sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

UMA MENSAGEM IMPORTANTE AOS IRMÃOS - LEIAM E REFLITAM

 Meus queridos II.´.:

A série de postagens "O MESTRE E O APRENDIZ", é uma compilação de textos que tenho escrito, a partir de pensamentos fislosóficos gerais e da nossa filosofia da Ordem, como pitadas de questões que (hipoteticamente) um Aprendiz ou Companheiro, perguntam a um M.´. M.`., e este devolve com uma resposta curta e consisa, mas que pode ser muito desenvolvida, pois traz dentro dela, muito conhecimento e sabedoria.

Em vez de textos longos, que a maioria não lê, nesta nossa vida hediorna, tenho buscado passar os conhecimentos mais profundos, num diáligo entre quem busca e quem acumula o conhecimento. Na famosa parábola: "Não estou dando o peixe, ensino a pescar".

A inspiração surge de dois momentos: Um primeiro momento, quando eu mesmo era Apr.´. (cheio de dúvidas e curisidades) e procurava os M.´. e eles (invariavelmente) me respondiam "quande chegares ao G.´. correspondente, terás as respostas". Todavia e apesar de essa aparente "boa vontade" dos MM.´. o entendimento e a busca tive que faze-lo sozinho. Num segundo momento, a procura de II.´. que querem informações, e conhecimentos sobre a Ord.´., seja aqui, seja no Templo ou nos contatos que tenho nas Palestras que ministro, 

Eis que surge o espaço do Maçom, com mais de um milhão e cem mil acessos, dos cinco continentes, que vêm em busca de conhecimento e sabedoria.

Dessa forma creio estar contribuindo com os II.`. e com a Ord.´. como todos deveríamos fazer. Nunca deixo nenhuma pergunta sem resposta, seja ela qual for. Apenas não revelo aquilo que é segredo de cada G.´., que são os t.´. s.´. e p.´..

Assim como está escrito em Mateus 7:7-8:

7 Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.

8 Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á.

Quem busca deve encontrar; quem bate deve ser aberto. Não é diferente do conhecimento, que nós é dado ao longo de nossa trajetória na Maçonaria, não apenas para nosso uso, mas para preparar as gerações que nos secundarão.

Bem vindos ao saber. Bem vindos a um trabalho humilde mas responsável, que já ajudou milhares de II,´. em todas partes do Mundo, que é motivo de grande orgulho maçonico para nós.

Sabemos do trabalho de formiguinha que estamos fazendo desde 2008. Muito mais fácil é divulgar um site de fofocas, de política, de violência, de sexo: aqui é filosofia pura, cada vez menos presente na vida de cada ser humano. Mas resistimos, e precisamos a tua ajuda meu II.´. para continuar divulgando o Blog, e poder chegar muito mais longe.

Se quiseres ajudar tem um número de PIX abaixo. Pode ser qualquer valor, a partir de R$ 1,00. o Teu coração vai indicar o quanto vale o trabalho e a informação que buscas aqui. Só tenho que deixar como agradecimento ao mais de 1 milhão de pessoas, e centenas que nos enviam e mail´s (os quais procuramos responder a todos) dando força para continuar o trabalho que inicamos há quase 14 anos, quando a internet ainda engatinhava.

TFA


Por M.´. I.´. Luis Genaro Ladereche Fígoli
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O MESTRE E O APRENDIZ; "A taça do bem e do mal"

 REFLEXÕES DE UM MESTRE

No Templo:
O Mestre apresentou duas taças para o Aprendiz. Numa tinha um liquido doce e noutra amargo. Fez ele provar das duas.
- Mestre, porque temos que tomar da taça amarga e da taça doce, durante nossa vida:
- A taça amarga nos ensina a termos tolerância frente às dificuldades e amarguras da vida. Já a taça doce nos ensina que teremos pitadas de
felicidades
, as quais precisamos valorizar. É a dualidade da vida.
Nada é definitivo, nem a amargura nem a felicidade.
O Mestre é Sábio!!!

Por M.´. I.´. Luis Genaro Ladereche Fígoli
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quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

O MESTRE E O APRENDIZ: "Racionalidade e Fé"

 REFLEXÕES DE UM MESTRE

No Templo:
- Mestre, a racionalidade se opõe à fé?
- Para uma mente científica, a hipótese encontra-se sempre em comprovação. Para a Fé, a mente precisa de oração e de meditação. A racionalidade poderá nos levar à Verdade. A contém a Verdade.
O Mestre é Sábio!!!

