domingo, 6 de novembro de 2022

O TABERNÁCULO NO SIBOLISMO DO GR.´. 23° DO REAA

 

O SIMBOLISMO NO 23º GR.∙.

CHEFE DO TABERNÁCULO



Introdução – História e Lenda

De acordo com o Ritual o Grau Vinte e Três foi adotado no sistema de vinte e cinco GGr.´., em 1786, quando Frederico II, da Prússia aumentou para 33 o seu número. Tinha por base a comemoração do Presbiterado de Aarão, e de seus filhos Eliazar e Itamar.

Os CCav.´. deste Gr.´. são os guardadores da entrada do Tabernáculo, onde se conservam as leis e princípios fundamentais da moral universal e as verdades reveladas à razão dos sentidos, pela consciência e pela inteligência.

Não há no desenvolvimento do Ritual nenhum aprofundamento sobre a lenda do Grau, apenas as menções feitas anteriormente.

Todavia precisamos lembrar os personagens histórico-lendáticos mencionados na Instrução.

Na bíblia hebraica e no alcorão, Aarão, ou Arão (palavra que significa "progenitor de mártires" em hebraico possivelmente relacionado com o egípcio "Leão Guerreiro"), foi o irmão mais velho de Moisés (Êxodo 6:20), e um profeta do Deus de Israel servindo como o primeiro sumo sacerdote dos hebreus.

Era filho de Anrão e Joquebede (Êxodo 6:20), da Tribo de Levi (1Crônicas 6:1-3). Era bisneto de Levi.Tinha uma irmã mais velha, Miriã, Êxodo 2:4). Casou com Eliseba, filha de Aminadabe, da Tribo de Judá, que lhe deu quatro filhos, Nadabe, Abiú, Eliazar e Itamar.

Aarão aparece na bíblia quando o Deus de Israel o envia desde o Egito para se reunir com o seu irmão Moisés no Monte Horeb. Tornou-se escolhido por Deus como porta-voz (profeta) de Moisés (que teria problemas de dicção de acordo com a tradição), e serviu como orador junto do Faraó, nas diligências que permitiram a realização do Êxodo e da libertação do povo hebreu do Egito, em direção à Terra prometida.

Seu papel central levou à sua escolha e de sua descendência em perpetuidade como sumo sacerdote dos israelitas quando da constituição do sacerdócio no Tabernáculo, ainda que posteriormente, por covardia, tenha participado de algumas rebeliões contra a autoridade divina, como na criação do bezerro de ouro, ídolo pedido pelos israelitas para guiar-lhes, já que Moisés estaria desaparecido pois estava no Monte Sinai recebendo os Dez Mandamentos.

 Aarão e Moisés não foram autorizados por Deus a entrar em Canaã. A razão alegada é que os dois irmãos apresentaram impaciência em Cades, no último ano de peregrinação no deserto.

Somente Eliazar e Itamar são mantidos na tradição maçônica, como Chefes e guardiões do Tabernáculo. Os outros filhos, Nadabe o primogênito e Abiú foram devorados pelas chamas, por ter deitado fogo profano no turíbulo, passando a função sacerdotal para os irmãos Eliazar e Itamar.

O Tabernáculo vem do latim tabernaculum, "tenda", "cabana" ou "barraca" e designa o santuário portátil onde durante o Êxodo até os tempos do Rei Davi os israelitas guardavam e transportavam a arca da Aliança, a menorá e demais objetos sagrados. Em hebraico se chamava mishkan, "moradia", (local da Divina morada). Também se denominava "Tenda da Reunião". Era composto de três dependências: Átrio Exterior, Santo Lugar e Santo dos Santos ou Santo Santorum onde ficavam o Véu - Cortina que separava o Santo Lugar do Santo dos Santos, a Arca da Aliança que simbolizava a presença de Deus e carregava as Tábuas da Lei - os 10 Mandamentos - a Vara de Aarão, que floresceu e o pote de maná (alimento mandado por Deus no deserto) sendo a peça mais santa do Tabernáculo; e o Propiciatório que era nada mais do que a tampa da Arca, lugar onde o Sumo Sacerdote, uma vez ao ano, no dia da Expiação, aspergia o sangue pela remissão de seus pecados e pelos pecados do povo.

