Fonseca à presidência da República (1910) e, nesse mesmo ano, ocupou a presidência do Partido Republicano Conservador do caudilho gaúcho José Gomes Pinheiro Machado.Quintino Bocaiúva faleceu no bairro do Rio de Janeiro onde morava, e que hoje, em sua homenagem, leva o seu nome: Quintino Bocaiúva.
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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Reflexões sobre a Primeira Instrução do A:.M:.


A simbologia e seus ensinamentos vistos na primeira instrução resumem a moral maçônica e o labor no desbaste da P:.B:. que deve haver por parte do A:.M:.

Todavia, o painel da loja de A:.M:. e sua simbologia só pode ser revelada, ou ainda, incitada àquele que já foi iniciado, não nos parecendo lícito a ele desvelar com suas jóias e paramentos. Passo a algumas singelas considerações sobre a primeira instrução. Entendo que a simbologia inicialmente demonstrada é, antes de tudo, uma reflexão a perpétua aprendizagem, aprendizagem esta voltada para o mistério que se encerra na própria vida. Trabalha o A:.M:. em sua P:.B:. talhando-a, corrigindo imperfeições através de princípios e virtudes. Há todo um convite simbólico e ao mesmo tempo real para que ocorra um descobrir-se através do trabalho.

A teoria simbólica dos elementos apresentados é um convite ao estudo e a prática de virtudes, as quais não podem ficar represas; antes, devem ser um elemento na construção de uma sociedade mais justa e perfeita.

Novos conhecimentos são adquiridos, novos horizontes. As virtudes deixam de ser simples palavras para se tornarem, creio, materializadas. A Moral não é apenas uma necessidade, antes: é um processo de evolução do homem e por fim, da sociedade. A matéria prima é a pedra que existe em nossos corações, de nosso íntimo áspero, com seus vícios e imperfeições.

Creio que a repetição destes estudos faça com que se crie no Maçom uma internalização das virtudes, com as quais ele passará a conviver e a ser um disseminador. Há todo um processo de elevação, também simbolizado pela Escada de Jacob, elemento que aliás entendo requer uma profunda reflexão.

Ora, de que adianta saber que em si há uma pedra em estado bruto, viciada, se não pode ser tocada, trabalhada, transformada em uma devida P:.P:., base do verdadeiro templo que podemos compreender ser o A:.M:., a Loja ou mesmo do templo do G:.A:.D:.U:.? As alegorias constantes na Loja nos são uma lembrança e o procedimento que nos levam a construção do templo interior. Este deve ser o trabalho incessante do Maçom, instado por todos os elementos simbólicos da Loja a se tornar justo e perfeito, para que brilhe como uma verdadeira jóia.


*Trabalho enviado pelo Irm:. André Cunha, A:. M:. da Loj:. Simb:. Palmares do Sul 213, RS.
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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A Escada de Jacó na Maçonaria e o Círculo misterioso

PEÇA DE ARQUITETURA

Por Irm:. Luis Genaro Ladereche Figoli (Moshe)

INTRODUÇÃO

A Escada de Jacó ou Jacob, existente no Painel da Loj:. de Apr;., é uma importante alegoria que a maçonaria, como fiel guardiã de antigas tradições, adotou como ligação do plano material em que vivemos com o plano superior que aspiramos.

Mas antes de nos adentrarmos na interpretação da simbologia da Escada de Jacó, precisamos conhecer as origens desta simbologia e o porquê está presente na maçonaria, sendo uma passagem Bíblica, ligada às tradições judaico-cristãs.

A maçonaria não é religião. Isso está claro em sua filosofia e ritualística. Não é religião porque entendemos que as religiões são estágios decadentes de filosofias superiores, são dogmatizações a serviço do poder temporal, é caricaturas de algo esotérico vulgarizado no mundo exotérico . É certo que o vulgo não pode entender verdades transcendentes e as religiões são um freio social e uma evasão, coisas infelizmente necessárias para as massas incapazes de aprender uma Filosofia mais profunda só ao alcance de uns poucos iniciados.

Quanto mais se estuda a origem e evolução da Humanidade, com base a ciências como a antropologia, a arqueologia, a lingüística, etc., mais o período histórico recua, desnorteando a chamada ciência oficial.

