segunda-feira, 31 de julho de 2023

Destino, Casualidade e Causalidade: Uma Exploração Filosófica e na Maçonaria

 



Por M.´. I.´. Luis Genaro Ladereche Fígoli
Mestre Moshe
33°

Introdução

Desde os primórdios da humanidade, o homem busca entender o universo e seu lugar nele. Questões sobre o destino, casualidade e causalidade sempre estiveram presentes nas reflexões filosóficas, religiosas e científicas. Neste artigo, pretendemos realizar uma análise profunda desses conceitos, suas inter-relações e implicações, utilizando fontes bibliográficas para embasar nossas discussões.

Nascemos com um destino pré-determinado? Nosso DNA traz todas as informações para traçar a linha de nossa vida, desde a hora que nascemos, nossa cor de pele, cabelo, nossa altura, peso, as doenças que vamos ter, que profissões vamos exercer e a hora de nossa morte? Somos predestinados?

Por outro lado, se somos poeiras de estrelas (como afirma a nova Astrobiologia), apenas um arranjo conveniente de átomos, células e moléculas: por que nós?

E se formos uma escultura de um Deus onipresente e onisciente. Vemos na Bíblia este relato:

Em Gênesis 2:7 podemos começar a observar três aspectos no homem:

1º Corpo: “Formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra”
Deus pegou do pó da terra e formou um corpo, porém não era um homem ainda, apenas um boneco. Deus deu ao homem um corpo, pois havia criado um planeta físico para ser governado. Em hebraico, a palavra “terra” (adamah) é parecida com “ser humano” (adam). E a palavra formou, no original é diferente do verbo criar ou fazer, ele é usado especificamente para descrever o que um oleiro faz com o barro.

2º Espírito: “E lhe soprou as narinas o fôlego de vida”
Deus pega aquele boneco e sopra algo dentro dele, concedendo vida, uma vida que saiu de dentro do próprio Senhor. A palavra “fôlego” no hebraico é “neshamah”, a mesma palavra usada para “espírito”, ela significa vento, fôlego vital, inspiração divina, espírito.
“Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”. João 4:24.

3º Alma: “E o homem passou a ser alma vivente”.
Quando o Espírito de Deus tocou aquele boneco de terra, foi manifesta a vida na alma e no corpo do homem. O que manifesta a vida no homem é a alma, a sua personalidade. Muitos confundem alma e espírito, mas se tratam de coisas distintas.

Muito bem explicado e conveniente.

Mas e se formos tudo isso junto, ou seja, somos poeiras de estrelas, com consciência (alma e espírito), predestinados “a priori”, mas com livre arbítrio, o que nos leva a sermos resultado de nossas ações, decisões e caminhos que escolhemos?

Não teremos a resposta definitiva, por certo, mas vamos fazer um exercício de investigar a Verdade que é o que nos resta.

 

1. Destino: Uma Força Inexorável?

O destino, frequentemente associado à ideia de predestinação, é um conceito que remonta à antiguidade. A crença em um destino pré-determinado tem raízes em várias culturas e religiões. Muitas vezes, é encarado como uma força inexorável que guia o curso da vida humana e determina o futuro de cada indivíduo.

1.1. Perspectivas Históricas sobre o Destino

Desde os antigos gregos até as filosofias orientais, o destino tem sido objeto de reflexão. Platão, por exemplo, defendia a ideia de que a alma humana está destinada a retornar ao mundo das ideias após a morte. Já na tradição chinesa, o conceito de "Tao" sugere uma ordem cósmica que governa o destino de todas as coisas.

1.2. O Papel da Religião no Conceito de Destino

Em muitas religiões, o destino está intrinsecamente ligado à vontade divina. O debate entre livre-arbítrio e predestinação tem sido um ponto central de divergência entre diferentes doutrinas. Exploraremos as perspectivas de diferentes religiões sobre esse assunto e como elas influenciam a visão de mundo de seus seguidores.

1.3 O Destino como Vontade Divina

Em muitas tradições religiosas, o destino é visto como a vontade de uma entidade superior, seja Deus, deuses ou forças cósmicas. Essa perspectiva sugere que o curso da vida e os eventos futuros são predeterminados, e os seres humanos são meros participantes nesse grande plano divino.

1.4 O Conceito de Destino como Autodeterminação

Por outro lado, algumas correntes filosóficas e espirituais defendem a ideia de que o destino é, em parte, moldado pelas escolhas e ações de cada indivíduo. Essa visão implica no livre-arbítrio, onde as pessoas têm a capacidade de influenciar o curso de suas vidas.

1.5 O Destino como Combinação de Fatores

Uma perspectiva intermediária sugere que o destino é uma combinação complexa de fatores, incluindo eventos aleatórios, decisões pessoais e influências externas. Nessa abordagem, o destino não é totalmente predefinido nem completamente autodeterminado, mas uma teia intrincada de circunstâncias interconectadas.

 

2. Casualidade e Acaso: O Jogo dos Eventos Aleatórios

A casualidade e o acaso são conceitos que desafiam a noção de destino preestabelecido. Essas ideias sugerem que certos eventos ocorrem de forma aleatória, sem qualquer plano ou propósito por trás deles.

2.1. A Relação entre Casualidade e Probabilidade

A teoria da probabilidade desempenha um papel fundamental na compreensão da casualidade. Devemos explorar como a noção de probabilidade se desenvolveu ao longo do tempo e como ela se aplica a eventos aleatórios em diferentes contextos.

2.2. Casualidade e Determinismo Científico

Na ciência, o determinismo é frequentemente discutido em relação aos eventos naturais e ao comportamento humano. A causalidade é uma peça-chave nessa discussão, e devemos abordar como a física e outras disciplinas científicas lidam com a ideia de causalidade em seus estudos.

2.3 A Natureza Probabilística dos Eventos Aleatórios

A ciência moderna reconhece que existem fenômenos em que a casualidade é governada pela probabilidade. A mecânica quântica, por exemplo, lida com eventos subatômicos imprevisíveis, e a teoria do caos descreve sistemas complexos altamente sensíveis às condições iniciais.

2.4 A Relação entre Casualidade e Determinismo

O determinismo é a ideia de que, dadas as condições iniciais do universo, todos os eventos futuros são fixos e previsíveis. Explorar, por exemplo, como a casualidade se relaciona com o determinismo e como a física e a filosofia lidam com essa interação.

3. Causalidade e Relação de Causa e Efeito

Analisaremos as diferentes teorias sobre a causalidade e como elas moldam nossa compreensão do mundo. A casualidade refere-se à relação de causa e efeito, onde a ocorrência de um evento é resultado direto de outro. No entanto, a questão do acaso, ou seja, eventos que ocorrem sem uma causa determinante, desafia a visão causal do universo.

3.1. A Teoria de Hume sobre Causação

O filósofo escocês David Hume trouxe uma perspectiva única sobre a causalidade. Discutir sua teoria sobre impressões e ideias, bem como sua visão sobre a constância da natureza e a indução causal.

3.2. O Problema da Indução

A indução, que envolve extrapolar conclusões gerais a partir de observações específicas, é uma questão importante na análise da causalidade. Abordar o problema da indução e como ele está relacionado à nossa compreensão do mundo causal.