Por M.´. I.´. Luis Genaro Ladereche Fígoli
G.´.33°

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quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

JUSTIÇA IGUAL PARA TODOS, O TRIBUNAL DO GRAU 7 NO R.´.E.´.A.´.A.´.

 


O simbolismo no Grau 7º 

Preboste e Juiz

1 - A Lenda do Grau

Prosseguindo a Lenda de Hiram Abi, a parte do sétimo Grau informa que após a morte de Hiram, o rei Salomão tomou os 3.600 Inspetores (II Crônicas 2:2)[1] e instituiu um Tribunal, dirigido por sete Prebostes a Juízes, chefiados por Tito que era o depositário da Urna onde estavam guardadas as atas das reclamações.[2]

A finalidade do Tribunal era a de que a Justiça continuasse a ser distribuída aos Obreiros, de vez que cessara o trabalho da grande construção.

A Justiça deveria ser igual para todos, e Salomão dera eloqüente exemplo disso, como se lê no Livro I Reis 2:16-27[3] quando julgou a causa de duas mulheres.

O desejo de conhecer e de saber revelado no Grau 6, transforma-se, no Grau 7, no empenho de espargir Justiça entre os Irmãos.

É a consagração de um direito natural, o respeito à Lei o julgamento daqueles que a desrespeitam; são atitudes tão homogêneas que o fazer Justiça torna-se como uma segunda Natureza tão importante como a original.

"Preboste" diz respeito a uma Justiça Militar e "Juiz", a uma Justiça civil.

Dentre os 3.600 Inspetores, partes constituíam exército, porque a manutenção da disciplina, considerando serem 150.000 os trabalhadores, era tarefa que exigia o poder da força.

Inspetores eram os que orientavam, administrativamente, e os que zelavam pela disciplina.

O conceito de Justiça é amplo. O Antigo brocardo latino é expressivo: "Justitia est constantes perpetua voluntas jus suum cuique tribuendi" (A Justiça é a vontade constante a perpétua de dar a cada o que é seu). Ou o segundo: "Justitia porro eta virtus est quae sua cuique tributi" (Pois a Justiça é aquela virtude que dá a cada um o que é seu).

 O rei Salomão, inicialmente, tomara como modelo jurídico toda a legislação deixada por Moisés ampliando-a caso a caso, de conformidade com o seu conceito pessoal, já que era mercê a graça divina, um homem pleno de sabedoria.

 O Grau 7, indubitavelmente, inspirou-se na primitiva organização do Tribunal composto de Prebostes e Juízes, que além de aplicarem o direito, legislavam.

 Resta lermos o Livro dos Juízes, para termos uma ideia do conceito salomônico de Justiça.

 Porém, o Grau 7º, nos dá uma informação mais segura, quando diz que o Tribunal estudava as sentenças prolatadas pelos Tribunais inferiores, de onde se conclui que Salomão ocupou os 3.600 Inspetores para organizar um complexo judiciário a ponto de distribuir, equitativamente, a Justiça, tanto aos hebreus como aos fenícios.

 No entanto, o conceito moderno de Justiça das diversas nações não se iguala ao conceito antigo de Justiças se nos detivermos a ler as Sagradas Escrituras, tanto o Velho como o Novo Testamento, encontraremos decisões totalmente divorciadas do conceito moderno.

 Lemos no Salmo 11: "Porque o Senhor é Justo e ama a Justiça; o seu rosto está voltado para os retos".

 O conceito de Justiça hebreu é um conceito religioso, sendo o alicerce da Justiça, que é o Direito, a própria "pessoa" de Jeová.

 O conceito cristão do juízo é bem diverso, segundo o que lemos em Mateus 7:1-5:

 

"Não julgueis, para que não sejais julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.

 

E por que reparas tu no argueiro que está nos olhos de teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?

 

Ou como dirás a teu irmão: deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?

 

“Hipócrita, tira primeira a trave do teu olho, e então, cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão”.

 O conceito de Justiça, para o Maçom, também difere do conceito comum.

 Fazer Justiça não será, apenas, dar a cada um o que é seu; a Justiça Maçônica excede a Justiça profana, porque será dado a cada um, não, tão somente o que já lhe pertence, mas sim, de sobejo, para que enriquecido, possa ele por sua vez, dividir em igual medida.

 O direito de defesa, de apelo, consideração e, sobretudo de perdão, constituem linhas mestras que jamais poderão ser desprezadas.