Na maçonaria acontece o mesmo. Embora alguns lhe dêem uma idade muito recente (no século XVIII) precisamente na Inglaterra, é evidente que neste tempo houve apenas uma reorganização para adaptar-se à realidade moderna. É mais do que óbvio que a idade da maçonaria se perde na noite dos tempos. A semelhança dos símbolos e da filosofia, entre a maçonaria e antigas ordens existentes no Egito, Grécia, Roma, Mesopotâmia, China, Índia e civilizações pré-colombianas não é mera coincidência.
Ninguém poderá duvidar (e o iniciado muito menos) de que o fio da tradição espiritual tem continuado a exercer sua função construtiva ao longo da História humana, ora em períodos de clandestinidade lutando contra forças opressoras, ora em períodos de liberdade, mas ainda mantendo alguns aspectos secretos da herança ancestral.

Assim como existem várias teorias sobre o surgimento do homem (da criação direta e especial de Deus chamada de Criacionismo, da evolução casual e sem finalidade chamada de Evolucionismo, e da evolução planejada e dirigida por uma Inteligência Superior ´Deus` chamado de Esoterismo), também a Maçonaria contêm várias teorias sobre sua criação e evolução. Leadbeater afirma que escrever sobre a história da Maçonaria seria um empreendimento colossal, pois seriam necessários conhecimentos enciclopédicos e muitos anos de pesquisas. Por outro lado, grande parte dos conhecimentos, segredos e filosofia hoje presentes na Ordem nos foram legados por tradição oral, devido ser uma Instituição secreta e reservada que fora perseguida na maior parte de sua existência.

As grandes filosofias esotéricas, de tradição milenar, (das quais a Maçonaria é no mínimo herdeira) aceitam a evolução como um grande drama da Natureza, planejado e dirigido pelo Criador até se chagar ao Homem; por sua vez, a História é um drama de povos em conflito, obedecendo a um Plano já determinado, mas o Criador intervém quando alguém provoca desvios desse Plano. Assim foi que Ele fez através dos Iluminados Moises, Abrahão, Noé, Jacob, Jesus, etc., como nos contam as Escrituras. Nesse Plano, o Homem tem como missão evoluir da matéria ao espírito, do corpo à essência. Nosso caminho é a volta ao Criador, através da ascensão espiritual. E a ascensão espiritual se dá através da prática da Virtude e da Moral, como abordaremos mais tarde.

Como conhecimentos históricos e científicos progrediram na área da pesquisa humana, e especialmente no espírito crítico das Escrituras, ao estudo da Maçonaria os métodos científicos foram gradualmente aplicados e por isso hoje se conta com um vasto cabedal de informações mais interessantes e exatas sobre a história da Ordem. Em conseqüência disto e de outras linhas de investigação, existem quatro escolas ou correntes principais do pensamento maçônico, organizadas não como escolas, mas como quatro segmentos importantes de conhecimento. Cada uma delas aproxima-se da Maçonaria de uma forma peculiar. Cada uma delas tem seu cânone de interpretação dos símbolos e cerimônias maçônicas, e cada escritor moderno é influenciado particularmente por uma delas. Por isso na Maçonaria há tantas divergências interpretativas.

Não é objetivo deste trabalho, fazer uma análise da história da Maçonaria, nem aprofundar-se na interpretação das chamadas escolas de pensamento filosófico que a norteiam. Mas de forma resumida (e para fundamentar o que vamos tratar a seguir) apresentaremos as referias Escolas ou linhas de pensamento:

Escola Autêntica ou Histórica – Por este pensamento, as antigas tradições da Ordem foram minuciosamente examinadas à luz de registros autênticos ao alcance do historiador, principalmente sobre atas de Lojas e documentos legais e todos os registros acessíveis. Como os registros escritos sobre Maçonaria especulativa, antecedem pouco ao seu renascimento em 1717, ao passo que as atas mais primitivas subsistentes de qualquer Loja operativa, pertencem ao ano de 1598 , os defensores desta Escola, apontam como origem da Maçonaria as Lojas e Corporações da Idade Média, e supor que os elementos especulativos (símbolos, alegorias, etc.) foram exertados posteriormente ao tronco operativo. A escola admite que se aceitarmos o fato de que o simbolismo e cerimonial da Maçonaria é anterior a 1717, não há, praticamente , nenhum limite quanto a idade a que se lhe atribuir. Por isso esta Escola não busca a origem dos Mistérios além dos construtores medievais;