3.3 O Método Científico e a Causalidade

O método científico é construído sobre a premissa de que as relações de causa e efeito podem ser identificadas e testadas empiricamente. Discutir como a causalidade é essencial na formulação de hipóteses, experimentos e conclusões científicas.

3.4 A Causalidade nas Ciências Sociais

A aplicação da causalidade não se limita apenas às ciências naturais, mas também é relevante nas ciências sociais. Verificar por exemplo como a sociologia, a psicologia e a economia utilizam o conceito de causa e efeito para entender comportamentos e fenômenos humanos.

 

4. Interações Complexas: Como Destino, Casualidade e Causalidade se Entrelaçam – Um roteiro para aprofundamento no estudo.

Embora destinos aparentemente traçados e casualidades aleatórias possam parecer conceitos opostos, há uma interação complexa entre eles. Explorar como essas ideias se entrelaçam e como diferentes perspectivas filosóficas tentam conciliar esses conceitos aparentemente contraditórios.

4.1. Determinismo e Livre-Arbítrio

O debate entre determinismo e livre-arbítrio tem implicações significativas em nossa compreensão do destino e da causalidade. Investigar como diferentes filósofos abordaram esse debate e como ele afeta nossa concepção de responsabilidade moral.

4.2. O Papel do Acaso na Causalidade

A causalidade nem sempre é uma sequência linear e previsível de eventos. Examinar como o acaso pode desempenhar um papel fundamental na causalidade, especialmente em sistemas complexos.

4.1. O Papel da Percepção Humana na Compreensão do Destino

A forma como percebemos o destino é influenciada pela causalidade e pela interpretação dos eventos ao nosso redor. Abordar como as pessoas tendem a atribuir significado a eventos aleatórios e como isso afeta a visão que têm sobre seu destino pessoal.

4.2. A Interseção entre Casualidade e Livre-Arbítrio

O conceito de livre-arbítrio pode coexistir com a casualidade? Discutir como a casualidade, ao mesmo tempo que permite eventos aleatórios, também pode ser vista como parte de um grande padrão causal que envolve nossas escolhas e decisões.

 

5. E NA MAÇONARIA

Não é um tema central no estudo de desenvolvimento na Maçonaria. Na verdade, os temas relacionados a destino, casualidade e causalidade são tocados de forma transversal em diversas Instruções nos mais diversos Gr.´. da Ord.´.

Como um dos principais atributos do maçom é o livre arbítrio, atribuído por Deus (seria o Grande Arquiteto do Universo?) quando expulsa Adão e Eva do Paraíso, aparentemente o GADU teria retirado do Homem a possibilidade de ter um destino predeterminado, pois manda ele “trabalhar” para ganhar a vida e o sustento seu e da sua família:

Diz o Genesis 3 17:19

E ao homem declarou:
17 "Visto que você deu ouvidos à sua mulher
e comeu do fruto da árvore
da qual ordenei a você
que não comesse,
maldita é a terra por sua causa;
com sofrimento você
se alimentará dela
todos os dias da sua vida.

18Ela lhe dará espinhos e ervas daninhas,
e você terá que alimentar-se
das plantas do campo.

19Com o suor do seu rosto
você comerá o seu pão,
até que volte à terra,
visto que dela foi tirado;
porque você é pó,
e ao pó voltará".

 Mas o estranho, é que o Homem já havia sido constituído para o trabalho, como diz Genesis 2 15: “Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo.” Independentemente desta aparente contradição (não o é, mas não vou tratar disto aqui), o fato que a partir de sua expulsão do Paraíso, além do trabalho, foi dado ao homem o livre arbítrio. Talvez, na minha conclusão, neste momento passa de uma situação de predeterminismo (bastava não provar da árvore do bem e do mal), para uma situação de causalidade, ou seja, passamos a ser fruto de nossas ações e as suas consequências.

Inegável que o Iluminismo influenciou decisivamente a Maçonaria. Aliás, talvez tenha sido a sua grande impulsionadora como filosofia. A separação da Religião e do Estado, os princípios Universais do Homem, a queda da Monarquia Absolutista como legado de “deus” (minúsculo propositalmente), a democracia, a moral, a ética, o resgate da filosofia antiga e sua modernização: foram fenômenos que além de ter varrido o mundo, forjaram uma nova sociedade (ocidental) que conhecemos até hoje. A Maçonaria renasceu, cresceu e se reproduzir na esteira destes primados do Iluminismo e absorveu, em sua filosofia, não apenas seus princípios como os adaptou às antigas tradições de civilizações que não mais existiam.

Albert Pike, no século XIX, foi uns dois grandes reformadores da moderna maçonaria. No livro "Morals and Dogma", Albert Pike discute várias questões filosóficas, mas não há uma seção específica ou citação direta que aborde o livre-arbítrio de forma exclusiva. No entanto, é possível inferir suas visões sobre o assunto com base em suas crenças maçônicas e suas reflexões sobre a natureza humana. O tema principal naquele momento histórico era a liberdade humana e o viver moral e ético. E foi nisto que ele baseou toda sua obra.

A Maçonaria, em geral, enfatiza o livre-arbítrio como um princípio fundamental, permitindo que seus membros tenham a liberdade de escolher suas crenças, ações e caminhos em busca da virtude e do aprimoramento pessoal. Pike provavelmente apoiaria essa ideia, considerando a importância da liberdade individual na busca do autoaperfeiçoamento e do conhecimento.

Por outro lado, há referência nas “Leis Herméticas”[1], num total de sete (colecionadas entre os séculos I a III da nossa era), há a chamada Lei de Causa e Efeito: "Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa, existem muitos planos de causalidade mas nada escapa à Lei", lembrando-nos, claramente, que os antigos já imaginavam que éramos fruto de um processo de desenvolvimento de causa/efeito. Hoje somos o que somos, não porque o destino estabeleceu, ou porque Deus nos abençoou ou nos puniu (até também), mas porque tomamos decisões que nos levaram até aqui.

Conclusão

Em suma, o destino, a casualidade e a causalidade são conceitos complexos que têm desafiado a mente humana ao longo da história. Enquanto o destino pode ser visto como uma força que guia nossas vidas, a casualidade traz imprevisibilidade e surpresa. A causalidade, por sua vez, é o fio condutor que conecta esses conceitos e nos permite dar sentido ao mundo em que vivemos.

Embora cada conceito seja importante em sua própria medida, é a interação entre eles que nos possibilita explorar a natureza da existência humana e sua relação com o universo. À medida que continuamos a investigar esses temas, somos lembrados de que o conhecimento humano é uma jornada constante em busca de compreensão e significado.

Ao longo deste artigo, exploramos profundamente os conceitos de destino, casualidade e causalidade, desde suas origens históricas até suas implicações filosóficas e científicas. Nossa jornada nos levou a compreender que esses conceitos aparentemente díspares estão intrinsecamente relacionados e moldam nossa visão do mundo e nosso lugar nele.

O destino, em sua predestinação aparente, interage com o acaso, criando uma trama complexa de eventos. Enquanto isso, a causalidade, como a linha que conecta os pontos, nos ajuda a dar sentido a essas interações e a encontrar padrões em meio ao aparente caos.