 O direito de expectativa, por sua vez, pode ser violado; não basta o direito da posse, da liberdade, do alimento, ou da educação; existem direitos dentro das profissões, como os possuíam os Aprendizes que aspiravam passar a Companheiros e sucessivamente, a Mestres.

 Os três assassinos, os Jubelos, não tinham o direito de se apossar das Palavras de Passe e Sagrada, para auferir maior remuneração e posição, porém, tinham o direito de aspirar a posições superiores. O caminho que seguiam para aquela conquista, contudo, foi inadequado e pagaram com a própria vida.

 Hoje, temos, embora palidamente, casos semelhantes quando, por capricho de poucos, muitos são impedidos de evoluírem no conhecimento e alcançarem Graus mais elevados.

 O direito à evolução em todo o campo, hoje é negado no mundo profano; poucos privilegiados encontram os meios para ascenderem a uma vida sonhada de plena realização.

 Maçonicamente, a atitude dos que detêm um poder, é semelhante; obstaculizam aqueles que buscam o seu direito de ascensão.

 Infelizmente, não temos um Tribunal a que possam os Maçons recorrer para a conquista dos seus direitos.

 Apesar da antiguidade e sabedoria de nossa Instituição, falta esse detalhe: a distribuição total de Justiça. (E a sugestão para a criação de um Tribunal de Justiça Maçônica do Supremo Conselho.)

 Assim, a moral do Grau 7º é a "Justiça igual para todos".











 2. Decoração da Loja

 A decoração é vermelha e o Templo é iluminado por cinco luzes, sendo uma em cada canto e uma no centro do Templo.

 O Presidente é Tito e representa o Príncipe dos Harodins.

 A Idade é de quatorze anos; Bateria quatro golpes mais um.

 O questionário é simples:

 

"P. Sois vós Proboste ou Juiz?

R. Distribuo Justiça a todos os operários sem prevenção

ou parcialidade.

P. Para que trabalhais?

R. Para aperfeiçoar o túmulo de Hiram

P. Quando trabalhais?

R. Sempre.

P. Por quê?

R. Porque devo estar sempre pronto para distribuir Justiça.

P. Onde está vosso Mestre?

R. Onde houver necessidade de fazer Justiça."

 Sob o Dossel do Trono há um quadro representando uma Urna de Ébano, símbolo da que continha as atas do Tribunal de Prebostes e Juízes.

 A cor vermelha, sempre, foi símbolo do Direito e da Justiça; o Triângulo Eqüilátero representa a igualdade; as Espadas cruzadas, a presença dos Prebostes e as Chaves douradas, os Juízes comuns; os Iniciados, serão os futuros Juízes; serão Prebostes, quando recebidos cargos de mando.

 BIBLIOGRAFIA:

 Da Camino, Rizzardo – Os Graus Inefáveis 4° ao 14º;

 Pacheco, Walter Jr. – Uma Visão Global dos 33º Graus do REAA

 Da Camino, Rizzardo – Loja de Perfeição do 1º ao 33º

 Da Camino, Rizzardo - Preboste e Juiz - Grau 7o

 Artigos da Internet


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[1]

- E designou Salomão setenta mil homens de carga, e oitenta mil, que talhavam pedras na montanha e três mil e seiscentos inspetores sobre eles;

 [2]  - Da Camino, Rizzardo – Os Graus Inefáveis  4° ao 14° REAA;

[3]-

16 Então vieram duas mulheres prostitutas ao rei, e se puseram perante ele.

    17 E disse-lhe uma das mulheres: Ah! senhor meu, eu e esta mulher moramos numa casa; e tive um filho, estando com ela naquela casa.

    18 E sucedeu que, ao terceiro dia, depois do meu parto, teve um filho também esta mulher; estávamos juntas; nenhum estranho estava conosco na casa; somente nós duas naquela casa.

    19 E de noite morreu o filho desta mulher, porquanto se deitara sobre ele.

    20 E levantou-se à meia noite, e tirou o meu filho do meu lado, enquanto dormia a tua serva, e o deitou no seu seio; e a seu filho morto deitou no meu seio.

    21 E, levantando-me eu pela manhã, para dar de mamar a meu filho, eis que estava morto; mas, atentando pela manhã para ele, eis que não era meu filho, que eu havia tido.

    22 Então disse à outra mulher: Não, mas o vivo é meu filho, e teu filho o morto. Porém esta disse: Não, por certo, o morto é teu filho, e meu filho o vivo. Assim falaram perante o rei.