Ainda há menção dos Levitas, denominação dadas a todos os Irmãos que integram este Grau. Na tradição judaica, um levita ("unido") é um membro da tribo de Levi. Quando Josué conduziu os israelitas na terra de Canaã, os levitas foram a única tribo israelita que recebeu cidades, mas não foram autorizados a ser proprietários de terra "porque o Senhor Deus de Israel é sua herança" (Deuteronômio 18:2). A Tribo de Levi servia deveres religiosos particulares para os israelitas e tiveram responsabilidades políticas também. Em troca, as tribos das terras eram esperadas a dar o dízimo para os Levitas. O profeta Moisés e seu irmão o sacerdote Aarão, foram ambos levitas, daí o Grau vinte e três denominar os integrantes da Loja de tal forma.

 

 A moral e o significado da Lenda do Grau

 

Além dos aspectos histórico-lendáticos apresentados pelo Grau, com relação ao Tabernáculo (cuja decoração da Loja pretende imitar), das personagens bíblicas Moises, Aarão, Eliazar e Itamar, na Instrução do Garu vemos o desenvolvimento da interpretação e a moral do Grau.

O Tabernáculo, segundo o Ritual, num profundo significado, simboliza o Universo no qual Seus habita como a alma no corpo do Homem. Assim, nosso corpo seria o nosso Tabernáculo a abrigar nossa essência divina que é nossa alma. Desenvolve-se assim, a necessidade do cuidado do nosso corpo, protegido pelos Guardiões do Tabernáculo, num permanente e incessante digladiar com nossos defeitos e vícios, que não alcançam nunca a nossa alma.

Por outro lado, o fogo do incenso sempre ardendo significa a continua misericórdia e bondade de Deus e aquele zelo que devemos ter ao gênero humano, o qual jamais deve extinguir-se ou debilitar no coração de um Chefe do Tabernáculo.

Também as cores do Avental do Grau nos trazem significados:

O branco, a candura, inocência e pureza que são indispensáveis aos Levitas;

O Verde, a perfeição infinita;

A púrpura e a violeta. A Majestade e o Poder daquela Divindade a quem os Levitas dedicavam o seu serviço, ou seja, Deus.

Escondido em meio ao Juramento, encontramos uma outra simbologia da moral do Grau de extrema importância: A oposição às arbitrariedades da Justiça e propagar e defender as leis do Habeas Corpus.

Por não encontramos maiores detalhes no Ritual, socorremo-nos de Rizzardo Da Camino, que em seu livro “REEA de 1 ao 33°”, nas páginas 265 a 276, nos apresenta um interrogatório que parece ter sido suprimido dos atuais Rituais do Grau, que dariam sentido mais claro para o que se pretende jurar:

INTERROGATÓRIO: Pergunta: Que dizeis da Instituição de Moisés?

Resposta: Uma escola de governo para instruir os privilegiados garantindo o freio de qualquer abuso.

P: E qual foi o defeito primordial daquela Instituição?

R: Que somente o temor a Deus detinha os ambiciosos, Porém, como eles se consideravam Ministros de Deus, eram impunes às suas próprias falhas.

P: Acreditais capaz de se consolidar, um governo que não garante a conduta de seus agentes e não lhes ponha cobro?

R: Não, Grande sacrificador; até os usurpadores mais cruéis procuraram guardar aparências de justiceiros; sabem que o povo não suporta a tirania e para contornar seu despotismo, criaram Tribunais para o julgamento dos que praticam arbitrariedades; infelizmente, porém, sempre surgem os abusos.

P: Que conceito fazeis da prisão em flagrante?

R: Naqueles tempos a prisão preventiva era desconhecida; ao colhido em flagrante delito se o apresentava aos Juízes que ouvidas as partes, sentenciava e o condenado podia apelar ou não aos Tribunais superiores. Porém, se não ocorresse o flagrante, o sentimento instintivo da Justiça o considerava inocente enquanto não se pronunciasse o Tribunal. Na Grécia, Juízes de primeira instância condenaram Sócrates à morte, que continuou em liberdade, sem fugir; sua confiança na Justiça, porém, o levou à morte.Em Roma sucedeu o mesmo; os filhos de Anco Márcio fugiram, homiziando-se em Suessa Promelia, cidade fora do alcance da Justiça Romana, para não sofrer o castigo pela morte do rei sucessor; ninguém impediu aquela fuga porque ainda, não haviam sido julgados.

P: Dizei Irmão, se as Autoridades podem hoje em dia, decretar a prisão preventiva, correndo o risco de constituir uma arbitrariedade judicial?