No entanto, mesmo com todo o conhecimento adquirido, muitas questões permanecem sem respostas definitivas. O mistério do destino, a imprevisibilidade do acaso e a complexidade da causalidade são elementos essenciais que nos impulsionam a continuar buscando compreender o universo e nossas vidas dentro dele.Parte superior do formulário

 

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[1] Hermes Trismegisto (em latim: Hermes Trismegistus; "Hermes, o três vezes grande") é uma figura mítica de origem sincrética. Essa figura mítica indica o deus Thoth dos antigos egípcios, considerado o inventor das letras do alfabeto e da escritura, escrita dos deuses, e portanto, revelador, profeta e intérprete da divina sapiência e do divino logos. Quando os gregos tiveram conhecimento desse deus egípcio, descobriram que apresentava muitas analogias com seu deus Hermes, intérprete e mensageiro dos deuses, e o qualificaram com o adjetivo “Trismegisto” que significa “três vezes grandíssimo”.


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domingo, 9 de julho de 2023

Moral e Ética: Reflexões na Filosofia e na Maçonaria diante da Erosão do Paradigma Moral

Por:

M.´. I.´. Luis Genaro Ladereche Fígoli

G.´. 33°


Resumo: A moral e a ética são conceitos fundamentais na filosofia e na Maçonaria, desempenhando papéis essenciais na busca pela construção de sociedades justas e virtuosas. No entanto, nos tempos atuais, esses paradigmas morais têm enfrentado desafios significativos, enfrentando uma erosão gradual. Este artigo explora a natureza da moral e da ética, investiga a erosão do paradigma moral em nossa sociedade contemporânea e destaca a abordagem da Maçonaria na promoção da moralidade e da ética.

 

INTRODUÇÃO

A moral e a ética são conceitos intrinsecamente ligados à natureza humana e têm sido objeto de investigação e reflexão na filosofia há séculos. Ambos se referem a um conjunto de princípios e valores que guiam as ações humanas, buscando estabelecer padrões de conduta e comportamento moralmente aceitáveis. A Maçonaria, por sua vez, é uma antiga fraternidade que enfatiza a importância da moralidade e da ética em suas práticas e ensinamentos. No entanto, atualmente, observamos uma erosão gradual desses paradigmas morais em nossa sociedade contemporânea.

A NATUREZA DA MORAL E DA ÉTICA

Para compreendermos a erosão do paradigma moral, é fundamental explorar a natureza da moral e da ética. A moralidade refere-se a um conjunto de valores e princípios que determinam o que é considerado certo e errado em uma determinada cultura ou sociedade. Já a ética é um campo filosófico que busca fundamentar a moralidade, analisando e refletindo sobre as bases racionais que justificam nossos julgamentos morais.

Na filosofia clássica, a ética não se limita a hábitos ou costumes socialmente definidos, comuns, mas busca uma base teórica para encontrar a melhor forma de vida e convivência, ou seja, na vida privada e privada. publicamente; em público. A ética inclui a maioria das áreas do conhecimento não cobertas pela física, metafísica, estética, lógica, dialética ou mesmo retórica. A ética, portanto, abrange os campos atualmente conhecidos como antropologia, psicologia, sociologia, economia, pedagogia e, às vezes, até ciência política, e até mesmo esportes e dietética. Em suma, esses campos direta ou indiretamente relacionados a fatores que afetam o estilo de vida ou o estilo de vida. estilo de vida. Um exemplo dessa visão clássica da ética pode ser encontrado na Ética de Spinoza. Os filósofos tendem a dividir a teoria ética em três áreas: metaética, ética normativa e ética aplicada.

No entanto, com a crescente especialização e especialização do conhecimento após a Revolução Industrial, a maioria dos campos que eram assuntos filosóficos, especialmente a ética, foram estabelecidos como disciplinas científicas independentes. Assim, a ética hoje é geralmente definida como "o campo da filosofia que estuda as normas morais da sociedade humana” e tenta explicar e justificar os costumes de grupos particulares de humanos. Subsídios estão disponíveis para resolver seus problemas mais comuns. Nesse sentido, a ética pode ser definida como a ciência que estuda o comportamento humano, enquanto a moralidade é o julgamento da qualidade desse comportamento em termos de bem e mal.


A ética preocupa-se essencialmente com a definição da moralidade, com o questionamento e julgamento de bons e maus valores nas relações humanas (axiologia), uma vez que o seu campo de estudo é esclarecer o que pode ou deve ser um comportamento normativo, se é que existe uma definição possível. Embora a moralidade tenha conotações negativas associadas à observância de costumes e costumes, sua definição essencial é a mesma que moralidade e, ao contrário, visa estabelecer racionalmente uma base para o comportamento moral. Embora a lei seja frequentemente baseada em princípios morais, a moralidade não deve ser confundida com a lei. Ao contrário da lei, nenhum indivíduo pode ser compelido pelo Estado ou por outros indivíduos a obedecer ao código de ética, nem deve ser sujeito a qualquer sanção por violar o código de ética; por outro lado, a lei pode ser omissa sobre questões que se enquadram na esfera da moralidade.

No sentido mais amplo, a palavra "ética" conota o exame dos hábitos humanos e suas características gerais, incluindo até mesmo a descrição ou história dos hábitos humanos em sociedades particulares e em diferentes períodos de tempo. Tal campo de estudo é obviamente muito grande para ser estudado com qualquer ciência ou filosofia em particular. Além disso, se considerarmos o pensamento e a realização artística como hábitos humanos normais e elementos de caráter, então parte desse campo foi ocupado pela história, antropologia e certas ciências naturais particulares, como fisiologia, anatomia e biologia. . A própria ética, no entanto, é limitada a áreas específicas do caráter e do comportamento humano, uma vez que se relacionam com certos princípios - muitas vezes chamados de "princípios morais". As pessoas costumam usar adjetivos como "bom", "ruim", "certo" e "errado" para descrever seu próprio comportamento e o de outras pessoas. A ética estuda precisamente a relação desses adjetivos com o comportamento humano e o significado e alcance de seus significados fundamentais e absolutos.

Erosão do paradigma moral

Nos últimos anos, temos testemunhado uma erosão gradual dos valores e princípios morais em diversas esferas da sociedade. A globalização, os avanços tecnológicos e as transformações culturais têm desafiado os fundamentos morais tradicionais, levando a uma diversidade de visões éticas e morais. Além disso, o individualismo exacerbado, a relativização moral e a influência da mídia também têm contribuído para essa erosão.

Fontes da moralidade

Diante da erosão do paradigma moral, é necessário buscar fontes sólidas para fundamentar a moralidade e a ética. Na filosofia, diferentes teorias éticas oferecem fundamentos morais, como o utilitarismo, o deontologismo e a ética das virtudes. Na Maçonaria, os princípios morais são extraídos de seus rituais, símbolos e ensinamentos, que visam promover a virtude, a fraternidade e a busca pelo aperfeiçoamento individual.