    23 Então disse o rei: Esta diz: Este que vive é meu filho, e teu filho o morto; e esta outra diz: Não, por certo, o morto é teu filho e meu filho o vivo.

    24 Disseram mais o rei: Trazei-me uma espada. E trouxeram uma espada diante do rei.

    25 E disse o rei: Dividi em duas partes o menino vivo; e dai metade a uma, e metade a outra.

    26 Mas a mulher, cujo filho era o vivo, falou ao rei (porque as suas entranhas se lhe enterneceram por seu filho), e disse: Ah! senhor meu, dai-lhe o menino vivo, e de modo nenhum o mateis. Porém a outra dizia: Nem teu nem meu seja; dividi-o.

    27 Então respondeu o rei, e disse: Dai a esta o menino vivo, e de maneira nenhuma o mateis, porque esta é sua mãe.

    28 E todo o Israel ouviu o juízo que havia dado o rei, e temeu ao rei; porque viram que havia nele a sabedoria de Deus, para fazer justiça.

 

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sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

A LENDA DE ENOCH NA MAÇONARIA: REVELAÇÕES DO GRAU 13°

 

  O Simbolismo no 13º Gr.∙.

 O Cavaleiro do Real Arco


Introdução

O Cavaleiro do Real Arco, no Rito Escocês, é o maçom que é elevado ao Grau 13.  Os trabalhos do Gr.´., como diz o Ritual, “são dirigidos com base nos ensinamentos recebidos nos GGr.∙. imediatamente inferiores... para se conseguir a liberdade religiosa e no aperfeiçoamento da instrução dos povos, bem como, num profundo exame das noções da idealística compatível com  as necessidades da Justiça e do progresso[1].

Devemos estudar neste Gr.∙. o meio de demonstrar que a Maçonaria harmoniza a honra com o dever.

O Grau do Real Arco era tão importante para a Maçonaria que no Act of Union [Ato de União] firmado entre as duas Grandes Lojas rivais – que deram origem a Grande Loja Unida da Inglaterra, em 1813 – ficou estabelecido um solene Landmark:

"A Maçonaria Antiga e Pura consiste apenas de três graus, a saber: o Aprendiz, Companheiro e Mestre, incluindo a Suprema Ordem do Sagrado Real Arco."

Este Landmark jamais foi alterado e até hoje, nenhum outro grau foi reconhecido oficialmente pela Grande Loja Mãe e todo rito, sistema ou grau adicional da Maçonaria não pode conferir seus graus a um Mestre Maçom até que ele tenha recebido o Grau do Real Arco. Naturalmente, é como deveria ser, porque nenhum homem se torna Mestre Maçom completo até que ele tenha encontrado a Palavra e ela somente pode recebida no Real Arco.

A decoração da Loja evoca um subterrâneo sem portas e janelas, cuja comunicação com o exterior é uma pequena abertura quadrangular na abóbada, na forma de escotilha, que se atinge por uma escada, com tampa que representa uma pesada pedra mármore, em cujo centro se vê presa uma grande argola de ferro. Por dentro as paredes são brancas e o pavimento formado de quadrados brancos e pretos. No centro da Loja, sob um pedestal de forma quadrangular, ergue-se uma pirâmide transparente, de três faces, em cada uma das quais está inscrito o tetragrama hebraico[2] o nome do Grande Arquiteto do Universo. A abóbada está sustentada por nove arcos, nos quais estão inscritos os nove prováveis nomes de Deus[3].[4]

O presidente representa Salomão, o 1° Vig.∙. evoca Hiram, R.∙. de T.∙., o 2 Vig.∙. evoca Adonhiram, o G.∙. Tes.∙. representa Joahben e o G.∙. Sec.∙. interpreta Stolkin.

O Gr.∙. evoca a procura pela Palavra Perdida, simbolizando o poder místico que o Verdadeiro Nome de Deus possui. A Palavra Perdida é o chamado Nome Inefável[5], cujo conhecimento é capaz de dotar o seu detentor de um poder semelhante ao Demiurgo[6] que fez o homem, segundo as tradições gnósticas e cabalísticas[7].

Apesar do no Gr.∙. ser enfocada uma filosofia de fundo moral, parece-nos muito importante destacar o conteúdo esotérico, pois este revela uma profunda sabedoria iniciática. Este conteúdo iniciático repousa como visto, na alegoria do Nome Inefável de Deus, ressaltando que a verdadeira sabedoria está contida no conhecimento de seu Verdadeiro Nome.