R: Sim, Grande Sacrificador, porque a perda da Liberdade ou o encarceramento, além de constituir uma escravidão temporal, acarreta sofrimento de todo gênero, físicos e morais; deixa ao desamparo a família e dificulta ao acusado a busca de provas de sua inocência. O risco de se prender a um inocente e mantê-lo detido até o julgamento, jamais apagará as consequências que advirão, mormente, as que refletem em sua família e seu patrimônio.

P: E para corrigir possíveis erros judiciais, não acreditais a necessidade de Leis que reparem o mal feito e que puna o caluniador?

R: A aplicação dessas Leis seria muita difícil e o resultado não cobriria o prejuízo moral.

P: Se nem a consciência, nem o temor a Deus, nem a apelação aos tribunais podem nos salvar dos abusos, arbitrariedades e erros da autoridade, o que dizer da Justiça tardia?

R: A aplicação do que garante a Magna Carta da Ingla¬terra e que consta quase em todas as Constituições: o instituto do habeas-corpus.

P: Que se entende, Irmão, o instituto do habeas-corpus?

R: Essa Lei, Irmão, cujo nome equivale a "posse da própria pessoa", foi inspirada pelos Maçons gildenses e fildenses para depois, penetrar na Inglaterra. Através dela toda súdito inglês, preso por qualquer motivo, adquiria o direito de impetrar por ele ou por outrem, a um dos Juízes da Nação, um Decreto de habeas-corpus, em virtude do qual, o carcereiro era obrigado a apresentar o impetrante à autoridade judiciária e esclarecer a causa da prisão; ouvido o preso sob juramento, era posto em liberdade imediatamente, se julgada arbitrária a prisão; caso não aceitasse o Juiz totalmente a palavra do preso, lhe impunha uma fiança antes de soltá-lo, fiança, geralmente, paga em dinheiro pelo próprio Impetrante ou alguém por ele.

P: Que opinais, Irmão, sobre a fiança?

R: A fiança é um instituto imperfeito, se considerarmos a facilidade do rico em pagá-la e a impossibilidade do pobre; porém, sendo o pobre homem de bem, sempre surgirá quem pague por ele.

Outra polêmica levantada por Irmãos como Nicola Aslan e José Castellani, para citar apenas autores brasileiros, é em relação ao fato de ter sido Frederico II da Prussia o autor dos Rituais dos Graus Superiores da Maçonaria, e principalmente, quem estabeleceu os trinta e três graus.

Nicola Aslan no seu Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia[1], no verbete Frederico II, O Grande (1712-1786), diz o seguinte:

 “A ratificação da Constituição do Supremo Conselho do REAA, no dia 01/05/1786, por Frederico II da Prussia, não passa de uma invenção do Ir.´. Frederico Dalcho, que a lançou num discurso em 08/12/1802. Este fato foi completamente desmentido pela Grande Loja Mãe Nacional dos Três Globos Terrestres, de Berlim, em carta data de 17/08/1833 dirigida ao Irm.´. Marconnay, em resposta à solicitação que este Maçom lhe fizera em sua correspondência de 25/05/1833, à respeito daquele monarca no Rito Escocês. Naquela data, 01/05/1786, Frederico estava no seu castelo de Potsdam, atacado de gota, caduco e absolutamente cansado da vida. Faleceu três meses e meio depois, em 17/08/1786

Já Castellani no seu clássico “O Rito Escocês Antigo e Aceito[2]” é bastante enfático em relação ao tema:

“E foi nos EUA que surgiu a maior empulhação, o maior logro da história do escocesismo: a invenção de que nos Altos Graus foram criados pelo rei da Prussia, Frederico II. Na realidade, aos 25 graus criados pelo Conselhos dos Impreadores, os maçons americanos, sob, provavelmente a inspiração de Morin, acrescentaram mais oito, criando o sistema de trinta e três graus. Reunidos, então, na cidade de Charleston, no estado da Carolina do Sul, fundaram a 31 de maio de 1801, o Supremo Conselho do Rito Escocês, concentrando em suas mãos todo o poder administrativo dos Altos Graus. Esse Supremo Conselho só se tornou conhecido pelo restante da Maçonaria mundial, a partir de 04 de dezembro de 1802, quando expediu uma circular comunicando o fato, enaltecendo o sistema dos 33 graus e atribuindo a sua organização – em maio de 1786 – ao rei Frederico II da Prússia. Se isso houvesse realmente ocorrido nessa data, que é a da publicação, segundo os americanos, da Constituição e dos Regulamentos do Supremo Conselho – é no mínimo estrenho que só se tivesse conhecimento do fato em 1802”.