A ABORDAGEM DA MAÇONARIA

A Maçonaria, como uma instituição que busca aprimorar seus membros moralmente, desempenha um papel significativo na preservação dos valores éticos e morais em meio à erosão do paradigma moral contemporâneo. Através de seus rituais iniciáticos, a Maçonaria busca instigar a reflexão sobre os princípios éticos e morais, incentivando seus membros a viverem de acordo com esses ideais.

I. Valores Maçônicos:

A Maçonaria é baseada em uma série de valores essenciais, como a liberdade, a igualdade, a fraternidade e a busca pela verdade. Esses valores fornecem a base moral para as ações dos maçons e são incorporados em suas práticas rituais e em suas interações no mundo profano.

II. Ensinos Morais e Éticos:

A Maçonaria utiliza rituais, símbolos e lições para transmitir ensinamentos morais e éticos aos seus membros. Por meio de cerimônias iniciáticas e graus maçônicos, a fraternidade busca despertar a consciência moral dos indivíduos, incentivando a reflexão sobre questões de virtude, justiça e integridade.

III. Filosofia Moral Maçônica:

A filosofia moral da Maçonaria é baseada em princípios universais, como a prática da caridade, a busca pelo conhecimento e a aplicação da sabedoria no agir. A fraternidade incentiva a virtude e a retidão de caráter, procurando moldar seus membros em indivíduos éticos e responsáveis.

IV. Ética na Ação Maçônica:

Além de transmitir ensinamentos morais e éticos, a Maçonaria procura praticar a ética em suas ações. Através de projetos filantrópicos, a fraternidade busca promover o bem-estar social, ajudando aqueles em necessidade e contribuindo para o progresso da sociedade.

V. Ética Maçônica na Vida Profana:

A Maçonaria incentiva seus membros a aplicarem os princípios morais e éticos aprendidos em suas vidas profanas. A fraternidade enfatiza a importância de ser um exemplo de conduta moral e ética em todas as esferas da vida, promovendo a integração desses valores na vida cotidiana.

Conclusão

A Maçonaria desempenha um papel significativo na promoção dos valores morais e éticos em seus membros, bem como na sociedade como um todo. Através de seus ensinamentos, rituais e práticas, a fraternidade busca despertar a consciência moral e incentivar a prática da ética em todas as esferas da vida. Aprofundar o entendimento sobre os conceitos de moral e ética na Maçonaria pode fornecer insights valiosos sobre como a fraternidade contribui para a construção de uma sociedade mais justa e virtuosa.

Fontes de Consulta

Aqui estão algumas fontes que você pode consultar para obter mais informações sobre moral e ética na filosofia e na Maçonaria:

Livros acadêmicos:

"Ética", de Baruch Spinoza

"Fundamentação da Metafísica dos Costumes", de Immanuel Kant

"Ética a Nicômaco", de Aristóteles

"Moral e Metafísica na Maçonaria", de Reginaldo Rodrigues

Artigos acadêmicos:

"Moral e Ética: Uma Perspectiva Filosófica", de Roger Wertheimer

"Ética e Maçonaria: Uma Investigação Filosófica", de David Stevenson








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sexta-feira, 7 de julho de 2023

O PAVIMENTO DE MOSAICO NAS TRADIÇÕES ANTIGAS E NA MAÇONARIA - SIMBOLISMO E SIGNIFICADO

O PAVIMENTO DE MOSAICO NAS TRADIÇÕES ANTIGAS E NA MAÇONARIA - SIMBOLISMO E SIGNIFICADO

 


Por Luis Genaro Ladereche Figoli

M.´.I.´.

G.´.33°

 

I - HISTÓRIA

A palavra "mosaico" tem origem no latim "mosaicum opus", que significa "obra de mosaico". O termo "mosaicum" vem do grego antigo "mouseion", que significa "museu" ou "templo das musas". O mosaico é uma forma de arte decorativa que consiste na criação de padrões ou imagens através da montagem de pequenas peças, chamadas de teselas, feitas geralmente de pedras coloridas, vidro, cerâmica ou outros materiais.

A técnica do mosaico teve origem na antiguidade e foi amplamente utilizada na Grécia, Roma e outras civilizações da região do Mediterrânico. Acredita-se que as origens longínquas do mosaico possam estar relacionadas à arte suméria e assíria. Mas durante os tempos gregos e romanos, desenvolveu-se e tornou-se popular. Inicialmente, os mosaicos eram aplicados principalmente em Pavimentos e paredes de edifícios públicos e privados, mas posteriormente também foram aplicados em cúpulas, tetos, fachadas e até objetos decorativos.

Ao longo dos séculos o mosaico continuou a ser utilizado em diferentes culturas e períodos históricos, adaptando-se a diferentes técnicos e estilos artísticos. Hoje, o mosaico é considerado uma forma de arte valorizada e praticada em todo o mundo tanto na sua forma tradicional como numa abordagem mais moderna.

Podemos também deduzir que quando nos referimos a este ornamento como “pavimento em mosaico”, o adjetivo “mosaico” também se apresenta com o mesmo significado que é aplicado quando pronunciamos “lei do mosaico”, o que obviamente não significa uma lei composta por pedras pequenas... ou ladrilhos, mas à lei legada por Moises. Consequentemente, "pavimento de mosaico" indica que o pavimento se refere ao personagem bíblico Moises.

Um dos primeiros mosaicos registrados, chamado de "Estandarte de Ur", foi encontrado durante escavações arqueológicas no cemitério real de Ur, no atual sul do Iraque. Ur era uma cidade importante na antiga civilização suméria da Mesopotâmia, uma das civilizações mais antigos da história. O Estandarte de Ur foi feito por volta dos anos 2600 a.c. Suas quatro faces são cobertas por pedras semi preciosas e conchas, que representam cenas de guerra e das rotinas domésticas dos sumérios.

No Egito Antigo, os mosaicos eram utilizados para estudar sarcófagos e colunas dos templos. Nos achados arqueológicos dos persas, gregos e romanos, ainda foram encontradas diversas obras em mosaico dessas civilizações.

Mas foi um pouco mais tarde que a ciência musiva atingiria seu apogeu, com os bizantinos. Durante o Império Bizantino, ainda familiar por Império Romano do Oriente, os mosaicos foram largo utilizados para reproduzir passagens bíblicas e podem haver encontrados mesmo os existência de hoje em dia em igrejas.

Alguns dos mosaicos mais famosos desse ciclo estão na Igreja de Ravena, na Itália. No universo islâmico, os mosaicos ainda foram suficiente utilizados e mesmo hoje em dia inúmeras mesquitas preservam seu pavimento planejado com essa ciência, inclusivamente com peças de ouro.

Durante o ciclo do Renascimento - entre os séculos XIV e XVI - a ciência musiva difundiu-se na Europa Ocidental. Muitas obras em mosaico desse ciclo, sob crédito dos ideais antropocentristas, retratavam serem humanos com capaz perfeição.

Nessa época, Roma tornou-se o primordial localista de desenvolvimento de mosaicos, capaz pedaço deles período aviado no Studio Vaticano de Mosaico. Na Basílica de São Pedro, clerezia do Vaticano e termo importante do cristianismo, ainda é provável defrontar mosaicos que datam desse ciclo.