Por isso que os trabalhos do Gr.∙. são introduzidos pela leitura em Êxodo, Cap. 6:2-7, nos quais o Senhor promete a Moisés a liberdade do povo de Israel, escravizado pelos Egípcios, mas não lhes revela o nome verdadeiro, apesar das súplicas de Moisés.

2 Falou mais Deus a Moisés, e disse: Eu sou o SENHOR.

3 E eu apareci a Abraão, a Isaque, e a Jacó, como o Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, o SENHOR, não lhes fui perfeitamente conhecido.

4 E também estabeleci a minha aliança com eles, para dar-lhes a terra de Canaã, a terra de suas peregrinações, na qual foram peregrinos.

5 E também tenho ouvido o gemido dos filhos de Israel, aos quais os egípcios fazem servir, e lembrei-me da minha aliança.

6 Portanto dize aos filhos de Israel: Eu sou o SENHOR, e vos tirarei de debaixo das cargas dos egípcios, e vos livrarei da servidão, e vos resgatarei com grandes juízos.

O iniciado (em número mínimo de três) faz a profissão de fé dos graus anteriores, repetindo as virtudes anteriores e os trabalhos realizados em cada um deles, salientando que depois de tudo isso, está apto a conhecer o Verdadeiro Nome de Deus. É por isso que se afirma que o objetivo do Gr.∙. é o conhecimento do Nome Inefável, segundo o qual, pela tradição cabalística, confere ao seu detentor a verdadeira Gnose[8].

E a Gnose se fundamenta na Lenda de Enoch[9].

 

Lenda do Grau

Rizzardo da Camino[10] nos relata a lenda:

As Sagradas Escrituras assim se referem a respeito de Enoque[11]:

“E coabitou Caim com sua mulher, ela concebeu e deu à luz a Enoque.

Caim edificou uma cidade e lhe chamou Enoque, o nome de seu filho"  (Gênesis 4:17)

“Jarede viveu 162 anos e gerou a Enoque".  (Gênesis 5- 17)

"Andou Enoque com Deus, e já não era, porque Deus o tomou para si" (Gênesis 5:24)

"Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte: não foi achado porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de ter agradado a Deus". (Hebreus, 11:5)

A nossa personagem teria sido filho de Jarede e não de Caim; segundo a tradição, viveu no ano 3740 antes da Era Vulgar, e cujo nome significa, em hebraico: "O que muito viu, o que muito sabe", também é conhecido dos muçulmanos com o nome de Adris que significa "sábio".

As profecias e maravilhosos relatos de Enoque em que o povo acreditava cegamente, assim, como seus devaneios e venturosos sonhos estão registrados nas Sagradas Escrituras antigas, vez que nas da atualidade omitem o livro que leva seu nome.

Durante um desses sonhos, conheceu o verdadeiro nome de Deus, que lhe foi proibido de pronunciar, e em outro sonho, foi-lhe mostrado o cataclisma que em breve assolaria a Humanidade, com o nome de Dilúvio.

Enoque, então, decidiu preservar de catástrofe o verdadeiro Nome de Deus, fazendo-o gravar em uma pedra triangular de ágata, em certos caracteres místicos.

Nada se conhecia a respeito da pronúncia daquele Nome, a não ser ele Enoque, por tê-lo ouvido do próprio Deus, que o traçou em hieróglifos misteriosos.

Fez Enoque gravar em duas Colunas, sendo uma de mármore e outra de bronze, os princípios em que se baseavam as ciências e artes da época a fim de que, também, passassem para a posteridade.

Após, fez Enoque construir um templo debaixo da terra, consistindo em nove abóbodas, sustentadas por nove arcos, depositando na mais profunda, o Delta de ágata e na entrada da primeira, duas Colunas, fechando a entrada com uma grande pedra quadrangular, provida de possante argola de metal no seu centro para que pudesse ser removida.

Advindo o Dilúvio, todos os habitantes da Terra sucumbiram, exceto Noé e sua família que passaram a constituir a única espécie humana.

Das Colunas gravadas por Enoque, apenas a de bronze chegou à posteridade, pois a de mármore foi destruída pelas águas.

Nenhum ser humano podia pronunciar o Nome verdadeiro de Deus, antes que fosse revelado a Moisés, no Monte Sinai.

O legislador do povo hebreu mandou fazer uma grande medalha de ouro, gravada com o Nome Inefável, colocando-a na Arca da Aliança, tendo, antes, o cuidado de revelar seu significado ao seu irmão Arão.

Em uma batalha contra o rei da Síria, em que caíram feridos os que a guardavam, perdeu-se a Arca, ficando abandonada na mata.