Esta versão é refutada, além desses autores brasileiros, por autores estrangeiros como Findel, Linday, Marconnay, Rebold, Thory, Ragon, Clavel, Cordier, entre outros.

Um fato ponderável”, diz o Ven.´. Irm.´. William Almeida de Carvalho,33°[3]para essa mitologização foi a certeza de que os EUA, à época em que se criaram os 33 graus, não eram nenhuma potência maçônica, como vieram a se tornar posteriormente. Necessitavam, portanto, de um forte aval para legitimar o Supremo Conselho de Charleston para que não caísse no ridículo, Seria como se hoje a Nigéria pretendesse criar um novo rito para a maçonaria mundial. Nada melhor, então, do que um rei europeu, um déspota esclarecido, com nítida simpatia pela maçonaria, tornar-se o autor das Constituições de 1786”.

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*            *

Bibliografia:
Da Camino, Rizzardo: A Loja de Perfeição de 1° ao 33°;Ed. Madras, 2006.

Gervásio de Figueiredo, Joaquim – Dicionário de Maçonaria.

PACHECO JR, Walter – Uma Visão Global dos 33 Graus do REAA. Ebook

VENEZIANI COSTA, Wagner - Uma visão global dos 33 graus do R E. A. A. http://cidademaconica.blogspot.com.br/2007/07/uma-viso-global-dos-33-graus-do-r-e-a.html

ALMEIDA DE CARVALHO, WILLIAM – Frederico II da Prússia e as Grandes Constituições de 1786. http://www.freemasons-freemasonry.com/6carvalho.html

CASTELLANI, José – O Rito Escocês Antigo e Aceito – Cadernos de Estudos Maçônicos, Ed. Trolha, Londrina-PR, 1988)

Ritual do Grau;

Bíblia Sagrada

Wikipédia



[1] Vol II ed. Artenova, Rio de Janeiro, 1974, p. 438

[2] CASTELLANI, José – O Rito Escocês Antigo e Aceito – Cadernos de Estudos Maçônicos, Ed. Trolha, Londrina-PR, 1988, P.58

[3] ALMEIDA DE CARVALHO, WILLIAM – Frederico II da Prússia e as Grandes Constituições de 1786. http://www.freemasons-freemasonry.com/6carvalho.html

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sábado, 5 de novembro de 2022

O respeito ao segredo alheio. Os ensinamentos do Simbolismo no 6º GR.∙.

 

O respeito ao segredo alheio. Os ensinamentos do Simbolismo no 6º GR.∙.

O Grau é baseado na idéia de aprendizagem do comando, e sua moral resume-se no respeito que

devemos ter aos segredos alheios.

GRAU 6 – Secretário Íntimo

 

É também um Grau intermediário e igualmente transmitido por comunicação, tratando-se de um Grau Bíblico cujo tema foi eleito no primeiro livro de Reis[1].

1.     Da Lenda do Grau

Como podemos observar no relato Bíblico, não há correspondência entre o próprio relato do livro de Reis e a Lenda do Grau, que deve ter sido transmitida oralmente ao longo dos tempos.

Recordemos que, tratando-se da construção do Templo de Jerusalém, Hiram II, rei de Tiro, envia a Salomão um embaixador para fazer um Tratado de Aliança, contendo estipulações secretas que sejam somente conhecidas dos monarcas.

Em virtude desse Tratado, Hiram enviou a Salomão os melhores arquitetos de seu país, grande número de obreiros e vários superintendentes inspetores para zelarem pelos trabalhos da construção, assim como alguns materiais necessários, tais como madeiras de cedro e abeto do Líbano, ouro das minas de suas possessões e pedras de Tiro. Em recompensa destes serviços, Salomão prometeu entregar-lhe, enquanto durasse a construção do Templo, vinte mil medidas de trigo, vinte de vinho, azeite puro, cevada e mel, e ceder-lhe, após a conclusão da obra, vinte cidades do território da Galiléia!!!

Salomão cumpria o pacto e a construção do Templo avançava prodigiosamente; tendo, porém, ocorrido a morte de Hiram Abi, as obras foram suspensas pelo tempo necessário, destinado à busca de seu cadáver, e, depois, à celebração de seus funerais.

A esses compareceu o rei de Tiro, mas em vez de retirar-se imediatamente com sua corte, visitou excitado pela curiosidade, várias cidades da Galiléia, encontrando muitas arruinadas, os terrenos estéreis para o cultivo, e seus habitantes grosseiros e ignorantes, que chamou de Cabul[2].