Significado nas tradições antigas

o Pavimento de mosaico também é encontrado em outros locais sagrados e templos ao redor do mundo, com diferentes significados e simbolismos. A seguir, apresento alguns exemplos de templos que utilizam ou utilizavam o Pavimento de mosaico:

a.    Templos Egípcios: Na antiga civilização egípcia, o Pavimento de mosaico era amplamente utilizado em templos, como o Templo de Karnak e o Templo de Luxor. Os mosaicos nesses templos representavam cenas mitológicas, divindades e símbolos religiosos importantes.

b.    Basílica de São Marcos (Veneza, Itália): A Basílica de São Marcos é conhecida por sua arquitetura bizantina e possui um Pavimento de mosaico de extrema beleza. O Pavimento de mosaico nesta basílica representa cenas bíblicas e narrativas religiosas, criando uma atmosfera sagrada e impressionante.

c.    Igreja de Santo Estêvão (Salzburgo, Áustria): A Igreja de Santo Estêvão é famosa por seu Pavimento de mosaico intrincado. Os mosaicos representam figuras bíblicas, santos e símbolos religiosos, criando um ambiente espiritualmente inspirador.

d.    Hagia Sophia (Istambul, Turquia): A Hagia Sophia é um antigo edifício religioso que já foi uma basílica cristã, depois uma mesquita e agora um museu. Em sua arquitetura impressionante, encontramos um Pavimento de mosaico que apresenta padrões geométricos e florais, criando uma atmosfera estética e simbólica única.

e.    Sinagoga de Ein Gedi (Israel): A Sinagoga de Ein Gedi é uma antiga sinagoga judaica que remonta ao século VI d.C. Ela possui um Pavimento de mosaico bem preservado, com motivos geométricos, inscrições hebraicas e símbolos religiosos judaicos.

Esses são apenas alguns exemplos de templos que utilizam ou utilizavam o Pavimento de mosaico. Esses Pavimentos são valorizados não apenas por sua beleza estética, mas também por sua função simbólica, representando histórias, crenças e valores religiosos, além de proporcionar um ambiente propício para a contemplação espiritual.

O Pavimento de mosaico possui significados distintos dentro das tradições hebraica, egípcia, grega, persa e outras. Vamos explorar brevemente o significado do Pavimento de mosaico em cada uma dessas tradições:

i.              Tradição Hebraica: Na tradição hebraica, o Pavimento de mosaico pode ser encontrado em sinagogas e em outros locais sagrados. Os mosaicos muitas vezes retratam símbolos religiosos judaicos, como a menorá (candelabro de sete braços), a Estrela de Davi, inscrições hebraicas e cenas bíblicas. O Pavimento de mosaico nas sinagogas é considerado um ponto focal e um símbolo da santidade do espaço sagrado, proporcionando uma conexão visual com as tradições e a história judaica.

ii.            Tradição Egípcia: Na tradição egípcia, os templos utilizavam o Pavimento de mosaico como uma forma de decoração e expressão artística. Os mosaicos egípcios geralmente retratavam cenas mitológicas, figuras divinas e símbolos religiosos importantes. O Pavimento de mosaico nesses templos era uma forma de honrar os deuses e de criar um ambiente sagrado que conectava os fiéis ao divino.

iii.           Tradição Grega: Na tradição grega, o Pavimento de mosaico era amplamente utilizado em templos e edifícios públicos. Os mosaicos gregos frequentemente retratavam cenas mitológicas, figuras divinas, heróis e eventos históricos. Além disso, os mosaicos gregos apresentavam padrões geométricos elaborados, florais e de guirlandas. Os Pavimentos de mosaico gregos simbolizavam a importância da arte, da cultura e da conexão com os deuses na vida cotidiana.

iv.           Tradição Persa: Na tradição persa, o Pavimento de mosaico era encontrado em palácios, mesquitas e outros locais sagrados. Os mosaicos persas eram conhecidos por sua beleza e complexidade, muitas vezes apresentando desenhos florais, geométricos e caligráficos. Esses mosaicos simbolizavam a riqueza, a sofisticação e a espiritualidade dentro da cultura persa, transmitindo uma sensação de harmonia e beleza divina.

v.            Tradição Romana e Cristã: É importante saber que em 395 d.C., Teodósio, Imperador de Roma, dividiu seu império entre seus filhos Honório e Arcárdio. Roma tornou-se capital do Império Ocidental, que ficou com Honório, e o Império Romano Oriental ficou com Arcádio, cuja capital passou a ser Constantinopla, antiga Bizâncio e atual Istambul. A arte bizantina se desenvolveu no Império Romano Oriental, e com ela a força da produção de mosaicos. Quando o Cristianismo passa a ser oficialmente a religião do Império Romano, a arte que vinha sendo produzida, desde que os cristãos eram intolerados e perseguidos pelos romanos, uma arte de pinturas em paredes e tetos das catacumbas, os novos mausoléus e templos passam a ser decorados por mosaicos, abordando os temas de histórias do Antigo e Novo Testamento. Neste período a técnica se desenvolve, os artistas se tornam mais hábeis, e a qualidade das obras aumentam devido o desenvolvimento da técnica, sendo a expressão máxima na arte bizantina do período românico. Os sarcófagos decorados pelos fiéis chegavam a sofisticação de possuírem relevos em seus mosaicos.

Cada tradição atribui significados específicos ao Pavimento de mosaico, adaptando-o às suas crenças, mitologias e símbolos religiosos. No geral, o Pavimento de mosaico nessas tradições é considerado uma forma de expressão artística, devoção religiosa e conexão com o sagrado, proporcionando um ambiente esteticamente agradável e espiritualmente significativo.

 

II - PAVIMENTO DE MOSAICO NA MAÇONARIA



Foto: Loja Rosa dos Ventos n° 76 Or.´. Osório/RS

O Pavimento Mosaico é um dos símbolos mais reconhecidos da Maçonaria, e sua origem remonta aos tempos do antigo Egito. O nome correto do Ornamento é “Pavimento Mosaico”, pois se origina de Moisés, legislador que sistematizou a religião judaica e que, tendo sido criado junto à classe sacerdotal egípcia, legou ensinamentos que foram respeitados quando da construção do Templo de Salomão, do qual a Maçonaria extraiu inúmeros Símbolos, alegorias e lendas2. O Pavimento de mosaico une cores diferentes e opostas, representando a maneira como a Maçonaria reúne homens de diferentes culturas, religiões, classes, raças e origens gerais para compartilhar os mesmos valores filosóficos e propósitos.


 Foto: Piso de Mosaico

O Pavimento de mosaico, composto por diferentes peças de pedra, tem sido usado desde tempos antigos, tanto em contextos religiosos quanto profanos. No contexto maçônico, o Pavimento de mosaico representa a dualidade da vida, a busca pelo equilíbrio e a harmonia entre os opostos.

O Pavimento de mosaico é composto por duas cores predominantes: o branco e o preto. Essas cores contrastantes refletem a dualidade presente na existência humana, entre o bem e o mal, o conhecimento e a ignorância. O branco simboliza a luz, a pureza, a virtude e a bondade. Ele representa o conhecimento, a sabedoria e a busca pela verdade. O preto, por sua vez, representa a escuridão, a ignorância e a imperfeição. Ele simboliza os desafios e obstáculos que os maçons devem superar em sua jornada em busca da iluminação.