Escola Antropológica ou Primitiva - Esta Escola de pensamento está aplicando as descobertas antropológicas num estudo da história da Maçonaria e com notáveis resultados. Os atropologistas reuniram uma vasta soma de informações sobre costumes religiosos e iniciáticos de muitos povos, antigos e modernos, e os estudiosos maçônicos tem encontrado neste campo uma série de sinais e símbolos, tanto dos graus especulativos como dos operativos, em pinturas murais, esculturas, gravuras e edifícios das principais raças do mundo. Inclusive semelhanças de culturas e cultos em civilizações que não haveriam de ter tido contato físico. Neste sentido, esta escola de pensamento, confere Maçonaria muito maior antiguidade do que a atribuída aos históricos, bem como fazem analogias com os antigos Mistérios de muitas nações com cerimônias análogas às empregadas nas atuais Lojas Maçonicas. Das investigações antropológicas resulta bem claro que, quaisquer que sejam os elos na cadeia de descendentes, nós, maçons somos os herdeiros de uma antiqüíssima tradição que, por incontáveis tradições, tem estado associada com os mais sagrados mistérios do culto religioso.

Escola Mística ou Teológica - Esta terceira Escola do pensamento maçônico, perquire os mistérios da Ordem de um ponto de vista do plano para o despertar espiritual e o desenvolvimento interior do homem. Os pensadores desta filosofia, analisando suas próprias experiências espirituais, declaram que os graus da Ordem são símbolos de certos estados de consciência, que tem que ser despertados ao iniciado de forma individual se ele espera atingir e conquistar os tesouros do espírito. Eles dão testemunho de outra natureza muito mais elevada acerca da validade de nossos ritos maçônicos, testemunho que pertence antes à religião do que à ciência. O objetivo do misticismo é a união consciente com Deus e a Oficina visa retratar a senda para esse objetivo, oferecendo o roteiro que oriente a marcha do buscado do Supremo. Tais seguidores estão mais interessados na interpretação do que na pesquisa histórica. O objetivo é viver a vida indicada pelos Símbolos da Ordem para poderem atingir a realidade espiritual de que esses símbolos são sombras. O método místico busca a união estática com o Supremo, através da oração e da prece.

Escola Oculta ou Esotérica – O principal e distintivo postulado é a eficácia sacramental do cerimonial maçônico, quando devida e regularmente executado. Assim talvez possamos chamá-la de escola sacramental ou oculta. Pode ser definido como o estudo e conhecimento do lado oculto da natureza, por meio dos poderes existentes em todos os homens, mas ainda adormecidos na maioria da humanidade. Esses poderes podem ser acordados e treinados no estudante oculto por longa e cuidadosa disciplina e meditação. O escopo do ocultista é alcançar a união com Deus por meio do conhecimento e da vontade, treinar toda a natureza, física, emocional e mental, até que se torne uma perfeita expressão do divino espírito interno, e possa ser empregado como um instrumento eficiente no grande Plano que Deus criou para a evolução da espécie humana, que está representado pela Maçonaria pela construção do Santo Templo. Para o ocultista é de grande importância a exata observância de uma forma, e pela utilização da magia cerimonial ele cria um veículo através do qual possa a luz divina baixar e difundir-se em auxílio do mundo, invocando, para isso, a ajuda dos Anjos, espíritos da natureza e outros habitantes dos mundos invisíveis.

Continua....

A ESCADA DE JACÓ E SUA APLICAÇÃO NA MAÇONARIA

A Escada de Jacó (ou Jacob), como vimos, encontra-se presente no Painel da Loj:. de Apr:. M:. tendo um lugar de destaque, não apenas na representação deste Painel, como em toda a mística maçônica.