No entanto, ninguém podia aproximar-se dela sem que um leão que guardava sua chave, o atacasse e o destroçasse.

Mas numa oportunidade em que o Grande Sacerdote dos Levitas, acompanhado de seu povo, dirigiu-se ao local onde estava a Arca, com o propósito de reavê-la, notaram que a fera vinha ao seu encontro, mansamente entregando-lhe a chave que trazia em sua boca, permitindo que a Arca fosse dali removida.

Esse leão significa para nós o emblema do pensamento que se rebela contra a força, porém permite a entrada da Verdade.

A divisa do Grau 13: In Ore Leonis Verbum Inveni quer dizer: "Achei a palavra na boca do leão", o que indica que devemos proclamar a Verdade e mantê-la como principal qualidade de um povo civilizado.

Na época de Samuel apoderaram-se da Arca os filisteus, fundiram a medalha de ouro, construindo com ela um ídolo Para adoração dos pagãos.

Ficou, novamente, perdido o nome de Deus, para todos, exceto para os reis de Israel, que tradicionalmente, o pronunciavam e sabiam o depósito sagrado feito por Enoque, ainda que desconhecessem o lugar onde o Delta estava oculto.

Transcorreram os anos. Davi, rei de Israel, concebeu o projeto da construção do Templo de Jerusalém e seu filho Salomão o executou.

Antes, porém, de consagrar o Templo à Glória do Grande Arquiteto do Universo, quis fazer um esforço supremo para localizar o Triângulo escondido por Enoque.

Com tal objetivo, escolheu três Mestres de sua maior confiança cujo valor e perseverança havia demonstrado em muitas outras ocasiões, incumbindo-os de pesquisarem a respeito.

Chamavam-se esses três Mestres Eleitos: Adoniram, Stolkin e Joabem, os quais, após penosas viagens e grandes estudos, lograram descobrir a Abóboda em que o Sagrado Delta estava guardado,

Desde então a representação gráfica inscrita, representando o Nome verdadeiro do Grande Arquiteto do Universo.

Porém, não sabemos pronunciá-lo, porque as águas do Dilúvio destruíram a Coluna de Mármore em que Enoque gravara o Código para decifração daquele Nome Inefável e como devia ser pronunciado por lábios humanos.

Essa lenda consta no Manuscrito Graham[12], de 1726. O próprio Anderson já se refere, em suas Constituições, sobre o noaquismo da velha Maçonaria, que segundo ele, teria sido originada na construção da Torre de Babel. Por isso ele diz “um maçom é obrigado a observar a lei moral como um verdadeiro noaquita”. Importante salientar, que na maçonaria, as referências à Lenda de Enoque são anteriores as de Hiram[13].

Esta lenda, que já fez parte da Bíblia, é na verdade um escrito apócrifo, provavelmente produzido por um escritor gnóstico do Século I, filósofo judeu de Alexandria[14].

O Livro de Enoque e O Livro dos Segredos de Enoque, ambos de inspiração gnóstica, grandemente conhecido pela sua versão em etíope e mais tarde as traduções gregas dos capítulos I-XXXII, XCVII-CI e CVI-CVII, bem como de algumas citações importantes feitas por Georgius Syncellus, o autor bizantino. A Epístola de Judas cita um trecho desta obra. Em Qumram (Manuscritos do mar Morto), foram encontrados na Gruta 4, sete importantes cópias que foram atestadas pela versão Etíope. Estas cópias embora que não idênticas na totalidade foram encontradas em conjunto com cópias do Livro dos Gigantes referenciadas no capítulo IV do Livro de Enoch. As cópias de Qumram foram catalogadas com as referências 4Q201-2 e 204-12 e fazem parte da herança deixada pela comunidade Nazarita do Mar Morto, em Engedi. O Livro de Enoque também é chamado de Primeiro Livro de Enoque. Existem outros dois livros chamados de Segundo Livro de Enoque e Terceiro Livro de Enoque, considerados de menor importância.

No Livro dos Segredos, Enoque fala de anjos rebeldes, de como Deus criou o Mundo, tirando o visível do invisível, descreve a geografia do mundo divino e das “terras intermediárias”, de como era Adão (o homem do céu) antes de vir para a terra, etc; bem como a forma pela qual o homem pode recuperar o estado divino que perdeu em consequência do pecado de Adão[15]. É no Livro de Enoch e não no Livro dos Segredos, que encontramos a Lenda do Gr.∙. 13°.[16]

 

A moral e o significado da Lenda do Grau

Como diz o próprio Ritual[17], “consiste a Moral do Cav.∙. do Real Arco em inteirar-se de que, por maiores que sejam os contratempos e as dificuldades, não devem jamais deter qualquer Irm.∙., nem mesmo afastá-lo do caminho da Perf.∙.”.