O Pavimento de mosaico também é conhecido como "tabuleiro de xadrez" ou "pavimento quadriculado", devido à sua semelhança com um tabuleiro de xadrez. Cada peça de pedra é cuidadosamente colocada, criando uma padronagem repetitiva que forma quadrados alternados.

A disposição das peças de pedra no Pavimento de mosaico representa a ordem e a organização do universo. Os quadrados alternados simbolizam a dualidade e a complementaridade dos opostos, como o dia e a noite, o masculino e o feminino, o céu e a terra.

Além disso, o Pavimento de mosaico também é associado ao conceito maçônico de "Pavimento nivelado". Ele representa a igualdade entre os maçons dentro do templo, independentemente de seu status social, econômico ou profissional. Isso enfatiza a ideia de que todos os maçons são iguais perante a fraternidade, promovendo a união e a fraternidade entre eles.

O Pavimento de mosaico no templo maçônico é um símbolo com profundo significado filosófico e simbólico. Representando a dualidade da vida, a busca pelo equilíbrio e a igualdade entre os maçons, esse elemento desempenha um papel fundamental na experiência maçônica. Com suas cores contrastantes e padrão repetitivo, o Pavimento de mosaico nos lembra da importância de encontrar harmonia e equilíbrio em meio às dualidades da existência humana. É um lembrete constante de que todos os maçons são iguais e têm um papel a desempenhar na construção de uma sociedade mais justa e harmoniosa.

Conclusão: O Pavimento de mosaico no templo maçônico é um símbolo carregado de significado filosófico e simbólico. Sua origem histórica remonta aos primórdios da maçonaria, e sua presença nos templos maçônicos representa a dualidade da vida, a busca pelo equilíbrio e a igualdade entre os maçons. Através de suas cores contrastantes e do padrão quadriculado, o Pavimento de mosaico nos lembra da importância de encontrar harmonia e equilíbrio em meio às dualidades da existência humana. É um símbolo poderoso que recorda a todos os maçons o seu compromisso com a busca do conhecimento, da virtude e da verdade, e da fraternidade entre os irmãos.

Referências e Fontes:

  1. "O Pavimento Mosaico e sua Simbologia", disponível em: https://focoartereal.blogspot.com/2011/11/o-pavimento-mosaico-e-o-simbolismo.html
  2. " O Piso Mosaico do Templo Maçônico ", disponível em: https://gosp.org.br/luzes/curiosidades/o-piso-mosaico-do-templo-maconico
  3. " The Masonic Mosaic Pavement ", disponível em: https://bricksmasons.com/blogs/masonic-education/the-masonic-mosaic-pavement
  4. " O Pavimento Mosaico & a Orla Dentada na Maçonaria ", disponível em: https://www.noesquadro.com.br/simbologia/o-pavimento-mosaico-orla-dentada-na/#:~:text=Em%20Loja%2C%20diz%2Dse%20que,Muitos%20autores%20concordaram%20sobre%20isso.
  5. " Pavimento Mosaico: Uma Incursão Simbólica pela Cabala Medieval ", disponível em: https://bibliot3ca.com/pavimento-mosaico-uma-incursao-simbol



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terça-feira, 4 de julho de 2023

A ABÓBODA CELESTE E SEU SIGNIFICADO NA MAÇONARIA

 A ABÓBODA CELESTE E SEU SIGNIFICADO NA MAÇONARIA


Por M.´. I.´. Luis Genaro Ladereche Fígoli

Mestre Moshe

G 33°

Para crer em Deus basta erguer o olhar para cima (PLATÃO, 428 – 348? a. c.


I - INTRODUÇÃO

A Maçonaria é uma fraternidade antiga e misteriosa, com raízes que remontam a séculos passados. Entre os muitos símbolos e rituais usados ​​pelos maçons, a Abóboda Celeste é um elemento central e significativo. Neste artigo, exploramos o significado da Abóboda Celeste na Maçonaria, seus simbolismos e possíveis interpretações, com base em fontes turísticas.

 

II - ABÓBODA CELESTE NA MAÇONARIA

Convém desde já referir que sobre esta temática não encontrámos qualquer tipo de manual oficial, com regras previamente estabelecidas e aprovadas superiormente, com a designação dos elementos simbólicos a colocar no teto de um Templo do REAA, bem como da sua distribuição em termos de composição. Limitamo-nos a indicações e sugestões, que desde os sécs. XVIII e XIX nunca coincidiram, pelo que nos atrevemos a considerar que as propostas encontradas, partem das orientações e interpretações pessoais de mestres, associados à criatividade e destreza psicomotora do artista que executou a obra.

A Abóboda Celeste é uma representação do cosmos e é frequentemente utilizada em rituais maçônicos. É uma estrutura arquitetônica imaginária que representa o universo em sua totalidade. Acredita-se que a Abóboda Celeste seja um fluxo constante aos maçons de sua conexão com algo maior, algo transcendental.

O Templo é a representação do Universo, e a abobada celeste nos deixa, simbolicamente, numa edificação cujo teto é o próprio céu. Nele, encontramos todos os elementos do Universo. A Terra, o Ar, a Água e o Fogo (quatro elementos da antiguidade que são fundamentais para entendermos a Maçonaria). Além disso, vemos um céu dividido em claridade do Sol no Oriente e do breu da noite no Ocidente, bordado de planetas e estrelas, conforme visto no hemisfério Norte do planeta.

Não há como não ficar extasiado frente a tamanha beleza e representatividade. O simbolismo se dá, não apenas nas imagens e pinturas, mas na própria ritualística que, a cada sessão, nos lembra que os trabalhos começam ao meio dia e terminam à meia noite.

 

III – A ABÓBADA CELESTE NOS TEMPLOS MAÇÔNICOS

Usaremos o excelente texto do Irm.´. Antonio Rodiguero no artigo “A Abóboda Celeste no Rito Escocês Antigo e Aceito”, publicado no site “Ponto dentro do Círculo”[i][1]

“Cada astro e estrela, uniformemente dispostos na abobada celeste, representam funções e possuem valores místicos próprios, sendo que, no templo destinado á pratica do R.:E.:A.:A.: existem com 35 (trinta e cinco) astros, cuidadosamente escolhidos, colocados em posição geométrica apropriada, os quais regem os cargos em Loja.

1. SOL – A luz do céu da Loja, representando o Ven:. M:. Colocado no oriente e no eixo da Loja. 

2 – LUA – Selene rege o Primeiro Vigilante. 

3 –STELLA PITAGORIS – A estrela Virtual ou Estrela Flamejante, colocada sobre o altar do Segundo Vigilante. (O Homem, Deus, Cristo, Buda ou mesmo Hércules, o iluminado que transcende a condição humana. 

