domingo, 28 de junho de 2020

QUANDO PASSAMOS O UMBRAL DO SIMBOLISMO - O MESTRE PERFEITO DO GRAU 5

Por:
Irm.'. Luis Genaro Ladereche Figoli
M.'.I.'. Grau 33°

O Grau 5° é um grau intermediário, dado normalmente por comunicação, sendo considerado um complemento do Grau antecedente.

Este Grau, como afirma Da Camino[1], é de origem israelito-salomônica e sua lenda refere-se à trasladação do corpo do Mestre Hiram-Abi[2] para a sepultura definitiva.

A trasladação do corpo do Mestre caracteriza-se por uma cerimônia de pompa fúnebre, conforme ordenado por Adoniram[3]. Neste funeral, todos os Obreiros que participaram da construção do Templo de Salomão, deveriam comparecer e participar com cânticos, choro, lágrimas, atapetando o percurso com palmas e flores, perfumando o ambiente com essências preciosas.[4]

Os funerais, segundo a Lenda, iniciam-se com uma procissão. Retirado o corpo decomposto de seu segundo e provisório túmulo, o mesmo é limpo da terra que o envolveu, lavado com essências, vestido com ricos panos e finos paramentos, colocando-se em seu peito um triângulo de ouro onde estaria inserida a sua porção da P.∙. S.∙. que fora perdida com sua morte. Uma vez arrumado, seu corpo foi colocado num ataúde e conduzido sobre os ombros de nove MMest.∙. até o Gran.∙. Temp.∙..

A decoração do Templo para os trabalhos do Grau 5, tenta reproduzir, o que teria sido o recinto onde se encontra o mausoléu.

 

Segundo nosso Ritual:

 

 "O Templo é forrado de verde, tendo dezesseis Colunas (há Rituais em que as Colunas são, apenas, quatro), quatro em cada ângulo, dispostas de modo a dar à Câmara o formato de um Círculo. No centro do Templo, fica o mausoléu, em forma de Pirâmide triangular, tendo numa face a letra "M", na outra, a "H" e na última, "C".No solo, em frente a cada face está uma pedra tosca e irregular, por fora da qual haverá uma cercadura baixa em forma de Círculo. Esse Círculo simboliza Deus, o Grande Arquiteto do Universo, que não tem começo nem fim; as pedras representam a ignorância, isso é, material imprestável à construção.”

 

Segundo ensina o próprio Ritual, a cor verde[5] simboliza e recorda ao Maçom que ele morrera para o vício e renasce para a Virtude. Por este sólido princípio é que o Maçom espera adquirir conhecimento suficiente para fazer algum progresso na sublime ciência. A inspiração para este conhecimento vêm do G.∙.A.∙.D.∙.U.∙., cuja sabedoria é infinita.

Também fazem parte deste Grau os seguintes ensinamentos:

1.    O significado da pedra quadrada no meio do círculo;

2.    Os círculos do avental;

3.    Para chegarmos ao Sanctus Sanctorum devemos fazê-lo através dda pureza de costumes, a retidão do coração e o conhecimento dos segredos que nos foram confiados.

4.    A forma de entrar no templo e fazermos a circunvolução bem como seu significado;

5.    O significado das pirâmides[6];

6.    Que o M.∙. Perf.∙. deve ser moderado e não esquecer a justiça e a equidade;

7.    A simbologia do Painel do Gr.∙.

O autor Da Camino[7], afirma que Hiram Abif passou à história hebraica pelo seu exemplo e conduta somados a uma alta especialização de artífice, ou seja, quem recebeu o encargo de "embelezar" o Grande Templo.

A História Sagrada nos revela que esse Grande Templo foi festivamente inaugurado e consagrado, o que vem comprovar que Hiram Abif concluiu a sua obra.

Para nós, os Maçons, isso é exemplo do cumprimento do dever e da colaboração.

O prêmio que Hiram recebeu foi o de seu corpo ser sepultado dentro do Templo e sua obra descrita na Palavra Divina, vencendo o tempo e permanecendo como Grande Artífice da casa de Deus.



[1] -Da Camino, Rizzardo – Os Graus Inefáveis (4° ao 14°) do Rito Escocês Antigo e Aceito Loja de Perfeição – Editora Madras, 2005

[2] - Em que pese Da Camino e outros autores denominam o Mestre Hiram como Abif (grafia encontrada incusive em nossos rituais) o correto é ABI que significa em hebraico “filho de”. Assim sendo,a grafia correta é HIRAM-ABI;

[3] Adoniram (I Reis 4:6; I Reis 5:14; em hebraico אדונירם, transl. Adoniram, "meu Senhor exaltou"; forma alternativa Adoram, "o Senhor exaltou"[1]), filho de Abda, é um personagem bíblico do Velho Testamento, coletor de impostos do rei Reoboão. De acordo com o Tanakh, estava "acima do tributo", isto é, dos impostos ou do trabalho forçado. Foi apedrejado até a morte pelo povo de Israel, para onde fora coletar os impostos (I Reis 12:18). Adoniram aparece em rituais da maçonaria. A Bíblia menciona também que ele teria sido um dos oficiais de Salomão, após o mesmo ser constituído rei, designado como superintendente dos trabalhadores braçais (I Reis 4:6), e que foi enviado para dirigir uma equipe de trabalhadores até o Líbano (I Reis 5:14) buscar cedro junto com os servos de Hirão, rei de Tiro (I Reis 5:6). A madeira seria usada na construção do templo de Salomão (I Reis 5:13, 14).

[4] - Deve-se notar que não á nenhum registro na Biblia da passagem da morte do Mestre Hiram-Abi e de seus funerais. De todas formas, nossa Ordem mantêm a Lenda como ela fora repassada a nós desde os primórdios de nossa organização (acredita-se que ainda na fase operativa) e tem servido de pano de fundo para praticamente todo o processo de aprendizagem do Grau de Mestre e posteriores.

[5] O verde é ligado ao elemento madeira e a primavera. Representam o crescimento, desenvolvimento, natureza e saúde.

[6] Lembrar que as Pirâmides não te relação direta com o Judaísmo, nem com os Hebreus. A instalação de uma pirâmide deve ser relacionada à origem de Hiram-Abi, cujo pai estima-se fosse egípcio, e o mestre arquiteto teria incluído alguns objetos no Templo de Salomão que lembram a sua origem, como por exemplo, as Colunas Vestibulares.

[7] -Da Camino, Rizzardo – Os Graus Inefáveis (4° ao 14°) do Rito Escocês Antigo e Aceito Loja de Perfeição – Editora Madras, 2005


ESPAÇO DO MAÇOM

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