O ensinamento iniciático do Gr.∙. é claro. Ele nos afirma que há uma chave, uma palavra, um verbo a partir do qual todas as coisas se constroem. Como diz Anatalino “essa palavra, esse verbo é o Inefável Nome de Deus, o verdadeiro e único princípio, imutável, incriado, de onde tudo se originou e para onde tudo um dia retorna”.

Diz o Evangelho de São João (1:1- )

1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

2 Ele estava no princípio com Deus.

3 Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.

4 Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.

5 E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam

O Verbo estava desde o início com Deus, e nada do que foi feito foi realizado sem Ele, e tudo o que foi feito, foi realizado por Ele. Ele Era. Por isso Ele disse “Eu Sou”. Mas todo verbo é uma potência a ser desenvolvida. E todo verbo não tem significado se não tiver acompanhado do predicado. E o predicado é o Cosmos.

O Verbo, transmitido ao homem na forma do seu espírito, o fez criação terrestre. E como o homem aprendeu a articular “eu sou” teve também de perguntar a si mesmo “o que?”. E foi para responder essa pergunta “eu sou o que?” que ele também se viu obrigado a construir um predicado para si mesmo (a razão). Essa é a diferença entre os homens e outras espécies de animais[18]. Por isso é que “ser é verbalizar”. Ser é dar sentido à existência. Estar vivo é ser vivo. Estar feliz não é ser feliz. Ser é um estado de perfeita organização interior que não pode ser afetado com nenhum acontecimento exterior.

Assim, a instrução do Gr.∙. se refere às viagens que o iniciado tem que fazer, a exemplo dos três Mestres, para encontrar a Palavra Sagrada. Simbolicamente, essas viagens equivalem a uma descida dentro de si mesmo a fim de liberar o que existe no interior. Novamente encontramos a evocação gnóstica e alquimista, do “conhece-te a ti mesmo”, como forma de encontrar a pedra mística ou filosofal, que representa aquela energia que fará o homem se integrar com a divindade.

 

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Bibliografia:

Da Camino, Rizzardo: Os Graus Inefáveis do 4° ao 14°;

Da Camino, Rizzardo: A Loja de Perfeição de 1° ao 33°;

Anatalino, João: Conhecendo A Arte Real: A Maçonaria e suas Influências Históricas e Filosóficas;                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         

Pike, Albert - Morals and Dogma of the Ancient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry

Ritual do Grau;

Bíblia Sagrada;

Wikipédia

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[1] - Ritual do Gr.∙. 13° Cav.∙. do Real Arco

[2] - Letras Hebraicas י (yod) ה (heh) ו (vav) ה (heh), que formam o tetragrama hebraico: יהוה. O tetragrama aparece 6.828 vezes — sozinho ou em conjunção com outro "nome" — no texto hebraico do Antigo Testamento, a indicar, pois, tratar-se de nome muito conhecido e que dispensava a presença de sinais vocálicos auxiliares (as vogais intercalares). Os nomes YaHVeH (vertido em português para Javé), ou YeHoVaH (vertido em português para Jeová), são transliterações possíveis nas línguas portuguesas e espanholas , mas alguns eruditos preferem o uso mais primitivo do nome das quatro consoantes YHVH, já outros eruditos favorecem o nome Javé (Yahvéh ou JaHWeH). Ainda alguns destes estudiosos concordam que a pronúncia Jeová (YeHoVaH ou JeHoVáH),  seja correta, sendo esta última, a pronúncia mais popular do Nome de Deus em vários idiomas.

[3] - Jod, Jhao, Ehleah, Eliah, Jaheb, Adonai, El-Hanan, Jha e Jobel.