4 – SATURNO com seus satélites – É o sexto planeta e o segundo em tamanho, possui três anéis na altura do Equador e mais quinze satélites, dos quais só nove eram conhecidos na época em que os rituais foram escritos. Na Loja, Saturno é representado com seus três anéis e seus nove satélites, exatamente sobre o centro geométrico do ocidente. Saturno rege a cadeia de união. Os seus três anéis representam os Aprendizes, os Companheiros e os Mestres Maçons. Os nove satélites representam os nove cargos: Venerável Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, Secretario, Orador, Tesoureiro, Chanceler, Mestre de Cerimonias e Guarda do Templo.

5 – MERCÚRIO -Símbolo da astúcia, protetor dos viajantes e dos comerciantes. Identificado como Hermes dos gregos, era filho de Maia e de Zeus (Júpiter) de quem recebeu o encargo de mensageiro dos deuses. Carregava um bastão com duas serpentes enroladas (Caduceu) símbolo da paz, (Harmonia e Forças Opostas). É o menor e mais rápido dos planetas, e também o primeiro e o mais próximo do Sol e por isso representa o Primeiro Diácono.

6 – JÚPITER – Era Zeus para os gregos. O maior planeta do sistema solar era o guardião do Direito, o defensor do Estado, protetor das fronteiras e do matrimônio. Júpiter é o astro regente do ex-venerável e por isso fica no Oriente.

7 – VÊNUS – É o segundo planeta e o mais próximo da Terra. Surge sempre próximo à Lua (Primeiro Vigilante) e é o astro regente do Segundo Diácono. Conhecido ainda hoje como “Estrela Vésper”, a primeira a aparecer no céu, Vênus era o “Mensageiro do Dia”, anunciava a hora de começar e de encerrar o período de trabalho.

8 – ARCTURUS – Estrela Alfa da constelação de Bootes. Por sua posição junto à Ursa Maior é conhecida como a “guardiã do Urso” e correspondente ao cargo de Orador, guardião do Oriente. Sua posição é em cima da grade do Oriente.

9 – ALDEBARAN – Estrela Alfa da constelação de Touro, as quais pertencem as Plêiades e as Hyades. Na abóbada maçônica rege o cargo do Tesoureiro.

10 – FOMALHAUT – Alfa Piscis Austrinis – em latim significa peixe do sul, é aqui uma correlação com a coluna zodiacal dos peixes. Fomalhaut é uma palavra árabe que significa “a boca do peixe do sul”, o que se aplica ao cargo de Chanceler.

11 – REGULUS – Alfa Leonis é a estrela mais brilhante na constelação de Leão. Na Astrologia, Regulus sempre manteve posição de comando. Ela dirige todos os trabalhos do paraíso. Foi Nicolau Copérnico quem a batizou com o nome Regulus, que significa “Regente”. Correspondente ao cargo de Mestre de Cerimônia.

12 – SPICA – Alfa Virginis, em latim, “a Espiga”, é a estrela gerente do cargo de Secretário. Por outro lado, os primitivos instrumentos de escrita usados pelos gregos e romanos não eram penas, mas canetas feitas de caules ocos de vegetais chamadas de “Spícula“.

13 – ANTARES – Alfa Scorpii, a estrela vermelha gigante. Durante muitos séculos, a maior estrela conhecida. Às vezes confundida com Marte, razão do grego chama-la de “O Rival de Marte”. Tanto Antares como Marte, são vermelhas e, ocasionalmente, aparecem próximas. Por essa razão, Antares é conhecida como o astro regente do Guarda do Templo.

Existem, ainda, representadas na Abobada Celeste do Templo Maçônico, quatro grupos de estrelas pertencentes a quatro constelações, sendo elas: 

1. ORION – Constelação equatorial é formada por quatro estrelas brilhantes com uma linha de três estrelas que formam o “Cinto de Orion” e são popularmente conhecidas como “as Três Marias” ou “os Três Reis Magos”. No Teto do Templo só são representadas as três estrelas, porque representam a idade do Aprendiz, que ainda não tem o domínio do espírito sobre a matéria. Na tradição árabe mais antiga, Orion era chamada de “A Ovelha de Cinto Branco” e o avental de Aprendiz era feito, na sua origem de pele de carneiro. As três estrelas de Orion são regentes dos Aprendizes.

2. HYADES ou HÍADAS. É o notável grupo de cinco estrelas formando a ponta de uma flecha na constelação de Touro. As Híadas são as regentes dos Companheiros.

3. PLÊIADES – É um outro grupo de estrelas da mesma constelação de Touro. São também conhecidas como “As Sete Irmãs”. Elas regem os Maçons, a paz, plêiade de homens justos.

4. URSA MAIOR -. É considerada a constelação mais antiga. No teto da Loja são Representadas as sete estrelas mais importantes que formam a “Charrua”. A última estrela da cauda da Ursa Maior é ALKAID, também conhecida como BENETNASCH; ambos os nomes fazem parte da frase árabe “QUAID AL BANAT AD NASCH”, que significa “A Chefe dos Filhos do Ataúde Mario“. Este nome provém da concepção árabe mais antiga, que representava a Ursa Maior como um caixão e três carpideiras. Esta interpretação interessa à Maçonaria, pois a representação egípcia coincidia com a arábica, de um sarcófago (de Osíris) e sua viúva (Ísis) e o filho da viúva (Hórus) em procissão fúnebre.
Ao todo contamos 35 (trinta e cinco) astros existentes na ABÓBADA CELESTE DO TEMPLO MAÇÔNICO, ressaltando a ausência do planeta Marte, o qual para os gregos era o deus da guerra e, como tal, não poderia figurar entre aqueles que buscam a paz e a harmonia universal, por isso foi para o átrio, o reino profano dos tumultos e das lutas. 

Por essa interpretação, Marte tem a incumbência de “cobrir o Templo”, sendo o astro do Cobridor Externo, enquanto, do lado de dentro do Templo foi colocado Antares, do Cobridor Interno, para garantir a fronteira entre o mundo iniciático e o profano.”

 

IV – SIMBOLISMO


  1. Unidade do Universo: A Abóboda Celeste simboliza a unidade e a harmonia do universo. Os maçons acreditam que todas as coisas estão interligadas e que cada indivíduo faz parte de um todo maior. A Abóboda Celeste é um fluxo constante dessa interconectividade e do propósito de cada maçom em contribuir para o bem maior.
  2. Astronomia e Ciência: A Abóboda Celeste é uma representação do cosmos, incorporando elementos da astronomia e da ciência. Essa conexão com o conhecimento científico é um aspecto importante da Maçonaria, que valoriza a busca pelo conhecimento e pela verdade.
  3. Arte e Beleza: A construção imaginária da Abóboda Celeste é uma obra de arte em si mesma, representando a beleza e a perfeição encontrada no universo. Os maçons acreditam que a arte e a beleza são expressões divinas e que devem ser cultivadas em suas vidas e obras.