Em virtude do que viu, votou a Jerusalém para exigir de seus aliados, contas detalhadas daquilo que ele considerava um logro.

Dirigiu-se ao palácio de Salomão, e passando precipitadamente entre os guardas que o custodiavam, penetrou irado, na sala de audiências. Salomão recebeu seu aliado com carinho, e os guardas se retiraram, deixando os dois soberanos a sós.

Um fiel servidor de Salomão de nome Johaben (Filho de Deus), ao notar a cólera no semblante do rei de Tiro, seguiu-o até a porta da câmara régia, e deteve-se para escutar.

Hiram notou a presença do indiscreto, e crendo estar sendo espreitado, tirou a espada para matar Johaben, mas, Salomão interviu e declarou a Hiram que este servidor era seu confidente, seu maior favorito e depositário de todos os negócios do reino, como seus próprios pensamentos.

Então, Johaben obteve o perdão, e ambos os soberanos concordaram que fosse reconhecido como secretário íntimo e que presenciasse o pacto de aliança que de novo iam celebrar.

Esta é a origem do GRAU DE MESTRE POR CURIOSIDADE.[3]

 

2.     Da Ornamentação da Loja

O Templo decorado para este Grau representa a Câmara de Audiências do Rei Salomão.

Forrado em negro e salpicado de lágrimas prateadas, tem relação ao luto mantido em relação à morte do Mestre Hiram.Abi.

Iluminado por 27 luzes (representando os 2.700 candelabros que Salomão mandou fabricar para iluminar o Templo), dispostos em 3 CCand.∙. de 9 braços cada um.

No centro do Templo está o Alt.∙. dos JJur.∙. e sobre o Altar há duas EEsp.∙. desembainhadas e cruzadas, o L.∙. da L.∙. e um rolo de pergaminho.

Todos estes instrumentos e alegorias nos lembram do novo acordo ou aliança firmada entre o Rei Salomão e o Rei de Tiro, com o Testemunho silencioso de Johabem ou o Secretário Íntimo.

No Trono, o Presidente que representa Salomão, tem a seu lado (direito) o 1° Vig.∙. que representa o Rei Hiram de Tiro. Nos Vales o 2° Vig é p Cap.∙. das Guard.∙. (que teria deixado passar o Rei de Tiro sem comunicação) e o recipiendiário representa Johaben, o Secretário Íntimo.

 

3.     Da Simbologia do Grau

A moral deste Gr.∙., como indica o próprio Ritual, resume-se: “No respeito que devemos aos segredos alheios, cuja descoberta e divulgação devemos evitar”.

Auxilio-me do Mestre Adum para explicar a simbologia esotérica do Grau[4]:

“A Liturgia dispõe que, ao começar, o Mestre Ilustre que representa Salomão (face da Trindade: SUBCONSCIÊNCIA), permaneça só no TEMPLO (CORPO). Em seguida, entra no Templo o Primeiro Vigilante (MENTE SUPERIOR) que representa Hiram II, Rei de Tiro, atravessa rapidamente a antecâmara para pedir a Salomão o comprimento do pacto estabelecido. Estes dois reis que representam também os dois pólos do homem, os quais, se não se unem em alguma parte, sua energia permanecerá inútil. JOHABEN, que significa FILHO DE DEUS, manifesta-se no homem pelos dois pólos, aproveitando a dualidade da Unidade para formar a TRINDADE. A mente consciente, ou Rei de Tiro, indigna-se, como intelecto, pela presença daquele intruso, mas, a subconsciência, ou Salomão, lhe convence que o intruso esteve sempre oculto neles e com eles. Porém, eles não o sentiam porque ambos estavam dedicados à satisfação de suas paixões e inclinações, e por isto não puderam sentir, antes, sua presença. Hoje o Templo está terminado e está em perfeitas condições, e o FILHO DE DEUS tem que se manifestar em sua CASA-TEMPLO, ou corpo.”

Também há, no trolhamento do Gr.∙.,  referência que os triângulos da Jóia que pende da faixa do Secretário Íntimo são relativas às três virtudes Teológicas: Fé, Esperança e Caridade.[5]

Johaben, segundo o ritual, sentiu risco de perder a vida, já que preso ouviu sua sentença pronunciada a pedido do Rei de Tiro, que fora descoberto dentro da C.∙. velando Hiram-Abi, tendo adentrado ao Templo sem autorização.

O perigo, diz Da Camino[6], sempre acompanha o maçom; a vida do maçom sempre é perigosa, e por isto é homem de fé, porque necessita do amparo constante do G.∙.A.∙.D.∙.U.∙..