[4] - Ritual do Gr.∙. 13° Cav.∙. do Real Arco

[5] - Na Bíblia este termo aparece vindo da palavra grega “anekdiegetos” e também pode ser traduzida como inexprimível e indescritível. A questão do Inefável Nome de Deus aparece inicialmente, na Lenda da Vara de Aarão. Vara de Aarão é o nome dado à vara que usada por Aarão para executar sinais prodigiosos diante de Faraó e que serviu como sinal de escolha para o sacerdócio por D-us quando da rebelião de Corá (Números 17: 8). Deus teria criado a vara no crepúsculo do sexto dia da Criação (Ab. v. 9, e Mek Beshallaḥ, ed. Weiss, iv. 60), e a entregado a Adão quando este foi retirado do paraíso. A vara possuiria o Inefável Nome de Deus gravado. Depois que já tinha passado pelas mãos de Sem, Enoque, Abraão, Isaque e Jacó sucessivamente, a vara tornou-se posse de José. Com a morte de José, os nobres egípcios roubaram alguns dos seus bens, e Jetro apropriou-se de alguns bens pessoais. Porém, não conseguiu retirar a vara do chão, pois mesmo tocá-la representava risco de morrer. Quando Moisés tornou-se agregado de Jetro, Moisés pôde ler o Nome e utilizar a vara, e por tal motivo, casou-se com a filha de Jetro. Anteriormente, este havia feito com que Zípora jurasse que esta se casaria apenas com aquele que dominasse a milagrosa vara (Pirke R. El. 40; Sefer ha-Yashar; Yalḳ. Ex. 168, final). No entanto, a Mishná ressalta (Ab. v. 9), que não se sabia nada da divina origem da Vara, sendo esta origem mencionada na primeira vez em Mekilta (LC) e no Sifre sobre Deut. (Ber. xxxiii. 21, ed. Friedmann, p. 355). Esta suposta origem explica a declaração no Novo Testamento (Heb. 9:4) e é dito que esta vara deve permanecer perdida até que, na idade Messiânica, o profeta Elias a revele (Mek. lc)

[6] O Demiurgo é o grande artífice, o criador do Mundo inferior (ou material). É considerado o chefe dos Arcontes possuindo sabedoria limitada e imperfeita. Para os Neoplatónicos é o "Logos" - primeira manifestação do absoluto. Numa interpretação judaica é Jeová; para os cristãos é o Verbo conforme expresso no Evangelho segundo João. Para os maçons é o Grande Arquiteto do Universo. Etimologicamente, Demiurgo é um hibridismo, por conter dois radicais de línguas diferentes: demi, na língua latina, significa meio, metade; urgos, na língua grega, significa trabalho, obra, se o vocábulo tivesse empregado somente radicais na língua grega pura, deveria ser escrito Hemiurgo, pois o prefixo grego hemi corresponde ao prefixo latino demi. Hemi, na língua grega, significa meio, metade. Etimologicamente, o vocábulo Demiurgo significa um meio-criador, um semi-deus.

[7] Anatalino, João: Conhecendo A Arte Real: A Maçonaria e suas Influências Históricas e Filosóficas;

[8] Para os Gnósticos a Gnose é um conhecimento que brota do coração de forma misteriosa e intuitiva. É a busca do conhecimento, não o conhecimento intelectual, mas aquele que dá sentido à vida humana, que a torna plena de significado, porque permite o encontro do homem com sua Essência Eterna. O objeto do conhecimento da Gnose seria Deus, ou tudo o que deriva d'Ele. Para seus seguidores, toda Gnose parte da aceitação firme na existência de um Deus absolutamente transcendente, existência que não necessita ser demonstrada. "Conhecer" significa ser e atuar (na medida do possível ao ser humano), no âmbito do divino.

[9] - Convém notar que na Bíblia existem dois personagens com esse nome. Um deles é o primeiro filho de Caim, cujo nome, inclusive foi dado à cidade que ele construiu. O outro Enoch era filho do patriarca Jared, que o gerou quando tinha 162 anos. Com 365 anos de idade, Enoch foi levado por Deus, presumivelmente com vida, porque a Bíblia diz que “ele andou com Deus” e depois ninguém mais o viu. Este último teria sido a personagem da Lenda Maçônica.

[10] - Da Camino, Rizzardo – Loja de Perfeição do 1° ao 33° Graus.

[11] - Ou Enoch

[12] - Ver íntegra no endereço http://www.grupoalianzaempresarial.com/manuscritograham.htm

[13] - Anatalino, João: Conhecendo A Arte Real: A Maçonaria e suas Influências Históricas e Filosóficas;

[14] - Idem

[15] - Para maiores informações sobre o assunto ver Os Apócrifos da Bíblia de Maria Helena de Oliveira Tricca.

[16] - Anatalino, João: Conhecendo A Arte Real: A Maçonaria e suas Influências Históricas e Filosóficas;

[17] - página 123

[18] - Anatalino, João: Conhecendo A Arte Real: A Maçonaria e suas Influências Históricas e Filosóficas;

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