A menção da Escada de Jacó encontra-se no Antigo Testamento, em Gênesis 28 10:22:

“ Jacé deixou Bersabéia e partiu para Harã. “Chegou a certo lugar e resolveu passar a noite aí, porque o Sol já se havia posto.Jacó pegou a pedra do lugar, colocou-a sob a cabeça, e dormiu. “ Teve então um sonho: Uma escada se erguia da terra e chegava até o céu, e anjos subiam e desciam por ela. “Javé estava de pé, no alto da escada, e disse a Jacó: “Eu sou Javé, o Deus de seu pai Abraão e o Deus de Isaac. A terra sobre a qual você dorme, eu a entrego a você e sua descendência. Sua descendência será numerosa como a poeira do chão, e você ocupará o oriente e o ocidente, o norte e o sul. E todas as nações da terra serão abençoadas por meio de você e de sua descendência. Eu estou com você e o protegerei em qualquer lugar onde você for. Depois o farei voltar a esta terra, pois nunca o abandonarei, ate cumprir o que prometer”. Ao despertar, Jacó disse: “De fato Javé está neste lugar e eu não sabia disso”. Ficou com medo, e disse: “Este lugar é terrível. Não é nada menos que a Casa de Deus e a Porta do Céu”.

Noutra passagem Bíblica em João 1 51, Jesus conversando com Natanael, disse-lhe:

“Eu lhes garanto: vocês verão o céu aberto, e os anjos subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.

São várias outras passagens que na Bíblia à referência da Escada de Jacó, que seria o elo físico entre o nosso reino e o reino dos céus, por onde os Anjos e enviados de Deus, transitam para dar luz à humanidade.

Mas cabem algumas reflexões antes de nos voltarmos à interpretação propriamente dita.

Por que a Maçonaria, sendo não religiosa, adota alguns símbolos principalmente do Cristianismo em seu Templo é lhes dá tamanha relevância em sua ritualística, como é o caso do Livro da Lei (representado pela Bíblia Cristã), a Escada de Jacó, os padroeiros São João Batista e São João Evangelista, o próprio Templo de Jerusalém que é ícone do Judaísmo, etc.

Obviamente que voltando no tempo, vamos encontrar a Maçonaria operativa adotando simbologias cristãs que era a religião preponderante, dominante e representativa do Estado. Seria lógico, que estas corporações utilizassem o cerimonial, os símbolos, as alegorias e a própria Bíblia como instrumentos de trabalho, pois dogmaticamente, acreditavam no Deus do Cristianismo. Posteriormente, na fase especulativa, a Maçonaria não abandonou esses símbolos já que incorporados à tradição da Ordem, em que pese houve um movimento no final do século XVII e início do século XIX para que fossem abolidas todas as referências ao Cristianismo, inclusive esta, da Escada de Jacó.

Mais tarde, as antigas tradições foram retomadas e mesmo um símbolo Cristão, foi adotado dentro de outra simbologia. Não é mais através da oração e da prece católica que o indivíduo sobe a Escada de Jacó, mas sim, simbolicamente pela prática da Virtude e da elevação moral.

Inicialmente a Escada de Jacó era representada por 3 degraus, correspondente aos 3 graus da Maçonaria Simbólica. Posteriormente por 7 degraus (como os há no Templo) representando as 7 Virtudes necessárias para atingir o grau de perfeição moral. Atualmente é representada por um número não especificado de degraus, demonstrando que o caminho é longo, pesado e infinito.

INTERPRETAÇÃO SIMBÓLICA DA ESCADA DE JACÓ

Assim que às escuras nuvens da ira Divina se dissiparam e abriu-se o Céu, passamos a desfrutar de um raio de Sua Glória na “Abóbada Celestial da Loja”. E, mais do que isso, o mesmo ser Divino nos ensinou a conseguir chegar ao topo do mesmo, pelos meios emblemáticos ilustrados por uma Escada composta de três principais lances que levam ás três virtudes teológicas: Fé, Esperança e Caridade. Assim, simbolicamente, um canal é aberto quando abrimos o L:. da L:., para comunicação entre a criatura e seu Criador, com o cativante objetivo de restaurar ao homem a felicidade suprema da qual foi privado pelo pecado original.

O objetivo maior da maçonaria pode parecer utópico. Mas essa escada representa um rumo certo, um caminho a seguir.

O questionamento que permanece é se seria ou não uma pretensão desarrazoada subir os degraus da escada.

A reposta está nos símbolos que estão inseridos entre os degraus e o topo da escada: se o ponto mais alto parece algo inatingível, os símbolos da fé, esperança e caridade, lembram a importância desse caminhar - a forma e o meio.

O ensinamento contido nesses degraus - vinculando a subida rumo ao aperfeiçoamento, à prática da fé, esperança e caridade - é claro no sentido de que a forma com que se pretende alcançar o objetivo maior de aperfeiçoamento é fundamental.