Interpretações Possíveis

  1. Transcendência Espiritual: Para alguns maçons, a Abóboda Celeste pode representar uma busca espiritual por uma realidade superior ou transcendental. Ela pode servir como um seguidor constante de que a vida terrena é apenas uma parte de uma jornada espiritual maior.
  2. Apreço pela Natureza: A Abóboda Celeste pode lembrar os maçons da imensidão e beleza da natureza. Ela pode inspirar um sentimento de reverência e cuidado pela criação, incentivando os maçons a protegerem e preservarem o meio ambiente.
  3. Ordem e Harmonia: A representação observada da Abóboda Celeste também pode ser interpretada como um resultado da importância da ordem e da harmonia na vida e na sociedade. Os maçons buscam estabelecer um mundo melhor através do cultivo desses princípios em suas próprias vidas.
  4. Conhecimento e Sabedoria: A Abóboda Celeste também pode ser interpretada como um símbolo do conhecimento e da sabedoria que os maçons buscam adquirir. A estrutura representa a vastidão do universo e a complexidade de suas leis naturais. Ao contemplar a Abóboda Celeste, os maçons são encorajados a buscar o conhecimento, explorar os segredos do universo e desenvolver uma compreensão mais profunda do mundo que os cerca.
  5. Equilíbrio e Harmonia: A Abóboda Celeste simboliza o equilíbrio e a harmonia do universo. Ela representa a interação harmoniosa das forças cósmicas e a interconexão de todas as coisas. Ao refletir sobre a Abóboda Celeste, os maçons são incentivados a buscar a harmonia em suas próprias vidas e cultivar relacionamentos equilibrados com os outros e com o mundo natural. Essa interpretação ressalta a importância da paz, da justiça e da ordem na construção de uma sociedade mais justa e equilibrada.
  6. Simbolismo Astronômico: Além de seu significado espiritual e filosófico, a Abóboda Celeste também possui uma conotação astronômica. Os elementos presentes na estrutura, como o Sol, a Lua e as estrelas, podem ser interpretadas como representações dos corpos celestes e das forças naturais. Essa conexão com a astronomia destaca a valorização da ciência e do conhecimento empírico pela Maçonaria, incentivando os maçons a explorar e compreender o universo através da observação e da investigação científica.

É importante ressaltar que as interpretações da Abóboda Celeste na Maçonaria podem variar entre diferentes lojas maçônicas e entre diferentes indivíduos. A Maçonaria valoriza a liberdade de pensamento e a busca individual pela verdade, portanto, a compreensão pessoal desse símbolo pode ser única para cada maçom.

V - CONCLUSÃO

A Abóboda Celeste é um símbolo rico e complexo na Maçonaria, representando a transcendência espiritual, a busca pelo conhecimento, a beleza e a harmonia do universo. Ela serve como um choro constante aos maçons sobre sua conexão com algo maior do que eles próprios e seu papel na busca por um mundo mais equilibrado e harmonioso.

A interpretação da Abóboda Celeste na Maçonaria é um tema de reflexão e discussão contínua entre os maçons, e sua compreensão pode evoluir ao longo do tempo. Cada maçom é encorajado a explorar o simbolismo da Abóboda Celeste e encontrar significados pessoais que ressoem com sua própria jornada maçônica.

É importante mencionar que as fontes atraentes para o estudo da simbologia maçônica incluem livros maçônicos reconhecidos, como "Morals and Dogma" de Albert Pike, "Duncan's Rituals of Freemasonry" de Malcolm C. Duncan e "The Meaning of Masonry" de WL Wilmshurst, entre outros. Além disso, a participação ativa em lojas maçônicas e a busca de orientação e discussões com outros maçons experientes também são essenciais para a compreensão mais aprofundada do significado da Abóboda Celeste e de outros símbolos maçônicos.

Em suma, a Abóboda Celeste é um símbolo central e significativo na Maçonaria, representando a busca espiritual, o conhecimento, a harmonia e a conexão com o universo. Sua riqueza protegida e múltipla interpretada enriquecendo a jornada maçônica de cada indivíduo e aprendido para o contínuo estudo e compreensão dos mistérios da Maçonaria.

VI – FONTES:

  1. Albert Pike - "Morals and Dogma" - Este livro é considerado um dos principais textos maçônicos e explora extensivamente a simbologia e os rituais maçônicos.
  2. Malcolm C. Duncan - "Duncan's Rituals of Freemasonry" - Uma obra clássica que oferece uma visão detalhada dos rituais maçônicos, incluindo referências à Abóboda Celeste.
  3. WL Wilmshurst - "The Meaning of Masonry" - Neste livro, Wilmshurst explora o simbolismo maçônico em profundidade, incluindo uma discussão sobre a Abóboda Celeste.
  4. Manly P. Hall - "The Lost Keys of Freemasonry" - Uma obra que aborda a filosofia e a simbologia maçônica, fornecendo insights sobre o simbolismo da Abóboda Celeste.
  5. Albert G. Mackey - "Encyclopedia of Freemasonry" - Esta obra abrangente fornece um extenso conjunto de informações sobre a Maçonaria, incluindo definições, simbolismo e compreensão dos símbolos maçônicos, como a Abóboda Celeste.
  6. Robert Lomas - "The Secrets of Freemasonry" - Neste livro, Lomas explora a Maçonaria e seus símbolos, incluindo uma análise do simbolismo da Abóboda Celeste.
  7. JSM Ward - "Freemasonry and the Ancient Gods" - Esta obra oferece uma perspectiva histórica e mitológica sobre a Maçonaria, incluindo uma discussão sobre a simbologia da Abóboda Celeste.
  8. John Hamill - "The Craft: A History of English Freemasonry" - Este livro explora a história da Maçonaria na Inglaterra e oferece informações sobre símbolos maçônicos, incluindo a Abóboda Celeste.
  9. Sites oficiais de Grandes Lojas Maçônicas - Muitas Grandes Lojas Maçônicas possuem sites oficiais que fornecem informações sobre sua história, ensinamentos e simbolismo. Esses recursos podem ser úteis para aprofundar o conhecimento sobre a Abóboda Celeste de acordo com as tradições e ensinamentos específicos de cada jurisdição maçônica.
  10. Robert Macoy - "A Dictionary of Freemasonry" - Este dicionário maçônico oferece definições e inspiração de termos e símbolos maçônicos, incluindo a Abóboda Celeste.
  11. Manly P. Hall - "Lectures on Ancient Philosophy and Introduction to the Study and Application of Rational Procedure" - Este livro apresenta palestras de Hall sobre filosofia e simbolismo, abordando a importância da Abóboda Celeste na Maçonaria.
  12. https://opontodentrodocirculo.wordpress.com/2015/07/16/a-abobada-celeste-no-rito-escoces-antigo-e-aceito/
  13. Artigos acadêmicos e pesquisas - Consultar artigos acadêmicos sobre a Maçonaria e a simbologia maçônica, disponíveis em bases de dados acadêmicos, podem fornecer uma visão mais aprofundada sobre o tema. Alguns recursos relacionados incluem a simbologia astronômica na Maçonaria e as interpretações da Abóboda Celeste.
  14. Lojas e instituições maçônicas - Participar de eventos, palestras e reuniões realizadas por lojas maçônicas ou instituições maçônicas respeitáveis ​​pode fornecer uma compreensão mais profunda do simbolismo maçônico, incluindo a Abóboda Celeste. Muitas vezes, essas ofertas oferecem materiais de estudo e oportunidades de aprendizado para seus membros.


[1] https://opontodentrodocirculo.wordpress.com/2015/07/16/a-abobada-celeste-no-rito-escoces-antigo-e-aceito/



 


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