Zelo, Fidelidade, Desinteresse e Bondande (prossegue), quatro atributos do Secretário Íntimo, envolvem a situação de curioso que assim age, impelido de proteger o seu AMO, ou seja, aquele a quem serve; o maçom serve a seu Irmão e à Humanidade.

 

Bibliografia:

Adum, Jorge - Secretário Íntimo Preboste ou Juiz ou Mestre Irlandês Intendente dos Edifícios ou Mestre em Israel 6.° Grau – 7.° Grau – 8.°Grau;

Da Camino, Rizzardo - Os Graus Inefáveis, 4° a 14° do Rito Escocês, Antigo e Aceito. Loja de Perfeição;

Walter Pacheco Jr. - Uma visão global dos 33 graus do REAA.

Ritual do Gr.∙.

Bíblia Sagrada



[1]  Reis 5: 1-11

1

¶ E enviou Hirão, rei de Tiro, os seus servos a Salomão (porque ouvira que ungiram a Salomão rei em lugar de seu pai), porquanto Hirão sempre tinha amado a Davi.

2

Então Salomão mandou dizer a Hirão:

3

Bem sabes tu que Davi, meu pai, não pôde edificar uma casa ao nome do SENHOR seu Deus, por causa da guerra com que o cercaram, até que o SENHOR pôs seus inimigos debaixo das plantas dos seus pés.

4

Porém agora o SENHOR meu Deus me tem dado descanso de todos os lados; adversário não há, nem algum mau encontro.

5

E eis que eu intento edificar uma casa ao nome do SENHOR meu Deus, como falou o SENHOR a Davi, meu pai, dizendo: Teu filho, que porei em teu lugar no teu trono, ele edificará uma casa ao meu nome.

6

Dá ordem, pois, agora, que do Líbano me cortem cedros, e os meus servos estarão com os teus servos, e eu te darei o salário dos teus servos, conforme a tudo o que disseres; porque bem sabes tu que entre nós ninguém há que saiba cortar a madeira como os sidônios.

7

E aconteceu que, ouvindo Hirão as palavras de Salomão, muito se alegrou, e disse: Bendito seja hoje o SENHOR, que deu a Davi um filho sábio sobre este tão grande povo.

8

E enviou Hirão a Salomão, dizendo: Ouvi o que me mandaste dizer. Eu farei toda a tua vontade acerca das madeiras de cedro e de cipreste.

9

Os meus servos as levarão desde o Líbano até ao mar, e eu as farei conduzir em jangadas pelo mar até ao lugar que me designares, e ali as desamarrarei; e tu as tomarás; tu também farás a minha vontade, dando sustento à minha casa.

10

¶ Assim deu Hirão a Salomão madeira de cedro e madeira de cipreste, conforme a toda a sua vontade.

11

E Salomão deu a Hirão vinte mil coros de trigo, para sustento da sua casa, e vinte coros de azeite batido; isto dava Salomão a Hirão anualmente.

12

Deu, pois, o SENHOR a Salomão sabedoria, como lhe tinha falado; e houve paz entre Hirão e Salomão, e ambos fizeram acordo.

 

1°Reis 9: 10-13

10

¶ E sucedeu, ao fim de vinte anos, que Salomão edificara as duas casas; a casa do SENHOR e a casa do rei

11

(Para o que Hirão, rei de Tiro, trouxera a Salomão madeira de cedro e de cipreste, e ouro, segundo todo o seu desejo); então deu o rei Salomão a Hirão vinte cidades na terra da Galiléia.

12

E saiu Hirão de Tiro a ver as cidades que Salomão lhe dera, porém não foram boas aos seus olhos.

13

Por isso disse: Que cidades são estas que me deste, irmão meu? E chamaram-nas: Terra de Cabul, até hoje.

 

 

[2] - Cabul significa: “terra de areia seca”.

[3] - Adum, Jorge – Secretário Íntimo Preboste ou Juiz ou Mestre Irlandês Intendente dos Edifícios ou Mestre em Israel 6.° Grau – 7.° Grau – 8.°Grau.

[4] - Idem

[5] - Que encontramos, simbolicamente, na Esc.∙. de J.∙. presente no Painel do Gr.∙. de Apr.∙.M.∙.

[6] - Da Camino, Rizzardo – Os Graus Inefáveis, 4° a 14° do Rito Escocês, Antigo e Aceito. Loja de Perfeição.

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