Falta aos homens à busca pelo sonho, o anseio eterno da utopia. Mas se o alto da escada nos parece algo intangível, os primeiros degraus estão próximos. Já seria um enorme progresso humano se fossem dados os primeiros passos.

Essa lição serve para guiar nossa conduta pessoal, na família, na sociedade e entre IIrm:..

No alto da escada, encontramos a Estrela Flamigera ou Estrela de Sete Pontas, irradiando sua energia na forma de raios de luz e calor. Como não se trata de emblema deste Grau, não farei análise mais aprofundada da mesma. Apenas direi que a Estrela guia-nos com sua luz pela Escada ao caminho do Divino.

A Escada vê-se apoiada no L:. da L:., significando, claramente que não há como iniciar a sua ascensão sem passar por ele, ou seja, pelos ensinamentos e normas que ele contem e que segundo a tradição foi por inspiração de Deus. Mais, numa interpretação mais aprofundada e livre, se mesmo iniciada sua marcha na ascensão da Escada, falharmos na observância do L:. da L:. faltará a base e fatalmente cairemos no abismo do erro e do vício, tendo que reencontrar o caminho.

O L:. da L:., por sua vez, encontra-se no topo do circulo com um ponto dentro, ladeados por duas paralelas, uma ao Norte e outra ao Sul. Deste Círculo vamos nos ocupar mais tarde.

Para galgarmos os degraus (ou graus??) da Escada, encontramos três emblemas, representados pelas figuras de uma CRUZ, uma ÂNCORA e um CÁLICE com uma MÃO. São grandes as simbologias destas alegorias.

A CRUZ – A cruz é um dos símbolos humanos mais antigos e é usada por diversas religiões, principalmente a cristã, embora nem todos os cristãos a usem como símbolo. Ela normalmente representa uma divisão do mundo em quatro elementos (ou pontos cardeais), ou então a união dos conceitos de divino, na linha vertical, e mundano, na linha horizontal. Na Maçonaria e no Painel, representa o símbolo da Fé. A fé renovadora que é a Sabedoria do espírito, sem a qual o homem não levará nada a termo. Também simboliza a Morte. A morte para o mundo profano, sem o qual não poderá almejar ascender ao mundo espiritual que a Maçonaria propicia a seus iniciados.

A ÂNCORA - A âncora aqui não representa tão somente a esperança, todavia sua colocação nos degraus da escada de Jacó significa o elemento que deve ser ultrapassado, pois a âncora tem a finalidade precípua de nos fixar à matéria. Também representa a Esperança no Aperfeiçoamento Moral. Também representa a força de gravidade que nos impulsiona para baixo (nossos vícios e erros) que devemos carregar e livrar-nos para poder ascender na Escada da Virtude.

O CÁLICE - O cálice representa a provação, o juízo final, transposto este obstáculo, atingimos a luz maior, a estrela de sete pontas. Mas não chegaremos a este estágio sem a CARIDADE que é a beleza que adorna o espírito e os corações bem formados, fazendo com que neles se abriguem os mais puros sentimentos humanos.
Por outro lado, continua ele, a Escada como símbolo da Moral, representando o crescimento espiritual do homem na busca da sua perfeição e do elo entre o céu e a terra, é muito antiga.

Portanto, ao vermos o Painel da Loja de Aprendiz, devemos lembrar imediatamente de duas coisas: da Escada de Jacó, símbolo do ciclo evolutivo da vida e da ascensão virtuosa que o Maçom deve almejar até a celestial plenitude, e que seus degraus representam as virtudes que o Maçom precisa adquirir para atingir a perfeição, sendo que as principais delas são a Fé, a Esperança e a Caridade, as Virtudes humanas.

CIRCULO ENTRE PARALELAS: o Mistério da 1ª Instrução do Aprendiz

Diz nosso Ritual:

“Em toda Loja Regular, Justa e Perfeita, existe um ponto dentro de um círculo pelo qual um Maçom não pode transpor. Este círculo é limitado entre o norte e o sul por duas grandes linhas paralelas, uma representando Moisés, a outra representando o Rei Salomão. Na parte superior do círculo fica o L:. da L:., que suporta a Escada de Jacó, cujo cimo toca os Céus. Caminhando dentro deste circ:., sem nunca o transpormos, limitar-nos-emos às duas linhas Paralelas e ao L:. da L:. e enquanto assim procedermos, não podemos errar.”

Atrás desta explicação escondem-se alguns mistérios e simbologias, que tentaremos humildemente decifrar a partir desta peça de arquitetura.

Se o Temp:. é a representação do Universo, e está orientado de Leste a Oeste e de Norte a Sul, podemos dizer que o eixo que vai do Ocidente (representado pelas colunas J e B) ao Oriente (representado pelo Delta), corresponde ao equador terrestre. Sua profundidade é da superfície ao centro da terra e sua altura é da Terra ao Céu.

Quando verificamos que o círculo é limitado entre norte e sul, podemos observar no Globo Terráqueo, que de fato, entre o equador e o norte e o sul, existe os trópicos de câncer (no Norte) e de Capricórnio (no sul). Assim, simbolicamente, estamos desvendando este mistério pela luz da Astronomia.

Segundo as Leis Astronômicas, o Sol na sua viagem simbólica ao redor da Terra na visão do terráqueo (na verdade quem gira em torno do Sol é a Terra), descreve uma ecliptica que nunca ultrapassa os trópicos de câncer e capricórnio e em cujos ápices, temos os solstícios de verão e inverno e quando está perfeitamente alinhado, temos os equinócios de primavera e outono.

No templo maçônico, essas datas solsticiais estão representadas num símbolo, que é o Círculo entre Paralelas Verticais e Tangenciais. Este significa que o Sol não transpõe os trópicos, o que sugere, ao maçom, que a consciência religiosa do Homem é inviolável e que na sua caminhada não deve ultrapassar os limites impostos pela Ordem assim como o Sol não ultrapassa seus próprios limites impostos pelo Criador; as paralelas representam os trópicos de Câncer e de Capricórnio e os dois S. João.
O ponto no centro representa o Ser Supremo, o Circulo denota o deslocamento anual do Sol e as paralelas assinalam os solstícios entre os quais aquele deslocamento esta limitado.

As duas paralelas, também representam o binário (o bem e o mal, a noite e o dia, a virtude e o erro, o masculino e o feminino, aqueles pares opostos que limitam todo o círculo da existência. Daí aos deslocarmos em redor do círculo, somos levados a tocar esses dois pólos e, assim, obtermos pela experiência dolorosa e amarga aquela educação da alma que é a razão central de nosso nascimento nesse mundo material.

Devemos considerar o espírito iniciando sua jornada a partir do leste, seguindo a circunferência, passando pelo ensolarado lado da vida, passando pela coluna da luz ao Sul, passando pelo ocaso a oeste, até chegar à coluna da total escuridão, não apenas na escuridão da Terra, mas muito maior escuridão espiritual advinda da absoluta desilusão que acomete o peregrino ao descobri que todas as Instituições humanas lhe falharam, e na palavra do maior de todos os Mestres, ele diz:” Ó Senhor, meu Deus, por que me abandonastes??”. Porém a coluna do norte apenas toca o círculo e, assim o peregrino ao completar a circunferência, chega a alvorada de seu segundo nascimento e vê a escuridão ser engolida pelo fulgor de uma Luz muito mais resplandecente do que aquela que lhe faltara, pois finalmente sua Jornada está finda e já pode retornar ao lugar de onde veio. O compasso cria uma ponte entre o aparente intransponível abismo que separa a o ponto central e a circunferência. Se fossemos apenas um ponto girando para sempre ao redor da circunferência do destino, nossa perspectiva seria desesperadora. Porém, cada um de nós é um compasso, e o ponto que esta no centro do círculo é a Centelha Divina que está dentro de nós, e assim, a partir deste centro jamais poderá errar .

M:.M:.

Membro da Loj:. Simb:. Palmares do Sul nro 213 RS

G:.L:.R:.G:.S:.

Fontes Consultadas:
Ø Ritual do Aprendiz Maçom (REAA) GLRGS
Ø D´elia Junior, Raymundo – Maçonaria 100 Instruções de Aprendiz;
Ø Autor Desconhecido – Manual do Aprendiz Maçom;
Ø Da Camino, Rizzardo – Maçonaria Mística;
Ø Da Camino, Rizzardo – O Maçom e a Intuição;
Ø Adum, Jorge – Grau do Aprendiz Maçom e seus Mistérios;
Ø Dyer, Colin – O Simbolismo na Maçonaria

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